segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ASTÚCIA



A astúcia feminina
Do imaginário popular



Os gregos diziam que as mulheres tinham algo que eles invejavam: Astúcia!
Qualquer coisa que você der a uma mulher, ela vai fazer algo fabuloso.
Dê um espermatozoide e ela vai lhe dar um filho...
Dê uma casa e ela vai lhe dar um lar...
Dê alimentos e ela vai lhe dar uma refeição deliciosa...
Dê um sorriso e ela vai dar o seu coração...
Ela multiplica e amplia o que você dá...
Então, se você lhe der problemas...prepare-se!

METÁFORAS DE DILMA



Lama de Mariana: Dilma tira o corpo fora ao falar do problema
Leonardo Sakamoto


Dilma Rousseff afirmou que o rompimento da barragem de rejeitos de mineração, em Mariana (MG), que criou uma onda de lama e o maior desastre ambiental da história do país, foi uma “ação irresponsável de uma empresa''. Em seu discurso na abertura da 21ª Conferência do Clima (COP), em Paris, nesta segunda (30), prometeu punições severas aos responsáveis e disse que o poder público está implantando medidas de redução de danos e prestando atendimento às populações atingidas.
A responsabilidade da Samarco (=Vale + BHP) é clara e, se a Justiça for feita, as empresas terão que bancar até o banho e tosa dos cachorros que foram cobertos de lama no caminho dos rejeitos até o oceano Atlântico.
Mas isso não significa que Dilma possa fazer a egípcia e ignorar que o modelo de desenvolvimento que ela e o partido que está no poder defendem também são responsáveis pela situação.
Como já disse aqui nas últimas semanas, enquanto governo federal e oposição vomitam discursos pré-fabricados e hipócritas de choque diante de uma realidade de Casa da Mãe Joana que ambos ajudaram a instalar no meio ambiente brasileiro, a onda de lama mudou completamente a vida em Minas Gerais e no Espírito Santo.
A ideia de que vale crescimento acima de qualquer coisa, que norteia uma ideia bizarra de desenvolvimento professada pelos principais partidos políticos do Brasil, PT e PSDB, está também na gênese das catástrofes.


Rio Doce foi tomado pela lama barragem da Samarco (=Vale + BHP Billiton). Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

O discurso de que o desenvolvimento é a peça-chave para a conquista da soberania (o que concordo) e que, portanto deve ser obtido a todo o custo (o que discordo) tem sido usado por pessoas que foram comunistas, tornaram-se petistas e hoje fazem coro cego ao PAC do governo federal.
Mantém viva a ideia de que, na prática, é necessário sacrificar peões para ganhar o jogo. E, até agora, não vi por parte de nenhuma partido político um discurso de mudança estrutural, o que inclui bater de frente com o próprio modelo de desenvolvimento. Porque, convenhamos, “capitalismo verde'' é banqueiro com camisa do meu eterno Palmeiras. Dá para obter concessões com muita pressão, mas o principal causador de impactos ainda é o próprio modo de produção.
No Brasil, movimentos e organizações sociais sérias e jornalistas que cobrem sistematicamente o tema defendem que o crescimento não pode ser um rolo compressor passando por cima de pessoas e do meio ambiente. Por conta disso, são taxados de entreguistas e de fazerem o jogo do capital internacional.
Nos últimos tempos, presenciamos isso nas críticas levantadas contra os movimentos que protestaram contra, por exemplo, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte (agora envolvida no escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato) ou das do rio Madeira e nos impropérios lançados às comunidades que protestaram contra as obras de transposição de parte das águas do São Francisco.
O Congresso Nacional está discutindo um novo Código de Mineração que deveria ser rigoroso na responsabilidade das empresas, nas ações de prevenção, na garantia de estrutura para fiscalização e nas situações em que a proibição de exploração é o único caminho. Sim, porque às vezes para manter o interesse da maior parte do público, o minério deve ficar onde está até que se encontre uma maneira verdadeiramente racional de extraí-lo. Mas muitos políticos, do Executivo e do Legislativo, da base a aliada e da oposição, foram eleitos com recursos de grandes empresas do setor. Daí, fica difícil.
É claro que os países do centro querem que nós arquemos com o ônus da preservação do planeta. O mercado de carbono, na prática, vai nesse sentido: compra-se créditos de terceiros (que vão adotar práticas ou projetos que absorvam carbono da atmosfera) para que se possa poluir. Ao mesmo tempo que isso acontece, esses países se beneficiarão do alargamento da já grande distância de desenvolvimento entre o centro e a periferia.
Mas o atual modelo, em plena vigência no Brasil, tem um potencial destruidor muito grande, além de ser extremamente concentrador. Ou seja, o resultado da pilhagem dos recursos naturais e do trabalho humano, mantendo o padrão adotado até aqui, continuará nas mãos de poucos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros.
Passou da hora de tirarmos o “desenvolvimento sustentável'' da prateleira da ficção. Ou o país será bom para todo mundo ou não haverá Brasil para contar história. Para isso, será necessário que o modelo de crescimento da ditadura, que continua sendo implementado com algumas mudanças aqui e ali pelas mesmas pessoas que a ditadura torturou, seja julgado e, finalmente, substituído

MUÇULMANOS



  

Jornal Hoje em Dia



Apesar de todos os fatos que depõem contra o islamismo, como os últimos bárbaros atentados terroristas em Paris, que causaram a morte de 130 pessoas, a religião registra crescimento exponencial em número de adeptos por todo o mundo. Um estudo recente do Centro Pew, instituto de pesquisas norte-americano, fez uma projeção para as próximas quatro décadas, na qual constatou que o islamismo se aproximará do cristianismo em 2050. Hoje, há 1,6 bilhão de muçulmanos e 2,7 bilhões de cristãos.
É por isso que o xeique Mokhtar Elkhal, líder do Centro Islâmico de Minas Gerais, entrevistado do Página Dois nesta edição, reclama do tratamento que é dado por parte da mídia aos muçulmanos como um todo, colocando-os como sinônimo de fanatismo e “religião do terror”. “Muçulmanos não exportaram quibe cru nem dança do ventre, exportaram ideias e ciência”, ironiza o dirigente.
E ele tem razão. Foi graças ao Islã, criado onde é hoje a Arábia Saudita pelo profeta Maomé, no século VI, que muitos conhecimentos da antiguidade clássica – Grécia e Roma – foram preservados ao longo dos séculos, quando a Europa toda estava envolta nas trevas da Idade Média, ditadas pelo cristianismo, quando qualquer ensinamento ou estudo científico era considerado blasfêmia, podendo ser punido com a morte.
Ele chama o Estado Islâmico, grupo autor do ataque a Paris, de “Estado Maluco”. E diz algo surpreendente. Além de os militantes serem jovens recém convertidos ao Islã, recebem salários com valores altos. Para o xeique, a culpa do surgimento do EI é dos Estados Unidos, que desbarataram as instituições iraquianas quando invadiram o país e marginalizaram os militares ligados ao ditador Saddam Hussein, deposto e morto. Eles então se alinharam a islamitas radicais.
Lembra o líder que a França é o país onde há mais muçulmanos em toda a Europa, cerca de 5 milhões de descendentes. Por ser uma potência colonial, o Exército francês na Segunda Guerra possuía muitos soldados de países muçulmanos sob seu domínio.
Quando terminou o conflito, muitos deles continuaram em solo francês. Elkhal frisa, por isso, que não há ódio dos islamitas à França, que tão bem os acolheu. Sua receita para isolar o radicalismo é uma nova postura dos governantes de países islâmicos, que estendam benefícios a toda a população, evitando a segregação e a pobreza, sobretudo dos jovens. Parece ser o bom caminho.

CRISE CAMBIAL E RECESSÃO ECONÔMICA, MEXEM COM OS NERVOS DOS BRASILEIROS



  

José Antônio Bicalho



A semana passada foi uma das mais movimentadas de um ano que não para de criar surpresas. A prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves virou de ponta cabeça o que se esperava ser o início de um período de relativa tranquilidade para a presidente Dilma e a equipe econômica do governo. Tudo voltou a ficar difícil, principalmente no Congresso.

E a semana que começa promete ser tão movimentada quanto. Veremos como se comportará o Congresso nas complicadas discussões para a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016 sem a liderança governista de Delcídio. A LDO precisa ser aprovada até dia 15 de dezembro.

Trata-se de assunto fundamental para se recuperar a credibilidade e a possibilidade de estabilização da economia no médio prazo.

A questão é a seguinte: a discussão da LDO tem por premissas a aprovação da CPMF (e, em menor grau, da repatriação de capitais não declarados depositados no exterior) para a produção de um superávit mais vigoroso no próximo ano. Caso caia a boa vontade que os congressistas vinham demonstrando com o governo nas últimas semanas, a perspectiva de redução da meta de superávit fiscal para 2016 poderá trazer consequências funestas: novo rebaixamento do Brasil pelas agências de classificação de risco.

Trata-se de uma possibilidade extremamente perigosa, pois o Brasil está a apenas um degrau para perder o selo de investment grade. E porque é perigoso? Por que o grosso dos investimentos estrangeiros nos títulos da dívida soberana do Brasil (e em menor grau mas também na Bovespa) vem de fundos de pensão e outros institutos absolutamente conservadores. Seus regulamentos excluem terminantemente os investimentos em países sem grau de investimento.

Num momento em que a instabilidade cambial e a crise política mexe com os nervos dos brasileiros, o que se dirá dos gestores de fundos de pensão estrangeiros, que não entendem nada do que se passa no Brasil e precisam honrar os vencimentos de velhinhos aposentados.

PIB e Copom

Dois outros pontos que merecem ser acompanhados nessa semana: a divulgação do PIB do terceiro trimestre e a ata da última reunião do Copom. Já existem analistas falando de uma contração de 4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Um aumento acentuado da queda do PIB deste ano derrubará as projeções também para 2016. Consequentemente, colocará mais dúvidas sobre a capacidade do governo de fazer superávit no próximo ano e, assim, voltamos ao problema das agências de risco citadas acima.
Em relação à divulgação da ata do Copom, esta será diferente (e por isso mais importante), já que não houve unanimidade na última reunião: dois membros votaram pelo aumento da Selic, contra seis que votaram pela manutenção da taxa básica de juros nos atuais 14,25%.

Espera-se que o texto traga algum aceno sobre a estratégia e os passos futuros do Banco Central na condução da política monetária, que tem o juro básico como principal instrumento. A inflação ainda não controlada e pressionada pelo câmbio e pelos preços administrados ainda impõe o temor de novos aumentos do juro básico. E é o que pensa o Copom que todos querem saber.

STM CONDECORA AUTORIDADES

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