segunda-feira, 29 de abril de 2024

A REGULAMENTAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA SORE BENS E SERVIÇOS TERÁ A MAIOR ALÍQUOTA DO MUNDO

História de Cláudio Gradilone – Forbes

Reforma tributária: o que muda na sua vida com a maior alíquota do mundo

Reforma tributária: o que muda na sua vida com a maior alíquota do mundo© Fornecido por Forbes Brasil

Questionamentos: reforma tributária foi aprovada com promessa de simplificação, mas alíquota deve subir (Foto: Getty Images)

Entregue ao Congresso na quarta-feira (24) e com aprovação “prometida” até meados de julho, a regulamentação da proposta de reforma tributária deverá resultar em uma alíquota média de 27,5% de imposto sobre os bens e serviços, o que representa a maior alíquota do mundo em termos de imposto sobre o consumo. Até agora, a liderança fica com a Hungria, que cobra uma alíquota de 27%. Com as mudanças, a incidência brasileira passará à frente.

“O resultado não está como gostaríamos”, diz Roberto Mateus Ordine, presidente da Associação Comercial de São Paulo. “Somos pela simplificação e pela redução da carga tributária. Isso não está contemplado, e vamos tentar suprir essas deficiências na fase da regulamentação.”

Rememorando: a reforma tributária aprovada em dezembro de 2023 substituiu cinco impostos por dois. Os tributos federais PIS, Cofins e IPI, o estadual ICMS e o municipal ISS foram substituídos por um imposto sobre valor agregado duplo. A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) substitui os impostos federais, e o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS) vai ficar no lugar dos impostos estaduais e municipais.Promessa de simplificação

A principal vantagem vendida pelo governo para a reforma é a simplificação. Atualmente, há 27 regulamentações diferentes para o ICMS, o que dificulta os negócios e reduz a competitividade da economia. “O Brasil é o país hoje que gasta mais tempo com impostos, na frente de países como Bolívia, Venezuela, Líbia”, diz Davi Lelis, economista da Valor Investimentos. “Não estou falando de carga tributária, estou falando do tempo que pessoas e empresas gastam durante o ano para cumprir obrigações fiscais.”

Segundo ele, a média mundial é que as empresas gastem 233 horas por ano para cuidar da parte fiscal. Nos Estados Unidos são gastas 175 horas, e no Brasil são 1.501 horas. “Imagine o quanto de eficiência o país ganharia se as empresas e os trabalhadores gastassem essas horas trabalhando e produzindo”, afirma.

“Se a reforma facilitar para as empresas entenderem como devem aplicar os tributos sobre os preços de seus produtos e serviços, isso será um grande avanço”, diz o economista Roberto Simões, professor da Faculdade do Comércio. “As diferenças estaduais na legislação do ICMS dificultam vender para outros estados.”Regulamentação

“Agora chegou a hora do desafio principal”, diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. “Será que as leis aprovadas irão refletir com exatidão os princípios e acordos presentes na Emenda Constitucional?”, diz ele.

Outro ponto, segundo Sung, é que muitas coisas ainda podem mudar. Para o economista, um dos pontos de atenção é a desoneração de diversos produtos da cesta básica. “Por exemplo, 18 itens terão suas alíquotas zeradas e 14 itens, especialmente alimentos, terão uma redução de 60% nas alíquotas. Será que os congressistas vão adicionar mais itens nessa lista?” Segundo Sung, o mesmo raciocínio vale para os prestadores de serviços. Pela proposta, 18 categorias de serviços profissionais terão suas alíquotas reduzidas.Implantação difícil

No entanto, segundo especialistas, a regulamentação será difícil de implantar. “A proposta é complexa, eleva a carga tributária sobre diversos setores, e não há consenso sobre sua aplicação na sociedade”, diz Rangel Fiorin, sócio do escritório Juveniz Jr Rolim Ferraz. “A Lei Geral do IBS, da CBS e do Imposto Seletivo altera mais de 499 artigos. Só isso pode gerar insegurança jurídica e o aumento da contencioso tributário”, diz ele.

Para Thiago Braga, tributarista do Candido Martins Advogados, uma das medidas, o chamado cashback, que é a devolução de dinheiro na compra de produtos como gás para famílias de menor renda, terá um efeito menor do que o esperado. “O projeto vincula a devoluções dos tributos às famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo, e essa restrição vai reduzir bastante a amplitude do cashback”, diz ele.

Braga também prevê dificuldades no chamado “split payment”. Esse sistema prevê que os impostos criados pela reforma serão recolhidos já no momento do pagamento, quando o banco vai separar o valor para os cofres públicos dos entes nacionais. “Ainda não ficou claro como ocorrerá a operacionalização, principalmente tecnológica, do mecanismo do split payment por parte dos entes federados”, diz ele.Imposto Seletivo

Também foi adicionado o Imposto Seletivo (IS), também conhecido como “imposto do pecado”, que vai tributar produtos considerados nocivos com alíquotas de até 100%. Segundo Sung, da Suno, esse tributo incide sobre embarcações e aeronaves e também sobre minerais extraídos como ferro, petróleo e gás natural. “Na balança comercial brasileira, ferro é o primeiro item mais exportado, e petróleo é o terceiro. Então, poderemos ver pressões de grupos de interesses e lobbies para retirada ou até adição de itens nesses grupos”, diz ele.

Para Fiorin, do Juveniz Jr Rolim Ferraz, o IS pode causar o aumentando da sonegação fiscal e até incentivar o contrabando devido à diferença de preços.

 

BIG TECHS NÃO ESTÃO ACEITANDO AS NORMAS ELEITORAIS DO TSE

História de RENATA GALF E ANGELA PINHO – Folha de S.Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No centro de embates políticos no Brasil, EUA e União Europeia, as big techs devem entrar nas eleições municipais de 2024 em um cenário de maior pressão.

Enquanto os EUA pressionam o TikTok e os europeus têm atuado para regular as plataformas de modo amplo, no Brasil é a Justiça Eleitoral que aperta o cerco às empresas, sendo inclusive alvo de críticas por avançar em relação ao que estabelece o Marco Civil da Internet.

Da parte das empresas, que têm sido reativas a uma regulação no Congresso, não há evidências de que elas devam atuar de modo mais efetivo para combater desinformação nas eleições. Ao mesmo tempo, promovem mudanças internas que podem ter impacto negativo nessa tarefa.

Assim como a apropriação do discurso contra a censura pela direita, a movimentação das big techs reflete um cenário global de maior escrutínio público, no ano em que metade da população mundial passa por eleições.

A realização de pleitos nacionais em países como EUA e Índia amplia as expectativas em torno das empresas, afirma Bruna Martins dos Santos, gerente de campanhas global da organização Digital Action.

“Vivemos um ponto de inflexão, no qual parte da sociedade passou a enxergar as plataformas como corresponsáveis pela erosão democrática em boa parte do mundo”, diz ela, que também integra a Coalizão Direitos na Rede.

Após regulamentação legislativa, como ocorrido na União Europeia, e medidas da Justiça Eleitoral, ela aponta que a dúvida é se as empresas vão cumprir tais regras.

Outra mudança de peças no tabuleiro é a saída do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes da presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A principal mudança aprovada pela corte neste ano diz que as empresas podem ser responsabilizadas solidariamente em caso de não removerem conteúdos e contas imediatamente em caso de condutas antidemocráticas ilegais, fatos inverídicos ou gravemente descontextualizados que “atinjam a integridade do processo eleitoral”, discurso de ódio, entre outros itens.

Até aqui, a não ser em caso de ordem judicial, a ação de moderação das plataformas sobre conteúdo eleitoral estava ancorada em suas próprias regras. Um cenário que leva também a críticas não só quanto a lacunas nas políticas globais das redes, mas também a se a sua aplicação seria consistente.

Em 2022, a dez dias do segundo turno, o TSE aprovou nova regra, ampliando o poder de a corte determinar derrubada de conteúdos mesmo sem provocação dos partidos ou do Ministério Público —cuja atuação foi marcada pela inação, mesmo frente às amplas campanhas de desinformação contra as urnas.

A partir do alastramento de acampamentos golpistas, a regra foi usada para suspender perfis e grupos de conversa.

Em 2024, ao mesmo tempo em que se aponta para uma maior possibilidade de sanções, o escrutínio quanto à ação de moderação das redes também deverá ocorrer com menos ferramentas de monitoramento à disposição de pesquisadores, de entidades e da imprensa.

O X (antigo Twitter), por exemplo, deixou de oferecer acesso gratuito a sua API e a Meta, dona do Facebook e Instagram anunciou o fim do Crowdtangle. As duas ferramentas permitiam o monitoramento externo de dados das redes. O TikTok já não oferecia esse tipo de recurso.

O professor de comunicação da Universidade Federal Fluminense Viktor Chagas faz críticas a esse movimento das plataformas, que ele vê também como uma reação a ações e tentativas de regulação. “Elas de alguma forma se encontraram vulneráveis na sua condição e por isso resolveram se tornar ainda mais opacas do que já eram”, diz.

No contexto brasileiro para 2024, ele afirma que, por um lado, o fato de as eleições serem municipais tira em parte o peso das redes para campanha, já que em cidades pequenas o corpo a corpo tende a ser mais importante. De outro, vê o uso das plataformas este ano por lideranças já visando 2026.

“Estamos atravessando um período de ainda muita incerteza do que vai acontecer no segundo semestre”, diz.

Este ano também será o primeiro pleito no Brasil depois do lançamento das comunidades no WhatsApp, recurso que teve início postergado para depois da disputa eleitoral de 2022, o que chegou a ser recomendado à época pela Procuradoria da República em São Paulo.

Outra nova regra do TSE é a obrigatoriedade de bibliotecas de anúncios e posts impulsionados de caráter político eleitoral, com uma definição ampla do que deve ser disponibilizado.

Na última semana, o Google anunciou que deixaria de permitir anúncios políticos. Um dos motivos seria o alto custo e complexidade para moderação com base na determinação da corte. O X, por sua vez, que antes proibia impulsionamento político, passou a permitir depois de ser adquirido pelo empresário Elon Musk.

Outro fator apontado por especialistas como fundamental para o combate à desinformação é o investimento em equipes de moderação e segurança, especialmente com conhecimento da língua e contextos locais.

Desde a última eleição, no entanto, diversas empresas têm feito cortes expressivos em seus times, atingindo diferentes áreas.

Por vários motivos, recai sobre o X o maior grau de incerteza, avaliam especialistas da área.

No início do mês, Musk iniciou uma série de ataques a Alexandre de Moraes, a quem chamou de censor e ditador em razão de ordens de bloqueio de perfis na rede. O bilionário prometeu ainda desobedecer a Justiça e reabrir as contas.

Apesar de não ter concretizado essa ameaça, ordens do ministro enviadas ao X foram divulgadas por uma comissão no Congresso dos EUA. Junto com a retórica de Musk, isso tem influenciado o debate político ao dar combustível à narrativa do bolsonarismo de que há censura a seus porta-vozes.

Em sentido contrário, há a leitura de especialistas de que a decisão do Congresso americano que pode levar ao banimento do TikTok pode ter reflexo indireto no debate do Brasil ao legitimar o discurso em favor de bloqueios.

Apesar de alguns problemas serem gerais, Yasmin Curzi, professora da FGV Direito Rio, entende que nem todas as empresas devem ser colocadas “no mesmo arcabouço”, adicionando que, no caso de Musk, estão envolvidos interesses político-ideológicos e não simplesmente comerciais.

Pouco otimista em relação a quanto se avançou no combate à desinformação até aqui, ela aponta que ao se olhar mais para a remoção de conteúdo, corre-se o risco de gerar mais atenção e apoio para grupos que se dizem censurados.

“A gente não está olhando para essa roda que está girando esse engajamento”, diz, defendendo mais transparência sobre os algoritmos de recomendação das redes.

 

MILEI PROMETE MANTER AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS NA ARGENTINA

 

História de AFP

Centenas de pessoas participam de passeata em protesto contra o ajuste orçamentário nas universidades públicas em Buenos Aires, em 23 de abril de 2024

Centenas de pessoas participam de passeata em protesto contra o ajuste orçamentário nas universidades públicas em Buenos Aires, em 23 de abril de 2024© Luis ROBAYO

O presidente da Argentina, Javier Milei, assegurou, neste domingo (28), que vai manter as universidades públicas e criticou seus opositores, cinco dias depois de uma multitudinária marcha federal universitária, o maior protesto até agora contra as medidas de austeridade de seu governo.

Milei, um economista ultraliberal que assumiu a Presidência em dezembro com a promessa de baixar a inflação de três dígitos e sanear a economia, acusou seus opositores de “pegar uma causa nobre”, como a defesa da educação gratuita, e “prostituí-la”, e defendeu o rumo de sua administração em duas longas entrevistas.

“Nunca pensamos em fechar as universidades públicas, nunca pensamos em desfinanciá-las”, disse Milei ao canal de televisão LN+, reiterando o que havia dito antes à rádio Rivadavia.

“Chama-se falácia do espantalho. Nossos opositores inventaram uma mentira e nos atacam a partir dessa mentira”, afirmou.

E reforçou: “visto que os pagadores de impostos estão financiando as universidades públicas, exigimos que haja auditorias. Faz dez anos que não há auditorias. Quem é quem não quer ter o gasto auditado? O ladrão”.

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas na última terça-feira, em Buenos Aires e nas principais cidades do país atendendo a uma convocação de estudantes, graduados e professores universitários, à qual aderiram sindicatos, partidos da oposição e cidadãos em geral.

As universidades se declararam em emergência orçamentária depois que o governo prorrogou, este ano, o orçamento de 2023, embora a inflação ao ano tenha beirado os 290% em março.

Diante das queixas, na semana passada Milei concedeu “aumentar em 70% os gastos de funcionamento em março e outros 70% em maio”, além de uma quantia extraordinária para hospitais universitários, segundo informou o porta-voz presidencial.

Milei ressaltou, neste domingo, que a passeata foi realizada “apesar do repasse dos fundos”.

Foi “a reedição da campanha do medo de (Sergio) Massa”, disse o presidente, em alusão a seu adversário nas últimas eleições.

Milei também denunciou a participação de “atores contratados” para dar testemunho contra o governo e considerou “muito minoritária” a presença de pessoas que votaram nele no segundo turno.

A marcha “é politicamente uma grande derrota da oposição, é uma grande vitória da situação”, assegurou.

Milei previu que a inflação mensal poderia cair abaixo de 10% em abril, e mostrou-se otimista sobre o futuro da Argentina, enquanto a pobreza assola metade da população e as medidas de ajuste incluem demissões de funcionários públicos, fechamento de dependências do governo, cortes de subsídios, aumento de tarifas públicas e congelamento de orçamentos.

“Depois de cem anos de destruição populista, empreendemos uma mudança de 180 graus (…) Vamos sair [disso] e vamos ficar bem”, prometeu.

PROFESSORES ABANDONAM O ENSINO NA VENEZUELA POR BAIXOS SALÁRIOS

 

História de Alicia Hernández – BBC News Mundo – BBC News Brasil

Professores protestam por aumento salarial na Venezuela

Professores protestam por aumento salarial na Venezuela© Getty Images

Com o dinheiro que recebe a cada quinze dias, Belkis Bolívar consegue comprar apenas uma dúzia de ovos. Nada mais.

Com sorte, é suficiente para pagar a passagem de ida de ônibus. Belkis é professora do ensino fundamental.

A venezuelana, moradora de Caracas, exerce sua profissão há mais de 30 anos.

Trabalha no turno da noite em uma escola pública e recebe 150 bolívares a cada quinze dias, totalizando 300 bolívares por mês, ou seja, menos de US$ 10 (ou cerca de R$ 50).

“Tenho que fazer outras coisas durante o dia para complementar minha renda”, conta à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

Como também é professora de línguas, dá aulas particulares de francês para ganhar um dinheiro extra. Mas também vende almoços, cachorros-quentes e pães recheados com presunto durante o Natal, além de chicha, uma bebida típica da América Latina feita a partir da fermentação de grãos ou frutas.

“Aceito qualquer encomenda, qualquer coisa, sempre estou buscando algo diferente para fazer.”

Seu caso não é único. O baixo salário e as péssimas condições de trabalho estão fazendo com que cada vez mais professores na Venezuela abandonem a profissão.

Cerca de 200 mil professores venezuelanos deixaram as salas de aula nos últimos anos, segundo estimativas de associações sindicais. Alguns se juntaram aos que emigraram do país, outros mudaram de profissão.

Sem incentivos, isso está causando um esvaziamento das escolas. E, no lado mais vulnerável, estão os alunos, que viram suas horas de aula reduzidas, às vezes ministradas por pessoas que nem sequer estão qualificadas para isso.

Sem aumento salarial

Belkis começou a procurar outras formas de ganhar dinheiro fora da docência em 2019, quando deixou de ver “a manteiga no pão”.

“Eu não vou mais lá [para a escola]. Dando aulas particulares me saio melhor. Só indo todos os dias de ônibus até lá, em uma semana gasto o salário quinzenal”, diz.

Já lhe propuseram dar aulas no ensino médio, mas o panorama é o mesmo que no ensino fundamental. O salário médio de um professor na Venezuela é de US$ 21,57 por mês (cerca de R$ 107), segundo o relatório do Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores (Cendas-FVM).

Em janeiro, a cesta básica familiar estava em US$ 535,63 (aproximadamente R$ 2.678), de acordo com a mesma instituição. Um professor precisa de quase 25 salários por mês para cobri-la.

O abandono em massa das salas de aulas por professores na Venezuela

O abandono em massa das salas de aulas por professores na Venezuela© Getty Images

O último ajuste salarial do governo de Nicolás Maduro foi em março de 2022 e o salário base dos funcionários públicos é desde então de 130 bolívares por mês, o que equivale a cerca de US$ 3,6 (R$ 18).

Em janeiro passado, Maduro anunciou o aumento do chamado “bônus de guerra econômica” e do ticket de alimentação para o equivalente a US$ 100 por mês (R$ 500).

No entanto, nem todos recebem esse bônus. Para isso, é necessário ter o “carnê da pátria”, que é obtido ao se registrar no “Sistema Pátria”, uma entidade que, segundo setores críticos ao chavismo, é um mecanismo de controle da população.

De professora a mototaxista

Às vezes, Belkis considera deixar o ensino, mas ela diz que continua por vocação, “para não perder o contato com as crianças”.

Ao seu redor, muitos professores abandonaram as salas de aula.

“Conheço professores que são mototaxistas, que fizeram cursos de gerenciamento de redes sociais, professoras que trabalham fazendo sobrancelhas, colocando cílios… Outros que fizeram um curso de massagem redutora e terapêutica, professores de ginástica que foram para academias. Eles estão em atividades mais lucrativas do que dar aulas em uma escola”, explica.

Yasser Lenin Sierra é um dos que ingressaram no sistema público de educação e agora trabalham, entre outras coisas, como mototaxistas.

“A moeda não vale nada e a necessidade obriga. Com um horário de trabalho de 40 horas por semana e 12 turmas para dar aulas, eu ganhava cerca de US$ 5 por quinzena, e com o cestaticket [um vale alimentação] entre US$ 20 e US$ 25”, conta Sierra à BBC Mundo.

Este professor de educação física diz que em uma corrida longa de moto, de San José de Cotiza, no oeste de Caracas, até Petare, no leste, pode ganhar entre US$ 8 e US$ 10.

“O dobro do que ganhava dando aula em apenas uma corrida. Quando vou ao banco e saco dinheiro para comprar comida, dói. E eu tenho que comer, tenho que ter energia para dar aula, devo vestir roupas adequadas para trabalhar confortavelmente e sem me lesionar”, afirma.

Belkis Bolívar está considerando deixar o ensino devido aos baixos salários

Belkis Bolívar está considerando deixar o ensino devido aos baixos salários© Arquivo pessoal

Além da moto, ele dá 4 horas de aula em uma escola particular, que paga em dólares, e faz “o que aparecer”.

“Em um bom mês, no total, consigo fazer cerca de US$ 200 a US$ 330. Entre quatro adultos, conseguimos cobrir os gastos da família”, explica.

Outros, como Belkis e Yasser contam, decidiram não apenas sair das salas de aula, mas deixar a Venezuela em busca de um futuro melhor.

Eles se juntam à lista dos 7,7 milhões de pessoas que saíram de um país que continua em uma profunda crise econômica e política.

Para conhecer o ponto de vista das autoridades sobre a grave crise do setor educacional na Venezuela, a BBC News Mundo entrou em contato com o Ministério da Educação do país para entrevistar algum de seus representantes, mas o pedido não foi atendido.

A opção privada

Em 2017, Tulio Ramírez era um dos que estava fazendo as malas para sair do país.

Seu currículo era extenso: sociólogo, advogado com mestrado em Formação em Recursos Humanos, doutor em Educação, pós-doutorado em Filosofia e Ciências da Educação, com 38 anos de experiência como professor universitário.

Ele lecionava em duas universidades públicas, mas seu salário não ultrapassava US$ 30 por mês. “Eu nem conseguia ir trabalhar porque não tinha como abastecer o carro com gasolina”, relata.

Ele nos conta isso de Caracas porque, no último momento, recebeu um convite da Universidade Católica Andrés Bello (Ucab), uma instituição privada que lhe ofereceu um salário em dólares.

“Quando ouvi o valor, comecei a desfazer minhas malas.”

A oferta naquele momento era muito boa. Sete anos depois, com a inflação e o aumento do custo de vida na Venezuela, o valor de US$ 1.100 é “bastante decente”, mas menor se comparado com outros colegas na América Latina.

“Com minha experiência, títulos e classificação, os professores universitários na região ganham em torno de US$ 4.000 a US$ 5.000”, diz.

No Chile, o salário de um professor pode variar entre US$ 3.000 e US$ 4.500. Na Colômbia, está em torno de US$ 2.300 e no Equador, cerca de US$ 2.000, dependendo do cargo e da antiguidade.

Ainda assim, Tulio sabe que é privilegiado. Ele está entre a minoria de educadores que ainda se dedica ao ensino na rede privada, de forma exclusiva e com um pouco mais de dinheiro no bolso.

Na Venezuela, de cada dez instituições de ensino, 8 são públicas.

Tulio Ramírez esteve prestes a deixar o país porque o salário como professor universitário não era suficiente para ele

Tulio Ramírez esteve prestes a deixar o país porque o salário como professor universitário não era suficiente para ele© Arquivo pessoal

A educação com “os 5 menos”

Ramírez também é presidente da ONG Assembleia de Educação e vê com preocupação a situação atual.

“Temos a educação dos 5 menos: menos professores, menos estudantes, menos investimento na educação pública, menos geração de reposição e menos qualidade na educação. Ela está se deteriorando e não há manutenção”, explica.

Ele relata que a Universidade Pedagógica Experimental Libertador (Upel), a principal instituição dedicada à formação de professores, tinha 106 mil estudantes em 2010. Em 2022, eram apenas 43 mil.

“A educação não é atrativa para nenhum estudante do ensino médio. Para preencher as vagas, levaríamos cerca de 25 anos, e dependemos desses graduados. A situação é extremamente grave”, destaca.

A Ucab realizou um estudo sobre o estado da educação no país e Carlos Calatrava, diretor da Escola de Educação deste centro, nos diz que o mínimo necessário agora são cerca de 256 mil professores.

“Você se perguntará quem cobre isso, quem está nas salas de aula”, questiona Ramírez por videochamada.

“Os jovens que trabalhavam no programa ‘Emprego Juvenil’, por exemplo. Ou pais e mães voluntários que sabem algo sobre uma determinada matéria que possam dominar. É assim que estamos indo”, responde.

Em outubro de 2021, o Ministério da Educação anunciou a incorporação de pelo menos 1.700 jovens do ensino médio do Programa Emprego Juvenil, que oferece empregos em posições de professores.

Carlos Calatrava enfatiza o mesmo: “São pessoas sem formação em educação. Alguns o fazem como parte do trabalho social que deve ser feito no ensino médio e ensinam crianças do ensino fundamental. Não estou dizendo que isso seja errado, mas pelo menos deveria haver um professor adulto para orientar”.

Maduro anunciou o aumento do 'bônus de guerra econômica', mas não do salário mínimo

Maduro anunciou o aumento do ‘bônus de guerra econômica’, mas não do salário mínimo© Getty Images

Deixado para trás na lista de espera

A outra face dessa situação são as carências enfrentadas pelas crianças, desde o ensino fundamental até o ensino médio e até mesmo nas universidades.

Com a falta de professores nas instituições educacionais, há anos foi adotada a medida de os alunos irem para a escola um dia e meio ou dois dias por semana para condensar todas as aulas e disciplinas da semana.

Isso é conhecido como “horário mosaico” e ocorre em todos os níveis educacionais, inclusive com o pessoal de manutenção e administrativo.

“Nessas condições, como você constrói conhecimento? Como você mantém uma universidade com certa vida acadêmica se não há funcionários, trabalhadores? E você não pode obrigá-los a ir porque não há como, porque os salários de todo o pessoal não são suficientes”, reclama Tulio Ramírez.

Alguns optaram por montar uma sala de aula em suas próprias casas para obter dinheiro extra

Alguns optaram por montar uma sala de aula em suas próprias casas para obter dinheiro extra© Getty Images

A Venezuela não faz parte de programas de avaliação internacional como o relatório Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Mas também não realiza medições internas oficiais para avaliar o nível educacional e sua evolução.

“Me deparo com alunos de Comunicação que não sabem escrever ou médicos que nunca viram um cadáver e, ainda assim, são médicos. Isso é perigoso”, afirma Ramírez.

A Ucab conduziu vários estudos para avaliar as habilidades acadêmicas dos alunos e, segundo Carlos Calatrava, “a cada ano elas estão diminuindo”.

“Pode parecer feio dizer isso, mas na Venezuela temos uma qualidade de educação baixa, nula ou regular. Nem sequer alcançamos o mínimo, dez pontos em 20”.

Eles também observaram uma tendência. Antes existia uma diferença entre a educação pública e privada, sendo esta última de um nível mais elevado. “Essa diferença não existe mais, há uma igualdade na queda”, destaca Calatrava.

Sem motivação e sem merenda

O outro problema dos que realmente frequentam as aulas não se resume apenas à falta de conhecimentos acadêmicos, reconhece Calatrava.

“Há uma geração que não entende completamente, que não sabe como lidar emocionalmente com situações como quando um colega, sem querer, os empurra. Há um forte componente socioemocional, de socialização, que está se perdendo com o horário fragmentado.”

Calatrava observa ainda que há crianças excluídas do sistema “seja pela severidade da crise que estamos enfrentando, ou porque, devido à crise, essas crianças e adolescentes precisam ser incorporados ao trabalho o mais rápido possível”.

Em 2022, estimava-se que havia 1,5 milhão de crianças fora da escola, de acordo com a Pesquisa Nacional sobre Condições de Vida 2022 (Encovi) da Ucab.

Hoje, esse número pode chegar a cerca de 3 milhões, estima Calatrava.

O abandono em massa das salas de aulas por professores na Venezuela

O abandono em massa das salas de aulas por professores na Venezuela© Getty Images

“Essas crianças estão presas no ciclo vicioso da pobreza, não conseguem ter acesso à educação, se tornam pais cedo e esse ciclo se repete”, observa.

“Estamos jogando com o futuro do país”, afirma.

Dentre essas crianças que estão fora da escola, algumas entraram no sistema, mas acabaram desistindo.

“O fato de você ir para a aula e não encontrar seu professor, aquele que você conhecia, porque ele renunciou ou saiu do país, e ninguém te atender… Isso desmotiva. Há muita evasão escolar”, relata Belkis Bolívar.

Além da falta de motivação, ela destaca as dificuldades econômicas enfrentadas por cada família. Belkis lembra de quando trabalhava em uma escola em uma área muito pobre em Antímano, a oeste de Caracas.

Ela diz que poucas crianças não conseguiam trazer lanche, “mas sempre levava quatro arepas [bolinhos achatado feito de farinha de miho] prontas e dava para quem não trouxe”.

“Agora as crianças estão dormindo na sala de aula e não é por preguiça, é por fome. Elas desmaiam, estão desnutridas… E o salário do professor já não é suficiente para fornecer lanches para eles”.

RONALDO VENDE SAF DO CRUZEIRO PARA O EMPRESÁRIO PEDRO LOURENÇO

 

História de Thiago Fernandes – Goal

O empresário Pedro Lourenço vai desembolsar R$ 600 milhões por 90% das ações da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Cruzeiro, conforme apurado pela GOALAs tratativas estão adiantadas, e a documentação será assinada nesta segunda-feira (29), após reunião do futuro sócio majoritário do clube com Ronaldo Fenômeno.

O empréstimo de R$ 100 milhões feito pelo empresário, que é sócio-proprietário da rede Supermercados BH, será abatido. Os outros R$ 500 milhões serão injetados da seguinte forma: R$ 150 milhões à vista e R$ 350 milhões investidos ao longo de dez temporadas.

Ronaldo Fenômeno permanecerá como sócio do clube, mesmo que de forma simbólica, até dezembro de 2026. Isso acontece porque o contrato de compra assinado pelo ex-jogador exige que ele permaneça por cinco anos à frente do futebol do clube.

Primeiro ato

Ronaldo Cruzeiro 2022

Ronaldo Cruzeiro 2022© Fornecido por GOAL

O primeiro ato de Pedro Lourenço como novo sócio majoritário do Cruzeiro será a aquisição de Matheus Pereira, conforme apurado pela GOAL. O empresário vai desembolsar os € 7 milhões (R$ 38,31 milhões na cotação atual), sendo € 2 milhões (R$ 10,95 milhões) à vista e os outros € 5 milhões (R$ 27,36 milhões) parcelados em dois anos.

As tratativas já foram seladas com o Al Hilal, da Arábia Saudita, e o empresário deseja reforçar o elenco durante a próxima janela de transferências do país, entre os dias 10 de julho e 2 de setembro de 2024. O valor que será injetado de forma à vista no clube será utilizado para a melhoria do elenco, hoje comandado por Fernando Seabra.

Ronaldo fica? Quem sairá?

Ronaldo Cruzeiro 2022

Ronaldo Cruzeiro 2022© Fornecido por GOAL

A única permanência da atual gestão será a do CEO do clube, Gabriel Lima. Os demais integrantes da diretoria não permanecerão na Toca da Raposa II. Pedro Lourenço até tentou que Ronaldo Fenômeno mantivesse um percentual das ações, mas o ex-atleta optou por negociar toda a fatia que detinha do futebol cruzeirense.

Desta forma, nomes como o ex-zagueiro Paulo André, o diretor técnico Paulo Autuori e o conselheiro da SAF, Elias, não ficarão no Cruzeiro para a próxima gestão. Pedro Lourenço já avalia nomes que podem substituir o grupo nos próximos dias.

EX-CHEFE DA PRF PRESO HÁ OITO MESES E PRISÃO POR TEMPO INDEFINIDO É ILEGAL

 

História de CÉZAR FEITOZA E JULIA CHAIB – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques completou oito meses preso e acumula derrotas no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Dois pedidos de soltura já foram negados pelo ministro, e a defesa de Vasques apresentou uma nova petição para a saída do ex-diretor da Papuda no último dia 17, sob o argumento de que a prisão por tempo indefinido é ilegal.

A prisão preventiva por longos períodos, sem apresentação de denúncia, foi prática da Lava Jato retomada por Moraes —e criticada por advogados. Procurado por meio da assessoria de imprensa do tribunal, Moraes não respondeu.

Os reveses no Supremo se dão em um inquérito sigiloso que investiga Silvinei e outros membros do governo Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência nas eleições de 2022.

A principal linha de investigação é que Silvinei tenha usado a estrutura da PRF para realizar blitze no segundo turno das eleições com foco em estados do Nordeste, nos quais Lula (PT) teve mais votos que Bolsonaro.

Na nova petição em que pede a soltura de Vasques, a defesa do investigado diz que não faz sentido o argumento de que o ex-diretor da PRF deve permanecer preso para evitar que ele “influencie no ânimo das testemunhas”.

Os advogados comparam a situação de Vasques à de Bolsonaro, também investigado.

“Se o argumento fosse válido, a Polícia Federal teria pedido a prisão do ex-presidente da República pelo mesmo fundamento. Isso porque se o requerente poderia influenciar no ânimo de alguma testemunha, mesmo sendo pobre e um mero servidor público aposentado, com muito mais razão poderia o ex-presidente.”

O Código de Processo Penal estabelece que a prisão preventiva pode ser decretada por juiz no meio de uma investigação se comprovada a existência de crime e se a restrição à liberdade for importante para garantir a ordem pública ou econômica, para a conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.

A Polícia Federal argumentou, no pedido de prisão, que o objetivo de manter Vasques sem liberdade seria permitir que a “produção de elementos probatórios possa ocorrer de forma clara, precisa e eficaz, sem qualquer interferência do mesmo em sua produção, sendo mais que conveniente, de suma importância para a instrução criminal”.

Alexandre de Moraes, em resposta, disse que as condutas atribuídas ao ex-diretor são “gravíssimas” e que novas diligências seriam “imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas investigadas”.

“[Os fatos] Comprovam a necessidade de custódia preventiva para a conveniência da instrução criminal”, afirmou.

A investigação da PF sobre Silvinei Vasques está em fase final. A corporação negociou ao menos duas delações premiadas no inquérito —entre elas há colaboração de policiais federais que trabalhavam com o ex-ministro Anderson Torres, segundo fontes com conhecimento do assunto.

Um dos elementos em análise pela PF é um mapeamento das cidades em que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno. Este levantamento foi encontrado no celular de Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça.

Investigadores viram relação entre a planilha achada e as cidades que tiveram barreiras da PRF durante o pleito.

Silvinei Vasques passou por um período de depressão na Papuda após ser preso. Ele perdeu mais de dez quilos e, com doença celíaca, passou a ter problemas de saúde que o fizeram trocar de setor no presídio, para ficar mais próximo de consultórios médico e de psicologia.

No mês passado, Silvinei Vasques e outras sete pessoas foram denunciadas pelo MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro sob acusação de fraude na compra de veículos blindados para a PRF.

Segundo o MPF, o grupo é acusado de favorecer a empresa Combat Armor Defense do Brasil na compra dos “caveirões”, que custaram R$ 94 milhões de 2019 a 2022. Os crimes podem configurar corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O ex-diretor da PRF está preso desde agosto de 2023. Ele usou do tempo de isolamento para se preparar para a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Formado em direito, ele pediu à Justiça para receber livros para se preparar para a avaliação.

A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais, autorizou o envio do material, com ressalvas.

“Canetas hidrográficas, marcadores adesivos de página e marcadores de texto não são materiais comumente usados pelas pessoas presas, pois […] objetos pontiagudos e adesivos podem vir a ser usados para circulação de recados [e causar] subversão da ordem, da segurança e da disciplina”, escreveu Cury, permitindo somente a entrada de livros.

Vasques acabou reprovado na segunda fase da prova da OAB, em fevereiro. A defesa do ex-diretor fez pedido à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal na segunda (22) para que o preso faça a prova novamente, em 19 de maio.

O processo está na fase de manifestação do MPF. Se o pedido for atendido, Vasques deve ser deslocado para uma universidade em Brasília para realizar a prova.

COSTA RICA ABRIGA UMA DAS REGIÕES EXCEPCIONAIS DA LONGEVIDADE

 

História de Ash Bhardwaj – BBC Travel – BBC News Brasil

Nicoya, na Costa Rica, é uma das cinco 'Zonas Azuis' do mundo, onde as pessoas vivem por mais tempo do que a média global

Nicoya, na Costa Rica, é uma das cinco ‘Zonas Azuis’ do mundo, onde as pessoas vivem por mais tempo do que a média global© Atlantide Phototravel/Getty Images

As Zonas Azuis são regiões do mundo cuja população costuma viver com saúde até idade avançada.

Existem apenas cinco Zonas Azuis em todo o planeta: Icaria (Grécia), Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Loma Linda (Califórnia, EUA) e Nicoya (Costa Rica). As pesquisas indicam que a longevidade nessas regiões se deve a uma combinação de fatores, que incluem desde a alimentação e o clima até a religião.

Uma revista me pediu para descobrir por que a Costa Rica abriga uma dessas regiões excepcionais. Por isso, Dre (minha namorada, na época) e eu pegamos um avião na Califórnia e fomos até lá.

Da cidade de Puerto Viejo, no litoral caribenho da Costa Rica, subimos de canoa o rio Yorkin, atravessando a floresta na fronteira com o Panamá. Ali, fica o lar do povo nativo costarriquenho Bribri. Seu isolamento ajudou o povo a manter sua cultura viva após sucessivas invasões europeias.

A selva é repleta de vida e os Bribri usam essa riqueza para tudo, desde a seiva da cânfora como repelente de mosquitos até uma planta que eles mastigam para curar dor de dente.

Para os meus olhos não treinados, os jardins dos Bribri parecem muito similares ao restante da floresta, com diferentes espécies reunidas e borboletas voando entre os galhos. Mas esse caos aparente é pura ilusão.

“É porque você está acostumado a ver fazendas com um só cultivo”, explica nosso guia local, Albin. “Nós não praticamos monocultura porque as plantas evoluíram para trabalhar em harmonia. Os legumes colocam nitrogênio no solo e as bananeiras fornecem potássio, de forma que não precisamos de fertilizantes ou produtos artificiais.”

“Cada planta atrai diferentes pássaros, de forma que existem centenas de espécies de aves por aqui, enquanto você encontra apenas uma dúzia na monocultura”, prossegue Albin.

“Cada espécie se alimenta de insetos diferentes. Existem também as jiboias e cobras-coral que matam roedores, de forma que não precisamos de pesticidas, nem de armadilhas”, acrescenta.

“E quanto às cobras venenosas?”, perguntou Dre.

“Nós matamos as jararacas e surucucus”, respondeu Albin. “Nossos jardins ficam perto das nossas aldeias e essas cobras podem ser muito perigosas, especialmente para as crianças curiosas. Ou para os turistas curiosos.”

O povo indígena Bribri mora na remota região de Talamanca, na Costa Rica

O povo indígena Bribri mora na remota região de Talamanca, na Costa Rica© Massimiliano Finzi/Getty Images

A canoa parou em uma pequena praia de pedras. Duas crianças – um casal de irmãos, observados pelo pai enquanto pescava – riam e gritavam enquanto pulavam no rio.

Eles deixavam a corrente levá-los até um galho suspenso, que eles agarravam para se transportar de volta para a margem do rio. Depois, elas corriam e repetiam todo o processo.

O ar estava tomado pelo aroma de pedras da água do rio e pelo doce e quente perfume das flores e da grama. Enquanto caminhávamos em direção à aldeia, Albin colhia frutas das árvores, a maioria totalmente desconhecidas para mim.

“Este é jambo-rosa”, ele conta, logo pegando outra fruta. “Este é olosapo. E esta é carambola. Eles parecem diferentes dos que você encontra no supermercado porque têm menos cruzamentos.”

Ele se aproximou de uma árvore com cerca de seis metros de altura com frutos brotando diretamente do tronco e dos galhos. Eles pareciam bolas de rugby rugosas com o comprimento aproximado da minha mão aberta. A maioria tinha cor amarela ou verde.

“Este é o cacaueiro”, explica Albin, acariciando o tronco. “Nosso povo acreditava que era a árvore mais bonita do paraíso e as sementes eram usadas como dinheiro.”

Ele colheu um fruto amarelo com manchas laranja e o bateu contra o tronco. O fruto se dividiu ao meio para revelar sua polpa branca e o perfeito mosaico de sementes.

“A polpa é doce”, disse ele, enquanto me oferecia uma semente para chupar, “mas a semente é amarga até ser preparada.”

Entramos em uma clareira de palafitas com telhados de palha e uma cabana de madeira branca que parecia um grande aviário. Dentro, havia prateleiras com sementes de cacau, já vermelhas e marrons.

“As sementes são retiradas dos frutos”, explica ele, “e deixadas para fermentar por uma semana. É quando o sabor do chocolate se desenvolve, graças às enzimas e aos micro-organismos. Depois, nós as secamos ao sol por cinco dias.”

Algumas aldeias Bribri transformaram o cacau em fonte de ecoturismo comunitário

Algumas aldeias Bribri transformaram o cacau em fonte de ecoturismo comunitário© John Coletti/Getty Images

Peguei uma das sementes secas e a mordi. Ela ainda era amarga, mas já tinha o característico sabor de chocolate.

Albin colocou um punhado de sementes em uma panela e aqueceu no fogão. Depois de alguns minutos, ele quebrou a casca e retirou a parte interna das amêndoas torradas, conhecida como “nib”.

O sabor era de chocolate amargo, café suave e castanhas.

As amêndoas torradas foram partidas com uma pedra e agitadas para separar a casca mais leve dos nibs, que são mais pesados. Albin despejou os nibs em um moedor manual.

Enquanto ele girava a manivela, uma espessa pasta pingava do fundo do moedor. O rico e profundo aroma de chocolate amargo passou a dominar a cabana.

Aquilo era manteiga de cacau pura, salpicada de nibs torrados. Os Bribri secam a pasta e vendem para os turistas. Basta acrescentar leite condensado e surge o melhor chocolate que já comi na vida.

“Foi preciso ter visão para trazer o turismo para esta região”, conta Albin. “Mas é a única forma de manter nossa cultura viva.”

“Por quê?”, perguntei.

“Desde que os europeus chegaram, nós, Bribri, vivemos sob pressão”, responde ele.

“Agora, o governo quer construir represas e nos pede para darmos a nossa terra, pelo ‘bem do país e por uma enorme compensação’. Mas o nosso povo já deu tudo para os invasores. Aonde eles nos levaram? Tudo o que temos é a nossa terra e as nossas tradições. E o nosso cacau.”

“Em alguns anos, a represa será esquecida, mais energia será necessária, novos rios serão represados e a selva será transformada em plantações de banana”, prossegue ele. “Mas esta aldeia e esta cultura terão desaparecido para sempre.”

“O turismo força as pessoas a olhar para nós. E, com a história do nosso cacau, as pessoas aprendem a história do nosso povo.”

“É estranho”, afirma Albin. “O cacau era importante para os nossos ancestrais. Era uma planta sagrada que nos fortalecia – não só fisicamente, mas espiritualmente. Agora, é uma das razões por que os turistas vêm e pode ser o que nos irá salvar do desenvolvimento.”

“O chocolate faz da Costa Rica uma Zona Azul?”, pergunta Dre.

“Se for produzido desta forma, o chocolate pode ser um superalimento”, responde Albin. “Cheio de antioxidantes e flavonoides, que reduzem as inflamações. Ele pode ajudar a evitar o câncer e também tem propriedades espirituais esotéricas para o nosso povo.”

As sementes de cacau são fermentadas por uma semana e secas ao sol por cinco dias

As sementes de cacau são fermentadas por uma semana e secas ao sol por cinco dias© Massimiliano Finzi/Getty Images

“Mas uma vida saudável vem de muitas coisas”, prossegue ele. “Comunidade, senso de propósito, viver ao ar livre, estilo de vida ativo. E boa assistência médica, é claro, o que é difícil nestas comunidades remotas.”

“Mas, na verdade, nem toda a Costa Rica é uma Zona Azul. Para encontrar a verdadeira Zona Azul, vocês precisam ir para Nicoya.”

Naquela noite, enquanto nos deitávamos nas nossas redes acima das árvores, Dre e eu começávamos a planejar a próxima etapa da nossa viagem.

“Eu nunca teria vindo para esta aldeia apenas para passar um feriado”, disse ela. “Mas é uma experiência incrível estar neste belo local e aprender pessoalmente sobre a cultura. Fazer perguntas, conhecer pessoas fascinantes… parece um grande privilégio.”

Senso de comunidade e trabalho duro

Nicoya fica no lado oposto à terra dos Bribri, em uma península que avança sobre o Oceano Pacífico.

A cultura Chorotega, nativa de Nicoya, tem mais em comum com os mesoamericanos do México do que com os Bribri da selva, devido à geografia da América Central.

Seu legado mais claro está na alimentação. As estradas de Nicoya são ladeadas por espigas de milho amarelo e roxo que são secas ao sol, da mesma forma que você encontraria no México.

“A Zona Azul é real”, afirma o ceramista tradicional Ezekiel Aguirre Perez, do povo Chorotega, que mora na aldeia de Mutambu.

“Nesta região, as pessoas costumam viver até os 80 ou 90 anos, sem acesso a assistência médica regular. Elas não tomam vitaminas e remédios. Sua própria forma de viver é saudável.”

Os pesquisadores da Zona Azul identificaram a importância da alimentação, com ênfase em muitos alimentos vegetais e baixo consumo de carne.

Em Nicoya, o milho é usado para tudo, desde massas até sopas. Ele é fermentado para produzir bebidas alcoólicas como chicha e chicheme. O milho também é torrado e moído na forma de pinol, para fazer uma bebida parecida com leite maltado.

Os Chorotega também têm um forte senso de comunidade. Toda a cidade se reúne para construir cada uma das novas casas. É um conceito chamado de mano vuelta, ou “trabalho para o benefício coletivo”.

“As pessoas procuram truques para viver mais”, conta Ezekiel, “mas você não pode viver uma vida de consumo e ganância e, depois, equilibrar com superalimentos. Você precisa viver de forma integrada: uma vida ativa, uma vida gentil, uma vida em comunidade.”

“Quando alguém da aldeia precisa de uma nova casa, todos nós nos reunimos e a construímos. Quando alguém abate um porco, todos nós nos reunimos e o compartilhamos. Ninguém come demais, mas todos temos o suficiente. E provemos a tudo em turnos.”

Com 100 anos de idade, Pachito atribui sua longevidade a ter permanecido ativo e ser um bom amigo das pessoas

Com 100 anos de idade, Pachito atribui sua longevidade a ter permanecido ativo e ser um bom amigo das pessoas© Ash Bhardwaj

Ezekiel nos contou sobre um homem chamado Pachito que morava próximo e havia recentemente comemorado seu 100º aniversário. Ele nos deu seu endereço e sugeriu que fizéssemos uma visita a ele.

A fazenda de Pachito fica em um vale raso, rodeado por arbustos floridos. Ezekiel havia avisado que estávamos indo, mas precisamos esperar com a neta de Pachito até que ele voltasse, já que ele havia saído para visitar alguns amigos.

Mas não esperamos por muito tempo. Pachito chegou cavalgando no seu cavalo branco, que ele prendeu no quintal, descendo com habilidade. Enquanto entrava, ele me deu um forte aperto de mão e puxou Dre para um beijo no rosto.

“Que galante”, riu-se ela. Ele respondeu piscando o olho e se sentou em uma cadeira.

“Desculpem pelo atraso”, disse ele. “Eu precisava visitar um amigo meu que não estava se sentindo muito bem. Mas ele tem 102 anos, o que se pode esperar?”

“O sr. cavalga todo dia?”, perguntei.

“Quando fico parado, as coisas começam a doer”, respondeu ele. “Trabalhei toda a minha vida como sabanero [vaqueiro], de forma que [cavalgar] é mais natural para mim do que andar. Nunca fiz nenhum tipo de exercício separado, mas é uma vida muito ativa.”

Pachito se sentou em uma cadeira baixa de vime, com fotografias de muitos de seus descendentes na parede atrás dele. Sua neta serviu a ele uma xícara de pinol quente, beijou-o na cabeça e saiu para o jardim.

“Esta nunca foi uma região de educação e sabedoria”, disse Pachito, “mas sempre um lugar de trabalho duro.”

“A maior diferença de hoje é que nós sabíamos de onde vinha a nossa comida. Nós cultivávamos arroz e milho, criávamos bois e porcos. As galinhas se alimentavam dos nossos restos. Não era uma grande variedade, mas era puro e saudável e comíamos três vezes por dia. É o suficiente.”

A fazenda de Pachito fica em um vale raso, rodeado por arbustos floridos

A fazenda de Pachito fica em um vale raso, rodeado por arbustos floridos© Ash Bhardwaj

“E o que o senhor acha que é importante, Pachito?”, perguntei. “O que o sr. diz aos seus filhos, netos e bisnetos?”

“Durante a minha vida, não fui uma grande pessoa – alguém importante ou algo assim – mas sempre fui um bom amigo”, ele conta.

“Você precisa amar a si mesmo e aos demais. Porque, se você ama um amigo, você não pode desejar nada de mal para outras pessoas. Isso impede as coisas de irem mal para você, de dentro para fora.”

Enquanto saíamos, ele tocou a minha mão e acenou em direção a Dre. “E é muito importante amar uma boa mulher”, ele disse.

Segui o conselho de Pachito à risca. Dre e eu nos casamos.

OS MAIORES PROFISSIONAIS USAM A LÓGICA PARA OBTEREM RESULTADOS E NÃO A CRIATIVIDADE

 

Rafael Mayrink

Marketing nas Redes Sociais: as estratégias (comprovadas) de como fazer, com Rafael Kiso

NP Digital Brasil

Marketing nas Redes Sociais não é mágica. É lógica!

Os maiores profissionais de Social Media usam a LÓGICA para conseguirem resultados de alto nível, e não a criatividade

O profissional de marketing do futuro não será uma pessoa 100% criativa. Concorda?

Será uma pessoa que entende de métricas, dados e pensamento lógico. E como você pode desenvolver isso?

O que fazer para que sua estratégia de marketing nas redes sociais tenha um resultado BEM MELHOR do que está tendo?

É sobre isso e outros assuntos de Marketing que conversei com o @RafaelKiso, um dos maiores nomes no Brasil sobre redes sociais.

Ele é fundador da @socialmlabs, plataforma líder em gestão de redes sociais no Brasil.

💡O que mais você vai ver neste vídeo:

– Como o Rafael Kiso se tornou um empresário de sucesso;

– Como ele transformou uma fábrica de softwares em uma agência digital de alto nível;

– A história de sucesso por trás da criação da Mlabs e como ela se tornou a plataforma mais utilizada no Brasil;

– As habilidades do novo profissional de marketing;

– As melhores práticas e estratégias das redes sociais.

Pensamento lógico e programação: como se relacionam?

Ctrl + Play – Escola de Robótica

O pensamento lógico e o aprimoramento do raciocínio podem acontecer mais facilmente e também mais rapidamente na infância.

Isso porque crianças estão sempre cercadas de novidades, de coisas novas que nunca viram antes, que estimulam esse desenvolvimento.

Porém, você sabia que existem certas atividades – como a programação – que podem auxiliar e ampliar essa desenvoltura? É exatamente sobre isso que vamos focar nesse artigo!

Continue a leitura para saber como a programação ajuda no aprimoramento do pensamento lógico, e também quais os benefícios desse aprendizado para as crianças!

Mas afinal, o que é pensamento lógico?

Antes de nos aprofundarmos em como a programação é importante para o desenvolvimento do pensamento lógico, vamos entender qual é a definição desse termo.

O pensamento lógico é uma habilidade cognitiva que envolve a capacidade de raciocinar de forma coerente, consistente e sequencial, seguindo princípios lógicos e regras predefinidas.

Ou seja, é a capacidade de organizar informações, fazer conexões, identificar padrões e inferir conclusões baseadas em evidências lógicas.

Para mais informações, leia também o nosso artigo complementar sobre pensamento computacional!

Sendo assim, o pensamento lógico permite:

•             analisar situações

•             resolver problemas

•             tomar decisões fundamentadas

•             e seguir argumentos válidos.

Além disso, ao desenvolver esse pensamento é importante para várias áreas, como matemática, ciência, filosofia, programação de computadores e resolução de problemas do dia a dia.

Visto que ele ajuda as crianças desde cedo a desenvolverem habilidades de análise crítica, tomada de decisão, resolução de problemas complexos e compreensão de conceitos abstratos.

E como a programação auxilia no desenvolvimento do pensamento lógico?

Primeiramente, é importante saber que a lógica é muito presente dentro do ambiente tecnológico.

Afinal, todo código que um desenvolvedor escreve é baseado na lógica de programação. Que é basicamente um conjunto organizacional que segue uma sequência de comando para trazer uma solução.

Quer saber mais sobre esse assunto? Clique aqui que temos um artigo completo sobre lógica de programação!

Sendo assim, desde o início do aprendizado de computação, as crianças desenvolvem o pensamento lógico em um ambiente prático e de forma interativa.

Para exemplificar bem, trouxemos alguns conceitos que são ensinados no curso de programação e que ajudam muito no desenvolvimento dessa habilidade. Vamos conferir?

Pensamento algorítmico e Sequenciamento

Ao programar, é necessário criar algoritmos, ou seja, sequências lógicas de instruções para solucionar problemas.

Leia mais sobre o que são algoritmos clicando aqui!

Nesse processo, as crianças estimulam a capacidade de dividir problemas complexos em etapas menores e mais gerenciáveis.

Assim desenvolvendo habilidades de planejamento e organização lógica.

Resolução de problemas

Sob o mesmo ponto de vista, e em conjunto, com o tópico anterior, a programação envolve a identificação e solução de problemas por meio da aplicação de lógica e raciocínio.

Dessa forma, ao enfrentar desafios de programação, as crianças são incentivadas a utilizar o pensamento lógico para analisar os problemas, identificar os elementos relevantes e então encontrar ou pensar em soluções eficazes.

Depuração

Durante o processo de escrever e criar um código de programação, erros e bugs são super comuns.

Portanto, encontrar uma solução para esses problemas exige do desenvolvedor um pensamento lógico sistemático, para que seja possível identificar e corrigir as falhas.

Sendo assim, todo esse processo desenvolve a habilidade de depuração de código e o raciocínio lógico para analisar e corrigir erros.

Pensamento Abstrato

Até agora citamos e focamos no termo pensamento lógico, porém a programação também lida com vários conceitos abstratos, como variáveis, loops e condicionais.

Ao trabalhar com esses conceitos, a criança trabalha a capacidade de compreender e manipular abstrações, o que contribui para o desenvolvimento do pensamento abstrato e da habilidade de generalização.

Dessa forma, com o tempo, os pequenos conseguem pensar e imaginar conceitos além da realidade, para então estabelecer hipóteses, comprová-las e solucionar assim o problema que enfrenta.

Agora que você sabe como a programação se relaciona com o desenvolvimento do pensamento lógico, que tal garantir que o seu filho trabalhe essa habilidade?

Marketplaces em alta: o sucesso no mercado

Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP

Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato

Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores. Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo, independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada pelo atendimento.

O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?

Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line. Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais ativos em ambientes como esses.

Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.

Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021, de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente, indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”, explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.

Um destaque em meio à concorrência é fundamental

Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.

Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção especial à otimização das operações.

Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de fidelizar”, comenta o especialista.

Dicas para se sair bem no mercado

Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações, é fácil identificar qual a busca e como agradar.

No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica. Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as abordagens utilizadas para lidar com esses interessados? Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.

A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em 13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.

Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76% desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva, elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os nossos usuários.

Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs, responsáveis por atender chamadas e responder mensagens automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os resultados e promover atualização constante.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

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Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

domingo, 28 de abril de 2024

NÃO PRECISA DE SITES OU APLICATIVOS PAGOS PARA CONVERTER PDF EM WORD

História de Viny Mathias – IGN Brasil

Embora os PDFs sejam essenciais para o envio de documentos mantendo o formato e o conteúdo, na hora de fazer alterações as coisas ficam complicadas se não tivermos o arquivo original. Porém, o site parceiro Genbeta mostrou que não precisamos de sites ou aplicativos pagos para converter um PDF em Word além de uma conta do Gmail.

Embora seja verdade que existe um bom conjunto de sites que nos permitem conversões e outras opções, a realidade é que às vezes pensamos duas vezes quando enviamos os nossos artigos para uma página que não conhecemos. Muitas vezes um site qualquer simplesmente não nos oferece tanta liberdade ou possui uma função paga.

Veja como converter PDF em Word usando apenas internet e o Gmail (Imagem: Montagem/Xtaka)

Veja como converter PDF em Word usando apenas internet e o Gmail (Imagem: Montagem/Xtaka)© Fornecido por IGN Brasil

Como converter PDF em Word?

São muitas as situações em que temos interesse em converter um PDF para Word, seja a nível acadêmico, profissional ou pessoal, e também uma longa lista de opções para o fazer, mas de forma gratuita, sem instalar nada e com software confiável que nós temos em mãos, a lista é consideravelmente reduzida. Por isso uma conta Google resolve facilmente.

Como transferir um PDF para Word com uma conta Google

O processo é tão simples quanto entrar no Gmail com as credenciais e acessar o Google Drive. Basta simplesmente carregar o arquivo PDF para o serviço de armazenamento do Google. Assim, basta arrastá-lo para ‘Novo‘ > ‘Upload de arquivo‘ e localizar o documento lá.

Quando o documento for carregado no Drive, basta abri-lo. Na parte superior central aparecerá a opção de ‘Abrir com o Google Docs‘. Ao tocar lá, o arquivo agora será editável e poderemos modificar o que quisermos com o processador de texto do Google.

Uma vez modificado, podemos salvar uma cópia desse arquivo em nosso Google Drive ou baixá-lo para enviar ou trabalhar localmente. Dentro de ‘Arquivo’, você fazer uma cópia ou fazer download. Esta última possibilidade é o ponto-chave: você pode salvar em alguns formatos diferentes, incluindo o próprio PDF e também o Word.

Portanto, se você não gosta de aplicativos e sites não oficiais para carregar documentos importantes, basta usar uma conta de Gmail para converter arquivos PDF em Word. Você só precisará do e-mail e de internet.

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