quarta-feira, 30 de maio de 2018

TEMER JOGA A TOALHA PARA A GREVE DOS CAMINHONEIROS


Temer diz que não tem mais como negociar com caminhoneiros

Agência Brasil










Na última quinta-feira (24) o governo fechou acordo com parte das entidades representantes dos caminhoneiros

O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (29) que o governo “espremeu” todos os recursos para a atender as demandas dos caminhoneiros. Em entrevista ao programa Cenário Econômico, da TV Brasil, ele disse que não há mais o que negociar com a categoria e acredita no fim da paralisação até esta quarta-feira (30).
“Fizemos o que foi possível. Esprememos todos os recursos governamentais para atender os caminhoneiros e para não prejudicar a Petrobras. A essa altura não temos mais como negociar, o que fornecer. Tenho a impressão que entre hoje e amanhã isso estará normalizado”. O presidente citou ainda a determinação de algumas entidades representantes de caminhoneiros para que a categoria voltasse ao trabalho.
Uma delas foi a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). Em nota divulgada à imprensa, a entidade avaliou com sucesso a paralisação iniciada no dia 21 de maio. A entidade lembrou das negociações com o governo e do apoio popular e disse que se a categoria não voltar ao trabalho “tudo que foi conquistado corre o risco de se perder”. “Entendemos que daqui para frente só haverá prejuízo aos caminhoneiros, de modo que a CNTA e todas as entidades sindicais de sua base pedem a compreensão pelo fim da paralisação”, finaliza a nota.
Na última quinta-feira (24) o governo fechou acordo com parte das entidades representantes dos caminhoneiros. Foram 12 itens, incluindo o preço do diesel reduzido em 10% por 30 dias. No último domingo, no entanto, Temer voltou a negociar com a categoria e acordou uma redução maior por mais tempo: R$ 0,46 a menos nas bombas por 60 dias. O acordo firmado no domingo, e anunciado em pronunciamento presidencial no mesmo dia, também determinou a isenção da cobrança de pedágio para os caminhões que circularem com eixo suspenso em todo o país, dentre outros pontos.

CASA BRANCA E A COREIA DO NORTE EMPENHADOS PARA A REUNIÃO ENTRE TRUMP E KIM JOG-UN


Casa Branca se diz 'ativamente preparada' para encontro de Trump com Kim Jong-um

Estadão Conteúdo








A cúpula estava marcada para ocorrer em 12 de junho, em Cingapura, mas Trump escreveu uma carta para Kim Jong-un na semana passada dizendo que ele havia decidido "suspender" a reunião

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, afirmou nesta terça-feira que o governo dos Estados Unidos continua "ativamente preparado" para um eventual encontro entre o presidente Donald Trump e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

Trump confirmou que o general norte-coreano Kim Yong-chol, que cuida da relação intercoreana, está indo para Nova York para conversar com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Além disso, equipes de funcionários dos EUA chegaram à zona desmilitarizada coreana e em Cingapura para se preparar para a reunião.

A cúpula estava marcada para ocorrer em 12 de junho, em Cingapura, mas Trump escreveu uma carta para Kim Jong-un na semana passada dizendo que ele havia decidido "suspender" a reunião.

Porém, o governo americano vem gradualmente mudando o discurso. "Os norte-coreanos têm se engajado com os EUA", comentou Sarah Sanders.

Fonte: Associated Press.




SERÁ QUE O PETRÓLEO BRASILEIRO É NOSSO PARA USO DO POVO OU SOMENTE PARA O USO DO GOVERNO?


O país que aí está

Manoel Hygino 







A greve dos caminhoneiros incomoda o Brasil há vários dias, gerando repercussão altamente perniciosa aos que vivem neste país. Mais do que incomodar, causa prejuízos à confiança em quantos insistem em depositar boas expectativas sobre nosso futuro. O presente está aí, escancarado e doloroso, para quem atravessa tão tormentoso período, que poderia ser de tranquilidade e de realizações.
Tantos dias passados do início do movimento que paralisou o país, ele nos lembra, por óbvios motivos, como assinalei em escritos anteriores, aquele que resultou no relato de John Reed. O livro recebeu o título de “Dez dias que abalaram o mundo”, transformado em filme, enquanto se sepultava o corpo do autor junto ao de Lênine na base do Muro Vermelho do Kremlin.
Outras personalidades certamente estão, neste momento, descrevendo as dificuldades remanescentes da paralisação de maio; quando não a angústia da nação, com mais de 8 milhões e 500 mil quilômetros quadrados e enfrentando a borrasca, embora pudesse oferecer a seu povo paz e felicidade.
Mais de um século transcorrido, o Brasil vive problemas que já deveriam inexistir, tantos os exemplos que se colhessem no desenrolar da história, mas não o foram. No instante em que redijo estas mal traçadas linhas, o país segue parado, frustrando os que se esforçam para dar sequência à construção de um lugar melhor para viverem as vindouras gerações.
Oxalá não tenha êxito os inúmeros aproveitadores da situação, de todas as procedências e tendências. Porque milhões de trabalhadores se encontram ociosos, enfrentando vicissitudes sem encontrar meios de sustentar-se e à família.
]Somente agora se desperta para a dura realidade, para as causas múltiplas que geraram o caos anunciado e pressentido. A palavrinha de quatro letras – Caos – passou a fazer parte das manchetes das folhas que circulam, porque os patrícios que circulam pelas rodovias ou ruas já o padecem no sacrificado cotidiano.
Monteiro Lobato e os remanescentes da antiga luta do “Petróleo é nosso” devem sentir-se frustrados, porque o ouro negro, fator de progresso, resultou em inquietação. Esta poderia conduzir a desvios gravíssimos de conduta dos que não estão “nem aí” para os superiores interesses da pátria. Aliás, uma palavra pouco utilizada em tempos mais recentes.
Escondeu-se a verdadeira face do problema do petróleo. Se era fator de esperança, chegou a quase desastroso, pela insânia voraz dos maus brasileiros que não podem ver uma porta de cofre aberta
No domingo, 27 de maio, gente de todos os recantos se perguntava como seria o dia seguinte, diante da falta de meios de transporte e de combustíveis. Os médicos poderiam ir aos hospitais? E a enfermagem? E o bancário ou balconista? Domingo, em muitas cidades, não houve veículos coletivos. Mas era um dia para descanso. O seguinte, contudo, trabalho. Como fazer? Para Antônio Machado, omite-se presentemente, “a captura do Estado por oportunistas de todo tipo”.
Darcy Ribeiro dissera: “não gostamos do Brasil que aí está, tão espoliado pelos ricos e tão sofrido pelos pobres”.


COLUNA ESPLANADA DO DIA 30/05/2018


Novo risco

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 







A paralisação de três dias – quarta a sexta – dos petroleiros pode interromper a produção de combustíveis nas refinarias da Petrobras e causar estrago nas ruas maior que a dos caminhoneiros. A petroleira é responsável por 90% da produção no país. As reservas nas refinarias são escassas diante do alto consumo. Técnicos consultados pela Coluna informam que o cenário pode piorar se desligarem a produção: o ‘religamento’ do sistema envolve procedimentos que duram dias, e não horas. A paralisação foi anunciada pela Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT.
Rio-SP
Dois aeroportos não sofrem de imediato eventual paralisação. Galeão e Cumbica são abastecidos por dutos diretos de refinarias. E têm grandes tanques de reserva.

Efeito no campo
A Bahia Farm Show, maior evento do agronegócio do Nordeste, em Luís Eduardo, adiou a feira para 5 a 9 de junho, por causa da greve. E ainda corre risco.

Sem noção

Com milhares na fila para remarcar voos, e gente com galão nas costas nos postos, o ministro Carlos Marun gravou vídeo a bordo de jatinho da FAB defendendo o governo.

E agora, Paulão?
Quando o preço dos combustíveis subia diariamente, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), ria à toa, pois o ICMS é de 29% sobre os produtos. Hoje, com os postos ‘secos’, não dá uma palavra. Em tempo, o ICMS de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro sobre o combustível é de 12%.

Sem tabaco

A Agência Nacional de Saúde Suplementar realizará roda de conversa com funcionários para sensibilizar quanto aos danos causados pelo tabagismo e apresentar o Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.

Planejamento
O Rio de Janeiro poderia ter sofrido mais com a falta de combustíveis. Há 20 anos, a rede de GNV pulou de 19 postos na capital para 540 em todas as cidades. São mais de 1 milhão de veículos movidos a gás. O plano foi do então secretário de Energia, o engenheiro Wagner Victer.

Consultoria
Victer, hoje secretário de Educação, foi o consultor do gabinete de crise do Palácio Guanabara no fim de semana. E na contramão de outros estados, manteve aula na rede.

Dedo na tomada
Contrários à venda da Eletrobras, os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Danilo Cabral (PSB-PE) são autores, no total, de 102 emendas. Já o vice-líder do governo, Leonardo Quintão (MDB-MG), quer derrubar o texto do relator José Aleluia com voto em separado. Propõe que as ações das quatro principais subsidiárias da Eletrobras (Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul) sejam vendidas sem desestatizá-las.

Lei de Anistia
A revelação da CIA com a confirmação de que o ex-presidente Ernesto Geisel autorizou a execução de opositores do regime militar reforça a necessidade de revisão da Lei de Anistia. A afirmação é do ex-procurador-geral da República Cláudio Fontelles.

Sem Prescrição
O jurista diz que a Constituição de 1988 é clara: crimes como homicídio e tortura praticados por agentes do Estado não prescrevem: “O STF já se pronunciou, mas não houve trânsito em julgado. É hora de o Supremo Tribunal Federal se pronunciar”.

Profeta.
O ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto prevê que o Brasil terá uma “vistosa novidade” nas eleições de outubro. “Merecemos isso, pois estamos muito mais exigentes, muito mais vigilantes, muito mais responsáveis e conscientes das coisas”.

..Otimista
À Coluna, Ayres de Brito usa a metáfora “profundidade do poço” sobre desvios de condutas dos agentes públicos. “O Brasil tem identidade coletiva. Se de dia pessoas puxam o Brasil pela gola da camisa ou pela aba do paletó para dar um passo para trás, de noite o Brasil por conta própria dá dois passos para frente”, resume otimista.