sábado, 27 de fevereiro de 2016

O PRÉ-SAL ATRAVESSOU O SAMBA DO PT



Atravessou o samba

Bernardo Mello Franco 




BRASÍLIA - Até o início da semana, Dilma Rousseff enfrentava a crise econômica, a Lava Jato, a oposição oficial e a ala pró-impeachment do PMDB. Agora ela está prestes a conquistar um quinto inimigo: o Partido dos Trabalhadores.
As relações entre a presidente e a própria legenda nunca foram tão ruins. Dilma já enfrentava forte bombardeio desde que prometeu mexer na Previdência. Nesta quarta, a tensão chegou ao limite. O estopim foi o acordo para aprovar, no Senado, um projeto que permite reduzir a participação da Petrobras no pré-sal.
O governo se dizia radicalmente contra a proposta, apresentada pelo tucano José Serra. Os senadores petistas passaram meses discursando a favor do modelo atual, que reserva uma cota mínima de 30% para a Petrobras em todos os consórcios.
Na noite da votação, o Planalto costurou um acordo que, na prática, permitirá que empresas estrangeiras participem sozinhas dos próximos leilões. A revolta no PT foi generalizada. Nem o novo líder do governo, Humberto Costa, aceitou apoiar o combinado. "Eu não poderia ficar contra o governo e não poderia ficar contra a minha bancada", disse, ao se abster de votar.
A reação do petismo foi feroz. O presidente do partido, Rui Falcão, classificou o texto avalizado por Dilma como um "ataque à soberania nacional". A CUT acusou o Planalto de traição. "O governo renunciou à política de Estado no setor de petróleo e permitiu um dos maiores ataques que a Petrobras já sofreu em sua história", atacou a central.
Ontem um ex-ministro da presidente definia o acordo como suicídio político. "Se a Dilma quer se matar, problema dela. Mas não pode exigir que a gente se mate junto."
O PT comemora o 36º aniversário amanhã, no Rio. Dilma está sendo aconselhada a não dar as caras na festa. O partido contratou o cantor Diogo Nogueira para tentar reanimar a militância, mas o acordo do pré-sal atravessou o samba.

DESEMPREGO



Brasil perde quase 100 mil postos de trabalho formal em janeiro

Agência Brasil 




O Brasil fechou 99.694 postos de trabalho com carteira assinada em janeiro de 2016. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje (26) pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, o número representa queda de 0,25 % no total de trabalhadores formais, em comparação com o resultado do mês anterior. O resultado de agora é o pior para meses de janeiro desde 2009.

O setor que mais fechou vagas foi o comércio, com retração de 69.750 posto de trabalho, seguido pelo setor de serviços (17.159) e pela indústria de transformação (16.533).

No acumulado dos últimos 12 meses, o recuo foi 1,59 milhão de postos de trabalho. Em dezembro de 2015, o acumulado dos 12 meses anteriores registrava queda de 1,542 milhão.

O mês de janeiro deste ano também teve resultado pior que janeiro de 2015, quando foram fechados 81.774 postos de trabalho.

NO BRASIL TUDO É MARKETING ENGANADOR




Márcio Doti





O PT do marqueteiro João Santana já passou mais de uma década debochando dos eleitores brasileiros ao induzir seus asssessorados a manipulações escandalosamente mentirosas e, por isto mesmo, desrespeitosas. Quem ouviu o advogado do casal João Santana em suas declarações à imprensa, logo após os depoimentos de seus clientes, na Polícia Federal de Curitiba, teve a nítida sensação de que ali estava o porta-voz de dois grandes injustiçados, cujas prisões não tinham a menor razão de ser. Parecia o desempenho de alguém orientado por um marqueteiro que, durante as eleições de 2014, ajudou a candidata Dilma Rousseff a mentir sem o menor pudor e distorcer situações para fazer seu adversário parecer o carrasco em que ela própria se transformou, assim que assumiu o mandato conquistado dessa forma claramente condenável.
O próprio marqueteiro, assim que soube do ambiente que o esperava disse que seu país estava passando por momentos de muita perseguição. Nada diferente do que havia afirmado o presidente do partido, Rui Falcão, ao considerar exagerada a operação da Polícia Federal e dos promotores. Tudo na mesma direção de comentários feitos dias antes pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma Rousseff. E os fatos revelados, incluindo o pagamento de U$7,5 milhões em offshores, foram desdenhados pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães. A tática vem de longa data e foi introduzida na política brasileira pelo PT desde o tempo do mensalão. Na verdade, o partido apenas trocou o lado da mentira. Antes, usava e abusava de inventar e distorcer ao exercer a oposição, sempre com muita contundência. Ao virar governo, foi só usar a tática na defensiva e sem o menor receio de enfurecer os brasileiros indignados com tanto absurdo.
Diante de ruas que parecem indiferentes a tudo que atinge a população de modo tão grave e crescente, o povo vai levando e isso faz parecer que a esses inquilinos do poder podem continuar mentindo, disfarçando, dissimulando, fazendo de contas que a imensa crise não é problema deles, não foi produzida por eles e nem precisa ser combatida. Acham que o impeachment é um produto do desespero do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, às voltas com o seu próprio “impeachment” depois de ser apanhado com contas na Suíça e tudo o mais.
Incapazes de dominar a imensa crise com componentes políticos, econômicos e morais, uns potencializando os outros, os ocupantes do poder se revezam em fazer parecer que tudo é intriga da oposição, no caso do PT, ou que o Brasil está precisando é de uma forte dose de otimismo, como é o caso do PMDB. Não lhes ocorre que o desemprego está crescendo, que o rebaixamento executado pela terceira das maiores agências de avaliação de risco do mundo, a Moody’s, acaba de cumprir a sua promessa e desclassificou o Brasil como fizeram as outras duas, a Standard & Poors e a Fitch. Isso parece algo distante, mas aumenta juros, faz crescer a desconfiança, espanta ainda mais os já assustados investidores. E o pior: tudo o que acontece tem prazo de duração e ele é no mínimo de dois anos num crescendo de dificuldades e sofrimento que vai bater nas mesas dos brasileiros, depois vai atingir os travesseiros. E ninguém tenha dúvidas de que aí tomará o caminho das ruas como algo inevitável.


A MELHOR SOLUÇÃO PARA O DESEMPREGADO É O ESTUDO




Jornal Hoje em Dia



Mais uma vez a consequência mais cruel da recessão mostra que continua se agravando. O desemprego vem aumentando no país e também em Minas. Os dados do Ministério do Trabalho mostram que em janeiro foram perdidos quase 100 mil postos de trabalho formais no território nacional. Em Minas, o saldo entre contratações e demissões foi de menos 16,4 mil vagas. Em todo o ano passado foram fechados no país 1,5 milhão de empregos.
Nos números de janeiro, quem mais demitiu foi o comércio, muito em função das rescisões de trabalhadores temporários que ocorrem no fim do ano. O setor de serviços, que costuma reagir bem às crises, o que não vem ocorrendo agora, foi o segundo em demissões, seguido por indústria de transformação (siderurgia, metalurgia, petroquímica e bens de consumo) e construção civil.
Só a agricultura, um oásis em meio à ruína, consegui gerar mais empregos.
Analistas dizem que esse quadro deve continuar neste ano. O desemprego é um período que provoca baixa na autoestima pelo impacto financeiro e perda da renda, além de a pessoa ficar, repentinamente, com uma grande quantidade de tempo disponível e sem ter o que fazer. Mas especialistas recomendam que, apesar do natural impacto psicológico, é a hora de se pensar em novas oportunidades.
Psicólogos do trabalho recomendam que o preferível é evitar ficar lamentando sobre o fato de se estar desempregado. O desemprego pode ser uma chance de melhorar a qualificação profissional e procurar a reciclagem dos conhecimentos. Para aqueles com menor formação educacional, talvez o caminho seja o do aprendizado em um curso técnico ou profissionalizante diferente daquela área em que o trabalhador atuava.
Para os que têm formação em nível superior, um curso de pós-graduação é uma boa alternativa para melhorar ou aperfeiçoar os conhecimentos em áreas de interesse. Minas Gerais tem inúmeras faculdades de bom nível que proporcionam alternativas em diversos setores. O dinheiro a ser despendido nesse projeto não será um gasto, mas um investimento.
A recessão não vai durar para sempre. O Brasil é maior do que essa situação de adversidade. Então, será melhor estar preparado para quando houver uma reversão desse quadro.

FUNDO DO POÇO




José Antônio Bicalho



A boa notícia de ontem é que o Tesouro Nacional anunciou que o governo central (que reúne Tesouro, Previdência e Banco Central, ou seja, toda a máquina federal, incluindo ministérios e estatais) registrou em janeiro seu primeiro resultado positivo desde abril do ano passado, desta vez de R$ 14,835 bilhões. Será que batemos no fundo do poço e começamos a emergir? Infelizmente, ainda não existem motivos para acreditar nisso.

Vejamos: a receita líquida do governo apresentou em janeiro um aumento de 6,4% em termos reais (excluída a inflação) na comparação com igual mês de 2015, para R$ 124,0 bilhões. E as despesas subiram 3,8%, para R$ 109,1 bilhões. Ou seja, por mais que tenha apertado o cinto o governo não conseguiu reduzir os gastos, mas ao menos aumentou a entrada de recursos em caixa.

O problema é que boa parte das receitas não são recorrentes. Aconteceram em janeiro e não se repetirão. A principal foi o recebimento de R$ 11,4 bilhões em concessões e permissões, quase tudo por conta da primeira parcela paga pelas empresas vencedoras do leilão de novembro de hidrelétricas. Ainda faltam entrar R$ 6 bilhões, mas que serão pagos pulverizadamente ao longo do ano. Outra receita não recorrente foram os dividendos pagos pelas estatais, que somaram R$ 1,5 bilhão. Sem essas duas fontes, o resultado do governo ainda seria positivo, mas em apenas R$ 1,9 bilhão.
Até que o Congresso diga o contrário, a meta para o governo neste ano, que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias, continua sendo de superávit primário de R$ 24 bilhões, o equivalente a 0,39% do PIB. Pelo andar da carruagem, impossível de ser cumprido. Tanto que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, já anunciou que o governo enviará ao Congresso um projeto para criar uma espécie de banda para flutuação do resultado primário, que permitiria um déficit para este ano de até 0,97% do PIB, ou R$ 60,2 bilhões.

Mesmo esse piso dificilmente será cumprido. Quando analisamos o resultado acumulado em 12 meses, as contas do governo estão no vermelho desde novembro de 2014. Estamos, portanto, há 15 meses apresentando déficit. Em janeiro, o déficit acumulado de 12 meses foi de R$ 113,9 bilhões, o equivalente a 1,9% do PIB. Só não foi pior que dezembro de 2015, quando o déficit bateu em 2% do PIB. Como, então, acreditar numa reversão da curva de ampliação do déficit se o governo não contará mais com receitas não recorrentes e terá a arrecadação comprometida em função da recessão?

A saída poderia ser mais cortes de gastos, mas o que estamos vendo é que isso enfraquece a economia e faz a arrecadação de impostos cair, tornando inútil o esforço de economia. Os principais cortes se deram nos investimentos, onde gastou-se 35,5% a menos em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2015, somando R$ 5,5 bilhões. No Programa de Aceleração do Crescimento, o gasto foi de 3,7 bilhões, ou 28,8% a menos na mesma comparação. E no Minha Casa, Minha Vida (incluído no PAC) o corte foi de 71,8%, para apenas R$ 580 milhões.

Outra saída seria promover a retomada do crescimento e, consequentemente, da arrecadação. Mas, para isso o governo precisaria investir e injetar liquidez na economia. Com qual dinheiro? Venho sugerindo há algum tempo o uso das reservas cambiais, que hoje somam R$ 1,487 trilhão.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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