terça-feira, 31 de março de 2020

TRUMP PROLONGA A QUARENTENA NOS ESTADOS UNIDOS


Trump desiste de reabrir comércio dos EUA em abril

Agência Brasil








O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou as diretrizes de permanência em casa até o fim de abril, abandonando um plano duramente criticado para reativar a economia até meados de abril depois que um conselheiro médico graduado disse que mais de 100 mil norte-americanos poderiam morrer com o surto de coronavírus.
O recuo de Trump, que ele disse que será explicado com mais detalhes amanhã (31), veio no momento em que o total de mortes causadas pela doença respiratória no país superou 2.460 e os casos passaram de 141 mil, a maior cifra do mundo.
"O pico, o ponto mais alto da taxa de mortalidade, provavelmente acontecerá em duas semanas", disse o presidente. "Nada seria pior do que cantar vitória antes de a vitória ser conquistada," comentou.
Ele disse à população: "Quanto melhor vocês se saírem, mas rápido este pesadelo todo terminará."
Mais cedo, o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, disse que a pandemia poderia chegar a matar entre 100 mil e 200 mil pessoas nos Estados Unidos se a redução de casos não tiver sucesso.
Mortes
Desde 2010, a gripe matou entre 12 mil e 61 mil norte-americanos por ano, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A pandemia de gripe de 1918-1919 matou 675 mil pessoas no país, segundo o CDC.
A insinuação inesperada de Trump de que poderia ordenar a reativação da economia até a Páscoa (12 de abril) foi recebida com críticas intensas e imediatas de governadores que ainda lidam com números crescentes de pacientes e sistemas de saúde sobrecarregados.
Governadores de ao menos 21 estados que representam mais da metade dos 330 milhões de habitantes dos EUA fecharam "negócios não essenciais" e instruíram os moradores para que fiquem em casa.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 31/03/2020


Republicanos presidenciais

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini



   

 

As filiações do vereador Carlos Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro ao Partido Republicanos, do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, reforçaram rumores de que o presidente Jair Bolsonaro seguirá o caminho dos filhos. Não é o plano do Capitão. Forjado na caserna, estrategista nato, ele quer outra forte legenda aliada – seja o Aliança pelo Brasil (APB), que tenta fundar, ou um plano B, como o Patriota, se o APB não sair do papel. Os Bolsonaros não querem ficar reféns de uma sigla, e sim abrir trincheiras no campo de batalha com outras frentes.
Corporativismo
Passados 41 dias do atentado contra o senador, a Polícia Civil de Sobral (CE) e a Secretaria de Segurança Pública do Estado não sabem quem atirou em Cid Gomes.

Eles sabem
A Coluna solicitou informações da Civil e SSP cearense, sem respostas. Só falta a PF entrar num caso onde o que mais se tem é policial envolvido. E ninguém aponta o dedo.
No escurinho
Acontece no Recife: À noite, com menor policiamento, ladrões invadem restaurantes e mercadinhos para roubar alimentos. No Centro, Boa Viagem e Casa Forte.
Alô, doutor!
A morte por infecção de coronavírus do prefeito de São José do Divino (PI), Antônio Felícia (PT), causou correria de políticos do Estado a hospitais. É que no fim de semana retrasado ele participou de um evento em Caraúbas, e cumprimentou prefeitos, o senador Ciro Nogueira e a deputada federal Iracema Portela.
Alívio, por ora
Ontem, até o fim do dia, foram confirmados negativos pelo menos os exames dos prefeitos de Buriti dos Lopes, Murici dos Portelas e Caraúbas do Piauí.
Cadê ?
A Rede Sarah, um dos mais ricos hospitais e de melhor infraestrutura do País, sumiu na crise do coronavírus. Há unidades gigantescas em Brasília, Salvador, São Luís, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro e Macapá. E com gordas verbas públicas.
Cacique na moita
Mesmo em casa com coronavírus, o ex-senador Armando Monteiro Neto não esquece a política. Acredita que as eleições deste ano podem ser adiadas. Mas nunca aumentar mandatos de prefeitos e vereadores por mais dois anos.
Casal problema
Veja a cara de pau dessa gente. Um elegante casal de advogados da high society de Curitiba voltou contaminado por coronavírus dos Estados Unidos. Cientes de que não poderiam ir para casa – pais idosos e filhos moram juntos – alugou um quarto de hotel na capital. Descobertos, foram expulsos e agora estão numa casa alugada pelo airbnb.
Saldão no shopping
A direção da Ancar Ivanhoé, que possui 16 shoppings (oito no Rio de Janeiro, sete em São Paulo e um em Brasília) operou forte com medo de calotes. Enviou com boa antecedência os boletos do aluguel das lojas, e mandou carta aos parceiros, à qual a Coluna teve acesso: Quem pagar antes do vencimento, terá desconto de 50%. E o controlador promete cobrar aluguéis futuros em parcelas de até três vezes.
Voz do Varejão 
O Instituto para Desenvolvimento do Varejo, com 70 associados – os maiores varejistas do Brasil – engrossou o coro do mercado. Decidiu enviar carta com sugestões e pedidos de medidas emergências para a economia. Os destinatários são os governadores e o presidente Jair Bolsonaro.
Tamanho da conta
O medo da turma que responde por R$ 345 bilhões de faturamento por ano é a questão trabalhista e fiscal. São 750 mil empregos diretos em 30 mil estabelecimentos e 200 grandes centros de distribuição que não podem parar, para abastecer a despensa do país.

Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste

A AMÉRICA LATINA LEVA VANTAGEM NO COMBATE AO CORONAVÍRUS?


Coronavírus: as vantagens relativas da América Latina para combater a pandemia




© Getty Images

Se sistemas de saúde como os da Espanha ou da Itália já estão operando no limite, o que acontecerá quando a pandemia do coronavírus atingir em cheio a América Latina?
Desde que o primeiro caso foi registrado no Brasil, em 26 de fevereiro, a região passa por uma fase de contenção do coronavírus.
Isso levou diversos países a tomar medidas drásticas como quarentena, distanciamento social, fechamento de fronteiras e realização de testes em massa.
Embora ainda estejamos longe da gravidade de países como China, Coreia do Sul ou da Europa, as autoridades fazem um alerta.


© Getty Images

"Chegar a uma situação como a da Itália ou da Espanha seria algo muito dramático e catastrófico, e não podemos descartar que pode acontecer", diz Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.
"Os sistemas de saúde devem se preparar para o pior cenário", acrescenta.
Pouco investimento
A Itália, o país mais afetado até agora, registra mais de 100 mil casos de coronavírus e cerca de 11 mil mortes. Na América Latina, o país com mais mortes é o Brasil (136 até domingo, 29 de março).
Miguel Lago, diretor do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (IEPS), com sede no Rio de Janeiro, concorda.
"É muito possível que aconteça na América Latina o que aconteceu na Itália ou talvez pior, porque a Itália investe quase 7% do PIB em saúde pública e possui um sistema mais forte que os de nossos países", diz o especialista, ao destacar que o México só investe 3% do PIB em saúde pública.
No Brasil, a taxa ficou em torno de 4% do PIB nos últimos anos.



© Getty Images Grandes avenidas de várias cidades da região estão vazias após as ordens de isolamento

"Podemos ter um cenário mais aterrorizante que o da Itália", alerta.
Mas, apesar das deficiências dos sistemas de saúde e das desigualdades, a América Latina possui vantagens para enfrentar a crise e, talvez, sofrer menos que outras partes do mundo.
Tempo e distância
América Latina e África foram as regiões aonde o coronavírus chegou mais tarde. Surgido na China, o vírus de lá se espalhou para o restante da Ásia e depois para a Europa e os Estados Unidos, as áreas mais afetadas pelo surto no momento.
A distância da América Latina da Ásia e da Europa, regiões separadas por oceanos, nos permitiu economizar tempo.
Já as experiências de contenção tomadas pela China e pela Europa serviram de base para tomarmos medidas preventivas muito mais cedo do que Itália e Espanha, por exemplo, países que vivem uma explosão no número de casos - e de mortos.


© Getty Images Vários países da América Latina ordenaram toques de recolher ou quarentena, entre outras medidas

"Uma vantagem é o tempo que a região teve para se preparar e tomar medidas de contenção e mitigação", diz Espinal.
A Venezuela, por exemplo, decretou a quarentena total do país com menos de 20 casos; a Argentina, antes do número de mortos chegar a quatro.
Na Espanha, os casos confirmados dispararam a partir de 25 de fevereiro, mas foi somente em 15 de março que a quarentena foi decretada em todo o território. O país tem mais de 85 mil casos e mais de 7 mil mortes.
"Isso nos afetará (o coronavírus). O importante é minimizar a possibilidade de surtos maciços e implementar medidas que nos ajudem a controlar o máximo possível a possibilidade de ocorrer o que está ocorrendo nos Estados Unidos, Itália, China ou Irã", diz Espinal, da OPAS.
A América Latina "tem tempo para se preparar."
Essa é sua grande vantagem: interromper o ritmo de contágio.
A partir do momento em que há transmissão comunitária (quando já não se sabe a origem da contaminação), os sistemas de saúde ficarão sobrecarregados e as deficiências estruturais, mais aparentes: serão necessárias unidades de terapia intensiva adequadas, respiradores para respiração assistida, camas e equipamentos de proteção para a equipe médica.
Experiência com doenças infecciosas
Outra vantagem é que, ao contrário da Europa, a América Latina está acostumada a lidar com doenças infecciosas.
A região "tem uma vasta experiência no gerenciamento de surtos e pandemias, como o H1N1 em 2009 e a zika há 4, 5 anos", lembra Espinal.
"A América Latina aprendeu com essas lições e os países estão um pouco mais bem preparados do que antes dessas epidemias."
Por exemplo, ao controlar pontos de entrada nos países, como aeroportos, e ter unidades e laboratórios de isolamento prontos.


© Getty Images Brasil e outros países da região enfrentaram epidemia de zika em anos recentes

"Temos um panorama epidemiológico complexo, com sistemas acostumados a essa complexidade, para atender pacientes com doenças não transmissíveis (câncer, cardiovascular, diabetes ...) e doenças infecciosas", diz Lago, do IEPS.
Como exemplo, ele cita a dengue, que vem registrando números recordes, inclusive neste ano, mas também zika, chikungunya, malária e febre amarela.
"É uma região resiliente que enfrentou o zika com muito sucesso", disse Espinal, referindo-se à crise causada pela doença transmitida por mosquitos que afetou especialmente o Brasil.
"As doenças emergentes ou reemergentes estão lá e fazem parte de nossa vida cotidiana", diz Espinal, que, no entanto, alerta que a epidemia do novo coronavírus é muito mais séria e com consequências ainda imprevisíveis.



© Getty Images Alguns países vêm realizando operações policiais para garantir que as pessoas permaneçam em suas casas

Alguns países realizam verificações com as pessoas que continuam circulando com seus veículos, apesar das ordens de ficar em casa.
Assim como durante o surto de zika, a sociedade precisa se mobilizar e se unir diante de um surto que atravessa fronteiras, dizem os especialistas.
E, da mesma forma que antes, o acesso à informação é essencial, acrescentam.
"As pessoas tiveram que aprender o que fazer com os criadouros de mosquitos e agora precisam aprender como gerenciar distâncias sociais ou medidas de higiene pessoal", diz Espinal.
"Temos a capacidade técnica, mas não os recursos e suprimentos, então teremos que ver o tamanho da epidemia aqui", alerta Lago.
"Se poucas pessoas estão infectadas, temos toda a capacidade de controlar isso bem, mas se 20% da população acabar infectada, o que não é um cenário impossível, teremos grandes problemas", ressalva.

CONFLITO ENTRE ISRAEL E IRÃ SAI DAS SOMBRAS

  Ataque do Irã contra Israel ...