sábado, 29 de junho de 2019

BOLSONARO CONVERSA COM MACRON E MERCKEL SOBRE A AMAZONIA


Bolsonaro diz que ‘não se submete’ no G20 e critica ‘neurose’ ambiental

Da Redação 




                                                                                                                                                                                                              © Twitter/Reprodução Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron durante a Cúpula do G20 - 28/06/2019

Direto de Osaka, no Japão, onde participa da cúpula do G20, Jair Bolsonaro concedeu entrevista para a rádio Jovem Pan, na noite desta sexta-feira 28, na qual celebrou suas conversas com Emannuel Macron, presidente da França, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, durante o evento internacional. Ele declarou que conversou de “igual para igual” com ambos, que antes haviam criticado a agenda ambiental do governo brasileiro. Sobre as políticas de meio ambiente, criticou antigos governos brasileiros pelo que chamou de “neurose ambientalista”.
Com Macron, Bolsonaro confirma que o convidou para conhecer a Amazônia: “Convidei para ir de Boa Vista a Manaus, são duas horas de voo. Você olha para baixo e não vê nada degradado. Nem quero comparar com a Europa, que não tem mais nada. A Amazônia, enquanto eu for presidente, é nossa. E nós pretendemos explorar de forma racional. Convido a explorá-la conosco. O mesmo eu falei a Angela Merkel”, afirmou.
“Merkel tinha uma postura de querer falar grosso comigo. Nos encontramos antes da reunião e conversei com ela. Foi uma conversa saudável e bacana. Na reunião, depois, ela nem tocou no assunto. Trocamos sorrisos amáveis. Faltava conversar com as autoridades de igual para igual. E não ficar se submetendo a caprichos”, disse. “Eles agem de maneira certa, defendendo interesses de seus países. Nós temos que defender os nossos. De igual para igual, sem sofrer pressões.”
Bolsonaro criticou presidentes anteriores do Brasil, que, segundo sua análise, iam a encontros internacionais e voltavam “demarcando 10, 20, 30 reservas indígenas” indiscriminadamente e fazendo, de acordo com ele, “um estrago nessa neurose ambientalista”.

OS ESTADOS UNIDOS E A CHINA ENTRAM EM ACORDO NO G20 SOBRE RELAÇÕES COMERCIAIS


Trump e Xi declaram trégua na guerra comercial no encerramento do G20





© Brendan Smialowski O presidente americani, Donald Trump, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o presidente chinês, Xi Jinping, na reunião do G20 em Osaka



Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, concordaram neste sábado em retomar as negociações comerciais após uma reunião bilateral no último dia do encontro de cúpula do G20 em Osaka (Japão), evento marcado pelo confronto entre as duas grandes potências econômicas.

"Tivemos uma reunião muito boa com o presidente chinês Xi. Eu diria que excelente", afirmou Trump.
A agência oficial chinesa Xinhua informou que as negociações, interrompidas em maio, devem serão retomadas e que Washington desistiu da ameaça de impor novas tarifas de importação que teriam afetado 500 bilhões de dólares em produtos chineses importados a cada ano pelos Estados Unidos.
"Ao menos neste momento", disse Trump em uma entrevista coletiva.
Trump também falou, sem entrar em detalhes, sobre a possibilidade de suavizar o veto ao grupo tecnológico chinês Huawei, um ponto sensível na complexa relação comercial entre as potências econômicas, mas sem explicar se isto significa que uma mudança de postura de Washington a respeito da Huawei.
A trégua é similar a que foi declarada pelos dois presidentes no G20 do ano passado em Buenos Aires, embora meses depois a guerra comercial tenha recomeçado.
"É a questão dominante, o restante é secundário", opinou Thomas Bernes, do 'Centre for International Governance Innovation', um grupo de pesquisas canadense.
Neste sentido, o comunicado final do fórum criado em 2008 e que reúne 20 países, que representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, adverte que "as tensões comerciais e geopolíticas se intensificaram" e podem afetar um crescimento mundial que já está enfraquecido.
- UE-Mercosul, antídoto ao protecionismo -
Quase no mesmo momento em que Xi e Trump estavam reunidos, os líderes da União Europeia (UE) e do Mercosul fizeram uma declaração solene após o acordo anunciado na sexta-feira em Bruxelas para um ambicioso tratado comercial entre os blocos, após 20 anos de negociações.
"É uma das poucas boas notícias que tivemos em meses, no que todos acreditamos que é interconectar mais estas economias", afirmou o presidente argentino Mauricio Macri, ao lado do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Também estavam presentes o presidente da França, Emmanuel Macron, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, entre outros, em uma demonstração de unidade e da aposta no multilateralismo ante o protecionismo defendido por Trump.
A ratificação do acordo será complexa, no entanto, porque exige a aprovação dos países membros da UE, cujos agricultores, em particular os franceses, são reticentes à entrada de produtos sul-americanos.
A diretora do principal sindicato agrícola francês (FNSEA), Christiane Lambert, chamou o acordo de "inaceitável.
Difícil acordo sobre o clima
A questão comercial não foi a única a esbarrar em visões divergentes. Como havia acontecido em 2018 na reunião de Buenos Aires, 19 dos 20 países membros do G20, sem a assinatura dos Estados Unidos, reafirmaram neste sábado, no comunicado final, o compromisso para aplicar o Acordo de Paris e lutar contra a mudança climática.
Os signatários recordam a "irreversibilidade" do acordo, em uma declaração final similar a do G20 do ano passado, mas que enfrentou a oposição de Washington.
Se há alguns anos o tradicional comunicado final era uma questão meramente protocolar, com textos que sempre defendiam o multilateralismo e a luta contra a mudança climática, com a chegada de Trump ao poder se tornou um campo de batalha.
Neste sentido, os analistas apontam que o fórum, criado emn 2008 para dar uma resposta à crise mundial, foi desvirtuado pelos interesses de cada país, uma situação simbolizada por Donald Trump com sua série ininterrupta de encontros bilaterais com líderes de todo o mundo.
O presidente americano voltou a ser o protagonista absoluto do G20, com reuniões com o presidente russo Vladimir Putin, o brasileiro Jair Bolsonaro ou o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman.
Trump também anunciou de modo surpreendente neste sábado uma proposta ao líder norte-coreano Kim Jong Un para uma reunião com ele na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide as duas Coreias, aproveitando sua visita a Seul.
A respeito do príncipe saudita, declarou que ele faz "um trabalho espetacular". Trump disse que o assassinato do jornalista opositor Jamal Khasoggi o deixou "extremamente irritado", mas completou que "ninguém" considera Mohamed bin Salman responsável.
A declaração contrasta com um relatório recente da ONU, que que afirma ser "inconcebível" que o príncipe herdeiro não estivesse a par da operação que terminou com o assassinato do jornalista no consulado saudita em Istambul (Turquia).
Além do Mercosul, a agenda latino-americana em Osaka também foi marcada por uma reunião do Grupo de Lima, que voltou a criticar o "regime ilegítimo" de Nicolás Maduro na Venezuela e pediu uma mobilização internacional para ajudar os venezuelanos.




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G20 TERMINA COM TENDÊNCIA PARA O LIVRE-COMÉRCIO


G20 termina com apoio dos países aos fundamentos do livre-comércio

Cúpula em Osaka terminou neste sábado (29); grupo de países publicou documento em que apontam preocupação com desigualdades de gênero, mudança demográfica e outros temas que afetam a economia.
Por G1


Líderes do G20 posam para foto tradicional em Osaka, no Japão — Foto: Ludovic Marin / AFP Photo

Os países do G20 concluíram neste sábado (29) sua cúpula com um pronunciamento em favor do livre-comércio e com um texto que cobre temas que interferem na economia: meio ambiente, criptomoedas, desigualdade de gênero, mudança climática, sistemas de impostos, comércio internacional etc.
Há diretrizes de como o grupo das maiores economias do mundo entende que deve ser a solução de cada uma das preocupações, ainda que não sejam descritas em detalhe.
"Nós, os líderes do G20, nos reunimos em Osaka, no Japão, em 28 e 29 de junho de 2019, para fazer esforços conjuntos para enfrentar os principais desafios econômicos globais. Trabalharemos juntos para promover o crescimento econômico global, ao mesmo tempo em que aproveitaremos o poder da inovação tecnológica, em particular a digitalização, e sua aplicação para o benefício de todos", diz o texto divulgado ao final do evento.
Clima difícil com os Estados Unidos
Os Estados Unidos se recusaram a reafirmar o compromisso com as metas do Acordo de Paris, o que todos os outros países do G20 fizeram.
Essa divisão existe desde que Donald Trump virou presidente dos EUA.
Pelo acordo, 200 países concordam em limitar o aquecimento global a menos de 2ºC. As políticas industriais atuais farão com que a média da temperatura global aumente em 3ºC até o fim do século, de acordo com um relatório da ONU.
Antes da cúpula, já se sabia que haveria esse desentendimento entre os EUA e os outros 19 países do grupo. O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que ele não aceitaria um texto final que omitisse a reafirmação sobre o acordo.
Para explicitar a discordância, o documento final da cúpula do G20 tem um parágrafo sobre o tema.
"Os Estados Unidos reiteram sua decisão de sair do Acordo de Paris porque ele desfavorece os trabalhadores e contribuintes americanos."
Economia deve voltar a crescer, ainda que moderadamente
O crescimento continua baixo, de acordo com o texto. A economia global deverá ter alguma melhora moderada perto do fim do ano e em 2020, com condições financeiras favoráveis e medidas de estímulo.
O texto fala sobre intervenção estatal na economia: "Nós afirmamos que políticas macroeconômicas e estruturais calibradas e específicas para a circunstâncias de cada país são necessárias para resolver os desequilíbrios excessivos e mitigar os riscos para que o G20 atinja seu objetivo de um crescimento forte, sustentável, balanceado e inclusivo."
Reforma da entidade de comércio internacional
O grupo de maiores economias está interessado em reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC), a entidade que aplica multas a países que infringem regras internacionais do tema.
"É necessário ter alguma ação a respeito do funcionamento do sistema de resolução de disputas que seja consistente com as regras, conforme negociadas pelos membros da OMC."
O sistema de impostos, outro tema que pode envolver disputas entre países –a ideia é evitar que alguma economia adote uma tributação que "eroda a base".
"Medidas defensivas vão ser consideradas contra certas jurisdições", afirma o texto.
Trabalho intermediado é uma preocupação do G20
Formas de trabalho novas, como a contratação intermediada por aplicativos, podem ser uma fonte de novas oportunidades, mas, ao mesmo tempo, preocupam o G20.
Elas podem "impor desafios para o trabalho decente e sistemas de proteção social", de acordo com o texto.
Outra mudança tecnológica que está no radar do grupo são as criptomoedas. "Ainda que elas não representem uma ameaça à estabilidade do sistema financeiro global nesse momento, estamos monitorando os desenvolvimentos de perto e permanecemos vigilantes à riscos existentes e emergentes", afirma o grupo.
O documento do G20 afirma que houve avanços na redução da desigualdade de remuneração entre gêneros, mas que a ela precisa ser atacada –o trabalho não-remunerado das mulheres, destacam, é um obstáculo para a participação delas no mercado.
Japão, anfitrião da cúpula, enxerga estabilização da economia
Os líderes do G20 "estiveram de acordo na sua determinação em favorecer o crescimento econômico" e mostraram sua "ansiedade e descontentamento no contexto da globalização" e pelo "sistema comercial global", disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao final da cúpula que durou dois dias na cidade de Osaka.
O Grupo dos Vinte "foi capaz de reafirmar os fundamentos do livre-comércio", segundo Abe, que destacou, em particular, o apoio do G20 para "conseguir mercados abertos, livres e não discriminatórios" e "um campo justo".
"É difícil encontrar uma solução para tantos desafios globais de uma só vez, mas conseguimos mostrar uma vontade comum em muitas áreas", afirmou o premier japonês.
Os líderes também reconheceram os "claros riscos negativos na economia global", segundo Abe, acrescentando que os países do G20 "concordaram em sua determinação em favorecer o crescimento econômico" e de "reformar a Organização Mundial do Comércio".
A declaração final acordada pelos líderes aponta "a intensificação das tensões geopolíticas e comerciais", mas o texto não inclui qualquer menção ao aumento do protecionismo, no atual contexto de conflitos comerciais entre os Estados Unidos e China e outros países.
"O crescimento global parece estar se estabilizando e, em geral, espera-se uma recuperação moderada ainda este ano e em 2020", afirma a declaração conjunta do G20, que também se compromete a "enfrentar os riscos" decorrentes das tensões mencionadas acima e "empreender mais ações" se necessário.

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