sexta-feira, 30 de junho de 2023

O RELACIONAMENTO DEMOCRÁTICO DE LULA COM DITADORES FAZ PARTE DA DEMOCRACIA RELATIVA DELE

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, durante encontro realizado em maio deste ano no Palácio do Planalto em Brasília.| Foto: EFE/Andre Coelho

“Quando eu uso uma palavra, ela significa o que eu desejo que ela signifique, nem mais, nem menos”, dizia Humpty Dumpty, personagem de Alice através do espelho, de Lewis Carroll. Uma ideia que foi desenvolvida por George Orwell com a “novilíngua” de 1984 e que volta à tona graças ao presidente Lula, que, para defender o ditador venezuelano Nicolás Maduro, seu parceiro ideológico, alegou que “democracia é um conceito relativo” durante entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira, horas antes de discursar no encontro do Foro de São Paulo, em Brasília.

O recurso, evidentemente, não é nada novo na esquerda, que abusou e ainda abusa do termo “democrático” inclusive nos nomes oficiais de ditaduras comunistas, como ocorrera na República Democrática Alemã (a antiga Alemanha Oriental) ou no Kampuchea Democrático (o Camboja sob o regime genocida do Khmer Vermelho), e ainda ocorre na República Popular Democrática da Coreia, a Coreia do Norte. Chamar ditaduras de democracias não é novidade nem para Lula, que em 2005 dissera que a Venezuela, já sob o jugo de Hugo Chávez, tinha “excesso de democracia”. Mas, infelizmente para o presidente brasileiro, seu poder sobre as palavras não é tão grande quanto ele gostaria que fosse.

Esse tipo de apoio a ditaduras latino-americanas, que já seria um problema por si só, indica também que Lula as enxerga como modelo para o Brasil

Qualquer cientista político que não esteja acometido de grave cegueira ideológica haverá de concordar que não basta a realização periódica de eleições para caracterizar uma democracia; é preciso que elas sejam limpas e livres. Mas não apenas isso: a democracia requer respeito a garantias e liberdades como as de expressão, de imprensa e religiosa; a tripartição de poderes, que funcionam sem relações de interferência ou subordinação, dentro de um sistema de freios e contrapesos; o império da lei, que prevalece sobre a vontade de qualquer detentor de cargo eletivo ou magistrado.

E, se é assim, em democracias dignas deste nome não se perseguem – seja ostensivamente, seja de forma mais sutil – adversários políticos do governo de turno, expurgando-os, cassando seus mandatos ou impedindo-os de participar de eleições de forma arbitrária, contornando a lei e o devido processo legal; não se amordaçam veículos de imprensa que prezam por sua independência e se recusam a se curvar a um governante ou a uma ideologia; não se absorvem os demais poderes, submetidos à hegemonia total do governante; não se desrespeita a liberdade religiosa, usando de todos os meios, de uma Justiça aparelhada a gangues paramilitares, para calar clérigos e banir entidades religiosas. São critérios objetivos que ajudam a avaliar se uma nação é ou não democrática – uma avaliação extremamente simples de se fazer quando se trata de regimes como o venezuelano, o cubano ou o nicaraguense.

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Apesar de tudo isso, também é preciso dizer que Lula, ao fazer declarações como a desta quinta-feira, não surpreende ninguém que não quisesse ser surpreendido. Nem ele, nem seu partido, jamais recuaram em seu apoio entusiasmado a carniceiros como Fidel e Raúl Castro, Hugo Chávez, Maduro ou Daniel Ortega. Mesmo durante a campanha eleitoral, enquanto vendia uma imagem de “democrata” e “moderado” que só foi comprada ou pelos muito incautos ou pelos que se empenharam em adotar uma versão extrema da chamada “suspensão da descrença”, Lula não deixou de prestigiar seus camaradas ideológicos, mostrando no que se tornaria a política externa brasileira assim que ele subisse a rampa do Planalto.

O problema maior, evidentemente, é que esse tipo de apoio a ditaduras latino-americanas, que já seria um problema por si só, indica também que Lula as enxerga como modelo para o Brasil. O “moderado” e “democrata” cujo partido montou esquemas de corrupção para fraudar a democracia brasileira não uma, mas duas vezes não disfarça a alegria de ver seus oponentes e aqueles que aplicaram a lei para colocá-lo na cadeia sendo, aos poucos, afastados da vida política. Enquanto isso, seu governo busca meios de controlar o discurso na imprensa e, especialmente, nas mídias sociais, seja em projetos de lei, seja por meio de órgãos de Estado como o “Ministério da Verdade” instalado dentro da Advocacia-Geral da União e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. No fim, tudo aponta para a certeza de que a atitude lulista em relação à democracia é levar a sério aquilo que Millôr Fernandes dizia como sátira: “democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”.


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LULA ABRE O FORO DE SÃO PAULO EM BRASÍLIA E COMO SEMPRE CRITICA DEUS E O MUNDO

 


Lula diz que não se sente ofendido por ser chamado de comunista e critica “ricos em submarinos”
Por
Carinne Souza – Gazeta do Povo


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante Foro de São Paulo| Foto: Reprodução / Twitter do PT

Durante o discurso no Foro de São Paulo, nesta quinta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não se sente ofendido por ser chamado de “comunista”. O evento começou nesta quinta e termina no próximo domingo (2).

“Nós não ficamos ofendidos por sermos chamados de comunistas. Ficaríamos ofendidos se nos chamássemos de nazistas, neonazistas e terroristas. Ser chamado de socialista ou comunista nos dá orgulho e, às vezes, a gente sabe que merecemos sermos chamados assim”, disse.
Ideias: Muitas pessoas ainda negam os males do comunismo
Lula foi o responsável pelo principal discurso no evento de abertura do 26º encontro anual do Foro de São Paulo. Ao longo de 35 minutos, o petista citou as dificuldades que a esquerda tem encontrado pelo mundo e falou sobre a necessidade de integração entre os povos da América Latina e Caribe para adentrar espaços ocupados pela extrema direita.

“É preciso que a gente rediscuta o discurso da esquerda. Muitas vezes, a direita tem mais facilidade do que nós com um discurso fascista. Na Europa, a esquerda perdeu o discurso para a questão da migração”, disse o petista.

Lula critica “ricos em submarinos”
O presidente também voltou a criticar a desigualdade e a fome em seu discurso. De acordo com o petista, “é inaceitável que crianças morram de fome enquanto ricos paguem passagem de foguete e de submarino”.

Lula fez referência aos passageiros do submarino Titan, da empresa OceanGate, que morreram na última semana após fazerem uma expedição para visita os destroços do Titanic. A viagem era feita por cinco milionários que pagaram cerca de R$ 1 milhão para realizar o tour.

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Críticas e elogios a Chávez
Criticado por homenagear ditadores como Fidel Castro e Hugo Chávez, acusados de crimes políticos e contra os direitos humanos, Lula tentou legitimar o Foro ao fazer críticas ao antigo ditador venezuelano. De acordo com o petista, Chávez foi impedido de fazer parte da organização nos anos de 1990.

“No nosso segundo encontro, Chávez quis participar [do Foro] e nos não deixamos. Na época, ele tentou dar o golpe na Venezuela e nos não deixamos. Falamos ‘você não é democrático e não vai participar'”, disse Lula. Ainda de acordo com o mandatário brasileiro, todos os membros da organização tinham essa consciência.

Em seguida, Lula voltou atrás e elogiou o “companheiro Chávez”. O mandatário brasileiro revelou que “admirava” o ditador venezuelano porque ele “fazia críticas pessoalmente e elogiava em público”.

Hugo Chávez passou a integrar o grupo anos depois após chegar à presidência venezuelana. Chávez foi eleito em 1998 para um governo que deveria ter durado um mandato de cinco anos, mas ficou 14 anos no poder depois que a Constituição venezuelana sofreu diversas alterações para que ele não perdesse seu posto.

Em 2009, Hugo Chávez criou uma emenda constitucional que permitia reeleições ilimitadas e, enquanto estava à frente do país, falava em ser “presidente até 2030”. O mandatário venezuelano só deixou o cargo em 2013, quando morreu de câncer. O governo chavista foi marcado por uma série de acusações de crimes contra os direitos humanos e pelas mortes de manifestantes.

Cobranças à esquerda

Em meio ao pronunciamento que elogiava a união do Foro de São Paulo, o petista fez uma série de críticas veladas a parceiros da esquerda. “Entre amigos, a gente conversa pessoalmente e não faz críticas públicas, porque as críticas interessam à extrema-direita, não ao povo”, declarou.

“Se nós tivermos algum problema com algum companheiro, a gente, em vez de criticá-lo publicamente, tem de conversar pessoalmente. Eu sou presidente, mas nenhum de vocês está proibido de fazer crítica a mim”, disse.

“Muitas vezes, nós da esquerda latino-americanas nos autodestruímos porque utilizamos nossos adversário, através dos meios de comunicação, para falar mal de nós mesmos, para tentar nos destruir e mostrar os defeitos. As virtudes nunca são mostradas”, declarou.

Foro de São Paulo
Fundado em 1990 por Lula e o antigo ditador cubano Fidel Castro, o Foro de São Paulo foi criado com o intuito de reunir a esquerda na América Latina após o colapso da União Soviética. Em 33 anos, a organização se consolidou como uma força que tenta impor pautas de esquerda ao subcontinente, apoiou grupos criminosos como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e faz vistas grossas a ditaduras.

Em seu pronunciamento, Lula relembrou a criação da organização e classificou o Foro como “uma bênção”. Em 1985, eu tinha consciência de que a gente jamais poderia chegar ao poder pela via do voto e pela via democrática, era uma coisa que eu tinha na cabeça naquele momento: ‘não é possível que um operário seja presidente pelo voto’. [Quando eu criei o Foro] eu falava que era preciso criar um mecanismo que evoluísse a consciência política das pessoas para elas votarem na gente”, disse.

O petista contou que a ideia da criação do Foro surgiu de quando ele fazia uma viagem a Cuba, no final dos anos 80. “Eu e Marco Aurélio conversávamos com Fidel Castro e falamos da possibilidade de fazer uma reunião com a esquerda latino-americana. Na época, os partidos eram pequenos e lutavam para ganhar espaços em seus países”, afirmou o petista.

Atualmente, organização reúne 123 partidos de esquerda de 27 países latino-americanos e caribenhos. Em solo brasileiro, de acordo com o site da organização, o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) estão na lista de associados ao grupo. Procurada pela reportagem, no entanto, a assessoria do PDT que informou que não faz mais parte do grupo, ainda que o nome do partido conste na lista de associados no site do Foro de São Paulo.


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FUNDADO POR UM NAZISTA TENDO A MARRETA COMO TORTURA É O GRUPO WAGNER NA RÚSSIA

 

Mercenários
Fundado por nazista, com marreta para tortura: as entranhas do Grupo Wagner

Por
Eli Vieira – Gazeta do Povo

Vladimir Putin, presidente russo, visita a fábrica de merenda escolar do empresário Yevgeny Prigozhin em setembro de 2010.| Foto: Governo da Federação Russa

“Wagner: Por dentro do exército privado de Putin” explora a formação e ações do Grupo Wagner, uma organização paramilitar privada russa.
Revela a relação próxima do grupo com o Kremlin, apesar das negativas oficiais, mostrando seu papel em conflitos internacionais.
O documentário traz entrevistas exclusivas, imagens de drones e um olhar detalhado sobre como este grupo impacta a política global.


Um ex-assaltante de São Petersburgo recém-saído da prisão, ao testemunhar a queda do maior bloco socialista que já existiu, vê uma oportunidade. Ele abre um restaurante, o presidente do país (Vladimir Putin) logo se torna um cliente, realizando ali mesmo jantares cerimoniais com a presença de líderes como o ex-presidente francês Jacques Chirac e o americano George W. Bush. Aproveitando a nova amizade com Putin, o ex-assaltante logo passa a ser o principal fornecedor de merenda para as escolas da capital do país, além da ração militar para soldados. O dinheiro é fácil e volumoso, cerca de US$ 3 bilhões (R$ 18 bi na cotação atual, com inflação) só entre 2011 e 2019, segundo o jornal Current Time. O monopólio em contratos de licitações se expande para construção, a organização lembra a máfia.

Com o passar das décadas, o ex-presidiário continua farejando oportunidades, até se tornar a principal cabeça por trás de um grupo de mercenários empregado no conflito da Síria e na Guerra da Ucrânia. Em um país sem liberdade de expressão, ele critica abertamente o Ministro da Defesa e até arquiteta uma ameaça de tomada militar do governo, tudo para dar meia volta, sem sofrer retaliação dos ameaçados e insultados.

Como ainda usa um linguajar de um rapaz comum das ruas de São Petersburgo, com piadas chulas, insultos abertos aos adversários, além de um tino afiado para o marketing, ele tem um apelo popular comparável ao de Donald Trump. É possível até que aquele velho amigo do restaurante, Vladimir Putin, hoje estremeça ao pensar do que mais ele é capaz.

Essa é a história real de Yevgeny Prigozhin, 62 anos, contada no documentário “Wagner: Por dentro do exército privado de Putin” (Java Films, 2023 — ainda não disponível em plataformas de streaming). É um filme com apenas uma hora de duração, mas denso em detalhes. A direção de Raphaël Pellegrino se permite alguns poucos floreios, como a alternância de tempo na narrativa, mas não tem tempo para gorduras: especialistas franceses e testemunhas oculares dão uma sensação de nutrição informacional ao espectador, que termina saciado e, se sensível, profundamente perturbado.

A origem do Grupo Wagner
Três ex-empregados como mercenários de Prigozhin são entrevistados: dois grisalhos, que estavam lá no começo, Aleksandr e Marat Gabidoulline, exilados na França; e Viktor, um mais jovem que esconde o rosto e foi filmado na Crimeia.

O grupo de mercenários começou a se formar em 2014, quando separatistas de língua russa do Donbas, no leste da Ucrânia, tentavam a secessão. O Kremlin ajudava, fazendo propaganda que alegava que pessoas seriam mortas na região só por falar a língua russa. Aleksandr estava entre os seduzidos e recrutados entre os separatistas. Duas regiões declararam independência, e Putin viu a oportunidade para anexar a Crimeia.

A principal conexão do governo russo com o Grupo Wagner é a Diretoria Central de Pessoal das Forças Armadas da Federação Russa, antes chamada de Diretoria Central de Inteligência, conhecida pela sigla GRU. A unidade, que é parte do Ministério da Defesa, tem como principal elo comprobatório com os mercenários o fundador do grupo, Dmitri Utkin, que ela recrutou como um primeiro líder.

Utkin é, nas palavras dos entrevistados, um “valentão útil” de 1,90m. Após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, circularam entre simpatizantes de Putin tentativas de associar os ucranianos ao neonazismo. Quem tem foto na companhia de um neonazista, contudo, é Putin: o comandante Utkin tem tatuagens em homenagem aos genocidas alemães. Uma delas, acima da clavícula direita, é o logo da SS — organização paramilitar do Partido Nazista. Ele escolheu a alcunha “Wagner” para o grupo de mercenários porque é o nome do compositor favorito de Adolf Hitler.

A fundação do Wagner veio em 2015, na região de Krasnodar, sudoeste da Rússia, perto da Ucrânia. Com os mercenários, a GRU conquistou algo caro às suas atividades de inteligência militar: negabilidade plausível, caso quisessem executar ações como golpe militar na Ucrânia. Os uniformes eram russos, o treinamento era feito na base de Molkino, do Ministério da Defesa, mas nada disso era oficial.

A não-oficialidade do Wagner também em outras funções: o ex-mercenário Marat Gabidoulline conta que ele foi dispensado da carreira militar depois de assassinar um mafioso em 1993 e cumprir pena de três anos. A ficha criminal é problema nas Forças Armadas oficiais, mas não no grupo de mercenários — o recrutamento de fichas-sujas é um “jeitinho russo” para driblar leis e práticas do próprio país. Gabidoulline foi lutar na Síria em 2015, a favor de Bashar al-Assad contra os insurgentes jihadistas. Na época, eram 1500 mercenários ao todo.

Ele não é exceção: em setembro de 2022, Prigozhin, que até então negava ser o cabeça do grupo, foi às prisões recrutar mais mercenários para o front da Ucrânia e abriu o jogo: imagens o mostram cercado de presidiários, dizendo que é o chefe do Wagner, do qual eles já tinham ouvido falar. “Queremos os que gostam de lutar e precisam lutar”, diz ele. “O uniforme lhes permitirá fazer isso”. A campanha publicitária funcionou: em poucos meses, 40 mil presos se juntaram aos mercenários.

Como surgiu a rivalidade do Grupo Wagner com o Ministério da Defesa
Foi a negabilidade plausível a semente da discórdia entre Prigozhin e Sergei Shoigu, ministro da Defesa russo. Em 2018, na Síria, os americanos avistaram por satélite mercenários do Wagner que tinham como missão retomar campos de petróleo das mãos dos jihadistas para al-Assad. Em troca da defesa, al-Assad cedeu 25% dos lucros do petróleo para o grupo.

Os americanos ligaram para o Ministério da Defesa, perguntando se aqueles eram seus homens. O ministério negou. Assim, Washington sentiu-se livre para bombardeá-los. Cem deles morreram, 23 do grupo de Gabidoulline, que foi atingido por estilhaços e ficou com sequelas na perna esquerda. O ex-combatente se sente traído. “Sou mercenário, sim. Fui para lá por contrato. Não significa que a minha vida, o meu direito à vida, pode ser ignorado”, diz ele. Foi assim que o ex-oficial descobriu que ele e seus colegas eram bucha de canhão para o Ministério da Defesa e o Exército.

Os mercenários são 20% do contingente russo no conflito da Ucrânia. Mais motivados, são proibidos de bater em retirada. Em cada enfrentamento, cerca de 80% deles terminam mortos. E seus corpos são utilizados por Prigozhin em sua guerra de propaganda contra Shoigu e seu ministério. O empresário também aparece de capacete e colete à prova de balas, lançando petardos verbais contra o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a cada cidade conquistada, para realçar o contraste entre a sua atitude e a dos líderes no Kremlin confortáveis em seus escritórios. Um mestre da propaganda.

Atrocidades na África
Enquanto Prigozhin coloca seus homens no moedor de carne na Ucrânia e participa de aventuras como ameaçar tomar Moscou e desistir a 200km da capital, sem grandes retaliações de Putin, que o deixou partir para Belarus; é na África que o Wagner cresce de verdade.

A República Centro-Africana (RCA) e seu presidente, Faustin-Archange Touadéra, comem na mão dos mercenários. O documentário mostra os membros do Wagner andando pelas ruas sem pavimentação da capital Bangui. A câmera é escondida, pois três repórteres russos morreram por lá em circunstâncias suspeitas, em 2018.

O parlamentar Joseph Bendounga é taxativo: diz que o grupo Wagner é terrorista e que Touadéra “vendeu a alma para sentar na cadeira de presidente”, “um mero lacaio da Rússia”. Outro entrevistado mostra documentos que revelam os interesses de Prigozhin na região: em 2019, o presidente da RCA rescindiu misteriosamente um contrato com uma empresa canadense que operava em uma mina de ouro da região, na jazida de Ndassima. Três dias antes da reabertura das licitações, foi criada uma empresa chamada Midas Ressources, que fechou contrato. Em seu site, a empresa alega genericamente ter uma longa tradição ao redor do mundo. Mas um documento do Ministério de Minas endereçado a Touadéra deixa escapar um detalhe: “empresa russa”. O Departamento de Tesouro americano afirma que a Midas tem ligação direta a Prigozhin.

O Wagner também tem interesse em minas mais artesanais. Uma testemunha ocular entrevistada descreve uma atrocidade em uma mina de ouro de Aïgbado, vila no Leste da RCA. Helicópteros apareceram e começaram a alvejar civis (os únicos presentes no local). “Vi coisas terríveis. Pessoas cortadas ao meio por morteiros e projéteis. Mulheres e crianças perderam a vida. Outros morreram na minha frente com os ferimentos”, relata o homem, que agora se esconde na capital. “Nunca esquecerei”. Entre 65 e 70 pessoas morreram. O relato é corroborado por reportagem do jornal The Daily Beast.

O documentário também ouviu uma organização de apoio a mulheres vítimas de abuso, a Omica. O líder da ONG acusa os mercenários de dezenas de casos de estupro, inclusive estupro coletivo de 16 homens contra uma única mulher. Uma vítima que teve parentes e o marido morto e foi estuprada por quatro presta depoimento frente às câmeras. Com os laços do governo da RCA com o Wagner, é improvável que obtenham justiça.

O magnata hoje tem um grande conglomerado, o Concord Group, com cerca de 400 empresas em mineração, hotelaria e até mídia. Uma iniciativa midiática é a Internet Research Agency, que faz propaganda contra o Ocidente. Uma das mais notórias das campanhas de propaganda contra a França foi feita no Mali, também uma ex-colônia francesa. Tropas francesas estão no país, com a justificativa de combate ao terrorismo, desde 2013. Em abril de 2022, uma conta anônima no Twitter postou fotos e vídeos acusando os militares franceses de executar malianos e jogá-los em uma cova coletiva. Os franceses agiram rápido: mandaram um drone para fazer imagens aéreas. Nas imagens, homens de uniforme russo usam pás para montar a cena com cadáveres que obtiveram de outro local.

A marreta
Um objeto que se tornou símbolo do grupo Wagner é a marreta de demolição. Um dos primeiros registros de seu uso foi contra um desertor do exército de al-Assad na Síria, em 2017. As imagens mostram os mercenários esmagando os pés do homem, que tem identidade conhecida. Ele foi esquartejado, seus restos foram içados em um gancho e incinerados.

A marreta também foi usada contra um desertor do próprio grupo, Yevgeny Anatolyevich, que se identifica assim em um vídeo que circulou nas redes sociais no final de 2022. Logo após dar seu nome, dizer que nasceu em 1967 e fazer uma breve declaração, ele é esmagado.

Após a repercussão, Prigozhin publicou uma nota oficial comentando o caso: “Eles o mataram como o cão que ele era. Parabéns ao realizador. Belo trabalho. Dá para assistir numa sentada. Espero que nenhum animal tenha sido ferido na filmagem.” Em janeiro de 2023, mesmo mês em que acusou o Ministério da Defesa russo de traição, usando fotos de dezenas de mercenários mortos, ele presenteou os combatentes com uma marreta decorada com o logo do Wagner.

O documentário vai até logo antes da intentona abortada de Prigozhin contra o Ministério da Defesa. Desde então, Putin reconheceu que era o governo russo quem financiava o grupo Wagner.


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COMO TODO MUNDO JÁ PREVIA BOLSONARO FICARÁ INELEGÍVEL A PARTIR DE HOJE

 

Julgamento

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Ministro Benedito Gonçalves. relator da ação no TSE, votou pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro.| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Nesta sexta, Jair Bolsonaro vai ficar inelegível até 2030. Já está 3 a 1 – o único voto favorável foi o do ministro Raul Araújo, que ficou do lado da Constituição, do inciso IV do artigo 5.º, que diz que, não havendo anonimato, é livre a manifestação do pensamento. Isso vale para presidente da República também, e foi isso que Bolsonaro fez diante dos embaixadores no Alvorada, mostrando as suas desconfianças em relação à urna sem comprovante de voto. Ironicamente, quem apresentou a queixa ao TSE foi um partido que desde sempre defende o comprovante do voto. Desde que o seu líder máximo, Leonel Brizola, botou a boca no mundo para não ser prejudicado na contagem informatizada lá da Proconsult. Se não tivesse gritado, talvez ele não teria sido eleito governador do Rio de Janeiro.

O relator Benedito Gonçalves gastou 382 páginas para demonstrar que Bolsonaro praticou crime eleitoral, de abuso do poder econômico e poder político ao falar para os embaixadores estrangeiros, que não são eleitores no Brasil. De 3 a 1 o placar deve ir para 5 a 2. Supõe-se que Kassio Nunes Marques possa votar a favor dele, mas os outros votos são da ministra Cármen Lúcia e do ministro Alexandre de Moraes.

O que vai acontecer agora é que Bolsonaro vai ser turbinado. Estão dizendo que ele está sendo crucificado, vai virar Cristo alguém que já tem Messias no nome, e talvez seja um empuxe aí de ressurreição, porque ele não vai poder receber voto, mas cada vez mais é reforçada a possibilidade de ele eleger pessoas como tem feito até hoje. Elegeu governadores, elegeu senadores, elegeu deputados, é o que tem feito nesses dias.

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Nesta quinta-feira, o presidente Lula participou do Foro de São Paulo. Que muita gente, durante a campanha eleitoral, disse que não existia, que era uma invenção, mas não é. Está aí o Foro de São Paulo, criado por Lula, Fidel Castro e Hugo Chávez, como alternativa para o fim da União Soviética, para o marxismo continuar no terreno fértil da América Latina. Lula, talvez tão envolvido com o Foro de São Paulo, não teve tempo – pelo menos eu não vi – de declarar luto nacional pela morte de um herói, Alysson Paolinelli, que fez a revolução verde no Brasil, da agricultura tropical.

Agricultura, no mundo, só dava certo em região temperada. Mas Alysson Paolinelli e sua equipe da Embrapa converteram o Brasil no celeiro do mundo, evitando a fome que é motivo para guerras. Por isso ele foi indicado por duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz, e ganhou aquele que é chamado de “Nobel da Agricultura”, que é o World Food Prize, em 2006. Ele foi ministro no governo Geisel e foi três vezes secretário de Agricultura em Minas Gerais, onde o governador Romeu Zema e muitas prefeituras decretaram luto. Tomara que alguém pense em levar o nome dele para o Panteão dos Heróis, lá na Praça dos Três Poderes.

Ficamos muito orgulhosos em saber que nós somos capazes de produzir homens da estatura de Alysson Paolinelli. Eu quero fazer esse registro porque me orgulho de ter convivido com ele desde o início, quando chegou aquele jovem com quatro anos a mais do que eu. Ele tinha 37, 38 anos quando virou ministro da Agricultura. Um hectare no cerrado não valia um tostão furado. Hoje, o fruto é de grandes colheitas que dão equilíbrio para a balança comercial brasileira, para o nosso balanço de pagamentos, que trazem divisas que permitem que importemos e que cresçamos.


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O PELOTÃO DE FUSILAMENTO FOI MONTADO PARA LIQUIDAR O BOLSONARO

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


Partido de Bolsonaro criticou julgamento no TSE e diz que ação quer tirar o ex-presidente conservador de cena.| Foto: Isaac Fontana/EFE

Imagine-se, por não mais do que três minutos, o que estaria acontecendo se o réu a ser executado no julgamento do TSE, e transformado em pária “inelegível”, fosse o presidente Lula – e não Jair Bolsonaro. Por que não? Lula foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes. Bolsonaro não foi condenado por crime nenhum. Seria então muito razoável que Lula, e não o seu antecessor, fosse o homem que o TSE quer eliminar da política brasileira.

É melhor nem pensar num cataclisma desses. Lula inelegível, por violação da Lei da Ficha Limpa? O mundo viria abaixo. Os signatários da Carta aos Brasileiros estariam em absoluta crise de nervos. A esquerda iria pedir a intervenção da ONU no Brasil. O MST iria colocar o seu “exército” nas ruas para derrubar a condenação. Nos cinco continentes, os militantes do “campo progressista”, o Greenpeace e os bilionários socialistas estariam horrorizados com o que chamariam de maior agressão já feita contra a democracia desde as disputas da Grécia Antiga. Mas o pelotão de fuzilamento foi montado para liquidar Bolsonaro; nesse caso, vale tudo. A esquerda e os liberais do “Brasil civilizado” dizem que a condenação vai salvar a “democracia”. Fim da discussão.

O pelotão de fuzilamento foi montado para liquidar Bolsonaro; nesse caso, vale tudo.

Não importa, nesse caso, o que a lei manda que se faça – se importasse alguma coisa, Bolsonaro não estaria respondendo a processo nenhum, pois não fez nada de ilegal. Mas, como dizem os próprios autores da ação contra o ex-presidente, “os fatos” não devem contar nesse caso, nem a “letra fria” da lei. A “salvação da democracia”, no seu entendimento, deve estar acima dos fatos e da lei – é um bem supremo, e para preservar essa preciosidade 140 milhões de eleitores brasileiros devem ser proibidos de votar em Bolsonaro. Essa gente não sabe votar, na visão do STF-TSE e da esquerda nacional; tem de ser protegida dos seus erros pela autoridade superior.

Bolsonaro criou, segundo os acusadores, “um clima antidemocrático” no Brasil. Quis dar um “golpe”; não deu, mas provavelmente iria dar, ou deixou a impressão que daria, ou bem que poderia ter dado. É esse o “arcabouço” amplo e geral das acusações feitas contra ele. Nada disso é crime, obviamente, nem aqui e nem em lugar nenhum do mundo. Mas o ex-presidente está sendo julgado não pelo que fez, mas por ser quem é.

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Tudo serve, aí. Bolsonaro é culpado por criar “desconfiança” em relação às urnas eletrônicas – quando o próprio Congresso Nacional aprovou uma lei mandando substituir o sistema atual por um outro, em que os votos pudessem ser comprovados por escrito. Que desconfiança maior do que essa poderia haver? Dizem que as “minutas do golpe” indicam sua participação em planos para eliminar o “Estado de Direito” – um disparate tão óbvio que um ministro do próprio TSE achou a história toda sem pé e sem cabeça.

O ex-presidente é acusado, também, de ser “o responsável”, de um jeito ou de outro, pelos atos de violência em Brasília no dia 8 de janeiro – embora estivesse a 3.500 quilômetros de distância do Brasil neste dia, e não haja nem um átomo de prova material de que tivesse alguma coisa a ver com o que aconteceu. Mais que tudo, ele perdeu a eleição – é acusado de influenciar a votação com “o uso indevido” do poder, mas perdeu. Que golpe é esse?


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DEMOCRACIA RELATIVA DE LULA COPIADA DA DITADURA É UMA DITADURA DISFARÇADA

 


A democracia relativa de Lula, o super-homem inimputável

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Lula, o inimputável, chupando uma poncã, mexerica, morgote, bergamota ou mimosa. Sei lá!| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil


No começo do ano, quando Reinaldo Azevedo teve a duvidosa honra de entrevistar cara a cara, tête à tête, o Lula, lembro que ele fez uma pergunta que me deixou mais intrigado do que revoltado. Ele perguntou como o Lula fazia para não se sentir imortal ou invencível ou indestrutível ou qualquer coisa assim. Principalmente depois de ter sido o primeiro ex-presidiário eleito presidente do Brasil. O primeiro de muitos, suponho.

E aqui abro um parêntesis bem rapidinho para pedir desculpas. Talvez o Reinaldo Azevedo tenha usado outro adjetivo para seu rapapé travestido de jornalismo. Mas a ideia era essa e, no mais, você não vai me obrigar a assistir àquilo tudo, né? E aqui abro outro parêntesis mais ligeiro ainda para dizer que, sempre que uso “àquilo”, me lembro da velha professora de português que ensinava: não se usa crase antes do masculino. Sabe de nada, inocente!

Fechados os parêntesis, volto a Lula e a Reinaldo Azevedo para dizer que o maior vira-casaca da história recente estava certo. Lula é mesmo invencível. Imortal, no sentido político da coisa. Indestrutível. Um super-homem. A maior prova disso são as bobagens que ele vem colecionando nos últimos meses e que, na boca de um Bolsonaro qualquer, já teriam reduzido a República a escombros. O mais recente exemplo dessa indestrutibilidade de Lula é a exaltação do processo eleitoral venezuelano, seguida pela declaração surpreendentemente honesta (!?) de que “o conceito de democracia é relativo”.

Neste momento, interrompo o texto para confessar que é muito estranho usar Lula e “honesto” na mesma frase. Tive que ler uma, duas, dez vezes para ver se fazia sentido.  Até coloquei um “surpreendentemente” ali, para dar uma disfarçada. Mas não sei se o advérbio expressa toda a minha estranheza. Até porque, ao ouvir essas palavras pronunciadas na voz cavernosa de Lula, me peguei concordando com o Montesquieu de Garanhuns.

Parem as máquinas!
Difícil não concordar. Afinal, vivemos hoje a democracia mais relativa de todos os tempos. Ou pelo menos dos tempos que eu vivi. Uma democracia tão relativa que pode querer fechar rádio crítica ao governo. Uma democracia tão relativa que pode considerar um ex-presidente inelegível por causa de uma reunião à toa. Uma democracia tão relativa que abriga reunião de ditadores. Uma democracia tão relativa que… ah, você entendeu.

Mas sou obrigado a novamente evocar o nome do ex-presidente para dizer que, por muito muito muito MUITO menos, os Reinaldos Azevedos e Mírians Leitões dos Pravdas da vida pediram impeachment, Tribunal de Haia, guilhotina e paredón para Bolsonaro. Que, vamos combinar, não era exatamente um ás das palavras. Esse rigor todo dos puritanos democratas é que nunca entendi. Se bem que faço questão de não entender gente má.  Por falar em “ás das palavras”, PAREM AS MÁQUINAS!

Porque me ocorreu agora (me lembrei de “Tempos Modernos”, de Paul Johnson) que a fala de Lula revela o quanto o ex-condenado se deixou corromper pela mentalidade progressista, para a qual a fronteira entre o certo e o errado não existe. Isso talvez explique a sem-cerimônia com que ele mente, vive uma vida mentirosa e faz política idem. Afinal, qualquer psicanalista de botequim sabe que a relativização de tudo (da verdade, do Bem, do certo) é uma forma que as pessoas encontram de justificar seus piores pecados. E de conviver “em paz” com eles. Uau.

Inimputável
De volta à vaca fria, o fato é que Lula, além de invencível, é inimputável. Não no sentido em que você está pensando; no sentido de alguém que é livre para cometer quaisquer erros, sem que haja consequência. Absolutamente nada atinge o Lula, e é por isso que me incomoda essa falsíssima esperança em torno da CPI do MST ou da CPMI do 8/1. Hoje, se Lula for pego em flagrante (numa foto by ©Ricardo Stuckert, talvez?) chutando uma criança, pode apostar: vão encontrar uma forma de botar a culpa na criança.

Ou seja, temos o chefe de um poder, o Executivo, sem qualquer tipo de freio, seja ele eleitoral, moral ou institucional. Temos um presidente que fala o que quer e faz o que lhe dá na telha. E ainda há quem diga que isso é uma democracia. Viu como é mesmo relativo o conceito? (E só porque odeio terminar texto com pergunta fica aqui mais este parêntesis).

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NÃO É O ENVELHECIMENTO O VILÃO DOS PLANOS DE SAÚDE QUE COBRAM MAIS CARO PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

 

Como evitar isso?

Número de jovens em planos cai e o de idosos com mais de 70 anos é o que mais cresce; fenômeno pode levar a desequilíbrio nas contas

Por Fabiana Cambricoli – Jornal Estadão

O número de jovens com planos de saúde caiu nos últimos anos no País, enquanto o de idosos, em especial os mais velhos, aumentou de forma expressiva no mesmo período, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O fenômeno, dizem especialistas, amplia o desafio de equilibrar as contas do setor para operadoras de saúde e usuários, e escancara a urgência de alterações no modelo de prestação de serviço, que deve ter foco maior no acompanhamento de doenças crônicas e prevenção de complicações. Se nada for feito, afirmam, os custos podem aumentar a ponto de o plano de saúde passar a ser um artigo de luxo no futuro.

Planos de saúde: relatório prevê ‘prontuário único’, com exames compartilhados entre operadora e SUS

Historicamente, o maior volume de jovens entre os clientes ajuda a compensar o aumento de custos que acontece durante o envelhecimento, período da vida em que os beneficiários utilizam mais os planos. No Brasil, o envelhecimento populacional vem acontecendo de forma mais acelerada do que em outros países que passaram pelo processo, o que explica o aumento de clientes idosos.

Por outro lado, as crises econômicas de 2015 e dos anos de pandemia reduziram o número de empregos formais e, consequentemente, de beneficiários mais jovens. Isso porque 83% dos cerca de 50 milhões de brasileiros que possuem convênio médico são clientes de planos empresariais.

Segundo levantamento da ANS feito a pedido do Estadão, o número de beneficiários na faixa etária dos 20 aos 39 anos caiu 7,6% entre 2013 e 2023, enquanto o de maiores de 60 anos saltou 32,6% no período, índice muito superior à alta de 5,3% no total de clientes de convênios médicos.

A faixa etária com a maior queda foi a dos 25 aos 29 anos, com redução de 18,1% nos últimos dez anos. Já na outra ponta, o grupo de idosos de 70 a 74 anos aumentou 41,9%. A segunda faixa etária com maior aumento foi a de clientes com 80 anos ou mais – alta de 39,5%. Com isso, a proporção de idosos entre o total de clientes de convênios passou de 11,4% para 14,4% na última década.

“O progresso material e os avanços da Medicina estão permitindo que a gente viva mais. O que chama a atenção é a velocidade com que esse processo está acontecendo. O que estamos vivendo em 20 anos, países europeus demoraram mais de cem anos para viver”, diz José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Além de o número de idosos estar aumentando no País, esse segmento populacional é o que registra a menor rotatividade nos planos. “Eles saem menos e trocam menos de operadora porque é mais difícil conseguirem trocar e porque a percepção de necessidade é maior. Muitas vezes o plano de saúde do idoso é rateado por toda a família”, diz Martha Oliveira, especialista em envelhecimento e CEO da Laços da Saúde, empresa especializada em cuidados domiciliares para idosos.

“Já os jovens, por terem planos ligados a empresas e menor percepção de necessidade, costumam ser quem mais perde, cancela ou troca de plano, em especial em momentos de crise econômica”, afirma.

‘Não é o envelhecimento o vilão’, diz especialista

Martha ressalta que o cenário demográfico não pode ser usado para culpabilizar e punir os idosos sobre o aumento de custos. Ela afirma que, embora seja verdade que o idoso custe mais ao plano, é preciso lembrar que ele também paga um valor mais alto do que os jovens. “Atrelar essa alta de custos dos planos ao envelhecimento é muito ruim. O idoso utiliza mais o plano, sim, mas se você souber fazer a gestão dessas pessoas, essa utilização a mais é custeada pelo valor mais alto que ele paga”, diz.

Estudo do IESS mostra que o custo médio com um beneficiário a partir dos 60 anos é de seis vezes o de um usuário de zero a 18 anos. O valor da mensalidade da última faixa etária também só pode ser seis vezes maior do que a da primeira, segundo regra da ANS. Cechin afirma que, entre os idosos mais velhos, a partir dos 80 anos, o custo sobe muito e que nem sempre o valor pago pelo beneficiário idoso é suficiente para cobrir as despesas assistenciais, mas admite que não é repassando todos os custos aos usuários que o problema será resolvido.

“Isso exige uma reestruturação hospitalar e campanhas e ações para a gente evitar o adoecimento e controlar doenças crônicas. Se não fizermos nada, o valor dos planos, que já está subindo acima da inflação, vai ficar ainda mais caro e o plano poderá passar a ser um artigo de luxo”, diz.

Ele defende que, além das operadoras, os empregadores, que são os principais contratantes de planos de saúde, também desenvolvam ações de prevenção e promoção da saúde para seus funcionários, o que ajudaria a melhorar a condição de saúde dos usuários e a reduzir os custos.

Martha concorda que o caminho para redução de custos no sistema sem punir o elo mais vulnerável – os beneficiários – passa pela prevenção e acompanhamento de doentes crônicos, além de uso mais inteligente dos recursos do sistema de saúde.

“Com certeza não é o envelhecimento que é o vilão. É preciso tirar o preconceito de cima dessa população. O sistema está cheio de desperdício, de refazimento. Falta organização e gestão, a pessoa fica perdida na rede. Temos que requalificar essa prestação de serviço. Se continuar como está hoje, teremos mesmo uma elitização. Menos pessoas terão condições de pagar pelo plano”, diz.

‘Preço ficou inviável’, diz filha de idoso que paga R$ 9 mil de mensalidade

É o que já está acontecendo com o aposentado Nelson Roberti, de 84 anos. Cliente da SulAmérica desde a década de 1990, ele paga hoje uma mensalidade de R$ 9 mil. “Sempre foi um valor alto, mas, de uns tempos para cá, com os reajustes, está ficando inviável. A aposentadoria dele não dá para pagar esse valor, a gente completa com a conta da família, mas está difícil manter”, conta a filha do idoso, a advogada Tatiana Saldanha Roberti, de 46 anos.

Nelson Roberti, de 84 anos, e a filha, Tatiana, reclamam do alto custo e queda de qualidade do plano de saúde
Nelson Roberti, de 84 anos, e a filha, Tatiana, reclamam do alto custo e queda de qualidade do plano de saúde Foto: Felipe Rau/Estadão

Ela reclama que, além das mensalidades altas, o pai sofre com queda na qualidade do serviço prestado. “O preço está cada vez maior e o serviço já não corresponde mais. Tivemos o descredenciamento de hospitais, laboratórios. Descredenciaram um hospital que sempre usamos, que fica a poucos minutos de casa. É muito ruim passar por isso justamente no momento da vida de maior vulnerabilidade. A gente se sente abandonado”, afirma.

Tatiana conta que outra dificuldade enfrentada pelos idosos é a troca de plano. “Com esse valor, eu cheguei a tentar procurar um plano mais barato, mas não encontro quase nenhuma opção. Já cotei todos que você pode imaginar, mas ou não o aceitam ou o valor ficaria maior”, diz ela. Procurada, a SulAmérica afirmou que o descredenciamento mencionado “foi uma decisão unilateral” do hospital e que foram “sugeridas outras opções de rede de atendimento com a mesma qualidade do serviço prestado”.

Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), afirma que há operadoras focadas no nicho de idosos e que as empresas vêm ampliando suas ações para tentar acompanhar mais de perto essa população. Ele reconhece, no entanto, que é necessário acelerar e ampliar essas ações.

“Os custos estão crescendo, mas temos que trabalhar para que eles tenham um aumento sustentável. Para isso, temos que usar mais telessaúde, ter atendimento personalizado com atenção continuada. Cada vez mais o trabalho vai ser de acompanhamento, isso ajuda na gestão do plano, mas temos um limitador: não há equipes suficientes para fazer isso com todos os usuários”, diz.

Ele diz que o grande desafio é conseguir realizar essas mudanças no mesmo ritmo do processo de envelhecimento da população. “Como esse processo está acontecendo mais rapidamente no Brasil, a gente acaba tendo custos mais elevados porque nossos investimentos nessa nova infraestrutura precisam ser mais rápidos também”, diz.

O cenário é uma das razões apontadas pelos planos para a crise financeira vivida pelo setor. De acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), as operadoras registraram em 2022 prejuízo operacional de R$10,7 bilhões, o pior resultado desde o início da série histórica, em 2001. Procurada para comentar os desafios do setor frente ao envelhecimento, a entidade não quis dar entrevista.

Para os especialistas, podemos olhar para exemplos de outros países que já passaram pelo processo de envelhecimento para buscar soluções para a equação. Cechin, do IESS, cita a necessidade de ações por parte dos governos, operadoras e empregadores para combater a obesidade, por exemplo. “Reduzir a obesidade diminui também risco de doenças cardiovasculares, problemas nas articulações, alguns tipos de câncer. Tem países, como a Holanda, com programas para enfrentar essa questão”, diz.

Martha também cita o país europeu. “Eles reconstruíram todo o sistema de saúde sob essa ótica do envelhecimento, com uma lógica de levar o cuidado ao paciente no seu domicílio, promover a autonomia, o autocuidado. A Alemanha criou postos específicos para dar conta do envelhecimento. A França também reorganizou seu sistema de saúde. É verdade que esses países tiveram muito mais tempo para se preparar, mas eles já passaram por isso, então podemos olhar e aprender com eles”, diz.

A PREOCUPAÇÃO COM A EMPREGABILIDADE E ESTABILIDADE FINANCEIRA É FUNDAMENTAL PARA O SER HUMANO

 

João Luiz Simões Neves é economista

Uma das maiores necessidades do ser humano é ter o controle sobre seus objetivos e respectivos resultados, a partir das ações e das decisões que toma em prol de seus objetivos de vida. Em decorrência, a preocupação com a empregabilidade e estabilidade financeira é um tema fundamental para cada um de nós.

Neste artigo, gostaria de discorrer sobre a questão do emprego, da carreira e da empregabilidade, explorando estes aspectos de forma ampla e sistêmica. Acredito que assim, a contribuição deste artigo poderá ser mais profunda, ao abordar diretamente os fundamentos da empregabilidade.

À parte da questão econômica, das expansões e retrações cíclicas do nível de atividade local e mundial, grande parte da responsabilidade sobre nossa empregabilidade futura recai sobre as nossas decisões. Se qualificarmos melhor as nossas decisões, teremos melhores resultados no longo prazo.

Mas quais elementos precisamos ter para qualificarmos melhor as nossas decisões em busca de uma carreira promissora e longeva?

Hoje em dia, observamos vários ciclos de carreira em nossas vidas. Há pouco tempo tínhamos uma vida e uma carreira se encaixava nesta vida, apesar de podermos mudar de empresas, um mesmo ciclo e perfil profissional percorria o início da vida profissional até a aposentadoria.  Hoje em dia, numa mesma única vida, temos que nos reinventar e inovar, construindo diversas carreiras para a nossa existência, que com o progresso da ciência tende a ser de forma geral cada vez mais longa.

Para termos uma clara visão dos mecanismos subjacentes à empregabilidade, gostaria de iniciar falando sobre paradigmas. Paradigma é um conjunto de padrões, crenças e verdades que estão estabelecidas e arraigadas em determinado momento na sociedade. Ele estabelece a forma como achamos que as coisas funcionam, o que é verdadeiro e não é verdadeiro, o que deve ser considerado e o que deve ser descartado à luz da verdade considerada.

À luz disto, estabelecemos regras de convivência com o paradigma vigente. A partir dele nós nos capacitamos e com base nele somos medidos. Nós construímos instrumentos e ferramentas para conviver com este paradigma, e o conhecimento e primazia no uso destes instrumentos nos coloca numa zona de conforto.

Uma pessoa da idade média, por exemplo, teria que investir grande parte do seu tempo se capacitando para sua defesa pessoal e no desenvolvimento de habilidades com o escudo e a lança. A sociedade o mediria com base nas habilidades no uso destes instrumentos. Quanto maior a sua habilidade, mas ele se sentiria confortável em sua esfera de atuação, entrando, portanto, numa zona de conforto. Zona de conforto pode ser entendida como a nossa destreza no uso de ferramentas e no entendimento das relações de causa-efeito valorizados pelo paradigma predominante.

Muitas vezes dois paradigmas convivem no mesmo tempo, num processo de transição entre o velho e o novo. Assim foi com a introdução da energia elétrica nas fábricas, em substituição ao vapor para mover as máquinas. No século XIX, os EUA possuíam parte de sua rede de comunicação por telégrafo instalada na costa leste primeiramente, depois na costa oeste, porém por muitos anos a ligação entre elas era realizada através de carruagens. De um momento para outro, com a ligação entre elas, as carruagens se tornaram obsoletas e o tempo para se trocar mensagens caiu drasticamente.

Um argumento mais atual. Após o advento da pandemia, os estilos de trabalho presencial versus remoto convivem atualmente, cada um procurando ocupar o seu espaço e justificar suas vantagens e desvantagens. É um processo de transição, que embora não saibamos ainda como irá se concretizar, mas com certeza não será exatamente igual ao que era antes do início da pandemia. Novas tecnologias, novos instrumentos e ferramentas foram desenvolvidos, e a destreza no uso delas marcará a nossa capacidade de nos mantermos relevantes.

Associado a estes mecanismos subjacentes, nossos estilos de liderança também têm que se adaptar. Antigamente, um estilo de comando mais hierárquico e controlador era largamente predominante. Há algum tempo, cada vez mais passamos a valorizar estilos de liderança de contexto, com foco nos resultados e na delegação. O comando migra do chefe centralizador para os medidores de resultado.

Mas como podemos nos posicionar neste momento de tantas inovações?

O desafio é nos mantermos relevantes, qualquer que sejam as inovações que ocorrerão. Carreiras e profissões, assim como no passado, podem se tornar obsoletas no futuro. Empresas precisarão aprender a se manter relevantes. Profissionais terão que aprender a se manter relevantes em suas carreiras e suas empresas.

A pergunta certa a ser colocada é a seguinte: o que precisamos fazer para nos mantermos relevantes?

Precisamos estar atentos e renovar constantemente nossos instrumentos, nossas capacitações, nossas crenças, nossas formas de interagir com a sociedade.

Porém, em meio à tanta mudança, tem uma coisa que não muda, e esta é uma oportunidade que devemos explorar.

O lado comportamental do profissional sempre será demandado e cobrado. A forma como mantemos nosso foco, a firmeza dos nossos argumentos, a retidão das nossas ações, a confiança que transmitimos em nossos grupos de trabalho, a nossa empatia, isto não muda e continuará sendo valorizado. O autoconhecimento e a busca do aprimoramento através da constante aprendizagem e do desafio de nossas próprias crenças são caminhos seguros.

Como empresário de empresa industrial e de serviços, nitidamente identifico que muito antes do conhecimento técnico ser firmado numa entrevista, o candidato precisa passar pelo seguinte filtro: Posso confiar nesta pessoa? Ele é mesmo assim como está se vendendo?

Em meio a tantas mudanças, o valor humano continua sendo o diferencial e é um aspecto que podemos ter controle sobre nós mesmos.

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quinta-feira, 29 de junho de 2023

FORO DE SÃO PAULO ORGANIZADO POR LULA COMEÇA HOJE EM BRASÍLIA COM PRESENÇA DE DITADORES

 

Apoio a ditaduras
Presença de Lula no Foro de São Paulo reforça imagem negativa do petista no Brasil e no exterior
Por
Carinne Souza – Gazeta do Povo


Participação no Foro de São Paulo reforça imagem negativa de Lula no Ocidente| Foto: André Borges/EFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai discursar na reunião geral do Foro de São Paulo, que vai acontecer nesta quinta-feira (29). O evento reúne líderes de esquerda da América Latina e deve deixar a reputação do petista ainda mais desgastada internamente e também no exterior. Especialistas avaliam que Lula tem feito apostas erradas ao se aproximar de ditadores e deve manchar ainda mais sua imagem internacionalmente se reforçar o discurso anti-Ocidente que predomina nas reuniões do grupo.

Fundado em 1990 por Lula e pelo antigo ditador cubano, Fidel Castro, o Foro de São Paulo (FSP) foi criado com o intuito de unir a esquerda latino-americana após o colapso da União Soviética. Em 33 anos, a organização se consolidou como uma força que tenta impor pautas de esquerda ao subcontinente, apoiou grupos criminosos como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e faz vistas grossas a ditaduras.

Atualmente, 123 partidos, de 27 países, estão associados ao Foro. Em solo brasileiro, de acordo com o site da organização, o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) estão na lista de associados ao grupo. Procurada pela reportagem, no entanto, a assessoria do PDT que informou que não faz mais parte do grupo, ainda que o nome do partido conste na lista de associados no site do Foro de São Paulo.

Para a doutora em Ciências Políticas Deysi Cioccari, Lula está “fornecendo argumentos para a oposição” ao posar com ditadores e confirmar presença no Foro de São Paulo. Segundo a especialista, o petista está apostando em um alto risco político, levando em consideração que atualmente o Foro não é um consenso nem mesmo dentro do PT. “Lula tem dobrado a aposta em questões sensíveis e [sua presença no Foro de São Paulo] certamente vai reforçar a ideia de que ele apoia ditaduras”, pondera Cioccari.

No final de maio, o presidente brasileiro tentou demonstrar força ao reunir os presidentes da América do Sul em Brasília para a Cúpula da América do Sul. Tal esforço, no entanto, foi minado por ele mesmo com declarações equivocadas sobre a Venezuela. Ao se encontrar com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, Lula disse que a Venezuela era “vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo”.

A fala do presidente brasileiro é totalmente equivocada. A Venezuela possui um extenso histórico de crimes, entre eles prisões e assassinatos de opositores políticos, censura de partidos políticos e repressão pesada contra a livre opinião.

As alegações causaram reações em chefes de Estado de direita e também de esquerda, que repreenderam as afirmações do petista. Ainda na última semana, durante viagem à França, Lula também teve um encontro com o ditador cubano, Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez. Em sua conta no Twitter, o petista disse que os dois discutiram “questões bilaterais que foram abandonadas nos últimos anos”.

Para Cezar Roedel, mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a participação de Lula no Foro de São Paulo é mais uma prova de sua “subserviência a modelos de regimes ditatoriais”. “[Tais afirmações e atitudes de Lula] já prejudicaram sua imagem em relação ao resto do mundo, porque se entende que a política externa que ele tem exercido é em prol do seu interesse pessoal e não do que interessa ao país”, pontua.

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Após ter as reuniões suspensas por três anos devido à pandemia de Covid-19, o Foro de São Paulo escolheu Brasília para sediar seu 26º encontro anual. Ainda que a página oficial da organização não deixe claro os motivos para a escolha da capital brasileira, o fato de Lula ser o atual presidente teria pesado para essa decisão, já que o petista é um dos fundadores da organização, segundo apurou a reportagem.

O evento tem início nesta quinta-feira (29), às 19h, e Lula vai ser um dos oradores na cerimônia de abertura do encontro anual. O cronograma do Foro de São Paulo conta com programação para todo o final de semana na capital federal. Além de palestras e seminários, os participantes do evento também foram convidados para participar do Arraiá do PT, no Setor de Clubes Sul. O ingresso custa até R$ 5 mil.

Diante disso, os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Coronel Meira (PL-PE) apresentaram uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) para suspender o evento. No documento, os parlamentares afirmam que, ao analisar a programação do evento, “observa-se um claro dano ao patrimônio público, ao regime democrático e à probidade administrativa”, além de evidenciar “interferência partidária estrangeira na pauta política nacional”.

“O “Foro de São Paulo” é uma ameaça à ordem jurídica e ao regime democrático brasileiros, com a recepção de ideias e ideais autoritários, de cunho ditatorial, especialmente quando se ouve, quando se dá guarida a tais ideologias, a tais regimes de governos, de forma que é evidente que essa simbiose de ideias, durante o encontro, interferirá na forma como o Estado brasileiro será governado”, escreveram os parlamentares.

Além da suspensão dos eventos, os parlamentares pediram que seja determinada a “proibição de ingresso em território nacional de representantes do Partido Comunista de Cuba, Partido Socialista Unido da Venezuela e Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua”.

Foro de São Paulo reforça imagem negativa de Lula no Ocidente
Para os especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, Lula erra, mais uma vez, ao marcar presença no evento. “A esquerda sempre flertou com esses personagens ditatoriais mas, até então, com certa parcimônia. O fato é que não existe ditadura boa e Lula parece ter esquecido completamente disso. A discrição parece ter ficado em outros tempos. Certamente, a presença de Lula dá um indicativo de um olhar cuidadoso a essas ditaduras”, analisa Cioccari.

Já na concepção de Roedel, a participação do presidente brasileiro não é uma surpresa e Lula deve aproveitar a oportunidade para repetir alguns discursos. “Provavelmente ele deve discursar sobre a integração latino-americana e a soberania da América Latina, algo que ao meu ver é completamente intangível e ideológico. Talvez também surja aquele antiamericanismo bobo da esquerda e se observe alguma crítica à questão das moedas”, explica o especialista citando críticas que o petista já fez sobre a hegemonia do dólar.

Os ataques aos Estados Unidos são uma das características do Foro de São Paulo que, por outro lado, vê a China como uma “influência para a paz”. O governo chinês, porém, é acusado de fazer presos políticos, perseguir minorias religiosas, violar os direitos humanos e adotar leis que não permitem a liberdade de expressão. Para Roedel, ao promover o Foro de São Paulo, Lula só reforça a imagem negativa que ele carrega desde que fez afirmações controversas sobre a Venezuela e a invasão russa na Ucrânia.

Roedel afirma que, ao se reunir constantemente com ditadores, Lula “já se prejudicou com aqueles países que conduzem políticas externas sérias, porque suas declarações mostram que ele tem defendido seus interesses pessoais”. O especialista ainda ressalta que o atual mandatário brasileiro parece perdido em meio às suas estratégias: “Lula parece querer criar algum tipo novo de governança global que nem mesmo ele é entende”, finaliza.

O governo brasileiro tem argumentado em sua defesa que é preciso conversar com todos os governos sem tomar partido ou interferir em assuntos internos.

Perdido e apegado ao passado, o petista está preso a uma esquerda que não existe mais. “Me parece que a esquerda [brasileira] está perdida desde a queda de Dilma”, analisa Cioccari. De acordo com a cientista política, o bloco tenta se manter unido em um ideal “ultrapassado” onde o intuito seria manter a chama ideológica ainda acesa.

Para Cezar Roedel, os conceitos nos quais a organização se apoia são “equivocados”. À reportagem, o especialista pontua que o grupo que diz buscar a “soberania da América Latina e a integração regional”, na verdade, tem interesses “difusos” pautados pela ideologia e pela associação a ditaduras e até organizações criminosas.

Fidel Castro e Hugo Chávez são exaltados no Foro de São Paulo
No grupo criado pelo ditador Fidel Castro, outros tiranos também ganham local de destaque. Anualmente, o Foro de São Paulo faz uma reunião para discutir temas e implementar pontos de integração entre os países-membros. Nessas ocasiões, os participantes utilizam um documento base para guiar as discussões dos encontros. No texto deste ano, um dos pontos exaltam a “firmeza e avanços de Cuba, Venezuela e Nicarágua”. Os países são considerados ditaduras de esquerda e seus respectivos líderes são acusados nos tribunais internacionais de crimes políticos e contra os direitos humanos.

“As vitórias presidenciais no México, Santa Lúcia, Bolívia, Brasil, Colômbia, Honduras, Peru e Chile são exemplos eloqüentes. A crescente liderança dos presidentes do México, Honduras, Cuba, Venezuela, Colômbia, Bolívia e Brasil foi decisiva para impedir as tentativas imperialistas de dividir e fragmentar a região”, diz ainda o texto.

Em um dos 99 pontos do documento base, também há espaço para exaltar o antigo ditador da Venezuela Hugo Chávez: “[…] devemos lembrar a morte do comandante Hugo Chávez há 10 anos, depois de chegar ao poder democraticamente, sofrer um golpe e retornar à presidência. Chávez iniciou um novo capítulo na Venezuela e em todo o continente, ao se tornar um exemplo de luta contra o neoliberalismo e o imperialismo, iniciando o enfrentamento concreto das heranças das ditaduras militares na América Latina e Caribe”.


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DISPUTA POR CARGOS NOS TRIBUNAIS E PGR INFLUI NO JULGAMENTO DE BOLSONARO

 

Guerra por poder e cargos
Disputa por vagas em tribunais superiores e na PGR entra no jogo político do julgamento de Bolsonaro

Por
Sílvio Ribas – Gazeta do Povo
Brasília


| Foto: José Cruz / Agência Brasil

Em razão do impacto potencial sobre o horizonte político, sobretudo em favor do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível fomentou disputas de magistrados por vagas em tribunais superiores e na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Uma prova disso veio já na primeira sessão da análise do caso no TSE, na última quinta-feira (22), quando o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, defendeu com veemência a condenação do ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido de meios estatais de comunicação. Curiosamente, seu nome chegou a despertar a simpatia de aliados de Bolsonaro no passado.

Em abril, Gonet, cotado para assumir o posto de Procurador-Geral da República (PGR), já havia manifestado apoio à condenação de Bolsonaro e à inelegibilidade dele por oito anos, devido à realização de reunião com embaixadores estrangeiros em que o ex-presidente lançou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, em julho de 2022. Ele conta com apoio dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O atual PGR, Augusto Aras, encerra o seu mandato em setembro.

Chamou a atenção os termos usados por Gonet em suas falas, ressaltando no TSE o discurso adotado por Bolsonaro diante dos embaixadores como reforço a outros atos e uma perturbação à “tranquilidade institucional”. Ele classificou de “temerárias” e “infundadas” as críticas do ex-presidente ao sistema eleitoral e salientou o “infesto potencial antidemocrático” delas. No parecer escrito, o procurador destacou a “gravidade do discurso contra a confiabilidade do sistema de votação”, mas sem usar expressões agressivas.

Observadores acreditam que o esforço de Gonet e de outros procuradores e juízes para buscar “mostrar serviço” visando cargos elevados teria entre as suas motivações a decisão de Lula de não considerar a lista tríplice de candidatos por votação interna da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que apontou Luiza Frischeisen como a mais apoiada, com 525 votos.

Vera Chemin, advogada constitucionalista e mestre em Direito Público pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que a competição entre magistrados por vagas nos tribunais superiores reflete a intensa polarização política no país, que ganhou força com a ascensão da direita representada por Bolsonaro. Ela observa que, dado que a esquerda não enfrentava oposição equivalente no passado, a radicalização ideológica está gerando reações sem precedentes no cenário político, inclusive de membros do Judiciário.

A advogada entende que a contaminação política resultou na atual corrida pelas vagas, apesar da exigência constitucional de seleção de magistrados e procuradores para o STJ e o STF. Nesse contexto, a condenação de Bolsonaro seria a forma mais rápida e eficiente de adesão ao poder daqueles que se utilizam de favores prestados ao presidente da República e ao presidente do TSE como garantia de progressão profissional e de mais poder, prestígio e benefícios.

O julgamento do ex-presidente já teve duas sessões na Corte Eleitoral e será retomado nesta quinta-feira (29), a partir das 9 horas. Na terça-feira (27), o corregedor-geral da Justiça Eleitoral e ministro Benedito Gonçalves, relator da ação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) contra Bolsonaro, votou pela inelegibilidade.

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Há 20 anos visto como potencial candidato a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro relator da ação do PDT contra Bolsonaro, Benedito Gonçalves, obteve nova projeção no julgamento do TSE. Como integrante do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ele tem na idade um obstáculo para postular o cargo, pois a idade de 70 anos que completará em janeiro de 2024 também é o limite para ingressar na Corte. Ministros do STF têm aposentadoria compulsória aos 75 anos e os indicados têm tido perfil dominante em torno de 50 anos, a exemplo do mais recente, Cristiano Zanin, de 47 anos, escolhido por Lula.

O advogado constitucionalista André Marsiglia Santos considera deplorável a troca de favores entre candidatos a cargos públicos e governos. “Se a troca oportunista for comprovada, é simplesmente ilegal, pois se trata de desvio de poder, quando se usa a autoridade para finalidade desviada”, sublinhou. Ele acrescentou que o Judiciário é um poder sem a legitimidade conferida pelo voto. Dessa forma, se suas nomeações também passarem a servir às conveniências políticas, “o déficit democrático se alarga”.

Para o cientista político André Felipe Rosa, o grande problema na disputa de magistrados é a falta de estruturas democráticas dentro do próprio processo de escolha, que ficam em segundo plano quando existe, deliberadamente, um ativismo judicial forte, inclusive que pode figurar dentro do STF e STJ. “Esse ativismo, que liga juízes e juízas a políticos, faz com que as influências externas sejam preponderantes no resultado dos escolhidos em tribunais superiores. Desta forma, não necessariamente vence o melhor, mas aquele cujo peso político mais preponderou”, analisa.

Alexandre de Moraes atua para impedir interrupção da votação
O julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no TSE iniciou na quinta-feira (22) sob pressão do presidente da Corte, Alexandre de Moraes, para evitar pedidos de vista, sobretudo por parte dos ministros Kassio Nunes Marques e Raul Araújo, que são considerados alinhados ao ex-presidente.

Além disso, Moraes ainda pode antecipar o seu voto, já que ele seria o último e com isso isolar Nunes Marques. Bolsonaro expressou esperança de que a votação seja interrompida, apostando numa virada do cenário desfavorável.

Dos sete membros do TSE, apenas Nunes Marques foi indicado por Bolsonaro, o que aumenta o risco de maioria favorável à condenação ser alcançada antes de eventual pedido de vista do ministro. Sobre a questão, Bolsonaro afirmou à CNN: “Já que o voto do relator tem mais de 300 páginas, o ideal seria que alguém no início pedisse vista”. Nesse caso, esse “alguém no início” seria Raul Araújo, mencionado por Bolsonaro. Seu eventual pedido de vista teria o poder de paralisar o julgamento antes dos demais votos.

Em fevereiro, Moraes encabeçou a mudança no regimento interno do TSE, fixando prazos automáticos de até 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, para a devolução da vista. Caso o pedido não seja devolvido, a ação é liberada automaticamente.

Na visão de Juan Carlos Gonçalves, diretor-geral da ONG Ranking dos Políticos, apesar da utilização de critérios objetivos nos processos seletivos, é comum que a disputa por vagas em tribunais superiores seja influenciada por questões políticas e alianças estratégicas. “A indicação de magistrados para essas posições muitas vezes envolve negociações e acordos nos bastidores, o que pode levantar dúvidas sobre a imparcialidade e independência do Judiciário”, resume.

Por essa razão, ele defende que a competição por essas vagas reflete a importância atribuída ao Judiciário e seu papel essencial na consolidação do Estado de Direito. “É crucial que as posições em tribunais superiores sejam ocupadas por magistrados competentes e comprometidos com a justiça e a imparcialidade, a fim de garantir a qualidade das decisões tomadas e manter a confiança da sociedade no sistema jurídico. Por isso, é fundamental que a seleção dos magistrados para essas vagas seja conduzida de forma transparente, baseada em critérios técnicos e meritocráticos”, disse.


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