segunda-feira, 31 de julho de 2023

RÚSSIA PODE USAR ARMAS NUCLEARES CONTRA A UCRÂNIA

Vice-presidente do Conselho de Segurança russo acrescentou que, em caso de vitória da contraofensiva inimiga, “simplesmente não haveria outra solução”Vice-presidente do conselho de segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, durante entrevista nos arredores de Moscou.Vice-presidente do conselho de segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, durante entrevista nos arredores de Moscou.25/01/2022 Sputnik/Yulia Zyryanova/Pool via REUTERS

Josh PenningtonAlex StambaughBrad Lendon da CNN

Rússia pode ser forçada a usar armas nucleares se a contraofensiva da Ucrânia for bem-sucedida, disse o alto funcionário russo Dmitry Medvedev no domingo (31) – a mais recente de uma série de ameaças nucleares feitas pelo principal aliado do presidente Vladimir Putin em relação à guerra.

“Imaginem que a ofensiva… em conjunto com a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], deu certo e acabou com a retirada de parte do nosso território. Então teríamos que usar armas nucleares em virtude das estipulações do Decreto Presidencial Russo”, disse Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, em uma postagem no Telegram.

“Simplesmente não haveria outra solução”, acrescentou o ex-presidente russo. “Nossos inimigos devem rezar a nossos combatentes para que não permitam que o mundo seja destruído por chamas nucleares.”

Medvedev, que foi presidente da Rússia de 2008 a 2012, adotou um tom belicoso durante a invasão de Moscou à Ucrânia, repetidamente levantando o espectro de um conflito nuclear.

Veja mais: Rússia acusa Ucrânia de novo ataque a drone em Moscou

Rússia acusa Ucrânia de novo ataque a drone em Moscou | CNN PRIME TIME

Em abril passado, ele alertou sobre a expansão nuclear russa caso a Suécia e a Finlândia se juntassem à Otan. A capital finlandesa Helsinque ingressou na aliança de defesa no final daquele mês, enquanto o caminho de Estocolmo para a adesão à Otan foi aberto no início deste mês, depois que a Turquia retirou suas objeções.

Em setembro, Medvedev disse que armas nucleares estratégicas poderiam ser usadas para defender territórios incorporados à Rússia da Ucrânia.

E em janeiro, enquanto os Estados membros da Otan debatiam novos envios de armas para a Ucrânia, Medvedev disse que a derrota da Rússia na guerra poderia levar a um conflito nuclear.

“A perda de uma potência nuclear em uma guerra convencional pode provocar a eclosão de uma guerra nuclear”, escreveu Medvedev no Telegram em janeiro. “As potências nucleares não perdem grandes conflitos dos quais depende seu destino.”

“Isso deveria ser óbvio para qualquer um. Mesmo para um político ocidental que reteve pelo menos algum traço de inteligência.”

Os comentários de Medvedev no domingo novamente levantam a possibilidade de que a Rússia poderia potencialmente perder a guerra após quase 18 meses de desgaste – uma admissão rara de um alto funcionário russo.

Eles também vieram poucas horas depois que o Ministério da Defesa da Rússia acusou Kiev de atacar Moscou com drones. Três drones foram interceptados no domingo, mas um empreendimento comercial no oeste da capital russa foi atingido, disse o ministério.

Retórica nuclear

Os Estados Unidos já alertaram a Rússia contra o uso de armas nucleares na Ucrânia, tanto por meio de comunicações diretas privadas quanto por canais públicos, inclusive na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) do ano passado.

No mês passado, Putin disse que a Rússia havia transferido um primeiro lote de armas nucleares táticas para Belarus, alegando que elas foram colocadas lá para “dissuasão”.

Falando no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, Putin disse que o restante das armas nucleares táticas que a Rússia pretende transferir para Belarus serão transferidas “até o final do verão ou até o final do ano”.

A Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos (DIA) disse que “não há razão para duvidar” da afirmação de Putin de que havia armas nucleares em Belarus.

Mas o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse na época que os EUA “não viram nenhuma razão para ajustar sua própria postura nuclear, nem qualquer indicação de que a Rússia está se preparando para usar uma arma nuclear”.

O presidente belarusso, Alexander Lukashenko, disse no mês passado que, diante de uma agressão, ele não hesitaria em usar as armas nucleares táticas russas estacionadas em seu país.

Mas os altos funcionários do DIA disseram que não acreditam que Lukashenko tenha qualquer controle sobre o arsenal. Provavelmente seria totalmente controlado pela Rússia, disseram as autoridades.

A Rússia tem cerca de 4.477 ogivas nucleares implantadas e de reserva, incluindo cerca de 1.900 armas nucleares táticas, de acordo com a Federação de Cientistas Americanos.

 

DONALD TRUMP TEM CHANCES REAIS DE GANHAR AS ELEIÇÕES NOS EUA

 

Ex-presidente tem o apoio de mais da metade do Partido Republicano para disputar o pleito do próximo anoO ex-presidente dos EUA Donald Trump.O ex-presidente dos EUA Donald Trump.Jeff Swensen/Getty Images

Harry Enten da CNN

Donald Trump enfrenta duas acusações, com potencial para mais. A sabedoria política pode ter sugerido certa vez que a candidatura do ex-presidente a um segundo mandato na Casa Branca não passaria de um sonho impossível. Mas a maioria de nós já sabe bem.

Trump não está apenas em uma posição historicamente forte para um não titular ganhar a indicação republicana, mas está em uma posição melhor para vencer a eleição geral do que em qualquer ponto durante o ciclo de 2020 e quase em qualquer ponto durante o ciclo de 2016.

VÍDEO – Trump ignora novas acusações em evento republicano

Trump ignora novas acusações em evento republicano | LIVE CNN

Ninguém na atual posição eleitoral de Trump perdeu uma primária presidencial aberta (ou seja, uma sem um titular) na era moderna. Ele está obtendo mais de 50% do apoio nas pesquisas nacionais, o que é mais do que todos os seus concorrentes juntos.

Três candidatos anteriores em primárias abertas obtiveram mais da metade dos votos nas pesquisas primárias na segunda metade do ano anterior à eleição: o democrata Al Gore e o republicano George W. Bush em 2000 e a democrata Hillary Clinton em 2016.

Al Gore continua sendo o apenas não titular para vencer todas as disputas de indicação presidencial, enquanto Bush e Clinton nunca perderam sua vantagem nas pesquisas nacionais em suas primárias.

Hoje, o principal concorrente de Trump, o governador da Flórida, Ron DeSantis, caiu abaixo de 20% nacionalmente. Nenhum outro contendor está igual ou acima de 10%. Isso torna a margem entre Trump e o resto do campo ao norte de 30 pontos em média.

Uma retrospectiva das pesquisas anteriores mostra candidatos voltando de déficits superiores a 10 pontos para vencer a indicação, mas nenhum superior a 30 pontos neste momento.

Na verdade, as maiores reviravoltas quando você calcula a média de todas as pesquisas na segunda metade do ano anterior à eleição chegam a cerca de 20 pontos (os democratas George McGovern em 1972, Jimmy Carter em 1976 e Barack Obama em 2008).

Obama ficou quase 30 pontos atrás por um breve período no outono de 2007, embora seu retorno no ano seguinte e o do republicano John McCain (outro eventual candidato que perdia por mais de 10 pontos nacionalmente) apontem para outra razão pela qual Trump é tão forte agora mesmo.

Trump está liderando não apenas nacionalmente, mas também nos estados de votação antecipada. Ele subiu dois dígitos em Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul.

Obama estava a poucos dígitos de Clinton e do líder das pesquisas de Iowa, John Edwards, neste ponto do ciclo de 2008. Da mesma forma, a vantagem de Clinton sobre Obama na Carolina do Sul nesta fase da campanha era de poucos dígitos.

Do lado republicano em 2008, o baralho primário era muito mais instável do que os números nacionais indicados neste momento. Rudy Giuliani estava em alta nacionalmente, mas ficou atrás de Mitt Romney em Iowa e New Hampshire. Romney não conseguiu ficar muito acima de 30% em nenhum dos estados, ao contrário de Trump agora.

McCain (cuja candidatura é frequentemente apresentada como um exemplo de como DeSantis pode voltar) sempre esteve consideravelmente mais próximo dos favoritos nacionais e estaduais do que qualquer um está de Trump neste momento.

É claro que vencer as primárias é uma coisa para Trump, que liderou em quase todas as pesquisas primárias republicanas publicadas nos últimos oito anos.

O que deveria ser mais surpreendente é que, apesar da maioria dos americanos concordar que as duas acusações de Trump até agora foram justificadas, ele continua competitivo em uma possível revanche com o presidente Joe Biden.

Uma pesquisa realizada na semana passada pela Marquette University Law School mostrava Biden e Trump empatados em termos percentuais (com alguns poucos entrevistados estatisticamente insignificantes escolhendo Trump).

A pesquisa Marquette é uma das várias pesquisas que mostram Trump empatado ou à frente de Biden. A pesquisa ABC News/Washington Post publicou três levantamentos sobre o confronto entre os dois, e Trump saiu na frente – embora dentro da margem de erro – todas as vezes. Outras pesquisas mostraram Biden apenas por pouco à frente.

Para colocar isso em perspectiva, Trump nunca liderou uma única pesquisa nacional que atendesse aos padrões de publicação da CNN durante toda a campanha de 2020. Biden subiu um dígito alto no final do verão de 2019. O presidente subiu talvez um ponto na média de todas as pesquisas de 2024 hoje.

Pesquisas no final do verão de 2015 contaram a mesma história: Clinton estava à frente de Trump em dois dígitos no final de julho e em um dígito de meio a alto no final de agosto de 2015.

O fato de a posição entre Biden e Trump ser tão próxima não deveria ser uma grande surpresa.

As eleições são uma escolha entre dois candidatos. Trump não é popular, mas Biden também não. Os dois, em conjunto, seriam os candidatos presidenciais mais odiados na história das pesquisas, se seus números se mantivessem durante a eleição.

Com tudo isso dito, a eleição de 2024 será provavelmente reduzida a alguns estados indecisos. A votação em estados indecisos foi limitada porque ainda falta mais de um ano para a eleição.

Um grande sinal de alerta para os democratas foi uma pesquisa da Universidade Quinnipiac no final de junho na Pensilvânia, um estado crucial nos últimos ciclos eleitorais, onde Trump reuniu apoiadores em Erie no sábado (29). O estado mal votou em Trump em 2016 e em Biden em 2020.

Trump estava à frente de Biden por 1 ponto na pesquisa Quinnipiac – um resultado dentro da margem de erro, mas ainda assim uma conquista notável para o ex-presidente.

Por que? Foi apenas a segunda pesquisa da Pensilvânia que atendeu aos padrões da CNN para publicação desde 2015 que colocou Trump à frente de Biden (para 2020 e 2024) ou Clinton (para 2016).

A boa notícia para os democratas é que as pesquisas nas eleições gerais, ao contrário das primárias, não são preditivas neste momento. As coisas certamente podem mudar.

Mas, por enquanto, a chance de Trump ser presidente em menos de dois anos é uma possibilidade muito real.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

inglês

versão original

SIMONE TEBET DESPRESTIGIADA NO GOVERNO LULA

 

Nomeação de Marcio Pochmann para a direção do IBGE repete no governo petista caso ocorrido na gestão Bolsonaro em que o então presidente quis nomear um amigo para a direção da PF

Por Felipe Moura Brasil – Jornal Estadão

Simone Tebet dá um verniz de “frente ampla” a um governo cada vez mais petista, assim como Sergio Moro dava um verniz de combate à corrupção a um governo que cada vez mais sabotava esse combate.

Quando Jair Bolsonaro atropelou o então ministro da Justiça e trocou o diretor da Polícia Federal por um amigo de família, Alexandre Ramagem, após manifestar incômodo com investigações sobre filhos e aliados, Moro deixou o governo, porque não quis responder pelos eventuais atos de um indicado político naquele contexto.

Quando Lula atropelou a ministra do Planejamento e trocou o presidente do IBGE por um ideólogo do PT, Marcio Pochmann, que atribui a crise econômica decorrente dos governos e esquemas do partido ao “golpe de 2016″, ao “receituário neoliberal” e à Lava Jato, Tebet ficou na pasta, alegando que não se incomoda em ser a “segunda voz” da dupla sertaneja com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que “a mídia não me pauta, companheiros não me pautam, pessoas que me acompanharam na campanha não me pautam”.

A ministra Simone Tebet acabou aceitando a indicação de Marcio Pochman ao IBGE
A ministra Simone Tebet acabou aceitando a indicação de Marcio Pochman ao IBGE  Foto: Sergio Moreira / EFE

Moro, que já era odiado pela esquerda por ter condenado Lula em primeira instância, acabou sendo fritado também pelo bolsonarismo, com o qual, em 2022, veio a retomar aliança contra a volta do PT.

Tebet, que já é rejeitada por antipetistas pelo apoio a Lula no segundo turno, recompensado com cargo em seu governo, não quis ser fritada também pelo lulismo, com o qual mantém aliança em nome do combate à fome, à desigualdade e à extrema-direita.

As vozes independentes, hoje raras no jornalismo, foram quase extintas na política brasileira, onde parasitar Bolsonaro e Lula, relevando seus desmandos e apadrinhados negacionistas, tornou-se o único horizonte de sobrevivência, com perspectiva, mesmo que remota, de poder.

Bolsonaro premiava na máquina pública quem pudesse contribuir com blindagens desejadas e atacar a imprensa, enquanto Lula premia quem normalizou sua relação imobiliária com empreiteiras do petrolão e pode punir seus desafetos. Já se prefere, porém, ser um Geraldo Alckmin de Haddad, ou um sub-Tarcísio de Freitas, a confrontar o líder populista de seu campo, cada qual com um exército de Eduardos Pazuello, pautado pelo lema “um manda, outro obedece”.

O sintoma cultural é preocupante, porque os políticos nada mais são que um reflexo caricato do povo. E as sociedades que não têm a independência como um valor, mas, sim, como uma ameaça, são as mais suscetíveis a condescender com as variadas formas de autoritarismo, impostas sob qualquer verniz.

MINISTRO DO STF SUSPENDE LEIS QUE TURBINAM SALÁRIOS DE JUÍZES

 

André Mendonça acatou pedido da Procuradoria-Geral da República e barrou legislação estadual que garantiu pagamentos de R$ 9,4 milhões a 21 desembargadores da cúpula do Tribunal de Justiça em apenas três meses, como mostrou o Estadão

BLOG

Blog do Fausto Macedo

Por Pepita Ortega – Jornal Estadão

sede do Tribunal de Justiça de Goiás
sede do Tribunal de Justiça de Goiás Foto: Google

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu neste sábado, 22, as leis de Goiás que viabilizaram o pagamento de salários de até R$170 mil mensais a juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás. O magistrado acolheu um pedido do procurador-geral da República Augusto Aras e sustou o pagamento de verbas além do teto constitucional não só a integrantes do Judiciário goiano, mas também a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e servidores do Executivo estadual.

A liminar será submetida a referendo do Plenário da Corte máxima. Como mostrou o Estadão, desde a publicação das leis agora suspensas por Mendonçaa cúpula do Tribunal de Justiça do Estado – que propôs ao Legislativo excluir penduricalhos do corte do teto do funcionalismo – já recebeu um montante acumulado de R$ 9,4 milhões – ou R$ 7,9 milhões líquidos.

No centro do processo está o expediente que classifica como verba ‘indenizatória’ valores devidos a servidores que exercem ‘atividade extraordinária’. Normalmente, esses montantes estariam sujeitos ao abate teto – corte no pagamento de funcionários públicos quando o valor do holerite ultrapassa o limite do funcionalismo público, que é o contracheque dos ministros do STF.

Leis sancionadas pelo governo de Goiás preveem a exclusão desses valores da régua do teto e acabaram turbinando o holerite de servidores.

No Supremo, Aras contestou cinco leis, aprovadas em sequência. A primeira beneficiou servidores do Executivo goiano. Depois, veio o efeito cascata: o Tribunal de Justiça de Goiás, o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos Municípios também quiseram entrar no jogo e pediram as mesmas regalias.

No último dia 12, o Tribunal defendeu os supersalários pagos a seus magistrados, argumentando que não se pode exigir que os juízes e desembargadores trabalhem de forma ‘graciosa’. O presidente do TJ, desembargador Carlos Alberto França, alega que os magistrados não podem ‘extrapolar suas funções’ usuais de graça, devendo ser remunerados ‘de modo proporcional e compatível’ com as atividades ‘imprescindíveis’ que exercem para o funcionamento da Corte estadual.

No despacho assinado neste sábado, 22, Mendonça apontou que quando um servidor assume determinado cargo em comissão, deixa de desempenhar as ‘funções do cargo originariamente ocupado’. “De fato, não há efetiva cumulação de cargos. Afasta-se temporariamente do efetivo exercício de um, para desempenho do feixe de atribuições inerentes ao outro”, ressaltou.

Segundo Mendonça, não há ‘razão jurídica’ que ampare a mudança de caráter dos pagamentos feitos aos servidores, ‘classificando-se a verba como remuneratória até certo patamar pecuniário (o teto do funcionalismo), e indenizatória em relação à quantia excedente àquele limite’.

“Afigura-se igualmente equivocada a noção de “serviço extraordinário” das atividades que venham a ser desempenhadas em razão da assunção de cargo em comissão, sob o argumento de que se trataria de feixe de atribuições “não incluído dentre as funções do cargo originariamente ocupado” pelo servidor efetivo, tal como recorrentemente esgrimida pelos defensores das normas sob invectiva”, ressaltou.

TENSÕES ENTRE CASA CIVIL E SECRETARIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS É BEM ANTIGA

 

Servidores reclamam de “estrutura inchada” no ministério de Rui Costa, que fala em distribuição de acordo com o tamanho de cada pasta

Por Eduardo Gayer – Jornal Estadão

Tensões entre a Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais são comuns na história política brasileira, e se notabilizaram em governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na primeira gestão petista, os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Coordenação Política, hoje SRI) se engalfinhavam nos bastidores. A briga por espaço neste terceiro governo Lula, porém, é também por espaço físico: servidores da articulação política, ministério comandado por Alexandre Padilha, têm se queixado sobre a “estrutura inchada” da Casa Civil.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.  Foto: WILTON JUNIOR

O comentário nos corredores da Secretaria de Relações Institucionais é que não há salas disponíveis para tantos atendimentos a parlamentares, prefeitos e governadores, enquanto “burocratas da Casa Civil” ocupam amplos espaços. Os dois ministérios estão instalados no quarto andar do Palácio do Planalto, assim como a Secretaria-Geral da Presidência, comandada por Márcio Macêdo. A zeladoria do Planalto é atribuição da Casa Civil.

Em nota, a Casa Civil, comandada por Rui Costa, evita responder se tem ou não uma estrutura inchada. “Os espaços de trabalho no Palácio do Planalto são dimensionados de acordo com o tamanho das equipes de cada ministério. Além disso, a definição de como estes espaços serão utilizados cabe a cada pasta”, afirma o ministério.

A Secretaria de Relações Institucionais preferiu não comentar.

NOVO ENSINO MÉDIO É BOM?

 

Na volta às aulas, podcast especial ouviu estudantes de escolas públicas e particulares do País sobre a reforma, que ainda não tem definição do MEC

Por Renata Cafardo – Jornal Estadão

Depois de meses de consulta pública a professores, alunos, secretários e especialistas, jovens de todo o País voltam às aulas nesta semana ainda sem uma definição do que vai acontecer com o novo ensino médio. O modelo, em vigor desde o ano passado em escolas públicas e particulares, diminuiu o número de aulas da formação básica para dar espaço a um currículo flexível, em que o estudante poderia escolher as disciplinas que gostaria de cursar.

A reforma, no entanto, tem sido alvo de críticas por não promover efetivamente uma escolha aos alunos, ampliar a desigualdade entre redes públicas e privadas, evidenciar a falta de estrutura para um currículo flexível e prejudicar a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Um episódio especial do podcast Estadão Notícias dá voz aos jovens que são o centro da discussão ainda sem definição pelo Ministério da Educação (MEC).

Entre 9 de março e 6 de julho, o governo recebeu cerca de 80 mil respostas aos formulários disponibilizados na internet e prometeu divulgar em agosto um documento com propostas de mudanças para o novo ensino médio.

Eu faço itinerário de Ciências da Natureza, mas quero fazer Publicidade. Não tem nada a ver. E para mudar, só mudando de escola

Luma Cristini, de 17 anos, estudante de escola estadual em São Paulo

Nas aulas de projeto de vida, eu consegui me ver sendo designer, eu consegui ampliar a visão do meu futuro, porque a minha vida inteira o meu sonho era ser veterinário.

Daniel Almeida, de 16 anos, estudante de escola estadual em Belo Horizonte

A sociedade te obriga, aos 17 anos, que você tenha todo o seu plano de vida definido.

Gabriel Hanstr, de 17 anos, estudante de escola estadual em São Paulo

Luma conta que escolheu um itinerário e acabou ficando em outro
Luma conta que escolheu um itinerário e acabou ficando em outro  Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Enquanto isso, Luma Cristini, de 17 anos, cursa um itinerário de Ciências da Natureza e Matemática em uma escola estadual do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. Ela reclama que a área não tem relação alguma com o que pretende prestar no vestibular, Publicidade. “Tinham aquelas tabelas para escolher qual itinerário, porém no ano seguinte acabou sendo algo diferente daquilo que foi proposto. E para mudar, só mudando de escola”, conta.

Na escola dela, como em muitas outras no País, só são duas opções de itinerários formativos, ou seja, caminhos que o jovem poderia optar na parte flexível do currículo. Luma gostaria de estar estudando mais disciplinas da área de Humanas, que acredita ser sua vocação.

Em São Paulo, na semana passada, o governo estadual anunciou uma redução no número de itinerários, de 12 para 3: Ciências da Natureza + Matemática + Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; além do Ensino Técnico.

Os itinerários são escolhidos pelos alunos do 1º ano e cursado durante a 2ª e 3ª séries do médio. A avaliação do governo foi de que, na prática, o alto número de opções prejudica a oferta das aulas, já que as escolas não têm estrutura nem professores formados para isso.

Em História, antes a gente tinha duas ou três aulas para concluir um capítulo. Agora, a professora tem que fazer um resumo do capítulo inteiro em uma aula.

Alycy Meireles, de 16 anos, aluna de escola estadual em São Luís

Morro de medo de sair do ensino médio e perder o rumo, não conseguir emprego, não conseguir fazer faculdade

Lívia Costa, de 16 anos, aluna de escola estadual em São Paulo

Lívia, aluna de uma escola estadual de São Paulo, acha que não está sendo bem preparada para o Enem
Lívia, aluna de uma escola estadual de São Paulo, acha que não está sendo bem preparada para o Enem Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

O MEC descarta uma revogação total do modelo – como reivindicado por algumas entidades, incluindo algumas de esquerda – e pretende fazer ajustes que conciliem as principais críticas à reforma, como a carga horária destinada à formação básica.

Essa é uma das reclamações de alunos ouvidos também no podcast. Em São Luís, no Maranhão, Alycy Meireles, de 16 anos, diz que o número de aulas de história agora não é mais suficiente para que a professora ensine todo o conteúdo. “Antes a gente que tinha duas ou três aulas para concluir um capítulo, agora a professora tem que fazer um resumo do capítulo inteiro em uma aula.”

Um aumento no número de disciplinas da formação básica é consenso entre secretários de Educação e especialistas que participaram da consulta feita pelo MEC. O ministro Camilo Santana também já se referiu à redução da carga de matérias como Português, Matemática e História como um “equívoco”.

Antes da reforma do ensino médio, os três anos dessa etapa tinham 2,4 mil horas de disciplinas básicas e obrigatórias. Com a mudança, esse total passou a ser de 1,8 mil horas e o restante (1,2 mil horas) corresponde a carga flexível do currículo.

“Morro de medo de sair do ensino médio e perder o rumo, não conseguir emprego, não consegui fazer faculdade”, diz Lívia Costa, de 16 anos, também aluna de uma escola estadual em São Paulo. Ela se preocupa com a formação que o ensino médio está oferecendo para que consiga se sair bem em vestibulares.

Ele perdeu esse propósito de algo quadrado, ultrapassado, você passar três anos da sua vida só se preocupando em passar em uma prova. O ensino médio vira um negócio muito mais bonito, sobre o que eu quero fazer da minha vida.

Bruno Mendes, de 16 anos, estudante de escola particular em São Paulo

A gente está nessa nessa vanguarda, recebendo um novo ensino médio com maior qualidade, sinto uma responsabilidade de ser um agente de mudança efetivo. O lugar de privilégio vem, inexoravelmente, com uma responsabilidade

Daniela Vanetti, de 15 anos, aluna de escola particular em São Paulo

Daniela, aluna do Colégio Bandeirantes, sente-se privilegiada e quer ser "uma agente de mudanças"
Daniela, aluna do Colégio Bandeirantes, sente-se privilegiada e quer ser “uma agente de mudanças” Foto: FELIPE IRUATA

Também não há ainda definição do MEC de como ficará o Enem do ano que vem. Em 2023, a prova será a mesma que vem sendo feita, avaliando apenas a formação básica. Camilo Santana tem se mostrado contra mudanças que incluam questões sobre os itinerários formativos, mas secretários de educação pediram uma nova prova no ano que vem.

Essa não é uma preocupação de alunos do Colégio Bandeirantes, na zona sul de São Paulo. Eles reconhecem que têm sido bem preparados para qualquer exame, mesmo que a prova seja mudada. Lá, antes mesmo da reforma, as aulas já ocorriam em tempo integral, com um leque de opções de disciplinas para o aluno descobrir suas vocações.

No podcast, os estudantes discutem ainda a desigualdade em relação aos colegas de escolas públicas. “A gente está nessa nessa vanguarda, recebendo um novo ensino médio com maior qualidade, sinto uma responsabilidade de ser agente de uma mudança efetiva. Acho que o lugar de privilégio vem, inexoravelmente, com uma responsabilidade”, diz Daniela Vanetti, de 15 anos.

O que é o novo ensino médio? E o que é a reforma do ensino médio?

É uma mudança no formato do ensino médio (1º, 2º e 3º anos), aprovada em 2017, a ser seguida por todas as escolas do País, sendo públicas ou particulares. Cerca de 60% da carga horária passa a ser de conteúdos obrigatórios comum a todos, como Português, Matemática e Química. O restante (40%) é a parte flexível, com percursos optativos segundo o interesse do aluno ou uma formação técnica. O jovem pode, por exemplo, fazer curso técnico em Eletrônica ou aprofundamento de estudos em Linguagens durante o ensino médio, além da carga obrigatória.

Por que foi feita a mudança?

O argumento era de que o modelo anterior (com 13 disciplinas obrigatórias) era engessado e desinteressante ao jovem. No ensino médio, 90% dos concluintes saem sem saber o que se espera em Matemática e 60%, em Português. Além disso, há altos índices de abandono e a abertura da carga flexível serve ainda como oportunidade de abrir espaço para a formação técnica, muito valorizada, por exemplo, em países europeus.

Quem define os itinerários formativos?

reforma deu liberdade para que as redes de ensino ou até as próprias escolas, no caso das particulares, definissem seus itinerários formativos, conforme os interesses dos alunos e a disponibilidade de recursos. É permitido às escolas, por exemplo, firmar parcerias com outras instituições (institutos federais, por exemplo), para ofertar essa carga horária flexível.

QUAL ÓLEO VEGETAL É MAIS SAUDÁVEL?

 

Augusto Aragão de Barros – Mestre em Produtos Naturais – Quora

Na verdade, cabe relevar que quando consumimos qualquer oleaginosa, já estamos ingerindo algum óleo vegetal na composição destas. A grande variedade de óleos extraídos que encontramos ainda é um reflexo do passado, quando a humanidade passou a incluí-los na alimentação de forma direta (uso em saladas por exemplo) ou indireta (base de frituras, formulações de panificação).

Há uma grande variedade de óleos vegetais comestíveis e nem sempre provindos apenas das oleaginosas, de forma que cada um detém características peculiares — sejam organolépticas e/ou mesmo nutricionais. Qual é o melhor ou mais salutar? Há algumas variáveis ainda envolvidas em muita discussão.

Seja qual óleo for que se tenha na alimentação, deve ser alertado que sua contribuição no âmbito nutricional não exceda 20% ante os demais nutrientes, pois que chega a fornecer até 50% das necessidades diárias de lipídeos para se ter uma ideia. Embora a natureza fluida destas gorduras vegetais seja uma expressão do alto teor de ácidos graxos instaurados, ao contrário dos que são saturados e assim se apresentam sólidos (as banhas são o exemplo mais nítido), cabe destacar que encontramos uma diversidade nos teores de “insaturações” e que há muito isso representa um parâmetro na identidade de cada óleo, da qual permite a padronização e controle de qualidade — inclusive na averiguação de possíveis adulterantes. Mas voltado ao foco do questionamento levantado aqui, muito ainda se discute sobre qual ou quais óleos ainda representam uma presença salutar na dieta humana e de fato não há mesmo algo conclusivo, a despeito de alguns estudos enfatizarem que o óleo de Oliva (Olea europea) e o de Girassol (Helianthus annun) serem os mais recomendados por conta da fração de ácidos graxos poliinstaurados ser mais expressiva, de uma menor ação antrópica (não serem OGM) e ainda incorporarem naturalmente outros elementos nutricionais (como a vitamina E no óleo de Girassol e no de Soja) e/ou funcionais (como os fitosteróis por exemplo). A Canola (Brassica napus), também conhecida como Colza ou Rapeseed, embora tenha um óleo fitoquimicamente atrativo neste mesmo contexto, tem sido um alvo de críticas por ser tratar de um produto derivado de interferência antrópica, pois que originalmente seu óleo não era propriamente comestível a despeito da atrativa fração de ácidos graxos poliinsaturados, que ainda motivam seu uso e consumo em vários países.

Embora a questão levantada aqui não tenha citado outras fontes de óleos vegetais comestíveis, mesmo os levantamentos científicos destacam ênfases para com outras fontes, como o óleo de Coco (Cocos nucifera), óleo de linhaça ou flexseed (Linum unisatissimum), óleo de Gergelim (Sesamum indicum) e o óleo de Amendoim (Arachis hypogaea). O que temos aqui ainda é uma discussão sobre qual ou quais são de fatos os melhores, mas que vale sugerir aos leitores um estudo de alguns artigos científicos para que tirem suas conclusões ante o fato de que muita desinformação ainda se veicula entre os diferentes profissionais de saúde e mesmo na internet, da qual recomendo esses aqui:

Cooking oil/fat consumption and deaths from cardiometabolic diseases and other causes: prospective analysis of 521,120 individuals. BMC Med 19, 92 (2021). Cooking oil/fat consumption and deaths from cardiometabolic diseases and other causes: prospective analysis of 521,120 individuals – BMC Medicine

Does cooking with vegetable oils increase the risk of chronic diseases?: A systematic review, The British journal of nutrition (2015); 113(S2):S36-S48. DOI:10.1017/S0007114514002931

Edible Plant Oil: Global Status, Health Issues, and Perspectives, Front. Plant Sci. (2020); DOI: https://doi.org/10.3389/fpls.2020.01315

Possible adverse effects of frying with vegetable oils. British Journal of Nutrition, 113(S2), S49-S57. doi:10.1017/S0007114514002347

Studying the Evaluation Model of the Nutritional Quality of Edible Vegetable Oil Based on Dietary Nutrient Reference Intake, ACS Omega. (2021); 6(10): 6691–6698. doi: 10.1021/acsomega.0c05544

Vegetable oil is good for you, experts say. ScienceDaily. (2013); disponível em: www.sciencedaily.com/releases/2013/06/130607222855.htm.

O AUXÍLIO DA TECNOLOGIA TORNOU A FUNÇÃO GERENCIAR MAIS ASSERTIVA

 

Geovani Oliveira – diretor de tecnologia da Total IP

Os mecanismos da quarta revolução industrial podem melhorar a experiência do colaborador.

O sucesso de uma companhia depende de inúmeros fatores. Entre eles, é imprescindível considerar a participação dos colaboradores. Afinal, o quadro de funcionários é essencial para o exercício da entidade. Assim, eles compõem a criação de estratégias, inovação, atendimento, suporte, vendas e muito mais. No entanto, a manutenção das habilidades e conferência de atribuições diárias são algumas das ações responsáveis por manter as empresas ativas. A partir disso, o auxílio da tecnologia tornou a função de gerenciar assertiva.

A era digital já alcançou o nosso cotidiano

Em primeiro ponto, é necessário frisar como o mundo caminha para uma realidade cada vez mais digital e integrada aos recursos tecnológicos. Afinal, a era na qual vivemos é voltada para transformar as ações, principalmente, quando se trata do meio corporativo. Sendo assim, a quarta revolução industrial ou indústria 4.0, período iniciado por volta de 2011, ainda se mantém com o objetivo de melhorar a eficiência e produtividade nos processos.

O diretor de tecnologia da Total IP, Geovani Oliveira, analisa a ascensão desse tópico atualmente. “Hoje, estamos cada vez mais conectados. O universo on-line é um dos maiores facilitadores para executar tarefas. A pandemia da Covid-19, de fato, acelerou a utilização desses sistemas. No entanto, também reforçou e implantou processos antes nem considerados, como o home office, a telemedicina, os bancos digitais e muito mais”, argumenta.

A tecnologia promove inúmeras transformações e aprimora a gestão de pessoas

Como os mecanismos fazem parte da rotina, eles certamente estão no meio laboral. Afinal, essa vertente é onde as pessoas tendem a passar a maior parte do seu tempo diário. Então, o especialista frisa quatro alterações na dinâmica das corporações fornecidas pelo uso de softwares para aumentar a performance do quadro. Confira:

Automatização de procedimentos: essa modificação implica em acrescentar um sistema para automatizar, ou seja, executar a maior parte ou por completo uma tarefa. Um grande exemplo disso é o Excel, onde você aplica uma fórmula e a ferramenta dá continuidade nos resultados por meio das informações disponíveis. 

Oliveira ainda frisa como ocorre a conexão das habilidades humanas com essas funcionalidades. “A automação e o uso de recursos, como a inteligência artificial, vêm acompanhados do preceito de redução e substituição da mão de obra. Porém, ao contrário desse censo, a junção dos dois tem se mostrado cada vez mais positiva, para a companhia e o profissional”, diz. 

Para demonstrar essa parceria, um estudo realizado pela WorkMarket descobriu como 58% dos trabalhadores consideravam essa alternativa para elevar os níveis de satisfação com o trabalho. “Nessa integração, as atribuições, antes manuais, podem ser feitas rapidamente. Assim, o foco muda para um objetivo mais desafiador e proveitoso para a organização”, pontua o diretor.

Geração de dados internos e externos: as informações concretas sobre a instituição, sejam elas de clientes ou da própria equipe, se caracterizam como um artifício essencial para a criação de estratégias, treinamentos, feedbacks, entre outras ações, em função de aprimorar o funcionamento.

Quando se trata da gestão de pessoas, dar retorno sobre os desempenho do contratado é uma maneira assertiva de solicitar mudanças e distribuir elogios.De acordo com a pesquisa da Gallup, os funcionários com o acesso a avaliações regulares têm um nível de engajamento 14,9% maior, comparado a quem não recebe. Além disso, uma comunicação clara e transparente é essencial para manter uma cultura organizacional saudável.

Para a captação desses dados, Oliveira apresenta a seguinte solução da Total IP: “o auxílio dos Relatórios e Dashboards faz toda a diferença na observação do líder. Para quem cuida de grandes times, como os setores de call center, por exemplo, mensurar esse quesito fica simples. Afinal, a ferramenta coloca todas as captações sobre as chamadas em uma única plataforma. Dessa maneira, a geração de considerações consegue ser ainda mais pontual e efetiva para alcançar melhorias”, alerta.

Redução nos níveis de erro: um típico ditado já disse “errar é humano”. Então, não podemos excluir essa possibilidade sem contar com uma atualização para suprir as ações passíveis de falha. Conforme a Sage Intacct, mais de 80% das empresas relataram uma redução nos equívocos após a implementação da automatização de tarefas financeiras. Isso não se restringe a um setor, mas pode ser alcançado em diversas áreas do mercado.

Melhorias na experiência do colaborador: quem orienta uma equipe, entende a relevância desse tópico na hora de alcançar os objetivos desejados e gerar crescimento na entidade. “Para um lado ser bem atendido e estar satisfeito com o nome, a parte interna precisa também dispor de estruturas, valorização e condições para ficar feliz em sua posição e oferecer o melhor ao público”, instrui o especialista em tecnologia.

Com o uso das inovações, o modelo de trabalho remoto tem alcançado esse quesito para a população brasileira. Essa opção entregou aos indivíduos mais conforto, flexibilidade, ganho de tempo para conciliar a vertente pessoal e corporativa e, também, se provou como uma atitude de atuação responsável por fomentar maior desempenho.

Oliveira comenta como a estruturação das companhias digitalmente deve ir além de uma boa rede de navegação. “A Internet foi um meio propulsor para essa contribuição. No entanto, atrelar outras configurações faz as corporações seguras, completas e efetivas, mesmo virtualmente. Por isso, é indispensável a incorporação de instrumentos para o escritório se manter presente em qualquer lugar do mundo. Ao pensar nisso, a solução apresentada anteriormente auxilia no monitoramento das atividades, com status de entrada, saída, produção, intervalo, entre outros”, finaliza. 

Descubra o Marketplace Valeon do Vale do Aço: Um Hub de Empresas, Notícias e Diversão para Empreendedores

Moysés Peruhype Carlech – ChatGPT

O Vale do Aço é uma região próspera e empreendedora, conhecida por sua indústria siderúrgica e seu ambiente de negócios dinâmico. Agora imagine ter um único local onde você pode encontrar todas as informações e recursos necessários para ter sucesso nesse ambiente competitivo. Bem-vindo ao Marketplace Valeon do Vale do Aço – um hub online que engloba empresas, notícias, diversão e empreendedorismo, oferecendo uma plataforma única para empresários e gerando leads valiosos.

Um ecossistema empresarial abrangente:

O Marketplace Valeon do Vale do Aço reúne empresas locais de diversos setores em um só lugar. Com uma interface intuitiva, os usuários podem facilmente encontrar e se conectar com fornecedores, parceiros comerciais e clientes potenciais na região. A plataforma oferece uma ampla gama de categorias de negócios, desde indústrias tradicionais até empresas inovadoras, garantindo que todos os empreendedores encontrem as oportunidades certas para expandir seus negócios.

Notícias e insights atualizados:

Além de ser um diretório empresarial, o Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece um fluxo contínuo de notícias e insights relevantes para os empresários da região. Através de parcerias com veículos de comunicação locais e especialistas em negócios, a plataforma mantém os usuários informados sobre as últimas tendências, oportunidades de mercado, mudanças regulatórias e eventos relevantes. Essas informações valiosas ajudam os empresários a tomar decisões informadas e a se manterem à frente da concorrência.

Diversão e engajamento:

Sabemos que a vida empresarial não é só trabalho. O Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece uma seção de entretenimento e lazer, onde os usuários podem descobrir eventos locais, pontos turísticos, restaurantes e muito mais. Essa abordagem holística permite que os empresários equilibrem o trabalho e a diversão, criando uma comunidade unida e fortalecendo os laços na região.

Foco no empreendedorismo:

O Marketplace Valeon do Vale do Aço é uma plataforma que nutre o espírito empreendedor. Além de fornecer informações e recursos valiosos, também oferece orientação e suporte para os empresários que desejam iniciar seus próprios negócios. Com seções dedicadas a tutoriais, estudos de caso inspiradores e conselhos de especialistas, o marketplace incentiva e capacita os empreendedores a alcançarem seus objetivos.

Geração de leads para os empresários:

Uma das maiores vantagens do Marketplace Valeon do Vale do Aço é a capacidade de gerar leads qualificados para os empresários. Com um público-alvo altamente segmentado, a plataforma oferece a oportunidade de se conectar diretamente com potenciais clientes interessados nos produtos e serviços oferecidos pelas empresas cadastradas. Isso significa que os empresários podem aumentar sua visibilidade, expandir sua base de clientes e impulsionar suas vendas de forma eficiente.

Conclusão:

O Vale do Aço é uma região cheia de oportunidades e empreendedorismo, e o Marketplace Valeon do Vale do Aço se torna um recurso indispensável para os empresários locais. Ao oferecer um ecossistema empresarial abrangente, notícias atualizadas, diversão, suporte ao empreendedorismo e a geração de leads qualificados, o Marketplace Valeon se destaca como uma ferramenta poderosa para impulsionar os negócios na região. Não perca a chance de fazer parte dessa comunidade dinâmica e descubra o poder do Marketplace Valeon do Vale do Aço para o seu sucesso empresarial.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 222.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

domingo, 30 de julho de 2023

GOVERNO QUER MODIFICAR O SISTEMA DE FINANCIAMENTO DE EXPORTAÇÃO

História por Amanda Pupo e Mariana Carneiro • Jornal Estadão

O governo Lula prepara uma reforma no sistema de apoio oficial às exportações, que ficou praticamente paralisado após os calotes de Venezuela, Moçambique e Cuba. A previsão é que haja uma redistribuição de tarefas de órgãos estatais com o objetivo de dar garantia a empresas que desejam vender no exterior e, ao mesmo tempo, retirar o peso de eventuais indenizações do Tesouro Nacional. A ideia também é diversificar as instituições que financiam as operações comerciais de longo prazo, atividade hoje centrada no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A mais complicada iniciativa é a capitalização de um novo Fundo de Garantia à Exportação (FGE) em cerca de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 5,5 bilhões). O fundo já existe contabilmente, mas não tem os recursos para arcar com indenizações. Quando há um calote, o desembolso recai sobre os cofres da União. Este foi o caso dos defaults de Cuba e Venezuela, cujas indenizações ainda estão pagas pelo Tesouro ao BNDES, banco que emprestou dinheiro às empresas brasileiras exportadoras de serviços de engenharia a esses países.

A secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Marcela Carvalho, afirma que uma vez feito o aporte pela União, o fundo passaria a operar de maneira independente, desvinculando-se do Orçamento federal.

“A partir do momento que as operações começaram a dar sinistro, nos vimos numa situação de, de fato, ter que honrar com as indenizações. E para honrar com as indenizações é preciso colocar orçamento. Alguns anos atrás tivemos que correr no meio do ano para suplementar. Isso nos causa muitos problemas, inclusive de confiabilidade no sistema”, disse Carvalho.

A reforma teve seus princípios definidos em reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que reúne integrantes de dez ministérios, no mês passado. O objetivo do governo é incentivar exportações de produtos de maior valor agregado, como máquinas e equipamentos, aeronaves e equipamentos de geração de energia. Sem esse tipo de suporte, usado por grandes países exportadores, como China, Alemanha e EUA, as empresas brasileiras perdem capacidade de competir.

A tentativa de robustecer o sistema vem após anos de incerteza no seguro à exportação. Braço do sistema, a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) chegou a ser incluída no programa de desestatização sob Jair Bolsonaro, que acreditava que o setor privado poderia assumir toda a operação, o que é contestado pela atual administração.

“É o exemplo prático do que é uma falha de mercado (termo técnico para distinguir a falta de interesse do investidor privado). Por isso a política pública é necessária. É um tipo de seguro que nenhuma seguradora privada faz, o Brasil não quer fazer diferente do que os demais países já fazem”, disse Carvalho.

O atual governo quer remodelar a ABGF. Além da análise do risco dessas operações, a ideia é que a estatal também faça a confecção das apólices e opere a concessão do seguro de crédito à exportação. Hoje, o sistema é intrincado. Condições dos empréstimos e do seguro são discutidas no âmbito do Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações), que é vinculado ao MDIC, e a palavra final é da Camex.

Segundo Carvalho, as novas atribuições farão com que a Camex seja o órgão que dá as diretrizes estratégicas, deixando a supervisão para o Cofig e a operação para a ABGF. O conselho e a diretoria da ABGF, no entanto, deverão passar por uma reconfiguração de governança, com regras para a indicação de seus ocupantes.Sob o guarda-chuva do Ministério da Fazenda, a ABGF ainda tem como presidente Octávio Luiz Bromatti, indicado em 2020 no governo Bolsonaro.

“Nós, na gestão pública, atuaríamos em nível mais estratégico, na discussão de melhorias na avaliação de desempenho, estabelecimento de metas e diretrizes”, diz Carvalho.

Com um modelo mais robusto de garantias, a expectativa é de que mais instituições financeiras, inclusive privadas, tenham apetite para operar os contratos de financiamento à exportação de longo prazo (acima de dois anos). “Para que a gente não use sempre o BNDES. Primeiro, porque é recurso público. Segundo, que é muito benéfico haver uma concorrência nesse financiamento”, afirma ela.

Além do calote, este tipo de seguro protege as empresas exportadoras (e seus financiadores) de um não pagamento em caso de risco político, como uma guerra, por exemplo.

Desde que esta política enfrentou uma crise de reputação, em 2016, em razão das operações de financiamento à exportação a empreiteiras investigadas na Lava Jato, o governo brasileiro passou a adotar procedimentos distintos, como forma de atender a recomendações feitas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). As taxas de juros hoje são ditadas pelos bancos financiadores e não mais pelo Cofig, como no passado.

Com a reforma, a ideia é que também os limites prudenciais e de exposição a países sejam ditados por projeto de lei, com tramitação no Congresso.

A reforma, junto da discussão de criação de um fundo financeiro, deve ficar para o próximo ano, justamente por envolver um custo para a União e mudanças legais.

O subsecretário de Crédito à Exportação, Lázaro Coelho de Deus Lima, explica que o valor de US$ 1,2 bilhão estimado para o novo FGE reflete uma estimativa histórica, que partiu do cenário atual e do pipeline de solicitações atuais de cobertura.

“Fizemos exclusivamente uma estimativa histórica. Pegamos a nossa maior fatia de carteira, que hoje é aviação civil, e tentamos pegar também um pipeline de solicitações presentes”, disse Lima. Segundo ele, o portfólio atualmente conta com US$ 6,3 bilhões em operações cobertas.

Lima afirma que o aporte poderia ser fracionado no tempo, pela capacidade de alavancagem do fundo, que seria gerido de forma privada.

“E ele vai se robustecendo ao longo do tempo, como é com todos os outros fundos. E isso pode chegar a tal ponto que os prêmios efetivamente ganhos, somados às aplicações, podem gerar recurso suficiente para integralmente cobrir a exposição deste fundo”, afirmou Lima.

Para Carvalho, apesar de, historicamente, a mudança de caráter do fundo ter sido considerada como “cara”, o conceito revelaria uma falta de “visão de futuro de médio prazo”. “Se tivéssemos feito essa mudança em 2000, a questão estaria sanada há bastante tempo”, defendeu.

O seguro de crédito à exportação pode ser usado por empresas brasileiras em operações financeiras que envolvem riscos comerciais ou políticos e extraordinários, com período superior a dois anos.

Sem entrar no mérito das denúncias, Carvalho reclamou da confusão feita em torno das exportações garantidas pela União que foram alvo da Lava Jato. “Disseram ‘o Brasil está financiando obras no exterior enquanto aqui não temos nem porto’. Além de uma falácia é uma incorreção. Nós financiamos o exportador brasileiro. O mundo todo faz esse tipo de operação”, diz a secretária, segundo quem mais de cem países contam com um sistema de apoio oficial “robusto”.

Partido que o governo Lula crê ter em sua base de apoio, o União Brasil chegou a articular no início deste ano uma proposta de emenda à Constituição que, na prática, limitaria o papel do BNDES no crédito à exportação. A proposta sugere que os empréstimos de bancos públicos controlados pela União precisariam da autorização do Congresso sempre que o objeto da operação for executado fora do País. O autor da PEC é o deputado Mendonça Filho (União-PE) e está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara desde o fim de março.

 

SENADORES VÃO MODIFICAR O PROJETO DE REFORMA TRIBUTÁRIA APROVADO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

História por PODER360 

O Senado espera receber em agosto a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45/2019, que trata da reforma tributária. A Câmara ainda não enviou a proposta, que foi aprovada pelos deputados em 7 de julho, mas deverá fazê-lo depois do recesso parlamentar, conforme anunciou o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Tanto ele quanto outros senadores já identificaram pontos no texto aprovado pelos deputados que podem ser alterados na tramitação no Senado, principalmente aqueles introduzidos no final da tramitação na Câmara.

Braga foi designado relator na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O presidente espera que o texto seja votado até outubro e promulgado ainda em 2023.

Estimamos um prazo de 2 ou três meses para o amadurecimento de todos os pontos [da reforma]. O Congresso deve uma reforma tributária ao Brasil, tenho muita convicção de que a entregaremos ainda esse ano“, disse Pacheco.

O tema da reforma tributária tem sido discutido no Congresso Nacional há 3 décadas, mas nunca foi aprovada uma modificação sistemática. Em seu perfil no Twitter, Pacheco defendeu que o Brasil tenha, o mais rápido possível, um modelo tributário simplificado e moderno. Esses são os objetivos principais da PEC, que transformará 5 tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) em 3: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o Imposto Seletivo. Cada novo tributo terá um período de transição.

Próximos passos

A CCJ será a única comissão em que a PEC passará antes de ser analisada em Plenário. Segundo Eduardo Braga, o plano de trabalho deverá ser apresentado em agosto e terá destaque para conflitos sobre a autonomia dos Estados e municípios.

“[A possibilidade de os estados criarem novos tributos] será um dos pontos que terá ênfase no plano de trabalho. Teremos reuniões com as diversas instâncias federativas. Acho que a Câmara discutiu muitos conceitos, [mas] nós queremos quantificar esse modelo e verificar seus impactos. Apenas com os resultados desses modelos sendo rodados a gente poderá ter ideia [se aumentará carga tributária ou não]. Mas uma coisa eu posso dizer: não vejo espaço para aumento de carga tributária no país“, disse Braga em entrevista coletiva, rechaçando a possibilidade de a reforma ser fatiada para uma aprovação rápida.

Depois da tramitação oficial do texto, o relator terá 15 dias úteis para elaborar seu relatório e a CCJ terá 30 dias úteis para emitir parecer.

O presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse que o colegiado contribuirá para os debates com até 3 audiências públicas por semana.

Vamos instruir um grupo de trabalho para fazer audiências públicas ouvindo os setores [da economia], o governo e as prefeituras para colaborar com o relator, que também fará parte do grupo. Tão logo voltar do recesso, a gente vai começar a marcar essas audiências públicas, podendo ser duas ou três por semana, devido à urgência. Tem diversos pontos em que há polêmica e que com certeza devem ser alterados“, afirmou Vanderlan.

Apesar de a versão original da PEC ter sido apresentada em 2019 na Câmara, o texto atual foi resultado de negociações que a mesclaram com a PEC 110/2019, apresentada primeiramente pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), atual presidente da CCJ. Outra proposta apresentada no Senado é a PEC 46/2022, do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Ela é apoiada por alguns críticos da reforma em discussão, como o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS).

Para ser aprovada a mudança na Constituição, é necessário o apoio de 3/5 dos 81 senadores em uma 1ª votação. Depois, é preciso aguardar 5 dias ou 5 sessões para fazer uma 2ª deliberação, que também deverá ter 3/5 de votos favoráveis. É preciso total concordância entre as Casas, de modo que as alterações no Senado retornam para a Câmara. Aprovada, a emenda é promulgada pelas Mesas das duas Casas em sessão solene do Congresso Nacional. Por se tratar de Emenda Constitucional, não há participação ou necessidade de sanção pelo presidente da República.

Caso a PEC da reforma tributária seja aprovada e promulgada, o governo deverá enviar ao Congresso, em 180 dias, uma 2ª reforma: um projeto de lei de reforma sobre o Imposto de Renda.

Possíveis mudanças

As principais críticas dos senadores recaem sobre dispositivos modificados de última hora na Câmara. O relator Eduardo Braga já se pronunciou contrariamente à possibilidade de Estados criarem novo tributo para produtos primários e semielaborados.

Vão merecer nossa atenção alguns dos artigos incluídos de última hora […] [como] o artigo 20, pelo qual os Estados poderão criar uma nova contribuição para as atividades de agropecuária, mineração e petróleo. Esse novo tributo parece estranho, já que um dos fundamentos da reforma é a simplificação tributária”, escreveu Braga em seu perfil no Twitter.

O artigo foi incluído para atender governadores do Centro-Oeste, cujos Estados temem perder arrecadação. Com a novidade da tributação no local de consumo, esses Estados, que são grandes produtores do setor primário, poderiam ter queda no recolhimento de tributos.

A transição para o IBS também impactará a arrecadação dos Estados que concedem benefícios fiscais no ICMS, em troca de aportes feitos pelas empresas beneficiadas em fundos governamentais de compensação, para investimentos e habitação. A possibilidade de tributar com uma nova contribuição seria para compensar essas perdas de arrecadação.

O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo na Casa, espera que volte a constar na reforma a prorrogação de benefícios fiscais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que será extinto, para plantas automobilísticas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste até dezembro de 2032. Essa previsão também foi retirada na Câmara na votação do dia 7 de julho. Para o senador Angelo Coronel (PSD-BA), benefícios fiscais são vitais para a indústria de sua região.

Qual empresa grande vai se instalar no Nordeste se não houver o incentivo fiscal dado pelos governos?“, questionou em entrevista à TV Senado.

Regimes diferenciados

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional, o Senado poderá diminuir a quantidade de setores que se beneficiam de isenções ou alíquotas menores. Segundo Randolfe, muitas isenções aumentarão a alíquota dos novos tributos para os demais setores, para compensar a perda em arrecadação.

Quanto mais isenções, maior a alíquota será. O Senado vai ter que cumprir esse papel de tentar ajustar ou reduzir o número de isenções para poder reduzir, ao fim, o percentual da alíquota. Esse é o desafio“, disse o senador.

O texto da PEC inclui serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos nos regimes especiais de tributação, em que há aplicação de alíquotas diferenciadas em razão da natureza da atividade, mas não necessariamente menores. É o que ocorre com bancos e seguros, por exemplo.

Já setores como educação, saúde e medicamentos devem ter regimes que poderão ter diminuição das alíquotas da CBS e do IBS, juntas, de 60% a 100% (ou seja, imposto zerado). Uma lei complementar definirá que tipos de serviços ou de bens desses setores serão beneficiados e as formas de compensar a arrecadação governamental. Também serão contemplados ramos da cultura, de produtos agropecuários, de transporte coletivo de passageiros e de alimentos.

Tributos estaduais e municipais

O IBS, que será disciplinado por lei complementar, substituirá definitivamente o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos Estados e o Imposto sobre Serviços (ISS) em 2033. Como os valores arrecadados em IBS serão agregados nacionalmente, haverá um conselho federativo que irá gerir esses recursos e distribuir os valores entre os entes federativos. O conselho terá 27 representantes estaduais (um para cada Estado e o Distrito Federal) e 27 dos municípios e do DF.

A nova dinâmica difere das regras atuais, em que cada Estado e cada município gere com autonomia seus impostos. Por essa razão, a instituição do conselho recebe críticas de senadores da oposição, como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), para quem o modelo “rompe o pacto federativo”.

O senador Rogerio Marinho (PL-RN) considera que a figura do conselho federativo não é oportuna e que o texto precisa de mais tempo para debate.

O projeto de fato foi apresentado 10 minutos antes do [início da sessão do] Plenário da Câmara. Não tenho dúvida que a grande maioria dos parlamentares votou sem conhecer as minúcias e os impactos [do texto]. O governo sequer teve a preocupação de acompanhar essa discussão, todas as concessões que foram feitas não passaram pelo crivo da Receita Federal, do Ministério da Fazenda… Há necessidade enorme que o Senado se debruce para verificar as incongruências. Defendemos a descentralização dos recursos, [e] a criação desse conselho que concentra os recursos no governo federal para depois distribuir [os impostos arrecadados] para estados e municípios vai na contramão do que entendemos como adequado“, apontou Marinho.

Durante o período de transição entre a implementação do IBS e extinção do ICMS e ISS, que durará de 2029 a 2034, 90% do montante arrecadado será redistribuído pelo conselho entre os Estados e municípios, respeitando a proporção média de receita arrecadada entre 2024 e 2028. A medida busca evitar a perda de arrecadação, apesar de ser inevitável que alguns entes arrecadem em quantidade maior ou menor com relação ao modelo atual.

As regras de distribuição do IBS entre os entes terão uma longa transição de 50 anos (de 2029 a 2078). Também caberá ao Conselho Federativo decidir sobre a gestão desses recursos. Serão aprovadas as definições acordadas , simultaneamente, pela maioria absoluta dos representantes dos municípios e pela maioria absoluta dos representantes estaduais que, somados, correspondam a pelo menos 60% da população brasileira.

Quanto à arrecadação dos contribuintes, o IBS terá período de transição de 4 anos (de 2029 a 2033), em que os entes cobrarão só partes do ICMS e o ISS, a cada ano menores. Concomitantemente, o IBS será cobrado progressivamente para compensar a diminuição desses impostos. O IBS terá uma alíquota de referência estipulada pelo Senado, mas cada ente definirá a sua. O contribuinte pagará a soma da alíquota estadual e da municipal.

Antes da transição, o IBS poderá ser testado com a alíquota de 0,1% a partir de 2026. Os contribuintes enquadrados nesse teste poderão ser compensados com valores menores no PIS ou Cofins, ou de outra forma que lei complementar definir.

Com informações da Agência Senado.

 

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