domingo, 31 de janeiro de 2016

A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Jornal Hoje em Dia





No início da Revolução Industrial, que aconteceu na Inglaterra a partir do desenvolvimento das máquinas a vapor, a partir de 1760, a sociedade experimentou uma mudança radical. Do trabalho totalmente artesanal, dominado pelas chamadas corporações de ofício, passa-se a uma produção até dez vezes maior, com a mecanização dos processos industriais, sobretudo na área têxtil. Os cavalos, que eram a força motriz até então, são substituídos pelos motores.
A população, até ali basicamente rural e produtora dos artefatos de que precisava para sua sobrevivência, passa a migrar para as cidades em busca do trabalho assalariado, outra novidade que surge com a Revolução. Entretanto, a burguesia manufatureira nascente passa a explorar intensamente os trabalhadores, que têm jornadas de até 15 horas por dia. Houve até revoltas contra as máquinas, que eram quebradas pelos revoltosos. Mas não adiantou, a mudança estava consolidada.
Outras revoluções industriais se seguiram, com o desenvolvimento da eletricidade, dos motores a explosão e das locomotivas. Depois vieram a eletrônica, os computadores e a internet. Conforme mostra reportagem nesta edição, uma nova revolução está em curso. Utiliza ferramentas sofisticadas como a nanotecnologia, que é o desenvolvimento de produtos em escala microscópica.
Relatório do Fórum Econômico Mundial, que acaba de se encerrar na Suíça e reúne os principais capitalistas do mundo, prevê a extinção de diversas categorias profissionais devido às novas tecnologias. A conclusão é alarmante. Até 2020, esse processo poderá gerar até 5 milhões de desempregados no mundo. É o que o filósofo Karl Marx denominou de “exército social de reserva”.
O problema é que isso poderá gerar legiões de indigentes, agravando as desigualdades sociais. A solução, segundo analistas, é a especialização e a requalificação dos trabalhadores para que se adaptem à nova realidade. E esse trabalho terá que ser feito exclusivamente pelos poderes públicos, já que a iniciativa privada está mais voltada para a economia de mercado e a alta competitividade.
É o futuro chegando a passos largos, com carros automáticos, robôs farmacêuticos e a fantástica impressora 3D. O avanço é inexorável, mas precisará, de alguma forma, ser humanizado.

A quarta onda industrial deve extinguir 5 milhões de vagas em quatro anos

Raul Mariano - Hoje em Dia


Os avanços proporcionados pela convergência de tecnologias que vêm modificando o mercado de trabalho podem criar, até 2020, um contingente de cinco milhões de desempregados em todo o mundo.
A constatação está no relatório do Fórum Econômico Mundial, realizado na última semana em Davos, na Suíça. A chamada “quarta revolução industrial”, que para especialistas já começou, será marcada pela conexão de avanços que estão na fronteira da ciência, como a nano, bio e neuro-tecnologias. Com isso, profissões tradicionais passarão a ser cada vez mais desempenhadas por robôs ou computadores.
E não é preciso ir muito longe para verificar tais mudanças. A função de trocador de ônibus, por exemplo, foi extinta em linhas que atendem à região metropolitana de Belo Horizonte, uma vez que o pagamento das passagens é feito por meio do cartão magnético.
Profissões como caixas de bancos e operador de telemarketing já são desempenhadas, em grande parte, por sistemas informatizados. Nas montadoras de veículos várias etapas da linha de produção já são realizadas por robôs. Serviços de montagem na indústria de eletroeletrônicos seguem o mesmo caminho
Com a popularização da impressão 3D, considerada um ícone da quarta revolução, até mesmo a atividade de um joalheiro poderá ser desenvolvida por uma máquina. A preocupação dos especialistas é o descompasso entre a velocidade com que a tecnologia avança sobre o mercado de trabalho e a capacidade dos países de criar mão de obra qualificada para novas funções.
Se, por um lado, os ganhos de produtividade trazidos pela tecnologia podem melhorar os resultados para as empresas, problemas como a desigualdade social podem ser ainda mais aprofundados. “Essas novas tecnologias serão poupadoras de mão de obra. Com isso, empregos vão deixar de existir. Então, é imprescindível que haja políticas públicas que permitam a qualificação de trabalhadores que se adaptem à esse novo modelo. Se isso for conduzido exclusivamente pelas forças de mercado, podemos esperar acentuação das desigualdades entre países e, sobretudo, dentro de cada país”, explica o economista da Unicamp Paulo José Whitaker Wolf.
Para o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais Fernando Rios Neto, o poder público deve antecipar os impactos causados pela quarta revolução e criar políticas que minimizem os impactos no mercado de trabalho.
“Da mesma forma que preocupações para evitar doenças no campo da saúde pública, deve-se trabalhar na prevenção das perdas de postos de trabalho”, avalia.

Transformações

Desde que a invenção da máquina a vapor modificou processos de produção artesanais dando início à primeira revolução industrial, há mais de três séculos, as formas de trabalho em todo mundo vem sendo profundamente alteradas.
Especialistas explicam que, com a invenção da eletricidade na segunda revolução industrial e o surgimento da eletrônica e da robótica na terceira, problemas como a degradação ambiental e a miséria se tornaram comuns.
“O que precisamos fazer é enfrentaras consequências das outras três revoluções industriais. Os países mais ricos precisam trabalhar baseados menos na competição e mais na cooperação. É um desafio muito grande, mas iniciativas que reúnem chefes de bancos e de Estados podem levar a uma maior cooperação. Davos está no topo do mundo e dali devem sair soluções para a vida das pessoas”, afirma Dias Neto.

Impressora 3D é linha de produção experimental para projetos da indústria

Os empresários Jurandir Lima e Neio Oliveira apostam na tecnologia da impressão 3D e acreditam que a popularização dos aparelhos é uma questão de tempo. Há dois anos no ramo, garantem que a demanda é crescente para os mais diversos setores.
“É cada vez mais comum a impressão de peças industriais em pequena escala, para estudos de viabilidade de projetos na indústria. Além disso, há demandas da área de construção, decoração e hospitalar”, explica Jurandir.
A produção vai de próteses para portadores de necessidades especiais a réplicas de órgãos do corpo humano. “Mas é possível imprimir qualquer coisa. Com um aplicativo simples o usuário pode transformar uma foto em um desenho tridimensional “, destaca.






DE VOLTA PARA O FUTURO



Nova lei nos EUA permitiria a reativação da produção do ‘Pop Star’ DMC-12
Marcelo Ramos - Hoje em Dia 



    MITO - ironicamente, DMC-12 pode voltar à vida dois anos depois de sua chegada ao futuro

O DeLorean DMC-12 entrou para a história do automóvel não por seu projeto inusitado e extravagante, nem mesmo pelas confusões de bastidores da empresa e muito menos pelo esquálido desempenho de seu motor Renault-Volvo, mas por seu sucesso na cultura popular, graças ao filme “De Volta para o Futuro” e os dois episódios posteriores. E a boa notícia é que o esportivo poderá voltar em 2017.

Isso porque uma nova legislação aprovada recentemente nos Estados Unidos permite que pequenos fabricantes produzam modelos com mais de 25 anos em pequena escala. E nesse quesito, o DMC-12 atende e com folga, uma vez que as pouco mais 8 mil unidades fabricadas foram produzidas entre 1981 e 1983.

Exigências

A DeLorean Motor Company tem sede no Texas e ainda conta com o ferramental para produzir novamente o esportivo desenhado por Giorgetto Giugiaro. No entanto, outra exigência do governo norte-americano é que as reedições de modelos antigos atendam as normas de emissões do país, principalmente às do estado da Califórnia, que tem as regras mais severas dos Estados Unidos.

A DeLorean adiantou que já entrou em contato com fabricantes como General Motors e Ford, que poderiam fornecer unidades eficientes e muito mais potentes que o fraco V6 de 132 cv, de 33 anos atrás.

Além do motor, vários outros parâmetros de emissões, segurança e tecnologia deverão ser revistos. Mas o que não pode mudar, de forma alguma, é sua carroceria em aço inoxidável, sem uma gota de tinta sequer.


sábado, 30 de janeiro de 2016

CIDADÃO INTOCÁVEL



À luz do dia

Demétrio Magnoli 



Triplo X, o nome da nova fase da Lava Jato, é referência ao tríplex em Guarujá que seria de Lula e está em nome da OAS, uma das empreiteiras envolvidas no petrolão. Mas, formalmente, tem razão o ministro José Eduardo Cardozo quando afirma que "o ex-presidente Lula não está sendo investigado". A contradição flagrante entre o fato notório e a ficção legal deve-se ao Ministério Público Federal, que não solicitou abertura de investigação contra essa "pessoa incomum".
Na plêiade de investigados da Lava Jato, o lugar inexplicavelmente vago indica que há algo de errado na nossa democracia. São múltiplos, consistentes, os motivos para uma criteriosa apuração das relações entre o ex-presidente e o escândalo que resultou da apropriação da Petrobras por uma máfia político-empresarial.
Lula aparece, destacadamente, nas delações homologadas de Nestor Cerveró e Fernando Baiano. Na condição declarada de palestrante, remunerado em somas exorbitantes, ele defendeu interesses de empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras. O imóvel em Guarujá, um entre outros que despertam suspeitas num estranho negócio entre a OAS e a Bancoop, cooperativa dirigida por petistas, aparentemente não se enquadra nos padrões de uma típica transação privada. Se esse conjunto de indícios não merecer investigação, o melhor é admitir que, no Brasil, existe uma classe de cidadãos intocáveis.
À medida em que a Lava Jato aproxima-se da mais incomum entre as "pessoas incomuns", avolumam-se as pressões contra a operação. Das catacumbas da internet, a acusação de que Sergio Moro instaurou um "estado de exceção" saltou para um manifesto de notáveis advogados e, então, ganhou ampla difusão pelas vozes uníssonas dos petistas Rui Falcão e Gilberto Carvalho e de jornalistas adaptados ao papel de "companheiros de viagem". Agora, face à Triplo X, o Planalto atravessou a fronteira da institucionalidade, entrando no jogo da intimidação.
No núcleo do governo, desde que Lula proclamou-se o mais honesto dos brasileiros, está em curso uma ação coordenada. O ministro Jaques Wagner renunciou a seu comedimento habitual para dizer que Lula é um "objeto de desejo" da investigação, enquanto Dilma abdicava de uma prudente discrição, sugerindo que a Polícia Federal dissemina "insinuações" contra seu padrinho político. Chegamos num ponto crítico: em nome de Lula, o Executivo ensaia terçar lanças com o Judiciário.
A insurreição discursiva contra a Lava Jato só emociona militantes políticos e incautos incorrigíveis. Cada um dos atos da operação está sujeito ao controle das instâncias superiores do Judiciário, acionadas sistematicamente por célebres advogados. A hipótese de perseguição politicamente motivada solicita a crença primitiva numa conspiração geral de juízes. Mas Lula e os seus, dentro ou fora do governo, têm razão num único ponto, muito relevante: a crítica a uma investigação que não diz seu nome.
Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, produziu uma extensa lista de investigados que contém personagens como os presidentes da Câmara e do Senado. Contudo, trata Lula com a reverência que só se reserva aos monarcas, semeando especulações variadas. Segundo uma teoria maligna, Janot preserva o ex-presidente, alçando-o acima da lei. Segundo a mais benigna, apela a uma tática de desgaste gradual, a fim de minar as muralhas políticas erguidas ao redor do ex-presidente. Seja como for, abusa de suas prerrogativas ao condicionar decisões de natureza processual a considerações de cunho político.
De fato, Lula é investigado. A nação tem o direito de ser oficialmente informada disso. Lula é inocente até prova cabal em contrário. Ele tem o direito de saber, precisamente, quais suspeitas movem a investigação. Janot estará prevaricando se perseverar na separação entre o fato notório e a ficção legal.

MORRE MAIS UM INVENTOR FAMOSO



Inventor da bucha de parafuso, Fischer morre aos 96 anos

Empresário registrou mais de 1.100 patentes e se tornou conhecido por criar a bucha plástica para fixar parafusos. Fundada em 1948, sua companhia emprega mais de 4 mil funcionários em 32 países.


 
Artur Fischer
Foto: Reprodução

O inventor e empresário alemão Artur Fischer morreu na quarta-feira passada aos 96 anos. A notícia foi divulgada pelo grupo Fischer dois dias depois, nesta sexta-feira (29).
Ele registrou mais de 1.100 patentes, se tornando mais conhecido como o criador da bucha de plástico para fixação de parafusos. Sua empresa, batizada com seu nome, tem hoje mais de 4 mil funcionários em 23 países.
Artur Fischer nasceu em 31 de dezembro de 1919, em Tumlingen, no sul da Alemanha. Fez curso técnico de serralheiro e fundou em 1948 sua companhia, dirigida desde 1980 por seu filho Klaus Fischer.
A primeira patente dele foi um flash para câmeras fotográficas com disparador sincronizado, registrada em 1949. A partir de 1957, o inventor começou a desenvolver buchas para parafusos e nos anos 1960 criou um brinquedo com peças plásticas para montar chamado Fischertechnik, muito popular na Alemanha e em outros países europeus.

DEFESA DE BOLSONARO AO STF SOBRE IDA A EMBAIXADA DA HUNGRIA

  Bolsonaro na embaixada da Hungria ...