segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

SALÁRIOS DE ASSESSORES DOS DEPUTADOS FEDERAIS ULTRAPASSA 1 BILHÃO ANUAL

 

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo

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Prédio do Congresso Nacional, com plenário da Câmara em destaque.| Foto: Pedro França/Agência Senado

Os 10,2 mil assessores dos gabinetes da Câmara dos Deputados (secretários parlamentares) receberam um total de R$ 879 milhões em 2021. Os 1,8 mil cargos de natureza especial (CNEs), que atendem gabinetes de deputados, lideranças partidárias e cargos da Mesa Diretora, consumiram mais R$ 233 milhões. Somando com os salários dos deputados (R$ 236 milhões), a despesa com salários chegou a R$ 1,35 bilhão. Tem ainda as pensões dos deputados aposentados (R$ 81 milhões) e seus pensionistas (R$ 49 milhões). A conta fica perto de R$ 1,5 bilhão.

Os gastos com a Cota para o exercício da atividade parlamentar – o “cotão” – são parciais (até outubro), mas já somam R$ 163 milhões. As maiores despesas são com divulgação do mandato (R$ 60 milhões), passagens (R$ 30,7 milhões), aluguel de veículos (R$ 27 milhões), consultorias (R$ 21 milhões), aluguel de escritório (RR$ 23,8 milhões) e combustível (R$ 15,4 milhões). O partido que mais gastou foi o PT, com R$ 17,5 milhões.

Nos gastos totais por deputado, os quatro primeiros no ranking são do Acre: Jéssica Sales (MDB), com R$ 531 mil; Mara Rocha (PSDB), com R$ 527 mil; Jesus Sérgio (PDT), com R$ 518 mil; e Flaviano Melo (MDB), com R$ 516 mil. O maior investimento dos quatro foi em divulgação do mandato. Quem mais gastou foram Jéssica, com R$ 421 mil, e Mara, com R$ 423 mil.

Propaganda paga e aluguel de aviões
A deputada Jéssica mantém contrato com uma produtora que faz a divulgação da sua atividade parlamentar em emissoras de rádio e televisão e sites do estado. Alguns veículos, como a Rádio Juruá, o site AC 24 Horas e a rádio Ocidental FM, têm contrato mensal, com “pagamento à vista”, em valores que chegam a R$ 6 mil, para fazer a divulgação das suas atividades.

Jéssica aumentou o gasto com propaganda nos últimos anos. Em 2019, foram R$ 223 mil; em 2020, R$ 306 mil. Em 2021, com dados parciais, o total já está em R$ 421 mil. Em julho do ano passado, pelas redes sociais, a deputada anunciou: “Direção Nacional do MDB chancela pré-candidatura de Jéssica Sales ao Senado Federal”. Nos últimos meses, a deputada tem mantido a pré-candidatura.

Nota fiscal apresentada à Câmara mostra a divulgação das atividades de Jéssica em duas cidades.

A deputada Mara também paga pela divulgação das suas atividades em sites, emissoras de rádio e redes sociais, além de anúncios no Facebook. O deputado Melo paga mensalmente R$ 2 mil pela divulgação do seu mandato na Rádio Comercial do Povo, no site Tribuna do Acre e no jornal Notícias da Hora.

Enquanto os deputados do Acre lideram os gastos com propaganda, parlamentares do Amazonas são os que mais investem no fretamento de aeronaves. Sidney Leite (PSD-AM) torrou R$ 240 mil com essas locações. A maior gastança foi em junho, num total de 80 mil. O primeiro roteiro passou por Humaitá e Porto Velho, o segundo passou por Tefé e Japurá.

Átila Lins (PP-AM) gastou mais R$ 229 mil com aluguel de aviões. O voo para Apuí, Porto Velho e Humaitá e Manaus, numa Caravan, custou R$ 31,3 mil. O trajeto de Rio Branco a Manaus num bimotor turbo Lear Jet custou mais R$ 21,7 mil. As duas locações aconteceram em novembro. Silas Câmara (Republicanos-AM) gastou mais R$ 92 mil com aluguel de aviões.

Gasto com assessores supera R$ 1 milhão
A deputada Jéssica Sales gastou mais R$ 1,22 milhão com os salários de 24 assessores, a chamada verba de gabinete. O gasto total chegou a R$ 1,76 milhão. Os 28 assessores de Mara Rocha custaram mais R$ 1,19 milhão, totalizando R$ 1,72 milhão. Jesus Sérgio gastou R$ 1,22 milhão com os servidores do gabinete, fechando as despesas em R$ 1,74 milhão. Flaviano Melo também aplicou R$ 1,22 milhão na contratação de 28 assessores, totalizando R$ 1,74 milhão.

Cada deputado tem R$ 111,7 mil por mês para pagar salários secretários parlamentares, que trabalham em Brasília ou nos estados. A renda varia do salário mínimo a R$ 15,7 mil. Encargos trabalhistas como 13º, férias e auxílio-alimentação são pagos com recursos da Câmara. (Tabela abaixo mostra quem fez as maiores despesas)

Os deputados contam também com os CNEs. São 934 cargos de confiança em exercício nos gabinetes dos parlamentares; 696 nas lideranças partidárias; 73 nos cargos da Mesa Diretora, como presidência, vice-presidência e secretarias; e 59 nas comissões técnicas. O salário máximo, no valor de R$ 19,9 mil, é pago a 134 CNEs. A renda média chega a R$ 7 mil.

Mas há ainda o peso dos deputados aposentados e seus pensionistas. Onze deles contam com a renda máxima – R$ 33,7 mil –, mas o valor médio das aposentadorias é de R$ 10 mil. Em 2021, foram pagos R$ 81 milhões a deputados aposentados e R$ 49 milhões a pensionistas.

Os valores são pagos pelo Plano de Seguridade Social do Congresso (PSSC). Mas o PSSC absorveu também os aposentados e pensionistas do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC). Ocorre que a Lei 9506/97, que extinguiu o IPC, transferiu à União o pagamento das suas pensões. No orçamento da Câmara, estão previstos R$ 119 milhões para essa finalidade neste ano.

VEJA TAMBÉM:
Deputados gastam R$ 2,6 milhões com viagens ao exterior em dois meses
“Prestar contas do mandato”

O blog questionou os deputados que mais gastaram sobre necessidade dessas despesas. O deputado Flaviano Melo afirmou que “o uso do recurso de divulgação da atividade parlamentar tem o único objetivo de prestar contas do mandato à sociedade. Vale lembrar que a divulgação do mandato está prevista na cota para o exercício da atividade parlamentar, que é devidamente autorizado pelo Congresso Nacional”.

O gabinete do deputado acrescentou que todas as suas despesas passam pelo “rigoroso controle” da Coordenação de Gestão de Cota Parlamentar. “O pagamento das despesas com divulgação da atividade parlamentar passa pela apresentação de documentação comprobatória do gasto. O parlamentar é responsável pela nota apresentada e cabe à Câmara verificar os gastos quanto à regularidade fiscal e contábil da documentação. Não há ilegalidade nos pagamentos do deputado Flaviano Melo. As despesas não extrapolam o valor mensal da Cota Parlamentar”.

Os deputados citados na reportagem apresentaram comprovantes das despesas realizadas com a cota para o exercício do mandato. As prestações de contas foram aprovadas pela Câmara e divulgadas na sua página na internet.


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TEMAS POLÊMICOS DAS ELEIÇÕES DEVEM FICAR PARA DEPOIS NO STF

 

Federações e Ficha Limpa

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

Nos primeiros julgamentos, olhos também estarão voltados para o novato André Mendonça (primeiro à direita)| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Nos próximos dias 2 e 3 de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) reiniciará suas atividades normais, após o fim do recesso do Judiciário, com dois julgamentos aguardados por políticos e partidos que disputarão as eleições de 2022.

Na quarta-feira (2), o plenário vai decidir se são constitucionais as federações partidárias, alianças entre partidos que devem valer não só para a disputa de outubro, mas que também as obrigam a atuar juntas no Congresso pelos próximos quatro anos.

E, na quinta-feira (3), os ministros vão decidir se políticos condenados na Justiça podem ficar, na prática, inelegíveis por mais de 8 anos, que é o prazo fixado na Lei da Ficha Limpa.

Se houver tempo, os ministros ainda decidirão se candidatos e partidos podem publicar propagandas pagas em sites de internet, o que hoje é proibido.

O imbróglio das federações partidárias
As decisões que forem tomadas pelo STF sobre as federações partidárias, inclusive em suas minúcias, vão afetar diretamente as negociações em andamento entre as siglas, principalmente no campo da esquerda, no qual PT e PSB travam uma disputa de bastidores para definir se e como vão se unir no pleito deste ano.

A cúpula do PSB quer formar uma federação com o PT e lançar o ex-governador Márcio França ao governo de São Paulo, em troca de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto – o que inclui oferecer como candidato a vice o ex-tucano Geraldo Alckmin (ainda sem partido). Alas do PT resistem porque querem lançar Fernando Haddad para governador e já preveem dificuldades para dividir com o PSB, dentro da federação, cargos e posições importantes na Câmara e no Senado ao longo da próxima legislatura.

Além de dizer se a federação partidária é ou não constitucional, o STF também terá de definir o prazo para que os partidos formalizem esse tipo de união junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No ano passado, o ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação sobre o assunto, decidiu numa liminar que eles deveriam submeter o pedido ao TSE até 1.º de março.

Há pressão agora para que esse prazo seja prorrogado, pelo menos até o meio do ano, para dar tempo aos partidos de fecharem todos os acordos necessários – isso porque eles precisam não apenas definir um candidato único da federação a governador em cada estado, mas também redigir um estatuto e um programa comum para esse tipo de união.

A ação contra as federações partidárias foi apresentada no ano passado pelo PTB, após a aprovação da lei que a criou. O partido sustenta que se trata de uma forma disfarçada de coligação nas eleições para o Legislativo, que foram proibidas numa emenda constitucional de 2017.

Uma parte dos próprios ministros do STF critica as coligações partidárias, sob o argumento de que elas distorcem a representação popular, ao permitir que um candidato de um partido que recebeu muitos votos, além do necessário para se eleger, transfira a “sobra” para eleger um político de uma outra legenda coligada, eventualmente descolado dos interesses daquele eleitor.

Por outro lado, parte dos ministros entende que a federação é o primeiro passo para a fusão ou incorporação efetiva entre os partidos, o que veem com simpatia, por facilitar a formação de coalizões que viabilizem a governabilidade.

Um dos maiores motivos para a criação da federação foi “salvar” os pequenos partidos. Isso porque, desde 2017, eles sentem-se ameaçados pela cláusula de desempenho – que, a cada eleição, retira gradativamente recursos e estrutura daqueles que elegem poucos deputados. Numa federação, eles manteriam esses benefícios unindo-se a siglas maiores.

No Congresso, porém, começou uma articulação de bastidores para aprovar, em 2023, uma lei que possibilite desfazer as federações. O objetivo seria liberar os partidos, de modo que possam atuar de maneira independente durante os quatro anos de legislatura e nas eleições municipais de 2024. O plano, ainda em gestão, já chamou a atenção de alguns ministros do STF, que veem isso como uma manobra – a federação, nesse sentido, seria tão efêmera que se resumiria, de fato, a uma coligação eleitoral.


O julgamento do STF sobre a Ficha Limpa

Já em relação à Lei da Ficha Limpa, a decisão do STF terá o poder de tirar ou não da disputa políticos condenados no passado. A lei diz que uma condenação por um tribunal colegiado (de segunda instância ou superior) deixa a pessoa inelegível por 8 anos “após o cumprimento da pena”.

Boa parte do mundo político, no entanto, contesta a forma como a regra tem sido aplicada pela Justiça Eleitoral, que acaba por acarretar um prazo efetivo de inelegibilidade bem maior. Muitos juízes eleitorais entendem que o prazo começa a contar a partir do momento em que a decisão colegiada condenatória é proferida, perdura todo o período em que a pessoa recorre para derrubar a condenação, perpassa ainda o tempo em que ela cumpre a pena e, só após o fim desta, somam-se os 8 anos previstos na lei.

Uma ação apresentada pelo PDT em dezembro de 2020 pediu que o STF descontasse dos 8 anos de inelegibilidade após o cumprimento da pena justamente o período anterior, em que a pessoa ficou impedida de se candidatar porque estava recorrendo e cumprindo a pena.

Exemplo hipotético: o político foi condenado por um órgão colegiado em 2012, passou 10 anos recorrendo, até 2022, e logo em seguida passou a cumprir a pena, que durou mais 10 anos, até 2032. Nessa hipótese, a lei diz que ele deveria ficar inelegível mais 8 anos “após o cumprimento da pena”, o que permitiria uma nova candidatura dele só em 2040.

Na prática, se a Justiça Eleitoral, como vem fazendo, declarar que ele fica inelegível desde a sentença condenatória, esse político terá ficado fora das eleições por 28 anos. Para o PDT, é um tempo desproporcional, que viola direitos fundamentais da pessoa à vida política.

Os ministros vão decidir agora se deve haver esse desconto no tempo de inelegibilidade, para retirar dos 8 anos “após o cumprimento da pena” o período anterior em que ele também ficou fora das eleições, como consequência imediata da condenação e do cumprimento da pena.

No ano passado, o relator da ação no Supremo, Kassio Nunes Marques, acolheu essa tese durante um julgamento virtual (realizado de forma remota, com votos escritos). Luís Roberto Barroso, porém, divergiu e propôs um desconto menor, que abrangeria apenas o tempo consumido enquanto o político recorria (ou seja, entre a condenação colegiada e o trânsito em julgado).

O ministro Alexandre de Moraes pediu para levar a discussão ao plenário, para um julgamento presencial, no qual a votação agora recomeçará do zero. Dessa maneira, Nunes Marques e Barroso deverão apresentar novamente suas posições, de forma oral, e chegar a uma deliberação final com todos os outros 9 ministros.

A Gazeta do Povo apurou que a maioria tende a seguir Kassio Nunes Marques, que defende um desconto maior no tempo de inelegibilidade. No exemplo hipotético apresentado acima, essa solução implicaria na permissão de que o político condenado em 2012 concorresse em 2020. Caso eleito e depois condenado em definitivo, ele cumpriria a pena. Mas, enquanto ela durasse, não poderia mais disputar eleições – nesse caso, não por causa da Ficha Limpa, mas pela regra da Constituição que suspende os direitos políticos de pessoas que cumprem pena.

Há ministros, no entanto, que já defenderam não dar desconto nenhum no prazo de inelegibilidade. É o caso de Alexandre de Moraes, que defendeu uma aplicação mais rígida da lei num julgamento recente no TSE.

O placar tende a ser apertado e todos os olhos também estarão voltados para o ministro novato André Mendonça, que prometeu aos políticos, durante sua campanha para chegar ao STF, que seria um juiz “garantista” – ou seja, mais brando na aplicação de punições. Sua estreia será observada de perto e poderá indicar a que ala interna ele poderá aderir na Corte.

Propaganda eleitoral nos jornais
Ainda dentro da seara eleitoral, ainda está pautada uma ação que contesta regra da lei eleitoral que proíbe candidatos e partidos de fazer propaganda paga em sites de internet – a norma permite apenas que paguem por impulsionamento de conteúdos nas redes sociais.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ), autora da ação, diz que a propaganda paga deve ser liberada na internet porque funciona como meio de comunicação entre candidatos e potenciais eleitores, é uma forma de acesso à informação e configura “ferramenta essencial para viabilizar o financiamento dos veículos de comunicação”.

Outros julgamentos na retomada dos trabalhos do STF

Fora essas ações eleitorais, ainda há dois julgamentos relevantes pautados para a primeira semana de fevereiro. O primeiro deles, previsto para quarta (2), vai definir em que situações a polícia pode realizar operações para prender bandidos dentro das favelas. Em 2020, o ministro Edson Fachin proibiu as incursões durante a pandemia, liberando-as só em situações “excepcionais”. Agora, os ministros vão definir melhor o que isso significa na prática.

Além disso, também está pautada uma ação na qual o plenário decidirá se há necessidade de negociação coletiva entre uma empresa e o sindicato de uma categoria para demissões em massa. Em maio do ano passado, três ministros votaram contra (Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Marco Aurélio Mello) e dois votaram a favor (Edson Fachin e Rosa Weber). O mais provável é que esse julgamento seja adiado, para dar tempo aos demais.


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PT DIVULGA MUITAS FAKE NEWS

 

Liberdade de expressão
Fake news do PT sem censura: mentiras que viralizaram nas redes sociais
Por
Tiago Cordeiro, especial para a Gazeta do Povo

Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.| Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

“Junho de 2013, com o menor índice de desemprego de sua história e prestes a se tornar uma grande potência mundial, o Brasil é tomado por protestos incitados nas redes e nos veículos de mídia controlados pelos EUA”.

O post no Twitter, de janeiro de 2022, não é isolado: nas redes sociais, com a aproximação das eleições de 2022, mentiras sobre os 14 anos de governos do Partido dos Trabalhadores (PT) começam a viralizar com rapidez. Entre páginas simpatizantes do partido, as mensagens já estão disseminadas. E formam uma narrativa segundo a qual o período em que o partido governou foi marcado por crescimento econômico e prosperidade, até que um suposto complô de políticos e líderes aliados aos Estados Unidos teria derrubado a então presidente Dilma Rousseff em 2016.

Ainda segundo essa narrativa, Dilma teria sofrido impeachment depois de se recusar a liberar acesso de corporações americanas à camada pré-sal de petróleo. Até mesmo o ex-juiz Sergio Moro seria um enviado da CIA, a mais conhecida das agências de inteligência dos Estados Unidos.

“Agro é morte” é a fake news do MST. Saiba por que o agronegócio é essencial para o Brasil
Confira agora três alegações disponíveis nas redes sociais simpatizantes do PT e saiba se elas têm alguma conexão com a realidade.

  1. Oscilações no desemprego
    Um texto muito compartilhado nas últimas semanas, intitulado “Histórica linha do tempo até a destruição do Brasil”, sugere que os Estados Unidos interferiram no Brasil tanto quanto no Iraque, país que foi invadido em 2003. E pelo mesmo motivo: controlar a produção de petróleo. O conteúdo afirma que, em 2013, o Brasil apresentava “o menor índice de desemprego do mundo, 4,3%”. Também relata que “milhares de estrangeiros migram para o Brasil em busca de emprego”.

Na verdade, o Brasil não tinha a menor taxa de desemprego do mundo. O Japão, por exemplo, o índice estava em 3,9%. Nem há relatos de milhares de estrangeiros migrando para o país em busca de oportunidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo do período de governos do PT, entre 2002 e 2016, a taxa de desemprego oscilou de 12,3% em 2003, para 4,8% em 2014, e depois 11,5% em 2016.

Para quem cita a inflação para elogiar a suposta bonança dos anos Dilma, é sempre bom lembrar que, em 2015, sem pandemia, o índice foi de 10,67%. E que, assim que a presidente foi afastada, o indicador caiu para a faixa de 2 a 4%, entre 2017 e 2020.

  1. A morte de Eduardo Campos
    “Aécio estava em terceiro nas pesquisas e de repente o superjato biturbinado Cessna cai, mata Eduardo Campos e a vice da chapa passa a apoiar Aécio que vai ao segundo turno”, afirma o texto. A sugestão de que a queda do avião de Campos em Santos (SP) teria sido provocada não tem amparo nas investigações, que indicaram que o incidente foi resultado de falha humana e condições de operação inapropriadas.

Quanto à “vice da chapa”, Marina Silva, a ex-ministra do governo Luís Inácio Lula da Silva só apoiaria Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Ela, que era candidata a vice de Eduardo Campos e por pouco não entrou no avião que caiu, assumiu a candidatura a poucas semanas da votação.

Marina foi alvo de uma campanha de fake News do PT que o ministro Luiz Fux, em seu último dia como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018, caracterizou da seguinte forma: “A capacidade de viralização, de massificação de fake news, causa o derretimento de uma candidatura, e depois é absolutamente irrecuperável”.

A candidata, que estava bem posicionada nas pesquisas, sentiu o golpe e acabaria o segundo turno na terceira colocação. Em 2018, ela comentou: “As eleições de 2014 foram uma fraude. Uma fraude praticada pelos partidos que usaram dinheiro do caixa 2, que abusaram do poder econômico e da violência política”.

  1. Sergio Moro espião?

É comum entre as publicações eleitorais de seguidores do ex-presidente Lula a alegação de que Sergio Moro agiu como agente da CIA. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já afirmou: “Os Estados Unidos fazem guerra com o mundo por petróleo, invadem países, matam. Aqui, não. Só precisaram do Moro, que foi treinado no Departamento de Justiça norte-americano para fazer o desmonte de uma das maiores empresas do mundo”.

Não há nenhuma indicação de que Moro, agora pré-candidato a presidente, tenha recebido treinamento da CIA. Esses boatos começaram em 2009, quando o então juiz participou, no Rio de Janeiro, de uma conferência sobre lavagem de dinheiro envolvendo integrantes de forças policiais de diferentes países. Quanto à Petrobras, a Operação Lava Jato identificou que as irregularidades na empresa, identificadas no governo PT, podem ter chegado a R$ 42,8 bilhões. a empresa divulgou, em seu relatório financeiro, ter perdido R$ 6,2 bilhões.


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DESDE 2007 ANALISTAS DIZEM QUE VAI FALTAR ENERGIA ELÉTRICA E OS GOVERNOS NÃO TOMAM PROVIDÊNCIAS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Linhas de transmissão de energia.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em agosto de 2007 – portanto, há 14 anos e meio –, a Gazeta do Povo publicou editorial que, cotejado com a situação atual, mostra o quanto o Brasil, apesar das lições dadas pela realidade, tem dificuldade em aprender e não repetir erros do passado. No momento daquele editorial, já se prenunciava a grave crise financeira mundial que viria a explodir em 2008 e se espalharia pelo mundo causando enormes danos econômicos e sociais. No Brasil, havia certo otimismo naquele segundo semestre de 2007, com previsão de crescimento econômico e redução do alto desemprego então vigente. Alguns economistas fizeram repetidos alertas no sentido de que, se o Produto Interno Bruto (PIB) viesse a crescer 5% nos dois anos seguintes, o Brasil iria enfrentar um grave apagão elétrico já em 2010.

Terminando agosto de 2007, o país respirava aliviado com as abundantes chuvas ocorridas nos meses anteriores, as quais propiciaram a reposição dos reservatórios esvaziados durante um longo período de seca. O elevado volume de chuvas salvou o governo Lula de grande crise e criou as condições para a produção da energia necessária ao eventual crescimento do PIB em 2008 e 2009. Porém, não aprendendo com a situação, e aliviado com a volta das chuvas, o governo repetiu a eterna falta de investimentos no setor elétrico que poderia, conforme os alertas dos especialistas, levar a um apagão elétrico em 2010 capaz de abortar o crescimento econômico. O Brasil sabia o que era uma crise de grande magnitude, pois havia enfrentado um apagão elétrico em 2001 que, pela insuficiência de investimentos, culminou com a desastrosa falta de energia naquele momento do governo Fernando Henrique Cardoso. A população experimentou a escuridão e entrou em forte racionamento, inibição do crescimento econômico, aumento do desemprego e frustração quanto ao desenvolvimento social.

O governo Lula deixou de fazer o mais necessário para o crescimento econômico, que era o investimento em infraestrutura – em especial o investimento em capacidade de produzir energia –, para gastar com pessoal e custeio

Não custa repetir que a principal causa da pobreza é a falta de crescimento do PIB; logo, o principal fator para a redução da pobreza é o aumento sustentado do PIB a taxas superiores ao crescimento populacional. A estagnação do crescimento é fonte de sofrimento especialmente para os desempregados e os subempregados. Em agosto de 2007, havia um clamor pedindo mais crescimento econômico, tanto para amenizar a situação ruim do curto prazo como para colocar o país na rota do crescimento sustentado no longo prazo, e foi nesse cenário que os especialistas insistiam em alertar para o risco de apagão elétrico que ocorreria logo adiante, em 2010, caso a estrutura produtiva do setor continuasse com a insuficiência existente.

Como a energia sempre foi monopólio público ou reservado de mercado do setor estatal, a falta de investimentos governamentais em energia seria o gargalo impeditivo do crescimento necessário à redução do desemprego e da pobreza. Agora, passados 14 anos, o país pouco aprendeu com a situação de 2007, já não havia aprendido com o apagão de 2001, e assim fica a pergunta: há esperança de, após a economia ter sido abalada por duas tragédias – a pandemia do coronavírus e a crise hídrica –, não serem cometidos os mesmos erros de sempre? Na gestão Lula, o governo fez certas escolhas que, se ajudaram a amenizar alguns problemas a curto prazo, praticamente inviabilizaram o progresso estrutural, como ficou comprovado a partir de 2011, quando o crescimento econômico sustentado não se verificou, quadro que foi piorado pelos erros do governo Dilma Rousseff.


Entre as escolhas de Lula, vale lembrar que, nos cinco anos anteriores a 2007, o PIB brasileiro havia crescido à taxa média (arredondada) de 3% ao ano, mas os gastos públicos com pessoal e custeio da máquina administrativa atingiram 9% ao ano no mesmo período, e essa prioridade teve como correspondência o baixo investimento governamental em infraestrutura. O governo deixou de fazer o mais necessário para o crescimento econômico, que era o investimento em infraestrutura – em especial o investimento em capacidade de produzir energia –, para gastar com pessoal e custeio. Naquele momento, a dívida pública interna e externa estava em valor considerado alto como porcentagem do PIB e da carga tributária; logo, o governo não tinha espaço para contrair empréstimos destinados a cobrir um programa de obras públicas. Resumo: persistiu a insuficiência de investimento e, por consequência, a insuficiência de capital físico capaz de sustentar o crescimento.

A descrição daquela situação tem similitude com o momento atual. O texto daquele editorial de agosto de 2007 poderia ser reproduzido integralmente hoje, pois se aplica à situação atual do Brasil, com a ressalva de que a falta de chuvas e a pandemia foram catástrofes naturais, não geradas por ação de governo. O texto concluía dizendo que o país deveria pensar em quatro medidas profundas: 1. um forte programa para diminuir o tamanho da máquina estatal e seu volume de gastos; 2. ampliar rapidamente o espaço para o investimento privado nacional e estrangeiro nas áreas de infraestrutura; 3. acelerar o programa de privatização e concessões, incluindo as parcerias público-privadas; 4. reduzir a tributação sobre investimentos nas áreas mais críticas da infraestrutura. Algumas recomendações foram colocadas em prática desde então, mas em outros casos os problemas e os erros continuam se repetindo.


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MINERAÇÃO EM TERRAS INDÍGENAS É PROIBIDO MAS TRAFICANTES PODEM MINERAR

 

Comboio da Liberdade e a UnB

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Manifestantes contrários ao passaporte da vacina se reúnem diante do Parlamento canadense, em Ottawa.| Foto: Reprodução/Twitter

Este é um país que poderia ser uma grande potência, mas desperdiça potencial por burrice. Estava ouvindo o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, atualmente sem partido, que era do PCdoB, que já foi presidente da Câmara, mostrando que poderíamos ser um grande produtor mundial de diamantes. Sabe lá o que é isso. Tem uma reserva indígena em Rondônia, chamada Roosevelt, que produz muito diamante, são bilhões de dólares. Só que não entra nas contas do Brasil.

O diamante some, é explorado por contrabandistas. Investigação de 2020 da Polícia federal apontou um esquema que movimentava US$ 20 bilhões por mês. Houve outras anteriores, operações que remontam décadas.

Mesma coisa acontece com o ouro. Sabem por quê? A lei brasileira proíbe que haja mineração em terra indígena. Mas há mineração em terra indígena e o Brasil finge que não é com ele. Enquanto isso, tem PL sobre o tema parado no Congresso.

Tem ainda outro absurdo de que fiquei sabendo: estão abrindo comportas de reservatórios de hidrelétricas, que estão enchendo, mas que não chegaram no topo ainda. Será que é para faltar água quando parar de chover? E cobrar mais energia elétrica? O ministro de Minas e Energia podia dar uma olhada nisso.

Passaporte da vacina, conexão Brasília-Ottawa
Aqui em Brasília está o maior tititi na área universitária porque a universidade supõem-se que seja o lugar de luzes, de democracia, de liberdades. Só que a Universidade Brasília (UnB) não é.

Na saída do Mosteiro de São Bento, um aluno da UnB veio me falar preocupado que não vai poder ir à aula porque não tem o passaporte de vacina. A coordenadora da Faculdade de Medicina também pediu para sair do cargo. A decisão por exigir vacinação completa para ingressar em qualquer prédio da instituição foi tomada na quinta (27).

A professora Selma Kuckelhaus argumentou que “as vacinas disponíveis não impedem a infecção e tampouco o contágio, como demonstrado pelos inúmeros casos de infecção de indivíduos vacinados” e apontou incongruência na imposição do passaporte, em desacordo com a gestão. Sua posição: se a ordem da universidade é a exigência, então estou contra a ordem superior e caio fora.

Lá no Canadá, o “comboio da liberdade”, o “freedom convoy”, tomou conta da capital, também por causa desse totalitarismo do tal passaporte. E o chefe do governo, primeiro-ministro Justin Trudeau, caiu fora com a família.

O pior de tudo é que eu não vi, pelo menos até o domingo (30), nenhuma linha sobre Ottawa nos principais jornais do Brasil. É traição aos seus leitores, então omitindo notícias. Os caminhoneiros do Canadá estão fazendo história num dos maiores movimentos que aquele país já viu.

“Maquininha” com comprovante

De volta ao Brasil, Sergio Moro, pressionado pelo Tribunal de Contas pela tentativa de se fazer uma CPI e pelo Ministério Público, acabou divulgando quanto ele ganhou em um ano como consultor ao escritório Alvarez & Marsal, que atua na recuperação judicial da Odebrecht, OAS e Galvão Engenharia – todas envolvidas na Lava Jato. Deu mais de R$ 3,5 milhões; uns R$ 250 mil por mês. A gente olha o tamanhão desse valor e fica tirando conclusões.

E o presidente da República, Jair Bolsonaro, não foi ao depoimento que o ministro Alexandre de Moraes tinha exigido que fosse presencial. Para defender a ausência, a AGU se baseou numa decisão do próprio Supremo, de 2018, para que não houvesse condução coercitiva de depoentes na Lava Jato.  A Advocacia-Geral mostrou, ainda, que o delegado que investigou a invasão dos hackers nos computadores do TSE declarou que não havia sigilo na investigação, mas o ministro Alexandre de Moraes acabou trazendo de volta à cabeça do eleitor a preocupação das invasões.

A gente acabou lembrando de tudo que aconteceu, dos hackers no TSE. O Tribunal disse que não afetou nada, não afetaria contagem de votos, mas a gente sabe que é preciso uma garantia para o eleitor. E a garantia que se vê é tirar o recibinho assim como a maquininha do cartão de crédito dá para a gente: um recibinho para garantir que, no fim do mês, a conta do cartão vai bater com os comprovantes que a gente tem na mão.


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FALTAM VERBAS PARA RECUPERAR ESTRADAS

  1. Opinião 

Seguidos cortes das verbas para manutenção, reparos e ampliação podem comprometer uma malha rodoviária já desgastada

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

A cada ano do governo Bolsonaro tem ficado mais difícil, arriscado e caro o transporte pelas rodovias brasileiras. Ainda responsável por boa parte da malha rodoviária nacional, o governo federal investe cada vez menos na conservação e construção de estradas. Num ano em que, por decisão do Executivo, apoiado pelo Centrão, foram inteiramente preservadas as emendas do orçamento secreto que beneficia parlamentares, o orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é o menor dos últimos 10 anos. O aumento de estradas em mau estado de conservação aferido pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) é a consequência mais óbvia desse desprezo do governo pelos investimentos.

A crise fiscal, que a equipe chefiada pelo ministro Paulo Guedes não conseguiu debelar nem ao menos atenuar, tende a piorar com a passagem do controle do Orçamento para a chefia da Casa Civil, hoje ocupada por um notório membro do Centrão, o ministro Ciro Nogueira. Mudanças nas regras que limitam os gastos, como o rompimento dissimulado do teto de gastos e o calote de dívidas reconhecidas pela Justiça (os precatórios), estão entre as artimanhas do governo para tentar mostrar alguma consistência em sua política fiscal.

Além de prejudiciais para o equilíbrio das contas, artifícios como esses são insuficientes. Como ocorre há anos, parte dos problemas tem sido resolvida com o corte de investimentos, pois é a conta que o governo pode manipular com mais liberdade. Neste ano, o Dnit disporá de R$ 6,2 bilhões. Em 2012, a disponibilidade era de R$ 9 bilhões; em 2014, de R$ 10,7 bilhões. São valores nominais. Se os dispêndios dos anos anteriores forem corrigidos pela inflação, a perda será muito mais acentuada.

Num país em que a movimentação de mercadorias e pessoas é feita predominantemente por rodovias (esse modal responde por mais de 60% da carga movimentada em território nacional), o ônus da deterioração da malha rodoviária é alto. Custos maiores com combustível e manutenção dos veículos são um deles. Lentidão é outro. Há também mais despesas com acidentes que poderiam ter sido evitados se as estradas fossem melhores. 

A mais recente pesquisa da CNT constatou que quase um quarto da malha rodoviária brasileira pavimentada está em estado péssimo (6,9%) ou ruim (16,3%). Somando-se os trechos considerados apenas regulares, chega-se a 61,8% das rodovias com qualidade insatisfatória. Boa parte dos trechos considerados em condições boas ou ótimas é de responsabilidade de operadoras privadas, o que é, há muito tempo, uma prova de que, num país com o setor público em contínua crise financeira, a privatização é ainda mais vital do que em outros.

Mas, apesar do discurso privatizante com que o governo tem conseguido encantar quem está disposto a ser encantado por falsas promessas, pouco se avançou nas privatizações das rodovias federais nos últimos anos. Para este ano, a meta do Ministério da Infraestrutura é realizar o leilão de 14 rodovias. É um objetivo desafiador em ano eleitoral, sobretudo por envolver projetos de investimentos que ultrapassam R$ 80 bilhões. É sabido que o mercado de potenciais interessados é muito concentrado e boa parte já administra rodovias que exigirão investimentos pesados nos próximos anos.

Se o programa de concessões do governo tiver êxito, cerca de 30% da malha rodoviária pavimentada ficará sob administração de empresas privadas, como mostrou o Estadão. Ainda assim, as rodovias sob responsabilidade do setor público continuarão largamente predominantes, exigindo constantes investimentos para evitar sua degradação.

Os investimentos totais previstos no Orçamento da União para 2022 são proporcionalmente os mais baixos de toda a história. Perdendo seguidamente sua capacidade de investir, por não ter programa de ação nem, muito menos, visão de longo prazo sobre as necessidades do País, o atual governo não consegue atrair investimentos privados no volume necessário. Se não mudar esse tipo de gestão, o Brasil estará condenando sua economia a um desempenho pífio nos próximos anos.

 

O BRASIL GASTA 93% DO QUE ARRECADA COM DESPESAS DE PESSOAL

 

  1. Opinião 

O próximo presidente terá imenso trabalho para resgatar o Orçamento, hoje refém de interesses de parlamentares que exploram a pusilanimidade de Bolsonaro

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

A sanção do Orçamento deste ano reforçou a necessidade de uma reforma que garanta ao Executivo um mínimo de controle sobre o destino do dinheiro público oriundo dos impostos pagos pela sociedade. As despesas obrigatórias, que incluem gastos com servidores públicos e benefícios previdenciários e sociais, representaram mais de 93% dos dispêndios de 2021, segundo o Tesouro Nacional, ante 85% em 2008. A margem de gastos discricionários, cuja escolha deveria caber ao governo, cai ano a ano e tem sido cada vez mais consumida pelo apetite voraz dos parlamentares por meio de emendas, tudo com a animada cumplicidade de Jair Bolsonaro.

O sequestro do Orçamento não é um fenômeno exatamente novo. Tudo começou em 2013, ainda na gestão Dilma Rousseff, quando o Senado aprovou uma proposta que tornou impositiva a execução das emendas parlamentares individuais em um momento de crescente desgaste nas relações entre os Poderes. Na época, o Executivo empenhava as emendas, mas não liberava os pagamentos e privilegiava, evidentemente, as de autoria de congressistas do PT. Enquanto pôde, a base do governo conseguiu segurar o avanço dessa proposta, mas em 2015, assim que Eduardo Cunha assumiu o comando da Casa, a primeira emenda constitucional aprovada pelos deputados foi justamente a do Orçamento impositivo. Numa política de redução de danos, a gestão petista conseguiu assegurar que metade delas fosse destinada à saúde.

Se o início do problema remete a Dilma, a degradação da formulação do Orçamento teve um enorme impulso após a eleição de Bolsonaro. Estimulados pela jactância do ministro da Economia, Paulo Guedes, que se recusou a participar da elaboração da peça orçamentária no fim de 2018, o Congresso fez o que quis do péssimo slogan de campanha “mais Brasil, menos Brasília”, supostamente uma tentativa de descentralizar o uso de recursos pela União e elevar a autonomia de Estados e municípios. 

Como não há vácuo de poder, quando alguém se recusa a exercer as funções para as quais foi escolhido – caso de Bolsonaro, que nada produziu na Câmara e hoje é figura decorativa na Presidência –, outros o fazem. Foi o que o Congresso fez em 2019, ao aprovar duas emendas constitucionais que tornaram obrigatória a execução das emendas de bancada, de autoria coletiva, e das transferências diretas a Estados e municípios, conhecidas como “emenda pix” ou “emenda cheque em branco” por sua finalidade indefinida e não sujeita à fiscalização. Não satisfeito, o Legislativo criou ainda, por meio de uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), as emendas de comissão e as emendas de relator-geral, base do orçamento secreto, um esquema para assegurar apoio ao governo revelado pelo Estadão. No teatro que vem sendo encenado por Bolsonaro e pelo Congresso há três anos, entre vetos presidenciais mantidos e derrubados, a execução dessas despesas jamais foi bloqueada.

Nesse contínuo processo de degradação, o País chega a 2022 com um Orçamento que tem a cara de Bolsonaro: engessado por despesas obrigatórias e emendas paroquiais de R$ 35,6 bilhões, uma verdadeira orquestra de horrores regida pela batuta de um dos maiores líderes do Centrão, Ciro Nogueira (PP-PI). “O Parlamento está muito bem atendido conosco”, disse Bolsonaro, orgulhoso de seu próprio desleixo com o uso do dinheiro público. 

De fato, os congressistas não têm do que reclamar. A população que lide com os cortes em saúde, educação e infraestrutura em meio a uma crise em que não há crescimento nem emprego, mas não faltam recursos para comprar tratores superfaturados ou para conceder reajuste às forças de segurança, tudo em nome de votos. Caberá ao próximo presidente o desafio de reconstruir a relação entre Executivo e Legislativo sob outras bases que não a do clientelismo. Sendo a economia a ciência das escolhas e a escassez de recursos uma realidade inexorável, as prioridades devem ser baseadas no interesse da coletividade. Pelo futuro do País, o resgate do Orçamento pelo governo é que deveria ser obrigatório, não as emendas.

MARKETING DE INFLUÊNCIA FUNCIONA NAS EMPRESAS

 

Rahul Titus – Ogilvy

O Marketing de influência vem ganhando novos contornos no mundo todo. Enquanto na China, já se fala sobre romper a bolha deles, outros países já buscam a profissionalização dos criadores de conteúdo para extrair ainda mais o potencial deles. No Brasil, ainda há muito o que explorar nessa categoria, já que muitas agências e marcas não adotam métricas baseadas em resultados. De acordo com o chefe de influência da Ogilvy, para o The Drum, agências e criadores precisarão fornecer aos clientes uma transparência muito maior em relação a preços e medidas para que o Marketing de influenciadores realmente atinja a maioridade em 2022,

Segundo Rahul Titus, Gerente de Influência da Ogilvy, os profissionais de Marketing precisam saber que cada valor gasto em influenciadores está impulsionando o ROI. Para ele, a indústria está preguiçosa em não medir o resultado. Titus diz que, nos próximos 12 meses, influenciadores e agências terão que mudar de métricas de engajamento para métricas baseadas em resultados. Isso significa parar de aceitar capturas de tela dos dados de engajamento e sim utilizar ferramentas mais maduras.

Já o cofundador da agência influenciadora The Fifth, Oliver Lewis, aponta que 2022 representará um período de educação para os influenciadores descobrirem as compras ao vivo e entrarem no NFT e nos espaços virtuais. Lewis acredita que é o trabalho das agências e plataformas liderar a educação dos criadores.

Live Commerce

A Live Commerce é uma dessas estratégias que ainda precisam amadurecer no Brasil. Grandes marcas já vêm realizando Live Commerce e utilizando dos influenciadores para serem porta-vozes nessas apresentações. Com o carisma e uma legião de seguidores que acreditam nas recomendações dadas por eles, a ferramenta ganha ainda mais vigor: a conversão se torna natural e menos publicitária. Quando feitas no próprio perfil do influencer, a adesão é ainda maior.

Dados da Consultoria iResearch estimam que, este ano, o live commerce chinês feche o período anotando vendas superiores a US$ 130 bilhões. Isto equivale a mais ou menos oito vezes tudo o que o e-commerce do Brasil comercializa em um ano. Mais do que isso, o número representa uma expansão de 100% sobre as vendas registradas em 2020. Diversas consultorias convergem para o fato de que, em 2022, mais de 20% de todas as vendas digitais da China ocorram durante lives.

Com o poder de vender em suas mãos, os influenciadores se tornam estratégicos para lançamentos. E aí que começou a morar o problema na China. Eles dão as cartas como querem, pedem comissões e barganham os melhores preços para seu público.  Com alta força de persuasão, os influencers concentram o tráfego de vendas em seus canais, ao invés de direcionar o consumidor para o app do fabricante ou vendedor. A marca acaba por não ter mais o poder centralizado o que a deixa, de certa forma, refém dos criadores de conteúdo.

Por esse motivo, a China já está trabalhando para se libertar da dependência dos influenciadores, algo que ainda irá demorar para chegar no Brasil, já que por aqui, o número de influenciadores que aceitam qualquer condição das agências é grande. Os poucos que se desvencilham, são os que criam suas próprias marcas.

Diversificação de plataformas

O TikTok já ultrapassou o Google como a plataforma mais usada do planeta, o Pinterest está passando por um renascimento e o Twitch está atraindo 8 milhões de usuários mensais. As estratégias digitais que exigem que as marcas adotem uma estratégia individual para cada plataforma.

Titus acrescenta que, com a diversificação da plataforma, as estruturas da equipe devem ficar mais complexas nos próximos 12 a 18 meses, com mais funções sendo necessárias para apoiar uma campanha de marketing de influenciadores. Ele prevê que gastos extras serão canalizados para novas funções e equipes.

A tendência para 2022 é que o Pinterest se destaque perante os concorrentes, porque possui um bom SEO e conteúdo com longevidade. Diferente das outras plataformas em que é preciso criar conteúdo todos os dias para se manter relevante, nela ele se renova automaticamente.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon tem crescido exponencialmente, até o momento, tivemos 83.000 visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

CONFLITO ENTRE ISRAEL E IRÃ SAI DAS SOMBRAS

  Ataque do Irã contra Israel ...