domingo, 28 de fevereiro de 2021

NEGÓCIOS COM BITCOIN NO SHARK TANK

 

O maior negócio da história do Shark Tank (Tubarões), que pode torná-lo rico em apenas 7 dias! (Sério)

Shark Tank Brasil, programa apresentado no Canal Sony, Três melhores amigos da universidade apresentaram sua ideia para uma plataforma automatizada de negociação de Bitcoin chamada Bitcoin Rio. A ideia era simples: dar a oportunidade as pessoas comuns de lucrar com o boom do bitcoin. Mesmo que não tenham nenhuma experiência com investimentos ou tecnologia.

O usuário simplesmente faria um depósito inicial na plataforma, geralmente de $250 ou mais, e o algoritmo de negociação automatizado faria o trabalho. Usando uma combinação de dados e aprendizado de máquina, o algoritmo saberia o momento perfeito para comprar bitcoin com baixo valor e vendê-lo por um valor alto, maximizando o lucro do usuário.

Os empreendedores ganhariam dinheiro com a plataforma cobrando uma pequena comissão pelos lucros que os usuários geram. Eles pediram $200.000 para os Tubarões para 25% da empresa, avaliando a empresa em $800.000.

Para demonstrar o poder de sua plataforma, os empreendedores pediram para a Camila Farani depositar $250 ao vivo no programa.

Camila Farani depois de comprar seu primeiro bitcoin com a ajuda do Bitcoin Rio

“Ouvi falar sobre o Bitcoin e da enorme quantidade de dinheiro que é possível ganhar com ele, mas nunca comprei nenhum. Não tinha ideia de por onde começar. Foi muito fácil, só tive que usar o meu cartão de crédito para depositar dinheiro e a plataforma os comprou para mim”. A Camila disse.

Depois dela ter feito um depósito inicial de $250, a plataforma de negociação começou a trabalhar comprando na baixa e vendendo na alta. Em questão de 3 minutos, ela aumentou com sucesso seus fundos iniciais para $323,18. Isto representa um lucro de $73,18.

Os Tubarões começaram a ficar muito ansiosos para investir neste negócio

Todos os Tubarões ficaram imediatamente impressionados com a facilidade de ganhar dinheiro. A plataforma opera todo o trabalho de negociação automaticamente e, como o preço do Bitcoin é bastante volátil, existem inúmeras oportunidades de obter lucro.

O “Planeta Startup”, do Canal Sony contou uma história sobre como os brasileiros estavam lucrando com Bitcoin todos os dias

“Bitcoin está tão na moda, e se alguém como a Camila, sem ofensa, Camila, pode ganhar dinheiro com isso, estou dentro. Preciso ter um pedaço disso. Vou fazer uma oferta enorme, $2 milhões por 25% da empresa”. João Appolinário disse.

Antes de que os empreendedores tivessem a chance de responder a oferta do Appolinário, a Camila Farani interrompeu dizendo com um sorriso no rosto: “Aumentou para $398,42 depois de apenas 8 minutos”.

Após o caso de sucesso da Camila Farani, o João Appolinário recalcula sua oferta inicial

Embora neste momento todos os 5 Tubarões estivessem prontos para investir, rapidamente surgiu uma guerra de lances entre Caito Maia e João Appolinário. O Maia melhorou a oferta do Appolinário para $2,5 milhões para 25%, enquanto que o Appolinário respondeu com uma avaliação revisada de $2,5 milhões por 20%, avaliando efetivamente a empresa em $12,5 milhões.

Após algumas discussões, os empreendedores aceitaram rapidamente, tornando este o maior negócio da história do Shark Tank.

Decidimos colocar o Bitcoin Rio à prova, para ver se realmente as pessoas podiam ganhar dinheiro com a plataforma.

Rapidamente descobrimos que a plataforma cobra uma comissão de 2% dos lucros gerados pelos usuários e que para começar é necessário fazer um depósito mínimo de $250. Esse dinheiro será o seu investimento inicial, e o software de negociação o utiliza para negociar.

Além disso, aprendemos que o Bitcoin Rio ganha dinheiro comprando quando o preço sobe E quando o preço diminui. Isso é conhecido como venda a descoberto e a plataforma faz isso por você automaticamente.

Decidi me inscrever em uma conta no Bitcoin Rio, fiz o depósito inicial de $250 e ativei a minha conta.

MEUS RESULTADOS COM O BITCOIN RIO APÓS 7 DIAS

No programa, a Camila foi capaz de ganhar $73,18 de lucro após 3 minutos, para mim, demorou muito mais tempo. A plataforma demorou 20 horas para gerar um lucro de $80,19 e, mesmo assim, fiquei muito impressionado! Eu nunca tinha comprado o Bitcoin antes e nunca tinha operado em bolsa, mas pude obter lucros.

Dediquei aproximadamente 5 minutos por dia para revisar meus resultados e, depois de 5 dias, a plataforma tinha negociado para alcançar a impressionante soma de $630. Isso representa um aumento de 252% do meu depósito inicial. Eu estava começando a acreditar de verdade nessa plataforma.

Após 7 dias, o meu investimento inicial me forneceu $1.930. Neste momento, a minha mente começou a pensar em todas as coisas nas quais eu poderia gastar com esse dinheiro. Era mais dinheiro do que ganhei trabalhando essa semana e dediquei menos de 30 minutos revisando a plataforma.

Decidi manter minha conta ativa por 15 dias no total, pois queria ver até onde podia chegar. A minha conta finalmente chegou a um máximo de $7.380,10, mas teve uma negociação negativa de $79,51. Verifiquei os registros de minhas negociações e descobri que nem todas as negociações são lucrativas; na verdade algumas perdem dinheiro.

A plataforma não é mágica, mas depois de que 70% de minhas operações fossem lucrativas, o resultado líquido foi de $7.300,59 com meu depósito inicial de $250. Essa semana apenas me dediquei 30 minutos e não tinha absolutamente nenhuma experiência técnica e nem em investimento.

Como você pode observar na captura de tela abaixo, decidi usar a função “sacar fundos” para retirar os $7.300,59 da minha conta.

Como saquei facilmente meu dinheiro da minha conta do Bitcoin Rio

No total, ganhei $7.300,59 usando o Bitcoin Rio. Decidi sacar meu dinheiro para pagar umas férias no exterior. Quando voltar, com certeza irei reinvestir em Bitcoin Rio o dinheiro que sobrar das férias. É possível que até saia do meu emprego!

Nota: Demorou 48 horas para que meu dinheiro fosse depositado em minha conta bancária pessoal.

OS TUBARÕES SIMPLESMENTEM AMAM O BITCOIN RIO

“O Bitcoin Rio foi o maior investimento que eu já fiz! Só neste ano o negócio cresceu mais de 2,400%. E como usuário da plataforma, os lucros que obtive negociando com Bitcoin em piloto automático virtual aumentaram 320%.” – João Appolinário

“Eu perdi o investimento do Bitcoin Rio, pois os empreendedores escolheram o João Appolinário, mas tenho feito grandes rendimentos como usuário da plataforma! Meu rendimento como usuário foi superior a 630%, o que é muito maior do que qualquer coisa que eu fiz aqui no Shark Tank”- Caito Maia

“Passei de ser alguém que só ouvia falar em Bitcoin a me tornar um multimilionário em apenas três meses. Eu gostaria de ter oferecido mais dinheiro para investir no negócio, mas estou extremamente feliz por ter decidido me tornar um usuário do produto.” – Cristiana Arcangeli

“Continuo em choque, depositei $250 ao vivo no programa e em apenas 3 minutos obtive um lucro de $73,18. Esse é o maior e mais rápido retorno que eu já vi depois de 3 minutos. Isso é legítimo.” – Camila Farani

“Para mim, o Bitcoin Rio revolucionou o mundo dos investimentos. Abandonei quase completamente a minha carteira de ações habitual e passei para o Bitcoin. Com o Bitcoin Rio, é possível ganhar mais dinheiro, mais rápido, mais fácil e sem nenhum conhecimento prévio sobre investimentos ou bitcoins.” – José Carlos Semenzato

EXPERIMENTE O BITCOIN RIO POR SI MESMO

No momento, o Bitcoin Rio está permitindo que nossos leitores experimentem a plataforma com um depósito inicial mínimo de apenas $250. Você pode sacar esse valor a qualquer momento.

Devido ao enorme aumento da popularidade da plataforma de negociação, é possível que esse depósito mínimo inicial aumente!

É importante que você se inscreva no Bitcoin Rio imediatamente, pois não sabemos quantos vagas estarão disponíveis.

Você pode depositar na sua conta via cartão de crédito ou transferência bancária.

Há três passos para começar:

1. Inscreva-se para Obter um Conta Grátis

2. Deposite o Mínimo de $250

3. Use a Plataforma Bitcoin Trading para Obter Lucros

Nota: Você pode sacar seus lucros ou depósito inicial a QUALQUER MOMENTO, usando o botão “Sacar” que está dentro da plataforma

Passo 1: Inscreva-se para Obter um Conta Grátis

Passo 2: Deposite o Mínimo de $250

Passo 3: Use a Plataforma Bitcoin Trading para Obter Lucros

RESULTADOS DE LEITORESLUCRO: $14.851“Estive usando a Bitcoin Rio por 2 semanas, eu já consegui transformar meu depósito inicial de $850 para $14.851. That is far more than I make at work.”Stefano Silvestre
São Paulo SP
LUCRO: $24.553“Já atingi mais de $20.000 de lucro usando a Bitcoin Rio. Porque eu consigo usar em meu laptop, eu estive viajando pelo Brasil e ganhando dinheiro todo esse tempo!”Bruno Castro
Fortaleza CE
LUCRO: $59.634“É muito fácil de se usar, até mesmo para mim! Eu nunca tradei antes, mas estou fazendo $15.000 por semana e adorando!”Cintia Monteiro
Rio de Janeiro RJ
LUCRO: $112.197“Eu finalmente consegue sair do meu trabalho, graças à Bitcoin Rio. Eu fiz tanto dinheiro, é muito fácil!”Caio Gomes
Atibaia SP
LUCRO: BRL 20,151“Eu apenas usei a Bitcoin Rio por 2 semanas e já paguei minha viagem para a Europa.”Marcela Cassanti
Petrópolis SP
LUCRO: $157.136“Eu me juntei com meus melho„ Bitcoin Rio uporabljam šele 2 tedna in že si lahko privoščim izlet po Evropi!“res amigos e juntos atingimos o jackpot depois de apenas 3 semanas. O robô de trading faz todo o trabalho para você. Junto fizemos mais de $33.000 por semana.”Henrique Pascoale
Manaus AM
LUCRO: $32.872“Meu namorado me contou sobre a Bitcoin Rio e ela mudou minha vida. Estive fazendo $6.000 por semana por mais de um mês, com menos de 30 minutos por dia de trabalho por dia.”Lúcia Ferrante
Cascavel PR
Siga os 3 Simples Passos para Começar:Passo 1:BAbra uma conta de graçaPasso 2:Deposite o mínimo de $850Passo 3:Retire seus lucros para seu banco!

DEPUTADOS QUEREM DISCIPLINAR A IMUNIDADE PARLAMENTAR

 

Após derrota no plenário, Lira diz que imunidade parlamentar ‘não é plena’

O presidente da Câmara afirmou que PEC dará ‘caminho’ para a Justiça em caso de prisão de deputados

​Fabrício de Castro, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Após sofrer a primeira derrota em plenário desde que assumiu o comando da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), fez neste sábado, 27, uma nova defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da imunidade parlamentar.

Segundo ele, a proposta é necessária para que se regulamente o artigo 53 da Constituição, que trata da inviolabilidade de deputados e senadores por opiniões, palavras e votos. Desta forma, segundo Lira, será possível “dar um caminho” à Justiça em casos como o do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso após ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Arthur Lira participou de um evento virtual do Grupo Prerrogativas, que reúne profissionais da área do Direito. Foto: Reprodução YouTube

“Não pudemos regulamentar este artigo, para dar um caminho, porque o Congresso errou em não regulamentar. Tem que regulamentar. Tem que discutir um caminho, para que haja punição exemplar”, disse Lira, durante evento virtual do Grupo Prerrogativas, que reúne profissionais da área do Direito. 

“O direito à imunidade de voz e de voto é do parlamentar. Se perdermos isso, teremos perdido 95% da democracia”, acrescentou o presidente da Câmara.

Os comentários surgem após Lira ter sido obrigado a adiar, anteontem, a votação da PEC no plenário da Câmara dos Deputados. Sem acordo com os partidos, criticado no Supremo e pressionado nas redes sociais, ele decidiu que a proposta passará, primeiro, pelo crivo de uma comissão especial.

Por limitar as situações em que os parlamentares podem ser presos e proibir o afastamento do mandato por ordem judicial, a proposta foi apelidada por “PEC da Blindagem” nos corredores de Brasília. 

Lira, no entanto, afirmou que, ao manter a prisão de Silveira, a Câmara deixou claro que não existe “imunidade ilimitada”. “A imunidade parlamentar não é plena. Ela tem limites. E quando os limites ultrapassam a linha da democracia, do respeito às instituições, do respeito ao funcionamento do País – ele (Silveira) teve a votação da Casa para manter a sua prisão.”

O presidente da Câmara também criticou os apelidos que a PEC vem recebendo. “Não houve ‘PEC da Blindagem’, ‘PEC da Impunidade’. Ali a gente prevê prisão preventiva”, declarou.

Impeachment

Durante o evento virtual, Lira afirmou ainda que não teve “tempo nem oportunidade” de se debruçar sobre os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro que estão na Casa. Segundo ele, outros assuntos foram tratados nas primeiras semanas em que comandou a Câmara, neste mês. “Tivemos a primeira semana de acomodação. Tivemos a semana de votação da autonomia do BC. E tivemos a votação sobre o Daniel Silveira”, listou.

Ao mesmo tempo, Lira lembrou que o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) teve aproximadamente cinco anos para analisar os pedidos de impedimento, que já são dezenas. “Se Maia não abriu nenhum processo de impeachment, ele não viu motivo”, disse. “Vamos analisar no momento adequado.”

ENTREVISTA SOBRE CAPITALISMO E DEMOCRACIA

 

“O CAPITALISMO PRECISA DE DEMOCRACIA FORTE E INCLUSIVA PARA CONSEGUIR SE SUSTENTAR”

Professora mais disputada de Harvard prevê que a agenda de proteção ambiental e social vai prevalecer sobre autoritarismos porque é melhor para os negócios

Texto: Luciano Huck, especial para o Estado

Huck conversa com Henderson, para quem a pandemia nos deu a oportunidade de repensar a educação

Esta semana, passamos dos 250 mil mortos pela covid-19 no Brasil, e a fotografia dos próximos meses não parece nada boa. De um lado, o contágio avança de maneira ainda mais violenta com novas cepas do vírus estrangulando a capacidade das UTIs nos hospitais; do outro, o negacionismo e falta de planejamento fazem com que a imunização da população avance lentamente demais, mesmo com toda experiência e capilaridade do SUS.

Desde o começo da pandemia venho publicando no Estadão conversas com pensadores, filósofos, professores e autores do mundo afora que possam contribuir no debate e iluminar o caminho pós-pandemia. De Yuval Harari a Esther Duflo, de Michael Sandel a Anne Applebaum, foram vários encontros inspiradores.

Hoje mergulho em um tema que me salta aos olhos e me faz pensar e refletir, o capitalismo. Nenhum outro sistema tirou tanta gente da pobreza, mas é evidente que ele não deu totalmente certo se levarmos em conta as enormes desigualdades que gerou – acentuadas ainda mais pela pandemia. Acredito que nossa geração tem a responsabilidade de reinventar o capitalismo a fim de curar as feridas causadas no século 20.

Por isso hoje trago para este espaço a professora e autora americana Rebecca Henderson. Ela simplesmente comanda o curso mais disputado da Harvard Business School e carrega o título de maior prestígio dessa universidade, honraria hoje limitada a apenas 25 acadêmicos.

Henderson é especialista em inovação e mudança. Virou a referência global nos temas de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), que são centrais na medição da sustentabilidade e impacto social dos negócios, que definitivamente entraram no radar dos grandes investidores – até mesmo no Brasil. Recentemente, ela lançou o livro Reimagining Capitalism in a World of Fire (Reimaginando o capitalismo em um mundo em chamas, em tradução livre), em que faz a defesa do capitalismo e, ao mesmo tempo, da necessidade de ajustá-lo para contemplar imperativos sociais e ambientais.

Na conversa a seguir, Henderson faz uma bela leitura dos nossos gargalos de desenvolvimento e detalha sua visão de mundo, um sopro otimista em meio a tanta notícia ruim. Ela acredita que a agenda ESG tende a prevalecer não só porque é a escolha moralmente correta, mas também porque é importante para o sucesso dos negócios. Lembra que regimes autoritários têm, por sua natureza, problemas de sustentabilidade. E esclarece por que o sucesso do capitalismo depende de uma sociedade civil fortalecida e de uma democracia genuína e inclusiva – justamente a equação que tem me levado nessa jornada de escutar-pactuar-agir que me anima a seguir adiante.


VEJA A SÉRIE COMPLETA ‘UMA CONVERSA COM LUCIANO HUCK’ :


Luciano Huck: Pessoalmente ainda enxergo o capitalismo como  o melhor sistema econômico. Nenhum outro sistema até hoje tirou tanta gente da pobreza quanto o capitalismo. Mas está claro que ele não deu totalmente certo. Basta observar as obscenas desigualdades que ele gerou e ficaram ainda mais evidentes depois da pandemia. Parte da missão da nossa geração é reinventar o capitalismo, um capitalismo 4.0 que cure as feridas causadas no século 20. Você navega muito bem por esse tema nas suas aulas e nos seus livros. Você poderia falar um pouco sobre isso? Como podemos construir um capitalismo justo e sustentável?

Rebecca Henderson: Concordo completamente com você. O capitalismo é incrível. Quando funciona como deveria, ele gera inovações formidáveis, empregos de boa qualidade e muitas oportunidades. Mas o capitalismo exige equilíbrio. Mercados livres e empresas livres são absolutamente fantásticos, mas precisam ser estruturados. Se você falar para um empresário “ei, faça dinheiro, sem regras, sem limites, apenas vá”, você o estará convidando a forçar salários para baixo, jogar lixo nos oceanos e rios, cortar todas as árvores, corromper políticos… Precisamos encontrar um equilíbrio entre o livre mercado, governos eleitos democraticamente, capazes e transparentes e uma sociedade civil forte. Não estou falando que “vamos nos amar” ou “tudo será sempre lindo”. Estou falando de encarar as coisas como uma negociação, em que cada um tem os próprios interesses. Os governos têm o papel de estabelecer regras. Os negócios têm um papel de criar empregos e inovação. E a sociedade civil tem o papel de manter esses dois entes sempre em xeque.

Luciano Huck: Existe em algum lugar do planeta alguma iniciativa pública ou privada que tenha saído apenas do campo das ideias e de fato esteja aplicando novos experimentos, novas fórmulas ao capitalismo?

Rebecca Henderson: Não estou falando de algo imaginário, isto é muito real. Um amigo uma vez me entrevistou acerca do meu livro e ele me disse “Rebecca, seu livro não deveria se chamar ‘Reimaginando o capitalismo’, deveria se chamar ‘Poderíamos, por favor, voltar ao capitalismo dos anos 50, só que sem a misoginia e o racismo?’.” Se você olhar para o que tínhamos nos EUA nos anos 50, era isso o que a gente tinha: um governo forte, um mercado forte e padrões de vida que cresciam de forma estável para aqueles na base da pirâmide de distribuição de renda. Era possível manter um emprego e construir uma família. Hoje, Alemanha, Dinamarca e Japão são sociedades com níveis baixos de desigualdade. Não existe uma imensa separação entre os ricos e os pobres, como vemos no Brasil e nos EUA. Há uma cooperação próxima entre os negócios e o governo e um nível elevado de investimento em treinamento e educação para o homem comum, não somente para as pessoas que nasceram com os pais certos. Hoje está na moda ser cruel em relação ao Japão, porque a curva de crescimento se manteve reta durante muito tempo, mas o Japão ainda é a 3.ª maior economia do planeta, imensamente produtiva, com níveis baixíssimos de pobreza. Não estou dizendo que qualquer uma dessas sociedades seja perfeita. Os EUA nos anos 50 tinham grandes problemas, especialmente nos tópicos de racismo e misoginia. Mas nós podemos criar um capitalismo que funcione para todos. Já aconteceu antes. Existem lugares no planeta em que isso está acontecendo. E podemos fazê-lo novamente.

Se você concentra poder e renda em um pequeno grupo, o crescimento econômico desacelera, as taxas de inovação desaceleram, e a raiva cresce”Rebecca Henderson

Luciano Huck: Algumas das personalidades mais admiradas das últimas décadas foram empreendedores que construíram empresas bilionárias a partir de criações que impactaram o cotidiano das pessoas. Steve Jobs, Bill Gates, Elon Musk… A meu ver, as cabeças mais admiradas nas próximas décadas terão um perfil distinto. Serão aquelas que conseguirem repensar o capitalismo, endereçar a pobreza extrema e solucionar, além das palavras, as disfunções das sociedades a nível global. Estou errado?

Rebecca Henderson:  Luciano, acho que você está completamente certo. Nossa ideia do que significa ser um líder vai mudar significativamente. Ainda vamos admirar pessoas que constroem grandes empresas e geram empregos, mas acho que vamos olhar para pessoas como Hamdi Ulukaya, o CEO da Chobani, uma empresa de iogurte, e pensar “esse cara é demais!”. Ele construiu uma empresa incrível, o iogurte é uma delícia, mas ele disse “eu sou um imigrante, vou me certificar que pessoas em dificuldade tenham empregos, salários decentes, oportunidades de promoção, que elas possam ser cidadãos plenos em nossa sociedade”. Ele diz: “eu sou um nômade e um guerreiro, sou hospitaleiro, mas jogo duro”. Esse é o tipo de homem de negócios que precisamos ver. Um dos meus heróis pessoais é Paul Polman, que foi CEO de uma das maiores empresas do mundo, a holandesa Unilever. Eu o vi trabalhar, e ele era simplesmente incrível. Ele era ao mesmo tempo um executivo agressivo à moda antiga e um líder que levava a sério o discurso de que, como a Unilever tocava um bilhão de pessoas por dia, a empresa era fundamental para melhorar o mundo.

Luciano Huck: O Terceiro Setor, a filantropia e o capital para o bem evoluíram muito nas últimas décadas. Eram tímidas iniciativas escondidas no subsolo das empresas e hoje são fundos bilionários de impacto e grandes corporações entendendo que pensar no próximo é o melhor jeito de pensar em si. O compromisso ESG, com o meio ambiente, o impacto social e a boa governança, agora ocupa a agenda dos grandes tomadores de decisão ao redor do mundo. Você é referência mundial nessa pauta ESG. O que você pensa sobre essa transformação?

Rebecca Henderson: É, de fato, a coisa certa e moral a se fazer. Mas há muito interesse próprio embutido nisso. Nós estamos destruindo os sistemas de suporte à vida do planeta, e isso não é bom para ninguém. E também não é nada bom para os empresários que as cidades sejam inundadas, que as secas arruínem as colheitas ou que os sistemas agrícolas entrem em colapso. Não é bom para os empresários que milhões de pessoas se percebam deixadas para trás e sintam raiva. Isso aumenta o risco de que surjam governos autoritários e extrativistas, de pessoas que chegam ao poder para enriquecer. Isso não é bom para os negócios. Ou seja, há um ângulo de negócios importante nessa guinada. Os dados indicam que tratar os trabalhadores com respeito, pagando um salário decente e dando-lhes liberdade para tomar decisões, é a melhor forma de administrar uma empresa. É o que eu chamo de sistema elevado de emprego. Quando você eleva o patamar da sua relação com os funcionários, você passa a ver a sua produtividade, criatividade e inovação crescendo drasticamente. Pode ser mais difícil, você vai ter de investir a longo prazo, vai ter de ser um líder realmente autêntico para fazer sua empresa seguir adiante, mas você não vai apenas sobreviver, você vai abrir mercados completamente novos.

Deixe-me lhe dar um exemplo. Tenho um amigo que deixou um emprego extenuante no setor de private equity para aceitar a posição de CEO de uma empresa de lixo. Não é algo sexy, mas ele queria fazer a diferença. Se nós encontrarmos uma forma como lidamos com os resíduos que geramos, podemos reduzir a quantidade de emissões em centenas de milhões de toneladas. Já na primeira semana, ele teve de lidar com um problema gigantesco. Todo o setor no qual a empresa atuava era imensamente corrupto. Tanto a empresa dele quanto seus competidores estavam descartando lixo de maneira ilegal ou enviando os resíduos para o exterior sem a devida identificação. As multas por violações eram mínimas, e a fiscalização era muito fraca. Ele anunciou que atuaria apenas dentro da lei e aumentaria os preços para cobrir os custos de fazê-lo. A maioria na empresa achou que ele tinha ficado maluco. Metade da equipe sênior pediu demissão. Alguns clientes desistiram. Mas a corrupção funciona melhor quando está escondida. Assim que ele tornou a decisão pública, muita gente reagiu e começou a se desdobrar. Os funcionários que ficaram estavam animadíssimos para trabalhar para uma empresa preocupada em fazer as coisas da maneira certa. Muitos clientes se mostraram dispostos a pagar mais. Os investidores passaram a apoiá-lo, porque passaram a acreditar que aquele modelo de negócios dominaria o mercado. E eles estavam certos.

Luciano Huck: Estamos vivendo uma necessária transformação de mentalidade das lideranças empresariais. De uma estrutura vertical onde um fala e outro apenas ouve, para algo mais aberto, maleável, democrático, mas não menos produtivo.

Rebecca Henderson: É apenas pensar nas coisas de uma forma nova. Em vez de pensar apenas em mim, agora pensar em nós e no que podemos criar juntos. É ver problemas como oportunidades para a criação de novos negócios. Pense no homem que criou a “carne do futuro”: ele teve a abertura de capital mais bem-sucedida dos últimos 20 anos porque encontrou uma forma completamente nova de ganhar dinheiro. Um amigo meu que é CEO teve um problema de saúde e perdeu a capacidade de falar – ele apenas consegue falar com grande dificuldade. E ele me disse “Rebecca, essa foi uma das melhores coisas que já me aconteceram, pois quando as pessoas vêm ao meu escritório perguntar o que deveriam fazer, a única coisa – literalmente – que eu consigo dizer é “o que você acha?”, e de repente eu descobri que as pessoas têm ideias das mais variadas, de todo tipo!”. A empresa começou a crescer muito mais rápido e hoje consegue pagar salários melhores e contratar mais.

Luciano Huck: O Brasil pode e deveria ser a maior potência verde do planeta, uma potência agroindustrial sustentável. Mas, enquanto governos e negócios mundo afora estão investindo na economia verde, os líderes brasileiros estão trilhando um caminho diametralmente oposto. O governo brasileiro não está tomando nem a mínima responsabilidade pela maior floresta tropical do mundo de forma séria. Que dirá administrar de forma inteligente, sustentável e moderna os trilhões de reais que existem ali. Qual deve ser o impacto desse novo capitalismo, o papel e responsabilidades dos governos e empresas em relação ao meio ambiente?

Rebecca Henderson: Eles devem ser parceiros no investimento no longo prazo. Nosso meio ambiente é um ativo preciosíssimo. E destruí-lo também vai destruir a saúde de milhões de pessoas. Hesito de falar do Brasil, Luciano, porque eu não sou brasileira, mas a cooperação que tinha sido obtida nas administrações anteriores, entre governo e empresas em relação à preservação da Amazônia, foi um dos grandes exemplos mundiais do que corporações éticas podem ser. A união de pecuaristas, clientes do mercado da soja e fazendeiros no solo, em busca de uma solução que funcione para todos, e que governos anteriores ajudaram a emplacar, é um dos maiores exemplos que já vimos do que progresso deve parecer no mundo. Podemos cortar as florestas, mas o que temos depois disso? Madeira queimada.

Espero que o legado da pandemia seja a constatação de que nenhum de nós está saudável enquanto todos não estiverem saudáveis”Rebecca Henderson

Luciano Huck: O Brasil está vivendo uma situação delicada. O governo incentiva e ameaça subsidiar o consumo de combustíveis fósseis. Indo na direção oposta das melhores políticas de geração de energia e sustentabilidade. A ciência mostra que precisamos ter emissões negativas a partir da segunda metade do século.

Rebecca Henderson: Incentivar a produção de combustíveis fósseis me parece moralmente errado e economicamente desastroso. Queimar combustíveis fósseis resulta em graves danos à saúde humana. Quando você queima carvão ou óleo, você joga na atmosfera partículas venenosas de, por exemplo, mercúrio e chumbo. Ou seja, você está destruindo a saúde humana aqui e agora. Além disso, você está contribuindo com o aquecimento global, o que naturalmente vai gerar imenso sofrimento no mundo. E é uma escolha econômica estúpida, porque significa investir em indústrias do passado. Fica claro que precisamos seguir em frente. Os maiores investidores do mundo estão começando a indicar para as empresas de suas carteiras que elas precisam reduzir as emissões de carbono. Estão tirando dinheiro de empresas petroleiras ou que não possuem planos de transição energética e colocando em tecnologias avançadas. Em muitos lugares do mundo, as energias renováveis estão sendo ofertadas a um preço significativamente mais barato do que os combustíveis fósseis. Pelo fato de os EUA terem sido lentos em abraçar essa trajetória, estamos vendo a liderança em energia solar e eólica indo para países da Europa e para a China. Fomos lentos em fazer a transição para veículos elétricos. Estamos tentando entrar nessa onda agora, mas ficamos para trás. Seria um erro gigantesco se o Brasil, que possui um espaço gigante para evoluir e pessoas brilhantes, decidir abraçar indústrias do século 20 em vez de olhar para novos caminhos.

Luciano Huck: Qual sua avaliação das métricas modernas de aferição de riqueza e desenvolvimento, como o PIB?

Rebecca Henderson: O conceito de PIB foi inventado há cerca de 100 anos. As pessoas eram mais pobres e fazia sentido pensar que a felicidade estava atrelada a quantas coisas elas possuíam. Mas agora sabemos que, assim que você tem uma renda que seja suficiente para você se manter, uma moradia segura, uma saúde decente e um emprego, a felicidade é determinada por uma série de outras coisas. As pessoas no Brasil são muito mais felizes do que deveriam ser, dado seu nível de renda. E as pessoas no Leste Europeu são muito menos felizes. Podemos especular a razão disso, mas ela não se resume a renda. Ao medir o PIB, estamos medindo apenas a produção recente, não estamos medindo os estoques de longo prazo. É como administrar uma empresa sem acompanhar o que acontece com seus ativos. Você pode prontamente aumentar o PIB cortando todas as árvores do país, mas você estará destruindo todos seus ativos de longo prazo. Hoje, a variação do PIB já não faz mais sentido como medida. Precisamos equalizá-la com medidas de igualdade, bem-estar social e preservação ambiental.

Parte da missão da nossa geração é reinventar o capitalismo, um capitalismo 4.0 que enderece as desigualdades e cure as feridas do século 20”Luciano Huck

Luciano Huck: O Brasil é um dos países mais desiguais do planeta, com uma enorme concentração de renda e uma elite que até hoje sempre foi acusada de não se comprometer de fato com a construção de um país menos desigual, principalmente na geração de oportunidades. Para um país que quer se desenvolver, combater a pobreza não é bom apenas para a consciência, mas também para o bolso. No seu trabalho mais recente, você lança o desafio de como oferecer um novo enquadramento intelectual e um caminho plausível para um capitalismo que perdeu seu compromisso com a liberdade e a prosperidade na busca obstinada de maximizar o valor do acionista. Você pode falar um pouco sobre isso?

Rebecca Henderson: Os comprometimentos normativos mais profundos do capitalismo, os valores que, na minha visão, conferem ao capitalismo sua legitimidade são prosperidade e liberdade para todos. Se o capitalismo colapsa, a ponto de que poucos de fato se tornam ricos e têm acesso a oportunidades, ele perde sua legitimidade moral, perde seu apoio político e, a longo prazo, torna-se ruim para aqueles que têm dinheiro. Os dados sobre isso são muito claros. Se você concentra poder e renda em um pequeno grupo, o crescimento econômico desacelera, as taxas de inovação desaceleram, a raiva cresce. O que faz uma sociedade mais próspera e rica no longo prazo é trazer todos para dentro da sociedade, dar chances a todos. Porque todos juntos podemos gerar ideias e riquezas de uma forma que o pequeno grupo que gostaria de controlar tudo nunca conseguirá. É por isso que acredito que no futuro as democracias ocidentais vão prevalecer e superar, por exemplo, a autocracia crescente da China. A situação de exclusão que vivemos agora é muito perigosa para o capitalismo.

Luciano Huck: Em muitos recortes do planeta temos visto a democracia em risco em função da ascensão ao poder de governos autoritários, negacionistas, de extrema direita e tecnopopulistas. Você enxerga a combinação capitalismo + democracia como a melhor e mais eficiente para buscar uma sociedade mais justa e sustentável?

Rebecca Henderson: Sim! Mercados livres precisam de política livre. Mas a única forma de o capitalismo se sustentar no longo prazo é em uma parceria firme com uma democracia genuína e inclusiva.

Luciano Huck: Você tem uma relação com o Brasil.

Rebecca Henderson: É verdade. Meu marido cresceu no Brasil. A mãe dele era uma refugiada polonesa e o pai dele era um americano que foi ao Rio de Janeiro abrir um escritório de uma companhia de seguros. Eles se conheceram e se apaixonaram. Ele nasceu nos EUA, mas dos 6 meses de idade até os 9 anos ele cresceu no Brasil. Acho que ele é um pouco brasileiro. Ele é muito amigável, aberto e ama pessoas. Fomos ao Brasil juntos alguns anos atrás e pensei “oh, é por isso que meu marido é assim” (risos).

Estamos vivendo uma necessária transformação de mentalidade das lideranças empresariais. Mais aberta e maleável, mas não menos produtiva”Luciano Huck

Luciano Huck: Como você enxerga o Brasil? E as nossas maiores potencialidades?

Rebecca Henderson: Quando estive no Brasil, tive a oportunidade de conhecer diversos empresários brasileiros que acreditam que reimaginar o capitalismo é algo central. Tive a grande honra de encontrar alguns dos principais executivos da Natura, CEOs envolvidos em criar uma aliança pelas florestas brasileiras, empreendedores que estão investindo em energias renováveis… Um deles descobriu um processo inovador que reduz drasticamente a energia necessária para produzir aço. Eles me descreveram um futuro para o Brasil imensamente promissor. Vocês têm os recursos, o espaço, a riqueza, uma população educada. Há oportunidade para crescer de forma sustentável – embora dizer “sustentável” pareça meio bobo –, ou melhor, de uma forma que renove o mundo e mostre o que o capitalismo pode ser de verdade. É possível criar uma sociedade justa e sustentável. Acredito que, de todos os países do mundo que têm essa oportunidade, o Brasil é o mais importante.

Luciano Huck: Você é professora, alguém que dedica seu tempo a compartilhar e ensinar conhecimento. Quais transformações no formato de ensino você acha que a pandemia vai impor?

Rebecca Henderson: Acho que a pandemia nos deu a chance de repensar a educação. Poderemos misturar o que há de melhor nos recursos digitais e o que há de melhor no ensino presencial. Todos os professores que trabalham em uma sala de aula têm acesso a vídeos e exercícios de todos os lugares do mundo. Agora, podemos levar a melhor educação para os lugares mais remotos. Não digo que isso será fácil, mas acho que é possível de uma forma que não era dez anos atrás. O retorno potencial é imenso.

Luciano Huck: Qual você acha que será o maior impacto da pandemia, na ótica econômica?

Rebecca Henderson: Acho que a pandemia nos mostrou que desigualdade não é só uma palavra. São pessoas reais que não estão conseguindo se manter e estão morrendo. Pessoas que não conseguem pagar seus aluguéis ainda que estejam trabalhando em tempo integral, que não têm benefícios de saúde ou recursos nos quais possam se ancorar. Acho que a pandemia colocou um rosto humano na igualdade. Que, em vez de se trancarem em belos escritórios, os gestores tiveram de encarar a realidade, de que possuem responsabilidade pelas pessoas que trabalham para suas empresas. E espero que isso traga compaixão. Sei que alguns empresários podem dizer “sabe, foi só quando vi as pessoas que trabalham para mim passando dificuldades em suas casas, com suas crianças no colo, que percebi a diferença que podemos fazer em suas vidas”. Viver em um momento como esse é pensar não só em quanto dinheiro conseguimos fazer e quão rapidamente podemos ser promovidos, mas “quem sou eu? e o que estou querendo fazer no mundo?”. Espero que o legado da pandemia seja a realização de que nenhum de nós está saudável enquanto todos não estiverem saudáveis. Nenhum de nós é rico enquanto todos não possamos ser prósperos e livres. E que isso dará início a uma mudança de mentalidade que é tão crítica se queremos criar uma sociedade melhor.

Luciano Huck: Somos um país de empreendedores. Qual a sua mensagem para essa comunidade Brasil afora?

Rebecca Henderson: Passei os primeiros 20 anos da minha carreira estudando mudanças em grandes corporações. Trabalhei para companhias como Kodak e Nokia. Os jovens nem conhecem mais essas empresas. Essas empresas viram o futuro e se recusaram a mudar. E ninguém as conhece mais. Estamos em um momento similar. Estamos diante de uma profunda mudança em como precisamos lidar com nossa economia se queremos que nosso meio ambiente sobreviva e nossa sociedade prospere. Esse é um momento de mudança. Não tenham medo disso. A mudança é sempre desconcertante. Mas as empresas que se negam a mudar morrem. Aquelas que abraçam a mudança são bem-sucedidas, fazem mais dinheiro e se divertem muito mais.

Luciano Huck: Muito obrigado pela conversa, professora.

HOME OFFICE DEVE SER UMA OPÇÃO PERMANENTE DO GOVERNO

 

Criticado por Bolsonaro, home office é adotado por 1 em cada 4 servidores públicos

Dentro do governo, 35 órgãos já aderiram ao programa que vai colocar o teletrabalho como opção permanente na administração pública

Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Um em cada quatro servidores do Executivo federal terminou o ano de 2020 trabalhando em home office integral, a mesma modalidade adotada pelo presidente da PetrobrásRoberto Castello Branco, acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de ficar “11 meses sem trabalhar”. 

Home office
Presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, recém demitido por Bolsonaro Foto: Sergio Moraes/REUTERS

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Além disso, 35 órgãos do governo já aderiram ao programa que vai colocar o teletrabalho como opção permanente na administração pública. Quatro deles estão dentro do Palácio do PlanaltoCasa CivilGabinete de Segurança Institucional (GSI), Secretaria-Geral da Presidência e Secretaria de Governo.

A pedido do Estadão/Broadcast, o Ministério da Economia informou que havia 142.995 servidores federais do Poder Executivo em trabalho remoto integral no mês de dezembro de 2020, último levantamento realizado pela pasta. O número representa 23,8% dos 599,9 mil funcionários ativos no mesmo período.

Descontente com a política de preços de combustíveis adotada pela Petrobrás, Bolsonaro anunciou a demissão de Castello Branco do comando da companhia e passou a criticá-lo por, entre outros motivos, estar em regime de trabalho remoto. “O atual presidente da Petrobrás está há 11 meses em casa, sem trabalhar. Trabalha de forma remota. O chefe tem que estar na frente, bem como seus diretores. Isso para mim é inadmissível. Descobri isso faz poucas semanas”, afirmou o presidente na segunda-feira passada.

As declarações de Bolsonaro geraram indignação dentro da Petrobrás porque o presidente da companhia tem 76 anos e está no grupo de risco para a covid-19. Em sua primeira aparição pública após ser demitido, Castello Branco afirmou que o regime de teletrabalho gerou ganhos de produtividade e redução de custos, além de ter contribuído para diminuir a contaminação pelo novo coronavírus na empresa.

Os ganhos de produtividade e a redução de custos são justamente os efeitos buscados pelo Executivo federal ao adotar o trabalho remoto como prática permanente. No ano passado, o governo economizou R$ 1,5 bilhão ao deixar de gastar com diárias, passagens, conta de luz e água e cópias e reprodução de documentos, além de despesas com auxílio-transporte, horas extras, entre outros benefícios a servidores.

Economia

Para 2021, a previsão é poupar um valor ainda mais significativo, pois a migração definitiva para o teletrabalho vai permitir ao governo se planejar para a revisão de aluguéis e ocupação de espaços físicos.

Em dezembro, o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade, estimou que dos cerca de 600 mil servidores em atividade no Executivo, aproximadamente 200 mil estão em posições que, a princípio, se encaixariam no modelo de trabalho remoto. Não significa que todos eles migrarão para o home office. Antes disso, dois passos são essenciais: o órgão aderir, apontando quais atividades podem ser exercidas a distância, e o servidor manifestar desejo pela mudança.

Entre os 35 órgãos que já aderiram estão 11 agências reguladoras, Banco Central, os ministérios da Economia, do Desenvolvimento Regionalda Cidadaniade Minas e Energia, as quatro pastas abrigadas no Palácio do Planalto (Casa Civil, Secretaria-Geral, Secretaria de Governo e GSI), além de fundações, institutos e superintendências ligadas a essas estruturas.

A implantação do chamado Programa de Gestão (PGD) inclui o trabalho realizado de forma presencial, híbrida e teletrabalho. Oito órgãos já concluíram a implantação do sistema informatizado que fará a gestão do PGD.

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