sábado, 31 de outubro de 2015

EDUCAÇÃO FINANCEIRA





UM POUCO DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA FAZ BEM?

Flavio Augusto da Silva 


A taxa de juros cobrada pelo cartão de crédito nos EUA atingiu o patamar de 13.1% ao ano em 2015. Ou seja, se você faz uma compra de 1000 dólares em seu cartão de crédito e resolve pagar a fatura somente daqui a 1 ano, o valor a pagar será de 1131 dólares.
Caso o cliente tenha um excelente "score" em seu crédito e tenha um cartão mais antigo, essa taxa pode diminuir, chegando a algo em torno de 7%. No mesmo exemplo, 1000 dólares de créditos pagos em 1 ano custaria 1070 dólares.
Nota-se um aumento na taxa de juros no cartão de crédito devido a um aumento na inadimplência depois das turbulências de 2008. Por outro lado, apesar de muitas reclamações em relação essas taxas de juros "exorbitantes", o consumo no país continua em alta, o que explica a boa recuperação da economia americana nos últimos anos.
Para fazer aquela comparação inevitável, a taxa de juros no cartão de crédito no Brasil atingiu o incrível patamar de 414% neste ano. Isso significa que alguém que comprou com o cartão de crédito os mesmos 1000 dólares (cerca de 4.000 reais), teve dificuldades e conseguiu pagar a conta integral somente 12 meses mais tarde, sua dívida se tornará a bagatela de aproximadamente 5140 dólares (cerca de 20.560 reais).
É claro que essas taxas de juros cobradas no país não favorecem o consumo, em especial dos que tem uma menor renda. No entanto, essa realidade é ainda mais agravada pela desvalorização cambial em relação ao dólar que no último ano saltou de 2.25 para os incríveis patamar de 4.00 reais. O efeito sobre os preços no Brasil pode ser sentido de imediato em vários ítens importados, como iPhone, computadores, viagens internacionais, dentre outros.
Em outras palavras, os preços subiram bastante e o crédito para pagar quintuplica este valor que já era alto. Enquanto isso, o salário continuou o mesmo... Vale lembrar que o leme da economia está nas mãos do governo e não dos bancos.
Sem uma melhor educação financeira, tema extremamente deficiente no país, já era importante para alguém que tivesse o desejo de prosperar num cenário mais favorável da economia, agora então, com o mar revolto, os conhecimentos básicos sobre investimentos, matemática financeira, dentre outros recursos que a educação financeira oferece para o indivíduo comum se defender e proteger o seu patrimônio, tornaram-se um ítem básico de sobrevivência.
infelizmente isso não se ensina na escola... Deveria ser uma matéria presente desde o ensino fundamental até o último dia da Universidade.
Por que será que a ignorância da população vale tão a pena?

DESNUDANDO A NOTÍCIA




  

José Eutáquio de Oliveira


“Deu no New York Times,” berrou o locutor no rádio do carro: o diretor da Playboy, Scott Flander, anunciou que a partir de março de 2016 a revista não publicará mais ensaios fotográficos de mulheres nuas na América. Tomei um susto danado com a notícia, que mais tarde viraria manchete nos principais jornais do mundo. Putzgrila, temi: será que o tal do Tea Party, os ultradireitistas do Partido Republicano, conseguiu impor a volta aos tempos da inquisição no Tio Sam?

Junto com o temor pela perda das liberdades na América, veio-me à mente a luta do jornalista Larry Flint, editor da concorrente Hustler – muito mais ousada do que a Playboy em erotismo – que venceu na Suprema Corte, a sanha dos fundamentalistas religiosos, que queriam o fim da publicação. O caso virou até filme de Hollywood – “O Povo Contra Larry Flint” – e se tornou paradigma de como a liberdade de expressão é levada a sério na terra do Tio Sam. “Estamos ferrados, tudo que acontece nos EUA se espalha pelo mundo”, pensei. Em mundo tão paradoxal, como diria Tim Maia, em que até cafetão tem ciúme de suas “meninas”...
Ah, as meninas! Como eram belas aquelas moças que a Playboy desnudava. Foram muitas. Inesquecíveis. De Marilyn Monroe a Cléo Pires; de Vera Fischer a Maitê Proença. Os pupilos de Hugh Hefner de 28 países aprenderam bem a escolher lindas playmates para apresentá-las em cada edição da revista desde 1953, quando foi fundada. Filho de pais carolas, Hugh Hafner entendeu como ninguém de sua época as carências e expectativas sexuais da geração do pós-Segunda Guerra. O rock estava no início e a juventude transviada começava a botar as manguinhas de fora. Porém, beijo na boca, mão naquilo e aquilo na mão, meu caro, nem pensar.

Sociólogo de botequim, advogo que, ao romper com a caretice da época, Hefner colaborou decisivamente para a revolução sexual que marcaria os anos 1960. Como era libertador comprar uma Playboy importada nas bancas para, em seguida, devorar a revista no banheiro sob a orientação de Onan! Prazer que ficou mais fácil quando a publicação passou a ter uma versão brasileira – apesar de a ditadura militar impedir as fotos das genitálias nacionais tal como Deus as fez.

As feministas odiavam a Playboy e a nossa paixão pela revista. Mas tínhamos um grande álibi para escapulir da acusação de machistas: a qualidade editorial da publicação. Que seguia um padrão: na capa uma beldade da moda, que era também a figura central do ensaio fotográfico. E o pulo do gato: alentadas entrevistas com grandes personalidades (Martin Luther King e Pelé foram algumas delas), reportagens exclusivas espetaculares, e contos eróticos de escritores como Jorge Amado e Tom Wolf.

Pois é, a partir de 2016 panos e sombras cobrirão as beldades e seus principais mistérios, em fotos que apenas insinuarão erotismo. Uma decisão que, para meu alívio, não foi uma derrota para os fundamentalistas. Pelo contrário. A mudança foi imposta pela Internet e pelo festival de pornografia que ela veicula em tempo real, de graça, diariamente. Prefiro a pornografia à censura. Afinal de contas, é uma escolha.
Minha esperança é que a Playboy e suas similares optem agora por desnudar a falta de pudor dos políticos, empresários, sindicalistas e demais corruptos que insistem na prática de roubar o dinheiro público e de promover a miséria no mundo. Estou pedindo demais?


OPOSIÇÃO TÍMIDA



  

Por: Aristóteles Drummond*


Fazer oposição é uma arte e uma vocação. A velha UDN, com bravos parlamentares, era exemplo de garra e determinação na fiscalização e cobrança dos governos, nos âmbitos federal e estadual. Minas teve nomes de excelência, como Oscar Dias Correa, Zezinho Bonifácio, na Assembleia e na Câmara federal, e Afonso Arinos Sobrinho, que, quando da bancada mineira, fez discurso contra Vargas de tal violência que é considerado uma das causas do ato extremo do então presidente da República.

Bilac Pinto, ao denunciar a dimensão da infiltração comunista no governo Jango, foi decisivo na conscientização dos militares e da sociedade em 1964. Isso sem falar no demolidor de presidentes, o fluminense Carlos Lacerda, certamente o maior tribuno da história republicana.

Hoje, falta uma estratégia nas oposições. O Congresso Nacional deveria apoiar as medidas do ajuste, que as forças formadoras de opinião reconhecem como acertadas, como ato de responsabilidade, deixando as queixas e reclamações para os aliados levianos da presidente. E, ao mesmo tempo, bater duro nas questões relacionadas aos escândalos, cobrando casos relegados ao esquecimento, apesar de sua gravidade. Oposição ao governo e não ao Brasil é o que se espera.

Inconcebível para quem conheceu a referida bancada da UDN que a oposição ao governo federal seja omissa na apuração dos desmandos da sra. Rosemary. Ela foi representante do Planalto em São Paulo, acompanhou o presidente Lula em viagens ao exterior, e o processo a que responde de enriquecimento ilícito e tráfico de influência está em alguma gaveta.

O STJ autorizou, em junho, a abertura de seus cartões corporativos e o Congresso não cobrou a entrega dos mesmos. Em Minas, as palestras milionárias do hoje governador pagas pela Fiemg, com farto noticiário de que, além do preço exorbitante, superior ao de um Prêmio Nobel, consta que nem foram feitas, caíram no esquecimento. A impunidade permitiu a candidatura do conferencista, eleito com contas cheias de suspeições, gráficas que não existem, dinheiro passando por empresa da mulher e outros fatos graves amplamente noticiados. As bancadas da Assembleia e a federal nada cobram.

Claro que existe uma ala na oposição que, no fundo, se identifica com o lado bolivariano deste governo. O PPS, por exemplo, que é, segundo seu presidente, o sucessor do velho Partidão, deve ver com simpatia nossas relações com Cuba e Fidel e os generosos financiamentos do BNDES à ilha dos Castro.
A sociedade e as chamadas forças vivas da nacionalidade estão na orfandade. Oposição de verdade apenas nas redes sociais, que pecam por ser trabalho de amadores e esse jogo é para profissionais.

Assim a crise vai ficando cada vez mais grave , pois tudo na verdade depende da economia e os agentes do desenvolvimento já viram que o governo finge que governa e a oposição finge que combate o governo.

*Jornalista, escritor e historiador

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

OS OUTROS FIZERAM BENFEITOS!



  

Márcio Doti


O destempero do líder do PT, deputado Sibá Machado, ao enfrentar manifestantes favoráveis ao impeachment da presidente Dilma, nada mais é do que a tônica de um partido que se acostumou a conviver com baixarias porque é produto delas. Episódios foram vividos nos gabinetes de Brasília e por toda a parte onde o júbilo pelo poder falou mais alto que a própria prudência recomendava, tendo em vista os malfeitos em curso. Um pouco de bom senso bastaria para mostrar a esses que a reação intempestiva e violenta, os gestos tresloucados não cabiam e um dia seriam cobrados.
Vem agora o próprio partido, e segue a linha de Sibá Machado, de lideranças, de trabalhadores há muito vestidos de assalariados governamentais, que já prometeram ir para as ruas como se nas ruas não estivessem também os tantos indignados com tanta baixaria, tanto roubo, tanto desfalque e desrespeito pelo dinheiro e pela coisa pública.
Assegurando ao ex-presidente Lula a condição de grande líder, por mais que em torno dele venham se fechando suspeitas, acusações e indícios de malfeitos, as lideranças do partido não enxergam o grotesco das atitudes, o desespero de pressentir um quadro adverso ao partido, em nada compatível com o velho discurso que insinuava um grupo valente, representante das oposições, defensor dos fracos e oprimidos, mas hoje revelado como aproveitador. O discurso desmentido pela prática. As lideranças derrubadas pelo rastro de realidade que vêm construindo uma trajetória de destruição, de atos absurdos e incompatíveis com o discurso dessa quinta.
Alto preço
O Brasil pagará um alto preço por todas as destruições produzidas até aqui e aquelas que ainda serão praticadas até que prevaleça a seriedade e o país possa reencontrar o caminho do acerto. Os que praticam essas leviandades e esses malfeitos serão punidos, sobretudo pela própria desmoralização, pelo nojo do povo.
Os que oferecem solidariedade estão, em verdade, praticando a cumplicidade e também pagarão pela desavergonhada solidariedade. E os que se calam, comungam ou lavam as mãos, também terão contas a ajustar, não apenas com a Justiça, com os tribunais, mas, sobretudo, com a história.
Serão lembrados por aqueles que estão chegando, os que irão chegar e que encontrarão a terra arrasada ao invés do país arrumado, construído, pronto para servir-lhes de ambiente de trabalho, de afirmação pessoal e pública, de crescimento no panorama internacional.
Desespero
Triste herança, triste legado, impossível de ser varrido para debaixo do tapete porque não há tapete. O que se observa é o desespero da realidade indefensável. Não há o que dizer, mas ainda assim, há os que dizem. Insistem na tese da injustiça, seguem na linha do velho líder que nunca soube de nada, embora vivendo no centro de todas as bandalheiras descobertas lá atrás e mais essas que vamos conhecendo ainda agora.
Quais mais descobriremos ou das quais saberemos, quais? Difícil dizer e repugnante perceber que a desfaçatez é a mais vergonhosa das armas usadas como defesa.

CONFLITO ENTRE ISRAEL E IRÃ SAI DAS SOMBRAS

  Ataque do Irã contra Israel ...