quarta-feira, 31 de maio de 2023

CONSEQUÊNCIAS DO CALOTE DA DÍVIDA AMERICANA

 

Teto da dívida

Por
Fábio Galão – Gazeta do Povo

Washington (Usa), 22/05/2023.- US President Joe Biden (R) meets with House Speaker Kevin McCarthy in the Oval Office of the White House, in Washington, DC, USA, 22 May 2023. (Estados Unidos) EFE/EPA/Yuri Gripas / POOL


O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, e Joe Biden chegaram a um acordo, mas proposta ainda tem que passar pelo Congresso| Foto: EFE/EPA/Yuri Gripas

A novela do teto da dívida pública dos Estados Unidos entra numa fase decisiva nesta quarta-feira (31), para quando está prevista a votação na Câmara de uma proposta acordada no fim de semana pelo presidente Joe Biden e pelo presidente da casa, o republicano Kevin McCarthy.

O Executivo americano só pode emitir dívida até o limite estabelecido pelo Congresso, que tem o poder de suspender esse teto. O limite atual é de US$ 31,4 trilhões, mas na sexta-feira (26) a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, informou que não haverá recursos suficientes para cumprir todas as obrigações do governo se o Congresso não aumentar ou suspender o limite da dívida até 5 de junho – originalmente, a data-limite prevista era quinta-feira (1º).

Nas últimas semanas, os democratas, partido de Biden, e a oposição republicana trocaram acusações enquanto o impasse continuava. Os republicanos acusam o governo americano de excesso de gastos, enquanto os democratas apontam que o objetivo dos oposicionistas é gerar desgaste para prejudicar Biden na eleição presidencial de 2024.

O acordo definido pelo presidente americano e por McCarthy, que suspenderia o limite da dívida até 1º de janeiro de 2025, prevê medidas como limitar gastos nos orçamentos de 2024 e 2025, retorno de recursos não utilizados das políticas de Covid-19 do governo federal e modificar requisitos de trabalho para beneficiários de programas de ajuda alimentar.

Entretanto, o fato de Biden e o presidente da Câmara terem chegado a um acordo não representa que a tramitação dele será tranquila no Congresso americano. Os republicanos têm pequena maioria na Câmara, com 222 cadeiras contra 213 dos democratas, enquanto estes controlam por pouco o Senado, com 51 dos cem assentos.

O próprio McCarthy, mesmo com maioria republicana, sofreu para ser eleito presidente da Câmara em janeiro, já que alguns correligionários rebeldes se recusavam a votar nele. Foram necessárias 15 votações em cinco dias. A vez anterior em que a Câmara dos Estados Unidos não havia eleito um presidente em primeira votação havia sido em 1923.

Da mesma forma, parlamentares democratas mais à esquerda podem votar contra o acordo sobre o teto da dívida por acharem que a gestão Biden fez concessões demais, como em questões relacionadas ao meio ambiente.

Caso não haja aprovação nas duas casas do Congresso até segunda-feira, os Estados Unidos podem passar pelo primeiro calote da sua história, com consequências desastrosas.

Segundo a agência de classificação de risco Moody’s, se a inadimplência do governo americano durar uma semana, 1 milhão de empregos seriam perdidos e a economia sofreria retração de quase 0,5%. Se o calote persistir por seis semanas, mais de 7 milhões de postos de trabalho seriam fechados e a contração econômica superaria os 4%.

Caos global
Para o resto do mundo, um calote americano também seria uma catástrofe. Num cenário internacional que ainda sofre os efeitos da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia, a retração da maior economia do mundo certamente arrastaria outros países para a recessão e geraria pânico no mercado financeiro.

Cerca de 31% dos títulos da dívida americana estão nas mãos de governos e investidores privados estrangeiros. São considerados uma aplicação de risco zero, e uma perda dessa confiabilidade pode iniciar mudanças drásticas na economia mundial.

“O mais provável seria um cenário de dificuldades econômicas globais e caos no mercado financeiro, pois o ativo mais desprovido de risco no mercado global falharia repentinamente. O afastamento dos Estados Unidos da posição de centro econômico e líder da ordem financeira mundial seria uma consequência provável e rápida, com um rearranjo em larga escala do comércio global”, apontou em um artigo na Reuters o analista econômico Bryce Engelland, que ponderou que acredita que um acordo deve ser alcançado no Congresso americano.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirmou que também confia numa solução no Legislativo.

“Eu acho que [o noticiário sobre o assunto] tem um tom sensacionalista, muito exagerado, em cima de algo que, primeiro, já aconteceu mais de dez vezes na história [impasse sobre o teto da dívida]; segundo, nós tivemos um caso muito pior em 2011, quando realmente não se chegava a um acordo e foram mais de três meses com caixa zerado do governo americano, sem pagar servidor público”, justificou.

“Esse caso explicita também um questionamento que o próprio governo americano vai ter que fazer sobre o excesso de endividamento que ele tem, que também é fruto de um volume absurdo de despesa com guerra [em outros países], por exemplo”, acrescentou Beni.

Em 2002, o valor da dívida pública dos Estados Unidos equivalia a 57,2% do valor do PIB do país. Dez anos depois, essa proporção havia subido para 99,6%. No ano passado, atingiu 129%.

“O aumento de despesa está sendo generalizado, em todos os países. Como os países estão saindo, em geral, da pandemia? Com mais dívidas, mais inflação, mais desigualdade social. Isso está sendo um pano de fundo comum para todos os países, que também estão saindo com mais carga tributária”, explicou Beni.

“No fim das contas, quando se observa com um olhar de fora o cenário internacional, o mundo pós-Covid é um mundo com mais, e não menos Estado. É mais intervenção estatal, com mais injeção de dinheiro público na economia”, apontou a economista.

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MARCO TEMPORAL INDÍGENA FOI APROVADO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

Projeto de Lei 490/2007

Por
Tatiana Azevedo – Gazeta do Povo


Plenário da Câmara| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (30), o Projeto de Lei 490/2007, que torna lei a tese sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Foram 283 votos a favor, 155 contra e 1 abstenção. O texto segue agora para a deliberação do Senado.

Na semana passada, os deputados aprovaram a urgência para a votação do projeto, por 324 votos a favor, o que permitiu a deliberação da matéria direto pelo Plenário, sem necessidade de análise pelas comissões. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o projeto já tinha passado pelas comissões anteriormente, e que era importante apreciar a matéria antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) tratasse do tema.

Em maio, a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, anunciou que o plenário da Corte poderia retomar o julgamento sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas no dia 7 de junho. Parte dos parlamentares defendem que o tema deve ser definido pelo Legislativo.

Numa coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que a bancada do agro tem conversado com ministros do STF sobre o projeto, e que “a Câmara tem destacado que está cumprindo seu papel de legislar”. Segundo Lupion, a Câmara está apenas regulamentando uma questão que o próprio Supremo definiu.

Já a deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) mais uma vez foi até a tribuna para protestar contra a votação e a definição do marco temporal, que segundo ela significa um retrocesso. “Como vocês vão justificar para os seus filhos, seus netos, que vocês são os novos Pedro Álvares Cabral”, questionou a deputada.

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Marco Temporal


O Marco Temporal define a data de 05 de outubro de 1988 como limite para a demarcação de terras indígenas no país. Ou seja, somente as comunidades que estavam nas áreas reivindicadas até essa data, quando foi promulgada a Constituição Federal, terão direito à posse.

O STF definiu essa data no julgamento de 2009 sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, estabelecendo diversas condicionantes para a demarcação. Na época, o Supremo decidiu em favor dos indígenas e contra arrozeiros que chegaram à região nos anos 90 – depois da promulgação da Constituição.

O relator do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), afirmou, pouco antes da votação em Plenário, disse que desde 1988, 14% do território do país foi entregue aos povos indígenas. “Nós temos obrigação de estabelecer qual o limite para que a Constituição possa prevalecer”, garantiu o relator. Ele disse ainda que o projeto garante segurança jurídica.


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ENCONTRO DE LULA COM OS PRESIDENTES LATINOAMERICANOS FICA PREJUDICADO COM O APOIO A MADURO

 


Lula mina próprio esforço de unir América do Sul ao apoiar ditadura de Maduro
Por
Carinne Aparecida de Souza Carvalho – Gazeta do Povo
e

Por
Luis Kawaguti – Gazeta do Povo


Lula recebeu o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, nesta segunda-feira (29).| Foto: EFE/André Coelho.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou demonstrar prestígio político ao reunir onze chefes de Estado na Reunião de Presidentes da América do Sul na terça-feira (30) em Brasília. O objetivo dele era propor aos vizinhos um esforço para formar um bloco de países da região para negociar com o resto do mundo de uma posição mais vantajosa. Mas Lula minou sua própria iniciativa ao relativizar a ditadura venezuelana e desagradou tanto a direita quanto a esquerda.

Em um encontro bilateral com o ditador venezuelano Nicolás Maduro na segunda-feira, Lula disse que a Venezuela é “vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo”.

“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo. Você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo”, disse Lula.

Mas o governo da Venezuela responde no Tribunal Penal Internacional por crimes de assassinato, encarceramento, tortura, estupro e perseguição a dissidentes políticos. Maduro está há dez anos no poder realizando eleições controversas, cuja legitimidade não é reconhecida pela comunidade internacional.

O apoio de Lula à ditadura venezuelana se tornou um dos principais assuntos entre os chefes de Estado. “Fiquei surpreendido quando se disse que o que se passou na Venezuela é uma narrativa. Vocês sabem o que pensamos a respeito da Venezuela do governo da Venezuela”, disse o presidente do Uruguai Luis Lacalle Pou em um vídeo que foi publicado em sua conta no Instagram e depois apagado. O Uruguai e o Equador são os únicos países da América do Sul com governos de direita no momento.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, do partido de esquerda Convergência Social, discursou contra o posicionamento de Lula. “Não é uma narrativa o que acontece no país, é uma realidade, é séria, e tive a oportunidade de vê-la de perto nos rostos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos”, disse Boric.

Até o presidente da Argentina, Alberto Fenández, que vem recebendo apoio quase incondicional de Lula, alfinetou o brasileiro e o ditador venezuelano discretamente. “A construção da democracia, dos direitos humanos na América Latina, é uma luta que custou a vida de muita gente, e não podemos perder isso”, disse em discurso.

Os outros chefes de Estado ou representantes de governo preferiram não dar declarações públicas após as falas controversas de Lula.

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O Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, começou a anunciar a reunião dos líderes da América do Sul há cerca de um mês. Mas a articulação política vinha ocorrendo desde o início do governo e faz parte da agenda política de Lula de tornar o Brasil mais relevante no cenário internacional – um objetivo que ele tenta alcançar desde seu primeiro mandato.

A reunião dos chefes de Estado sul-americanos no Brasil logo no primeiro semestre do mandato de Lula era para ser estratégica. Deveria uma demonstração de força diplomática do petista tanto para o público interno quanto para a comunidade internacional.

“Essa reunião foi convocada para que a gente discuta se nós queremos funcionar enquanto bloco para negociarmos com outro bloco ou se nós vamos tentar ficar negociando sozinhos”, disse Lula. A declaração foi dada em meio a discursos onde Lula reforçou a contestação à hegemonia geopolítica americana e exaltou o grupo econômico dos BRICS, formado por Brasil, Índia, África do Sul e pelas autocracias da China e da Rússia.

Lula anunciou a criação de um grupo de chanceleres para encaminhar a formação de um bloco sul-americano. “Esse grupo que foi criado, de chanceleres, tem 120 dias para apresentar, numa próxima reunião, as propostas que eles pretendem concluir”.

O presidente brasileiro deu a entender que o caminho para esse objetivo seria a reestruturação da Unasul, a União das Nações da América do Sul, criada em 2008 por governos de esquerda. Lula disse que não quer manter a Unasul como ela foi criada, pois muitos governos não participaram de sua criação.

Relatando conversa com os outros chefes de Estado, Lula afirmou ter dito que ele é o presidente que tem mais experiência na região (por estar no terceiro mandato e ter participado da criação da Unasul). Por isso, afirmou: “era natural que eu convidasse todos os presidentes da América do Sul para a gente conversar um pouco”.

O presidente uruguaio Lacalle Pou já afirmou que não vai participar da nova Unasul de Lula. Boric, apesar de criticar a ditadura venezuelana, disse ter aprovado o retorno da Venezuela para as discussões sobre uma possível união de países da América do Sul. “Mas isso não significa fazer vista grossa [para a Venezuela]”, disse. Em janeiro, Boric havia se mostrado favorável à Unasul.

Mas o presidente chileno precisa de aprovação do Legislativo para que seu país entre na Unasul. O histórico “esquerdista” do bloco e o apoio de Lula ao governo ditatorial de Maduro nos últimos dias devem pesar na decisão do Parlamento chileno que é, em sua maioria, formato por congressistas de direita.

Já o presidente Argentino apoiou Lula na ideia de recriação da Unasul. “Tentaremos que a unidade regional seja uma política de todos os países. Temos de fazer com que nossas crianças saibam a importância de ser da Unasul. Não nos serviu de nada estar tão divididos, e o mundo nos encontrou divididos no pior momento, a pandemia. Que não volte a nos encontrar desunidos”, disse Alberto Fenández.

Lula e Maduro anunciaram um grupo de trabalho para discutir a dívida da Venezuela com o Brasil, acima de US$ 1 bilhão. Você concorda com a iniciativa?
Concordo. É uma maneira de trazer Maduro à mesa de negociação depois de anos de atraso no pagamento da dívida
Discordo. A Venezuela está quebrada e a medida será apenas uma maneira de permitir com que a ditadura de Maduro volte a tomar empréstimos do Brasil

Bolsonaro tirou Brasil da Unasul ao ver interferência ideológica no bloco
Quando o cenário político da América do Sul começou a pender para a direita, em meados de 2017, o grupo sofreu com essas mudanças. Alguns chefes de estado passaram a defender que a Unasul não passava de um bloco ideológico e, portanto, não poderia cumprir com os objetivos desenhados para ele. O ex-presidente Jair Bolsonaro tirou o Brasil do bloco durante seu governo.

O uruguaio Lacalle Pou tem sido um dos maiores críticos da Unasul. “Devemos parar com essa tendência para a criação de organizações. Vamos para as ações e não percamos tempo, pois a vida acaba e os governos também”, disse Pou.

O Paraguai também possui resistências com a formação do grupo após uma intercorrência em 2012. À época, a organização “suspendeu” a participação do país depois que Fernando Lugo, de esquerda, sofreu impeachment do cargo de presidente. O então presidente da Unasul, o venezuelano Ali Rodriguez Araque, acusou os políticos paraguaios de terem dado um golpe em Lugo. A atitude foi entendida como uma interferência do grupo em assuntos internos no país.

Lula ataca a hegemonia do dólar e defende moeda comum na América do Sul
Lula também defendeu na reunião de líderes da América do Sul a criação de uma moeda única para o bloco, que permita que o comércio entre os vizinhos não seja baseado no dólar, como é atualmente. “A gente quer repetir o mesmo erro do passado ou queremos uma nova negociação? Por que nós no Brasil e Argentina não podemos negociar nas nossas moedas? Se a gente não fizer isso, o comércio fica cada vez mais difícil. Comprar dólar para vender meus produtos não é correto”, disse após encontro com os presidentes desta terça.

Lula tem criticado a hegemonia do dólar nos últimos meses e passou defender a criação de moedas alternativas para enfraquecer os Estados Unidos. Quando esteve na China, em abril, sugeriu uma moeda própria dos BRICS.

Jornalistas venezuelanos afirmaram apostar no apoio de Lula ao governo de Maduro
Jornalistas venezuelanos que conversaram informalmente com a Gazeta do Povo disseram ter esperança que Lula ajude a Venezuela. O país enxergaria no Brasil a esperança de melhorar as condições básicas de vida.

Mas, apesar de enxergarem a proposta de Lula de formação de um bloco como positiva, disseram ter dúvidas se isso é realmente possível. Eles pediram anonimato porque há repressão à liberdade de opinião na Venezuela.

Os seguranças de Maduro e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional de Lula demonstraram seu apetite pela liberdade de imprensa no final do encontro distribuindo pancadas entre os jornalistas que tentaram se aproximar do ditador venezuelano.


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MADURO COMETE CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

 

Ditadura

Por
Eli Vieira – Gazeta do Povo


Venezuelanos protestam contra a tortura em Caracas, capital do país, em julho de 2019 na frente de um prédio da ONU.| Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez

Resumo da reportagem
Lula expressou solidariedade a Nicolás Maduro, questionando as sanções impostas à Venezuela.


Apesar de Maduro alegar os verdadeiros crimes contra a humanidade não são os cometidos por seu regime, mas as sanções, análises internacionais e evidências contradizem essa afirmação.
Organizações de direitos humanos continuam denunciando graves violações na Venezuela, e a Missão de Determinação de Fatos da ONU foi prorrogada até 2024 para continuar avaliando a situação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília nesta segunda (29) e expressou solidariedade ao autocrata em coletiva de imprensa conjunta: “Eu acho, companheiro Maduro… você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, da antidemocracia, do autoritarismo… é preciso que você construa a sua narrativa”. Lula também disse que é “efetivamente inexplicável um país ter 900 sanções porque o outro país não gosta dele”.

“Não gostar” não é, exatamente, o motivo das sanções, que não são 900. E não é um único país a impô-las: as sanções, que se aplicam a indivíduos e organizações do país, já foram aplicadas não só pelos Estados Unidos (alvo implícito da crítica de Lula), mas também pela União Europeia, Reino Unido, Canadá e pela própria Organização das Nações Unidas. Muitas das sanções são por não colaboração no combate ao tráfico internacional de drogas, eleições ilegítimas, corrupção, e por violações aos direitos humanos.

O título de um relatório de junho de 2018 do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos resume a questão: “Violações de direitos humanos na República Bolivariana da Venezuela: uma espiral descendente sem data para acabar”.

Denúncia de crimes contra a humanidade
Os Estados Unidos não são líderes de todas as denúncias. Em setembro de 2018, Argentina, Canadá, Colômbia, Chile, Paraguai e Peru denunciaram a ditadura venezuelana (e Maduro) ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade. Essas repúblicas democráticas, preocupadas com a repressão a protestos no ano anterior, mas incluindo crimes que remontam até a fevereiro de 2014, listam entre os crimes “assassinato; encarceramento ou outra privação severa da liberdade física; tortura; estupro; perseguição a um grupo ou coletividade identificável por motivos políticos; e desaparecimento forçoso de pessoas”. Os signatários pedem especial atenção do TPI a “ataques generalizados e sistemáticos contra a população civil” com o conhecimento do regime. O TPI abriu a investigação em 2021.

O regime bolivariano respondeu, em 2020, com uma contra-denúncia ao TPI alegando que são as sanções, na verdade, que constituem crimes contra a humanidade. Alena Douhan, relatora especial da ONU sobre o impacto negativo das sanções, informou em 2021 que a receita venezuelana havia encolhido 99% e que “impedimentos às importações de alimentos… resultaram no crescimento da desnutrição”. Ela também pediu o fim das sanções unilaterais.

A atribuição por parte de Douhan do problema às sanções, contudo, foi criticada. O embaixador americano na Venezuela, James Story, respondeu na época que a crise do país se deve “à corrupção do regime”, e que as sanções americanas abriam exceções para itens de primeira necessidade. O enviado do líder venezuelano de oposição Juan Guaidó à ONU, Miguel Pizarro, disse que “lamentamos as imprecisões da relatora e a falta de menção a assuntos como corrupção, ineficiência, violência política e o uso da fome como uma ferramenta de controle social e político” e acrescentou que “isso é se permitir ser usado para a propaganda do regime”.

A política monetária da ditadura, típica de regimes socialistas, também explica o problema: a inflação torna os alimentos inacessíveis para a população em geral, enquanto as autoridades desfrutam de privilégios com “uma rede vasta de corrupção” que permitiu que o regime Maduro “ganhasse lucro significativo com importação e distribuição de comida”, como colocou o Departamento de Tesouro americano em 2019.

A contra-denúncia bolivariana foi analisada pelo jurista britânico-nigeriano Dapo Akande, professor de Direito internacional na Universidade de Oxford, junto a dois colegas, em um artigo publicado no American Journal of International Law em 2021. Para os acadêmicos, embora as leis internacionais vetem sanções econômicas unilaterais quando elas têm o risco de provocar fome em um povo, “isso só será o caso em circunstâncias extremas”.

O argumento do regime Maduro de crime contra a humanidade “não pode ter base nenhuma”, comentam. Akande e colaboradores concluem que “mesmo se as sanções não fossem permitidas sob a lei internacional, deve haver prova de que constituem um ataque direcionado primariamente contra uma população civil”, prova não apresentada pela Venezuela. Por fim, os juristas dão uma bronca na ditadura bolivariana por “tentar utilizar acusações de crimes contra a humanidade como arma” e aconselham o TPI a resistir a esse tipo de manobra, apesar de simpatizarem com o sofrimento de longa data dos venezuelanos comuns.

Organizações de direitos humanos detalham denúncias
Como detalhou a Gazeta do Povo este mês, o TPI coleciona milhares de depoimentos chocantes de vítimas da ditadura bolivariana. Um denunciante relatou que autoridades do regime obrigaram seus filhos a verem a mãe e a avó serem despidas à força. Isso está em um relatório do TPI de abril. Maduro se incomodou o suficiente para pedir o fim da investigação, declarar que o Estado venezuelano pode fazer suas próprias investigações, e para pedir acesso aos depoentes para o TPI, que negou o pedido dizendo que o acesso do ditador à identidade das vítimas poderia resultar em mais perseguição.

Este mês, o Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), também publicou um novo relatório com casos de tortura, repressão e censura. Foram 91 torturados durante o ano de 2022, além de duas mortes, e 1599 torturados desde 2013. Por causa do controle da informação, é grande a chance de os números serem subnotificações. Expandindo para outras fontes entre organizações humanitárias e mídia independente, são 40 mil vítimas de violência estatal em dez anos. Os alvos são sindicalistas, trabalhadores, jornalistas, ativistas, camponeses e lideranças políticas. Trabalhadores são os mais afetados.

O Provea aponta como principais perpetradores os membros do Corpo de Investigação Científica, Penal e Criminalística (CICPC), com mais de 70% dos casos. O CICPC foi estabelecido em 2001 por Hugo Chávez, antecessor de Maduro, dois anos depois de sua ascensão ao poder. Maduro é mandatário há dez anos, desde a morte de Chávez em 2013. Em 2019, se reestabeleceu no poder após eleições fraudulentas.

A Anistia Internacional, em seu relatório internacional 2022/23, em que avalia o estado dos direitos humanos em 156 países, denuncia a autocracia venezuelana por “uso excessivo de força e outras medidas de repressão contra protestos”, além de falta de acesso a direitos econômicos e sociais e até à água potável. “A impunidade das forças de segurança por contínuas execuções extrajudiciais persistiu”, diz a ONG. “Serviços de inteligência e outras forças de segurança, com a concordância do sistema judicial, continuaram a deter, torturar e maltratar arbitrariamente aquelas pessoas percebidas como oponentes do governo de Nicolás Maduro”. O número de presos políticos no período é estimado entre 240 e 310 e “mais de 7,1 milhões de venezuelanos deixaram o país”. Para comparação, a Agência de Refugiados da ONU estima em oito milhões o número de refugiados ucranianos nos países vizinhos desde a invasão Russa do ano passado.

A Human Rights Watch, outra organização respeitada de direitos humanos, fez em março uma intervenção oral em uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ao qual a Venezuela não conseguiu se reeleger no ano passado, para lembrar que a aparência de “normalização” do país “deve-se em parte à dolarização da economia” e alertar que “as condições internas estão longe de ‘normais’ de uma perspectiva de direitos humanos”.

As duas ONGs internacionais aplaudem a ONU por suas missões à Venezuela que ajudam a revelar o estado atual do país. O Conselho estabeleceu em 2019 uma Missão de Determinação de Fatos que produziu um primeiro relatório em 2020. O documento já alertava que havia fundamentos suficientes para acusar crimes contra a humanidade perpetrados pela ditadura. Na época, a missão foi estendida por dois anos. Seguiram-se um segundo relatório em 2021 e um terceiro em setembro de 2022, que desmascararam uma ausência de independência do judiciário, que trabalha a favor do regime, e pediram mais prazo. A missão foi estendida até setembro de 2024.


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RECEPÇÃO DE LULA AO DITADOR MADURO NÃO ESTÁ SENDO BEM VISTA

 

Lula manchou o Brasil perante o mundo com a recepção que deu ao ditador Maduro

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


| Foto: EFE

Bom dia! Ficou mal para o presidente do Brasil no Congresso Nacional e na política externa a recepção que ele deu a Nicolás Maduro. Todo mundo sabe que não é o que Lula disse, não é preconceito contra ele, nem é uma narrativa, ou seja, uma invencionice o que está acontecendo lá. Todo mundo sabe dos 7 milhões de refugiados, gente que foge de perseguição política, de tortura, de prisão arbitrária, de execuções sumárias por parte da guarda bolivariana, da fome, da desnutrição e da doença. Por exemplo, o presidente do Chile, que é de esquerda, disse que não é verdade o que o Lula disse. No discurso, ele deixou isso bem claro, porque ele próprio conhece a situação dos refugiados venezuelanos que estão no Chile e sabe por que estão lá. Então pegou mal. Pegou mal também dentro do Congresso Nacional a ponto de a gente ver que não apenas os opositores, mas também os eleitores de Lula dentro do Congresso estão se queixando que ele está apoiando um ditador, uma ditadura sanguinária e tentando criar uma narrativa, como ele costuma fazer. Confessou isso, dizendo que tinha 20 milhões de crianças desnutridas pelas ruas do Brasil, etc.

Ele próprio confessa e acha divertido isso, de inventar histórias. Vai ficar muito bom para a TV oficial venezuelana publicar na Venezuela. Lula diz que é tudo mentira sobre Maduro e sobre a Venezuela. Pegou mal, pegou muito mal. É mais uma. Não é estranho, já é usual acontecer isso. E na reunião de ontem ele pregou moeda única para a América Latina, que não seja o dólar. Essa está difícil. O peso argentino precisa de 200 para comprar um dólar, o real brasileiro precisa de 5 para comprar um dólar. E aí?

Bom, enquanto isso, está aí a discussão, comissão da Câmara votando requerimento para saber da Interpol, se o governo brasileiro tem obrigação de prender o Maduro ou não, pois contra ele há ordem de prisão internacional.

A defesa de Deltan
Mas a discussão maior na Câmara agora é o caso de Deltan Dallagnol. Ele apresentou a defesa dele, mostrando que não pode ser cassado porque ainda não transitou em julgado. Ele está recorrendo ao Supremo, mas ele alega que o TSE inventou lei, precisaria de uma lei complementar para fazer o que fez, porque não foi cumprida a exigência da lei para caçar registro, que seria ele ter um processo de punição disciplinar em andamento, e não tem. Ao mesmo tempo, diz que o julgamento já tinha esgotado os prazos para cassar registro. Então, que foi totalmente ilegal, disse ele ontem na tribuna, resumindo a defesa que ele entregou para a Corregedoria da Câmara. Enquanto isso, aumentam as assinaturas para fazer uma CPI de abuso de autoridade. A Câmara está com 147 assinaturas, estava ontem, e precisa de 171. E há também uma campanha do Marcel Van Hatten na rede social, que está com 501 mil apoios, para contornar a inação do presidente do Senado, que não toca nenhum requerimento daqueles que pedem um processo para saber porque que ministros do Supremo não seguem a Constituição, não seguem o devido processo legal e fica por isso mesmo.

Está todo mundo estranhando ainda. Ontem eu falava com um estrangeiro que dizia mas o Congresso Nacional não faz nada ante essas decisões do Supremo? Falar em ativismo judiciário é usar um eufemismo, é dourar a pílula, é suavizar o que na verdade está acontecendo.


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TENTATIVA DE CONVERSÃO DE ALEXANDRE DE MORAIS COM UM TERÇO

 

Rogai por nós

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Jovem Anônimo entrega um terço e um Escapulário Verde para o ministro Alexandre de Moraes.| Foto: Reprodução/ Twitter

O caso dividiu cristãos. Um jovem, membro do Grupo São Frei Galvão da Faculdade de Direito da USP e aluno do homem mais poderoso do Brasil, Alexandre de Moraes, deu a ele um terço e um Escapulário Verde. O jovem, que pediu para não ter o nome divulgado, anunciou os preparativos dias antes. Comprou o terço, pediu para um padre abençoá-lo, se confessou. E lá foi ele, humilde e respeitosamente, tentar transformar Alexandre num seguidor de Cristo.

Pelo registro em vídeo, dá para ver o jovem pegar o terço e o escapulário do bolso e, um tanto quanto nervoso, entregar ao ministro. Para a surpresa de muitos, inclusive a minha, Alexandre é até simpático ao receber o presente. “Opa, obrigado!”, diz ele, parando para reparar em algum detalhe e fazendo um comentário inaudível. O ministro, então, volta a arrumar os papéis e o vídeo acaba abruptamente.

Mas por que o gesto tão simples (embora enganadoramente banal) dividiu os cristãos? Não sei e talvez você me ajude a entender. Uns poucos que não gostaram do gesto (que a meu ver é admirabilíssimo e de extrema caridade) criticaram o exibicionismo do jovem. Oquei. Talvez essa seja uma crítica válida. Mas o principal “argumento” para se reagir negativamente ao gesto me soou estranho: a suposta inutilidade do presente e da “tentativa de conversão” do ministro.

Para esses críticos furiosos, Alexandre de Moraes seria inconvertível. Seria um homem danado (no sentido faustiano do termo). Seria alguém imune à misericórdia e à Graça de Deus. Daí porque eles, os detratores do Jovem Anônimo, trataram o gesto com o desprezo e o escárnio típicos das redes sociais. “Quem esse carinha aí pensa que é para tentar converter o diabo?”, perguntou alguém.

Por falar nisso…
Mas se é tão inócuo o gesto, por que ele incomoda tanto? – fiquei me perguntando depois de assistir ao vídeo umas dez vezes. E, como não custa nada mesmo, fiquei imaginando o que aconteceria se o Escapulário Verde milagrosamente transformasse o hoje impiedoso e – por que não? – perverso ministro num homem conhecedor de suas fraquezas e limitações. E, além de tudo, temente a Deus!

Perdi uma boa meia hora nessas fantasias, quando então me vi soterrado por mais e mais dúvidas. Será que estamos preparados para testemunhar uma mudança desse tipo – e ainda mais numa figura pública dessa importância? De que forma a conversão de Alexandre de Moraes mexeria com a fé das pessoas? E aqui me refiro tanto às vitimas diretas do atual regime de terror alexandrino quanto àqueles que, por causa do arbítrio ideologicamente tendencioso, perderam a confiança na Justiça dos homens.

Infelizmente (e bota infelizmente nisso!) acho que Alexandre de Moraes se esqueceu do terço e do escapulário tão rápido quanto possível. Posso até imaginá-lo chegando em casa e dizendo que “a extrema direita fanática e fascista” tentou convertê-lo. Que absurdo! Mas também sou capaz de imaginá-lo pondo a cabeça no travesseiro e, por causa do terço e do escapulário, se lembrando por um instante do homem bom que já deve ter sido um dia, antes de se deixar corromper pelo orgulho. Antes de se deixar levar por alguma oferta mefistofélica que lhe prometeu a divindade em troca de uns inquéritos ilegais, umas censurazinhas, umas prisões no atacado. Enfim, o combo todo que o leitor já conhece.

Consigo vê-lo entretido com essas lembranças ligeiras e piegas, aqui e ali temperadas com algum resquício da catequese. Talvez com a Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11–32). Imagina só! Até que o sono o envolve e, no dia seguinte, Alexandre de Moraes calcula o risco jurídico e político de se converter, de reconhecer sua pequenez, de se ajoelhar diante de Deus. E desiste. Mas pelo menos o Jovem Anônimo tentou. Você, por outro lado, já rezou pela alma de seus inimigos hoje? Nem eu. Por falar nisso…


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GOVERNO DEPENDE DA APROVAÇÃO DE SUAS MEDIDAS PROVISÓRIAS

Por Levy Teles, Iander Porcella e Giordanna Neves – Jornal Estadão

Líderes partidários reclamam da articulação política da gestão petistas e ameaçavam rejeitar texto

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados adiou a votação da medida provisória (MP) que reestrutura os ministérios e deixa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma bomba-relógio que pode explodir na sexta-feira, 2 de junho. A votação, que teria início perto da madrugada, passou para a manhã desta quarta-feira, a partir das 11h. A MP vale até a quinta-feira, 1º, e, caso o prazo expire, o desenho da Esplanada, com 37 pastas volta ao que era no governo Jair Bolsonaro, com 23. Como mostrou o Estadão, 17 ministros perderiam o posto.

Insatisfeitos com a articulação política do Palácio do Planalto, deputados de partidos como União Brasil, Republicanos e PP ameaçaram votar contra o texto, além do oposicionista PL. Na avaliação de líderes partidários, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que “entrar em campo” para tentar solucionar a falta de coesão da base aliada no Congresso. Há reclamações principalmente sobre o ritmo de liberação de emendas e a demora na nomeação de aliados para cargos regionais.

“Há um clima de insatisfação que eu nunca vi igual. Parece que o governo já tem quatro anos. É um governo novo que é velho. Está muito complicado. Ninguém tinha confiança de que, se votasse hoje, o governo ganharia. O risco de derrota era iminente. Até os líderes petistas e da esquerda têm essa consciência de que o governo está totalmente desarrumado politicamente”, disse o deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), que faz oposição ao governo.

Parlamentares de esquerda protestaram contra a aprovação do marco temporal na Câmara dos Deputados; o texto foi aprovado com ampla margem, em mais uma derrota do governo.
Parlamentares de esquerda protestaram contra a aprovação do marco temporal na Câmara dos Deputados; o texto foi aprovado com ampla margem, em mais uma derrota do governo. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Mais cedo, houve um sinal de que o governo poderia ter problemas em aprovar a proposta: o marco temporal foi aprovado com sobras, por 283 votos a 155, em mais um derrota para o governo. Agora a matéria segue para o Senado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reuniu com os líderes partidários enquanto o plenário votava a MP do Bolsa Família e os sinais de descontentamento parecem também terem chegado ao limite.

Como mostrou o Estadão, há ainda outro impasse a ser gerido. Lira quer a demissão do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). O presidente da Câmara ficou furioso com um tuíte do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é seu adversário político e pai do ministro. Na postagem, Calheiros escreveu que Lira é “caloteiro”, “desvia dinheiro público” e “bate em mulher”.

Agora, Câmara e Senado terão que aprovar a MP dos ministérios em votação urgente nas duas Casas em apenas 48 horas.

Os parlamentares reclamam da ausência de um diálogo direto com Lula, do descumprimento de acordos com o governo e da falta de repasses orçamentários — um problema, que como mostrou o Estadãopersiste desde o começo de março, há quase três meses.

A expectativa é que seja votado, sem mudanças, o parecer do relator, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), com o esvaziamento das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, comandadas, respectivamente, por Marina Silva e Sônia Guajajara. Sem base consistente no Congresso, o governo deixou de atuar para evitar o enfraquecimento das ministras e passou a correr o risco de ver a MP ser derrubada.

O texto retirou a Agência Nacional de Águas (ANA), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a política de resíduos sólidos do controle de Marina. Sonia ficou sem procedimento de demarcação de terras após os ajustes.

A ANA ficará com o ministério das Cidades, de Waldez Góes, aliado de Davi Alcolumbre (União-AP), que presidiu a MP no Congresso; o CAR foi para o ministério da Gestão, de Esther Dweck e a política de resíduos sólidos foi para o MDB, mesmo com uma resolução da Controladoria Geral da União, que afirma que a competência na gestão é do Meio Ambiente.

Mesmo com as mudanças que afetam os povos indígenas de se autodeterminarem e com o ministério do Meio Ambiente de defender os recursos do País, membros relevantes do PT elogiam a aprovação. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o governo vai defender o relatório da MP dos Ministérios “do jeito que está”.

Zeca Dirceu (PR), líder do PT na Câmara, segue a linha de comentários feitos por Padilha nos últimos dias e acredita que, mesmo com as alterações, haverá fidelidade a Lula. “Não considero uma tragédia como estão pintando”, disse. “As atribuições independente de quais ministérios estiverem, estarão sempre subordinadas ao presidente Lula, isto nos dá muita segurança, não haverá prejuízo ao País.”

Mais cedo, Lira, que travou uma queda de braço contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o rito de tramitação das medidas, aproveitou para cutucar. “Eu sempre fui muito crítico com relação (ao rito tradicional das MPs) porque acontece isso. A comissão chegou na quarta-feira à noite e nós temos hoje para apreciar na Câmara e amanhã no Senado”, afirmou.

MP do Bolsa Família

Enquanto o governo ouvia com receio as queixas dos líderes dos demais partidos, a Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, o texto-base da Medida Provisória que recria o programa Bolsa Família, com valor mínimo de R$ 600 por família, adicional de R$ 150 por criança até seis anos e R$ 50 para cada dependente entre sete e 18 anos e gestantes. Após a análise de destaques, a matéria, relatada pelo deputado Dr. Francisco (PT-PI), segue agora para votação em plenário do Senado.

“Aprovada a Medida Provisória do Bolsa Família!!! Grande vitória para o Brasil e para todos que querem ver a fome erradicada do Brasil! Conseguimos manter o valor de R$ 600 por família, R$ 150 por crianças até 6 anos e R$ 50 por criança de 7 a 18 anos e gestante”, comemorou o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), no Twitter.

 

A TECNOLOGIA ESTÁ REMODELANDO A FORMA COMO MARCAS E CLIENTES SE COMUNICAM

 

Por Fabiana Ramos, CEO da PinePR

Por que esse é o assunto mais importante do momento?

O termo “inteligência artificial” não é novo. Aliás, já é sexagenário! Foi em 1956 que um grupo de cientistas criou um grupo de estudos no renomado Dartmouth College, nos EUA, para debater sobre a capacidade das máquinas de exercer tarefas humanas. Mas foi no fim de 2022, com o lançamento do rockstar ChatGPT, que o tema passou a ocupar grande espaço em quase todos os eventos de tecnologia do mundo.

Na primeira edição do Web Summit Rio, que aconteceu no início de maio, poucas eram as palestras e debates que não citavam a tal tecnologia. Em discussões sobre Venture Capital, falava-se sobre como empresas que buscam cheques se adaptarão à implementação de IA; em papos sobre o futuro das startups, falava-se sobre um provável boom de nascimento de empresas nos próximos meses, visto que a inteligência artificial está facilitando os processos de empreender.

Quando falamos sobre comunicação de empresas, o assunto fica ainda mais complexo, já que a tecnologia está remodelando a forma como marcas e clientes se comunicam. Hoje, já é possível ter conversas inteiras com ferramentas de IA, que entendem o contexto e interpretam o que o interlocutor precisa, fazendo com que um simples chatbot ou assistente virtual se tornem ferramentas quase obsoletas. O cliente não quer só ser atendido de forma personalizada, ele precisa ser compreendido.

Para os processos de planejamento de comunicação de uma marca, ferramentas de IA estão se tornando peça-chave. Otimizar processos não é mais o que as marcas buscam com tecnologia para se tornarem competitivas, mas sim formas de potencializar a criatividade humana. Então não, o ChatGPT não vai “acabar com os empregos”, como ouvimos com tanta frequência quando a novidade foi lançada, mas já está transformando a forma como fazemos comunicação, marketing e até jornalismo.

As possibilidades com IA são infinitas. Geoffrey Hinton, conhecido como um dos “padrinhos da IA” e pioneiro no assunto, afirmou em entrevista à Reuters que a Inteligência Artificial pode representar uma ameaça “mais urgente” para a humanidade do que a mudança climática. Milhares de executivos assinaram em abril uma carta-aberta pedindo uma pausa de seis meses nos estudos e desenvolvimento de IAs poderosas, mas isso não parece parar esse mercado. Aliás, opções de IAs gratuitas já não são mais problema.

Para a criação de imagens, profissionais de design do mundo inteiro têm se valido de plataformas como Dall-E (dos mesmos criadores do ChatGPT) e da tão famosa Midjourney, que já até ganhou um concurso de arte e é responsável pelas fotos do Papa de jaqueta puffer, que viralizou nas redes há algumas semanas.

E a redação também não ficou de fora. Ferramentas como Copy.AI, Wordtune, Writesonic e o próprio ChatGPT já fazem parte do dia a dia de publicitários, marqueteiros e jornalistas. É importantíssimo ressaltar que essas plataformas não são capazes de pensar por conta própria (ainda!), então elas não vão produzir conteúdos realmente originais, apenas otimizar tempo, processos e dar insights para que as verdadeiras mentes criativas sejam capazes de produzir mais conteúdo com menos esforço e recursos.

Seja qual for o uso que você der a ela, o fato é que é preciso aprender sobre isso e se adaptar a essas tendências, que já são a diferença entre liderança de mercado e defasagem de marca.

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terça-feira, 30 de maio de 2023

ADVOGADO DE LULA DEVE SER INDICADO PARA O STF E COM APROVAÇÃO DO SENADO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Cristiano Zanin é advogado do presidente Lula e pode ser indicado a uma vaga no STF.| Foto: David Fernandez/EFE

Lula está empenhado em colocar um servidor fiel e comprometido com seus interesses no Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo que tente disfarçar, negando-se a responder abertamente quando questionado sobre quem indicará para ocupar a vaga de Ricardo Lewandowski. Ainda assim, é quase certo que o nome anunciado, provavelmente nos próximos dias, será o do advogado Cristiano Zanin, seu defensor pessoal. Em um churrasco para aliados na sexta-feira (26), realizado no Palácio do Planalto, o nome de Zanin teria sido, inclusive, anunciado aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o ex-ministro Lewandowski, aposentado da corte desde abril, que estavam entre os convidados.

Mesmo sendo previsível, a indicação de Zanin é uma péssima notícia. Caso seja chancelado pelo Senado e passe integrar o STF – onde Zanin poderá permanecer pelos próximos 28 anos – teremos mais um ministro com uma visão de mundo completamente desconectada, se não contrária, ao que a população brasileira acredita e defende. Cristiano Zanin, 47 anos, é importante frisar, foi e ainda é, advogado pessoal de Lula. Pode-se dizer que boa parte do seu “notável saber jurídico” – um dos pressupostos para alguém ser indicado ao STF – é baseado em sua atuação como defensor de Lula nas inúmeras acusações e processos de que o petista foi alvo, incluindo os originados a partir da Operação Lava Jato, da qual Zanin é um crítico feroz. Seu maior triunfo profissional foi justamente ter conseguido a anulação das ações da Operação contra Lula, o que permitiu ao petista se candidatar à Presidência em 2022.

Resta saber se os senadores, eleitos para defender os interesses da população e não os de Lula, vão ter a hombridade necessária para barrar Zanin.  

Com esse perfil, é fácil entender os motivos pelos quais Lula busca emplacar Zanin no STF. A fidelidade canina e o comprometimento do advogado ao cliente são notórios, e é justamente isso que o presidente busca, segundo interlocutores: um ministro que defenda suas pautas pessoais – não as do país – dentro do STF. Em seus mandatos anteriores, Lula foi responsável por indicar sete ministros ao STF, todos com maior renome e experiência do que Zanin. Apenas dois deles, Cármen Lúcia e Dias Toffoli, ainda estão na corte. Em diversas ocasiões, Lula reclamou da atuação dos seus indicados, como o do hoje ministro aposentado Joaquim Barbosa. Enquanto foi ministro, Barbosa tornou-se relator do mensalão, que condenou vários nomes do PT – o que, obviamente, desagradou Lula. Agora, o petista quer ter a certeza de poder contar com alguém totalmente alinhado aos seus interesses.

A indicação ao STF é uma prerrogativa do presidente da República, mas depende do Poder Legislativo para ser efetivada. Assim, ainda há espaço para barrar a presença de Zanin no STF. Após a indicação ser oficializada, o advogado deverá passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A partir das respostas de Zanin, a CCJ elaborará um parecer, aprovando ou não a indicação. Por fim, independentemente do resultado da CCJ, há uma votação no Plenário da casa, onde o indicado precisa da aprovação da maioria absoluta dos senadores – equivalente a 50% mais um das 81 cadeiras, ou seja, 42 votos – para poder ser nomeado.

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Trata-se de uma decisão que terá impacto pelas próximas décadas. Zanin tem hoje 47 anos e, caso se torne ministro, poderá continuar na corte até os 75 – serão 28 anos de atuação em prol da visão de mundo alinhada à Lula e ao PT. Mesmo que ao longo dos anos tenha se firmado uma tradição – nociva, diga-se – de o Senado não contrariar as indicações dos presidentes da República ao STF, trata-se agora de uma situação singular: nunca antes um presidente tentou colocar alguém tão descaradamente alinhado aos seus próprios interesses. Os senadores não podem se furtar à responsabilidade de impedir que mais essa desfaçatez aconteça.

Em que pese que o STF hoje não é um exemplo de corte – e já foram várias as vezes em que apontamos os abusos cometidos pelo tribunal e alguns de seus ministros – ele ainda pode piorar se o Senado não agir. Resta saber se os senadores, eleitos para defender os interesses da população e não os de Lula, vão ter a hombridade necessária para barrar Zanin.


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MARCO TEMPORAL DE TERRAS INDÍGENAS DEVE SER APROVADO COM DEMARCAÇÃO ATÉ 1988

 


Marco temporal tem expectativa de aprovação na Câmara, mas STF pode derrubá-lo
Por
Aline Rechmann – Gazeta do Povo


Indígenas protestam em Brasília contra o PL 490 e marco temporal, em 2021.| Foto: Joédson Alves/Agência EFE

Os deputados federais devem votar, nesta terça-feira (30), um projeto de lei que estabelece o ano de 1988 como o marco temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil. A votação é uma articulação da bancada do agronegócio para marcar a posição do Congresso sobre o tema, já que na próxima semana a constitucionalidade do marco temporal será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na semana passada, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) mostrou que é capaz de mobilizar a Câmara dos Deputados em torno do projeto de lei do marco temporal (PL 490/2007): 324 deputados da oposição e do Centrão votaram pela aceleração do trâmite da proposta na Casa; e 131 parlamentares, de partidos de esquerda, votaram contra.

Na votação desta terça, serão necessários 257 votos para a aprovação do mérito do projeto de lei – maioria simples. Passando na Câmara dos Deputados, a proposta irá ao Senado, onde também já há uma articulação para que ela caminhe mais rapidamente.

Se houver a aprovação dos deputados, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) sinalizou que, assim que o texto chegar ao Senado, ele vai apresentar um requerimento de urgência para que a votação do marco temporal seja feita diretamente no plenário da Casa. São necessárias 27 assinaturas de senadores para que a urgência seja pautada. A votação da urgência deve ser simbólica, ou seja, não será possível verificar quem votou contra e a favor da aceleração da tramitação.

A bancada do agro acredita que o projeto dará segurança jurídica aos agricultores e promoverá a paz no campo, estabelecendo critérios mais claros para a demarcação de terras indígenas. Organizações ligadas à causa indígena, por outro lado, entendem que a aceleração da tramitação do PL do marco temporal às vésperas do julgamento no STF desrespeita a Suprema Corte e as instituições democráticas.

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Proposta pretende tornar lei decisão do STF 
O PL do marco temporal está em discussão no Congresso desde 2007. Originalmente, ele pretendia transferir do Poder Executivo para o Legislativo a competência para realizar demarcações de terras indígenas. Após alterações propostas por meio de textos substitutivos, o projeto passou a tratar também do marco temporal.

Atualmente, o texto apresentado pelo relator do PL 490, deputado Arthur Maia (União-BA), reforça a aplicação das 19 condicionantes que foram apresentadas pelo STF em 2009 durante o julgamento sobre a reserva indígena Raposa Serra do Sol (PET 3388/RR), confrontando a ideia de que o marco temporal resultaria em prejuízo ou retirada de direitos conquistados pelos povos indígenas.

Na percepção da bancada do agro, o STF, naquela ocasião, declarou o balizamento do procedimento de demarcação de terra indígena considerando o marco temporal de 05/10/1988 e as 19 condicionantes.

Dentre essas condicionantes estão pontos como a proibição da ampliação das áreas já demarcadas e a possibilidade de a União decidir sobre o uso das riquezas sempre que houver interesse público. Consta ainda que a União pode instalar entradas, redes de comunicação e serviços para saúde e educação nas áreas demarcadas. Além disso, há a previsão de que as terras indígenas não possam ser arrendadas e a proibição da realização de negócios que restrinjam os direitos indígenas. Todos estes pontos foram considerados no substitutivo apresentado pelo relator do PL do marco temporal, deputado Arthur Maia.

Para a FPA, setores do Ministério Público Federal (MPF) buscam relativizar o marco temporal, algo que traz grande insegurança jurídica ao tema.

Bancada do agro quer “esvaziar” julgamento do STF sobre o marco temporal
A votação do mérito do projeto deve acontecer na semana que antecede a retomada do julgamento no STF. No entendimento da FPA, a aprovação do PL do marco temporal “esvazia” o julgamento, já que a proposta regulamenta o disposto na Constituição Federal.

“Faz 16 anos que ele está tramitando, o PL 490 [do marco temporal], e acredito que com essa aprovação a gente consiga sustar essa iniciativa do Supremo Tribunal Federal que vai gerar uma crise gigantesca no nosso setor, insegurança jurídica para nossos produtores”, disse o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR) em entrevista para o Canal Rural. “Estamos falando da possibilidade de 22% de demarcação indígena do território nacional e nós temos que garantir o direito de propriedade daqueles que realmente têm o título da terra e hoje estão fadados a não ter sequer indenização dessas áreas”, alertou.

No entanto, não há garantia de que, mesmo o projeto sendo aprovado, a Suprema Corte deixará de julgar a ação do marco temporal, que tem repercussão geral, ou seja, passará a valer para todas as demarcações de terras indígenas no Brasil.

O julgamento em pauta no STF trata de um recurso apresentado pelo governo de Santa Catarina que aborda a demarcação da Terra Indígena Ibirama-La Klãnõ, habitada por povos Guarani, Guarani Mbya, Guarani Ñandeva, Kaingang e Xokleng. A área indígena está entre os municípios de Doutor Pedrinho, Itaiópolis, José Boiteux, e Vitor Meireles. O STF já adiou por sete vezes esse julgamento. A última vez ocorreu em junho de 2022 por “consenso entre os ministros”.

De acordo com um estudo apresentado pelo Observatório Jurídico do Agro (OJA) – ligado ao Instituto Pensar Agropecuária (IPA), que presta assessoria para a FPA -, o impacto econômico estimado com a demarcação de novas terras indígenas pode chegar na geração de empregos: 1,5 milhão a menos, segundo estimativa. Na avaliação do OJA, é possível ainda que se tenha um aumento significativo no preço dos alimentos.

Organizações indígenas consideram a proposta um ataque ao STF 

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Instituto Socioambiental (ISA), duas das principais organizações que atuam em defesa dos povos indígenas, manifestaram-se contra a atuação do Congresso na pauta do marco temporal.

Para o ISA, trata-se de uma afronta, especialmente por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que vem acelerando a tramitação do PL do marco temporal.

“Lira afronta os outros poderes e busca intimidar o STF, imitando as crises institucionais forjadas por Bolsonaro, ao colocar o PL 490 na pauta. A questão é constitucional, será judicializada e só irá gerar mais violência, conflitos no campo e insegurança jurídica, criando falsas expectativas de anulação das demarcações”, alerta a advogada do ISA Juliana de Paula Batista.

Cleber Buzatto, integrante do Cimi Regional Sul, afirmou que a votação na Câmara é “um indicador bastante objetivo de que os inimigos dos povos indígenas estão preocupados com o que pode acontecer no julgamento do Supremo Tribunal Federal”.

Em uma nota coletiva, um conjunto de organizações pastorais lideradas pelo Cimi também falou sobre “desrespeito” ao STF. “A aprovação da urgência em sua tramitação acontece nas vésperas do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do famigerado marco temporal. Isso significa, por parte da Câmara dos Deputados e do presidente da Casa, Arthur Lira (PP/AL), um enorme desrespeito à Suprema Corte do Brasil e às demais instituições democráticas”, diz um trecho da nota publicada pelo Cimi.

Em outra frente de oposição ao projeto, a Defensoria Pública da União (DPU) defendeu, em uma nota técnica, a rejeição integral do projeto de lei sobre o marco temporal na demarcação de terras indígenas. O documento foi enviado pelo defensor público-geral federal em exercício, Fernando Mauro Junior, na última sexta-feira (26), a Arthur Lira.


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FICHA SUJA DE NICOLÁS MADURO PELO MUNDO

 

Tortura e perseguição política

Por
Luciano Trigo – Gazeta do Povo


| Foto:

Com sede em Haia, o Tribunal Penal Internacional é o organismo da ONU que tem jurisdição para investigar e julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Pois bem, nos últimos meses até mesmo veículos da grande mídia simpáticos à esquerda e blogueiros que costumam passar pano para ditaduras “do bem” informaram que:

  • A Venezuela é o primeiro país do continente americano a ter uma investigação aberta no Tribunal penal Internacional, que investigou Maduro por crimes contra a humanidade;
  • Em um informe detalhado sobre a repressão à oposição na Venezuela, a ONU alertou para a implementação de um plano orquestrado nos mais altos níveis do governo para perseguir qualquer forma de dissidência. O plano envolveu a execução sistemática de ataques, prisões e torturas contra a população civil;
  • Cerca de 9 mil pessoas e diversas entidades jurídicas apresentaram denúncias ao Tribunal Penal Internacional como vítimas da ditadura venezuelana. O tribunal documentou espancamentos, sufocamentos, afogamentos, choques elétricos e estupros na Venezuela; as vítimas foram submetidas a atos de violência que resultaram em sérios danos ao seu bem-estar físico e mental;
  • Segundo o promotor de Haia Karim Khan, esses crimes foram cometidos como política de Estado, incentivada ou aprovada pelo governo venezuelano e realizada por membros de forças de segurança;
  • Milhares de supostos ou reais opositores do governo foram perseguidos por motivos políticos, presos e detidos sem fundamentação legal adequada; centenas foram torturados; e mais de 100 mulheres foram submetidas a variadas formas de violência sexual, incluindo estupros;

Etc.

Ignorado pelo governo Temer e proibido de entrar no Brasil por Bolsonaro, Maduro é hoje recebido com honras de chefe de Estado

Há pouco mais de 2 meses, em 22 de março, a própria ONU publicou em seu site oficial que:

  • O governo venezuelano continua perseguindo opositores políticos e sufocando protestos de líderes sindicais, além de prender integrantes da sociedade civil por motivos políticos;
  • Emissoras de TV e organizações não-governamentais que criticavam o regime de Nicolás Maduro foram fechadas, em um evidente esforço para reprimir qualquer manifestação contrária ao regime;
  • Nesse contexto de ampla impunidade, os cidadãos críticos a Maduro se sentem ameaçados e desprotegidos: o medo de ser preso ou torturado acaba impedindo a liberdade de expressão e o direito ao protesto;
  • Com o agravamento da crise econômica, as prisões políticas arbitrárias aumentaram. As famílias dos presos são vítimas de ameaças e represálias. Visitas dos parentes ou de advogados são negadas. O acesso ao alimento e a tratamento médico é limitado.

Além de tudo isso, desde a morte de seu mentor Hugo Chávez, Maduro vem sendo eleito e reeleito em eleições cercadas de suspeitas e controvérsias, não reconhecidas pela oposição em seu país nem por grande parte da comunidade internacional.

É pouco?

Em março de 2020, o Departamento de Justiça americano acusou Maduro de integrar o Cartel Los Soles, que atua em parceria com as Farc no tráfico de cocaína (200 a 250 toneladas por ano) para os Estados Unidos.

Em denúncia apresentada pelo então procurador-geral William Barr, o ditador foi acusado de crimes como lavagem de dinheiro e corrupção, além de associação com o narcotráfico.

Na ocasião, o governo americano ofereceu uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que pudessem levar à prisão de Maduro. “A intenção de Maduro era inundar os Estados Unidos com drogas”, afirmou Barr. “Ele usava a cocaína como arma.”

Por tudo isso, hoje nem mesmo os mais empedernidos esquerdistas ousam defender o ditador venezuelano, que ora se encontra no Brasil – país onde não punha os pés de 2015, quando compareceu para a posse da presidente Dilma Rousseff.

Depois disso, Maduro foi solenemente ignorado pelo governo de Michel Temer e proibido de entrar no Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro. Hoje está sendo recebido com honras de chefe de Estado.

Sinal dos tempos. É também uma mensagem que o Brasil emite para a comunidade internacional.

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NICOLÁS MADURO RECEBIDO NO BRASIL COM HONRAS MILITARES DE CHEFE DE ESTADO

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Brasília (DF) 29/05/2023 – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chega ao Palácio do Itamaraty para almoço com o presidente Lula . Foto Antônio Cruz/EBC


| Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

Bom dia! Está se esgotando o prazo que a Câmara deu ao deputado Deltan Dallagnol para apresentar sua defesa ante a condenação pela Justiça Eleitoral, que tirou o seu mandato, dado a ele por 345 mil eleitores, se não me engano, do Paraná. Foi o mais votado. E foi um julgamento incrível, que durou um minuto e seis segundos, em que estabeleceram um exercício de futurologia, dizendo que futuramente ele poderia ter que responder a um processo disciplinar e, portanto, ele não poderia ter sido aceito. Registro que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná aceitou, inclusive com a Procuradoria dizendo aos partidos políticos de esquerda que entraram para caçar o registro que não há nenhum motivo para caçar o registro, uma vez que ele não respondia a nenhum processo disciplinar.

Então, está se esgotando, amanhã, o prazo de cinco dias úteis depois da publicação no Diário Oficial da notificação para ele. Não foi retirado pela Câmara dos Deputados. Eu não vou dizer que é a dona do mandato dele, porque os donos do mandato dele são os eleitores. Na verdade, os eleitores é que estão sendo caçados. Esperaram o fato consumado para depois caçar, que é uma coisa muito, muito estranha. Fizeram o contrário no julgamento, no qual julgaram por um fato futuro que ainda não aconteceu. E depois, diante de um fato consumado, caçaram o mandato dele.

Manifestações em 4 de junho

Vão fazer manifestações no dia 4, nas capitais do Brasil, em favor de Deltan, em favor da Constituição, do devido processo legal e do Estado Democrático de Direito. Por falar nisso, mais 131 pessoas, mulheres, homens, idosos, foram considerados réus. Aqueles que estavam lá no acampamento, que foram presos, agora a gente sabe, foram presos pelo Exército, como disse o comandante militar do Planalto, depondo na Assembleia Legislativa do Distrito Federal.

E somando-se aos 1.044 que já são réus, dá 1.175. Interessante que um advogado criminalista, me perguntou ontem: 175 réus, entre sobrinhos, netos, filhos, afilhados. Eu perguntei, como, por quê? Esses jamais esquecerão o que está sendo feito. Eu imagino que seja umas 10 mil pessoas, talvez, ou mais. Realmente eu não tinha pensado nisso. Não atinge apenas a pessoa, atinge todos aqueles que amam essas pessoas. É uma questão.

Militares brasileiros e Maduro
Bom, durante o governo Bolsonaro, o então presidente reconheceu Juan Guaidó como presidente da Venezuela e a embaixadora de Guaidó aqui no Brasil. Agora está mudando tudo. O Nicolás Maduro chegou à noite, de repente. Teve que ser de repente, teve que ser secreto, para enganar os Estados Unidos, porque ele é procurado nos Estados Unidos e onde o avião dele pousar, e houver possibilidade, o avião vai ser confiscado também e ele está sendo procurado por narcotráfico, narcoterrorismo. Eu achei feia a posição de alguns deputados brasileiros que foram se queixar para a embaixadora americana, como se reconhecendo que ela tivesse algum poder sobre a lei brasileira. Uma atitude assim meio de colonizado, mas enfim, deveriam protestar, como protestaram na tribuna da Câmara e com a presença. Eu fiquei com pena até porque o Exército fez a operação acolhida maravilhosa, digna de Prêmio Nobel da Paz, para receber milhares e milhares de venezuelanos com fome, doentes, fugindo do país em que nasceram. E depois ter que ver os dragões da independência prestando homenagem, continência, na subida da rampa do Palácio do Planalto de Nicolás Maduro, que desde 2015 não vem ao Brasil.


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NICOLÁS MADURO DÉSPOTA BANANAEIRO VISITA O BRASIL

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


Deputados enviaram ofícios à embaixada dos EUA no Brasil contra o ditador venezuelano. Maduro tem mandado de busca por narcoterrorismo.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

Eis aí: Nicolás Maduro, um dos mais grosseiros ditadores do mundo, figura que faria com perfeição o papel do déspota bananeiro em história de gibi, está de visita ao Brasil. É um dos grandes sonhos do Lula pós-cadeia – uma de suas ideias fixas, já há tempo, tem sido a de transformar o Brasil em território de preferência para os tiranetes latino-americanos que o tratam como “líder internacional”. São os únicos – mas é o suficiente para que Lula realize a sua fantasia de se apresentar perante a mídia e demais devotos como alguém capaz de influir nos destinos do mundo.

O ditador da Venezuela, classificado oficialmente como narcotraficante, terrorista e golpista pela maior parte das democracias do planeta, não pode viajar para países civilizados. Será preso ao pisar no aeroporto: há uma recompensa de 15 milhões de dólares por sua captura e entrega à polícia, a ser paga pelo governo hoje ultraprogressista dos Estados Unidos. Nem na Argentina ele pode ir; ainda outro dia, ficou com medo de ser detido no desembarque. Só lhe resta o Brasil, além das ditaduras mais primitivas do Terceiro Mundo. Por isso ele está aí.

O Brasil não tem absolutamente nada a ganhar, por nenhum critério, com a paixão de Lula pela Venezuela. Ele está apenas se juntando com a ruína.

É esta a “política externa” do presidente Lula: a hostilidade às grandes democracias mundiais e a associação com países do nível da Venezuela e de seu ditador. Em menos de seis meses de governo, ele já conseguiu deixar o Brasil isolado do mundo do progresso e da liberdade; cada vez mais, ele coloca o país ao lado de tudo aquilo que a comunidade das nações tem de pior.

Abriu o porto do Rio de Janeiro para navios de guerra do Irã, apesar dos protestos da comunidade democrática internacional; aliou-se abertamente, nesse caso, a um regime que promove o terrorismo. Acusou a Ucrânia de ser responsável pela invasão do se próprio território. Acha que a China é o grande farol que o Brasil tem de seguir, na política e na economia.

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O Brasil não tem absolutamente nada a ganhar, por nenhum critério, com a paixão de Lula pela Venezuela. Ele está apenas se juntando com a ruína. A tirania de Maduro, que está no poder por eleições fraudadas e nega à população os seus diretos mais elementares, conseguiu reduzir 90% dos venezuelanos à pobreza – algo que jamais se viu na história humana. A única opção que o governo oferece aos cidadãos é fugir do país para não morrer de fome, enquanto Maduro e a sua corte vivem como paxás com os dólares que ganham no tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa. A economia da Venezuela foi destruída. A inflação está fora de controle, não existe moeda nacional e os sistemas de produção deixaram de funcionar. A elite sobrevive com produtos importados – e pagos com os dólares do narcotráfico.

A visita de Maduro ao Brasil contém um outro veneno. As Forças Armadas brasileiras foram obrigadas a bater continência para um indivíduo que está com a cabeça formalmente a prêmio por traficar com entorpecentes . Nunca havia acontecido nada parecido com isso ao longo da história; é uma primazia dos oficiais que comandam as três forças no regime de Lula. O comandante do Exército vive dizendo que é um defensor intransigente da “legalidade”. Eis aí para onde a sua legalidade conduziu os militares brasileiros; estão tendo de prestar homenagem ao crime internacional.


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