Ministro diz
que próximo desafio do governo é reforma tributária
Agência Brasil
Ele é um construtor
de pontes, como gosta de ressaltar. Essa foi uma das habilidades que
ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, teve que colocar
muito em prática neste ano.
Afinal, dialogar com
centenas de parlamentares de diferentes partidos, estados e interesses não é
tarefa das mais fáceis. O general do Exército é um dos mais novos ministros do
governo Bolsonaro. Assumiu em julho deste ano com a responsabilidade de afinar
a relação do Executivo com o Legislativo. Chegou no meio da tramitação da
Reforma da Previdência e termina o ano com ela aprovada.
O sucesso da
negociação faz o ministro vislumbrar um ano novo menos turbulento. “A minha
esperança é que o ano de 2020 vai ser mais sereno, até porque já nos
conhecemos, eu como articulador. Existe uma expressão mineira que diz que no
andar da carruagem é que as melancias vão se acertando. Eu tenho quase que
absoluta certeza de que vai ser um relacionamento mais sereno, mais produtivo,
mais do que foi 2019”, avalia.
O ministro conversou
com a jornalista Katiuscia Neri e contou ao programa Impressões, da TV
Brasil, sobre uma das táticas que usou para melhorar as relações do governo com
o Congresso: “Foi me aproximar, conversar com eles, ir nos gabinetes, no
Senado. Eu comecei a implementar uma maneira direta e, às vezes, eles ficavam
assustados. Eu apareço no plenário, o pessoal se assusta, mas eu me sinto
bem".
Na mesa do ministro
já há uma lista extensa de projetos para o segundo ano do governo Bolsonaro:
pacto federativo, reforma administrativa e a reforma tributária. Essa última é,
segundo o ministro, a prioridade do governo nas articulações políticas com o
Congresso. “ A reforma tributária é fundamental, ela é o complemento da reforma
previdenciária”, afirma.
Mas, para o projeto
andar, o ministro lembra que existe um gargalo: as eleições do ano que vem:
"temos até mais ou menos julho”. E enfatiza que não adianta acelerar
o processo. “O presidente não impõe nada ao Congresso, ele foi parlamentar por
28 anos. Às vezes, eu falo com ele, ele fala: 'Ramos, é o Congresso, ele que
decide'. O Congresso, a gente manda um projeto, eles mexem... é democracia.”
Ele é um construtor de pontes, como gosta de ressaltar. Essa foi
uma das habilidades que ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo
Ramos, teve que colocar muito em prática neste ano
A reforma tributária
pode ser considerada uma das mais ambiciosas e mais difíceis para aprovação.
Por isso, o ministro Ramos sabe que o caminho não vai ser fácil. "A da
Previdência mexeu com as pessoas, né? A tributária, além de mexer com as
pessoas, vai mexer com os estados. O Brasil é um continente, cada estado tem
seu interesse e com suas regiões com níveis de economia diferentes.”
O trabalho de
articulação não é dos mais fáceis e o ministro chegou a ganhar um apelido de um
senador pelo esforço que tem feito em unir o Congresso. “Eles falaram que eu
sou surfista de tsunami. E eu perguntei ao senador, e ele me disse:
"Quando a coisa está começando... vem você com a prancha e vai tentando
resolver o problema.”
Com tanto desafio
pela frente, o ministro diz que tem horas em que precisa parar e fazer o que
chama de terapia: praticar o hobby de andar de moto. “Eu tenho desde
garoto, meu pai me deu quando eu era cadete. A moto, para mim, é um prazer, uma
paixão que eu tenho", conclui.