quinta-feira, 30 de setembro de 2021

DISCURSO DE LUCIANO HANG NA CPI DA COVID

Segue discurso na íntegra do empresário, Luciano Hang, na CPI da Covid-19, na manhã desta quarta-feira, 29 de setembro de 2021:

Bom dia a todos os brasileiros e a todos os presentes.

Antes de começar, eu gostaria de ser solidário às famílias das vítimas da COVID-19, da qual eu faço parte. Eu perdi muitos amigos queridos e também a minha mãe para esta terrível doença. Por isso, sei o quanto é doloroso cada perda.

Aos profissionais da saúde, quero fazer um agradecimento especial, pelo árduo trabalho e principalmente pela dedicação em salvar vidas. Meu nome foi mencionado nesta CPI diversas vezes, muitas delas de forma desrespeitosa.

Eu não pedi Habeas Corpus e venho aqui de coração aberto, esclarecer qualquer questão. Porque nada devo, não fiz nada de errado e a CPI não tem prova alguma contra mim.

Afirmo que disponho de todo tempo do mundo para ouvi-los e gostaria de ter também todo tempo para responder com tranquilidade cada questionamento. Lembrem-se: gentileza gera gentileza e respeito gera respeito.

Hoje estou aqui sozinho, com Deus e com milhões de brasileiros ao meu lado. Do lado da verdade.

Antes de ir aos fatos, quero falar um pouco de mim e da minha história. Eu nasci em uma família pobre em Brusque, uma pequena cidade do interior de Santa Catarina. Meu pais, Luís e Regina, eram operários e trabalharam na Fábrica de Tecidos Carlos Renaux por mais de 40 anos, até eu conseguir dar uma vida melhor a eles.

Tenho dislexia, um transtorno que dificulta o aprendizado. Sofri muito na infância para aprender a ler e escrever. Me alfabetizei com muita dificuldade somente aos 12 anos, depois de muito insistir e treinar a leitura em revistas e gibis.

Me lembro como se fosse hoje que meus avós moravam em uma casa tomada por cupins. Meu maior medo era que meus pais não tivessem uma casa segura para viver em sua velhice.

Foi isso que me motivou a trabalhar desde cedo. Graças a Deus, consegui realizar o sonho de dar uma vida digna a quem eu mais honrei nesta vida: meu pai e minha mãe.

Imaginem o quanto é duro ver a morte da minha mãe sendo usada politicamente, de forma tão vil, baixa e desrespeitosa. Por isso, não aceito qualquer desrespeito à memória da minha mãe. Tenho a consciência tranquila, de que como filho, sempre fiz o melhor para ela.

Eu comecei a trabalhar ainda criança vendendo bolachas na escola. Meu primeiro emprego com carteira assinada foi como operário, na mesma fábrica em que meus pais trabalhavam e que anos depois, eu tive a honra de comprar.

Comecei debaixo, indo trabalhar com um sapato furado, mas sempre acreditei no impossível. Sou um vendedor. Um simples e puro comerciante.

Em 1986, com 23 anos, tive a coragem de largar a estabilidade do meu emprego para construir meu grande sonho: a Havan. Comecei pequeno, com pouco dinheiro, apenas um colaborador, em uma lojinha de 45 metros quadrados, vendendo tecidos.

Como a grande maioria do nosso povo, não tive uma vida fácil. Trabalhei muito, dias e noites, debaixo de sol e chuva, de segunda a segunda, para construir a empresa e tudo que temos hoje.

Fomos investindo e crescendo ano após ano, até a Havan se tornar o que é hoje.

Agora convido a todos a assistirem um breve vídeo para entender um pouco mais da Havan, da força e da energia de nossa equipe.

Tenham a certeza de que esta história de sucesso não foi construída da noite para o dia e, sim, ao longo de 35 anos de MUITO TRABALHO, ao lado de uma grande equipe, enfrentando adversidades e burocracias de todo tamanho. Para empreender no Brasil é preciso ser um verdadeiro herói.

Até o final do ano a Havan terá 168 lojas, presentes em 20 estados brasileiros, com um faturamento de aproximadamente R$14 bilhões e um lucro líquido de R$1,3 bilhões.

Só de impostos e benefícios este ano serão pagos mais de R$ 3 bilhões. Somos reconhecidos como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Geramos cerca de 22 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. Tenho muito orgulho em dizer que não demitimos ninguém por causa da pandemia.

Eu me sinto responsável por cada um dos meus 22 mil colaboradores e por suas famílias. Por isso, minha prioridade desde o início foi manter os empregos. Sempre defendi que era necessário cuidar da saúde, sem se descuidar da economia. Afinal, uma hora a conta chega e quem paga sempre são os mais pobres.

Enquanto uns diziam “cuidem da saúde, a economia vem depois”, eu lutava para que a indústria e o comércio ficassem abertos, mantendo os empregos e o sustento dos brasileiros. Eu já passei por dificuldades na vida e sei o quanto é difícil faltar dinheiro para o pão de cada dia.

Como todos sabem, estamos diante de uma das maiores pandemias da história da humanidade. Passados dois anos, ainda estamos todos aprendendo. Ao contrário do que tentam me imputar, eu não sou negacionista. Nunca neguei ou duvidei da doença. Tanto que as minhas ações pró-saúde não ficaram só no discurso.

Eu mandei 200 cilindros de oxigênio para Manaus, no valor de R$1 milhão. Compramos respiradores, máscaras, camas, utensílios… Auxiliamos na reforma de UTIs e destinamos mais de R$ 5 milhões em doações para área da saúde.

Eu não sou e nunca fui contra a vacina. Tanto que disponibilizei todos os estacionamentos das lojas espalhadas pelo Brasil como pontos de vacinação.

Além disso, juntamente com outros empresários, fizemos a campanha para que a iniciativa privada pudesse comprar para DOAR e AJUDAR o país a acelerar o processo de imunização. Fomos apoiados por quase meio milhão de brasileiros em um abaixo-assinado nesta causa.

Este foi o meu crime? Tentar ajudar o meu país? Eu gostaria de entender, senhoras e senhores, o que um empresário, que emprega 22 mil pessoas, que nunca vendeu ou comprou do Serviço Público, que nada tem a ver com hospitais ou respiradores, está fazendo sentado aqui nesta cadeira?

Hoje sou vítima de um conjunto de narrativas, única e exclusivamente por eu não ter medo de falar a verdade, me expor e mostrar meu apoio. Sou acusado sem provas e perseguido apenas por dar a MINHA OPINIÃO. Aliás, no Brasil existe crime de opinião?

É lamentável ver o meu nome estampado nas manchetes de forma tão irresponsável e, constatar que premissas do bom jornalismo, como imparcialidade e apuração ficaram apenas nos livros e na teoria.

Parte da grande imprensa faz comigo aquilo que tanto condena e que diz lutar contra: fake news.

Eu quero afirmar aqui, nesta Casa do Povo, com a consciência tranquila e com a serenidade de quem tem a verdade do lado:

Não conheço, não faço e nunca fiz parte de nenhum gabinete paralelo;

Nunca financiei nenhum esquema de fake news;

Não sou negacionista.

Sou apenas um brasileiro, que sonha em viver em um país melhor, que deu a cara a tapa e que está apanhando por isso.

Comigo é tudo olho no olho. Todas as minhas posições e opiniões foram postadas em minhas redes sociais e estão lá, públicas, para quem quiser ver.

Por mais de 30 anos, a Havan foi uma empresa conhecida de um dono desconhecido. Há 5 anos, eu tive que aparecer para desmentir uma onda de fake news, em que diziam que a Havan era de políticos ou de filhos de políticos. Vocês não imaginam o quanto a imagem da empresa estava sendo prejudicada por isso.

Em 2018, cansado de ver tanto descaso com nosso país, resolvi ser um ativista político. Fui aconselhado por todos a minha volta:  “empresário não deve se manifestar e nem se meter em política”.

Mas, a política é a base de tudo. Não vamos mudar o país sentados no sofá de casa. Entrei nas redes sociais para ter uma voz e acabei me tornando a voz de milhões de brasileiros.

Eu ando nas ruas por todo o Brasil, escuto as pessoas e, através das minhas redes sociais, falo o que está entalado na garganta da maioria dos brasileiros. Quero falar aos meus seguidores, aos milhões de brasileiros que me acompanham diariamente: eu não me arrependo de ter dado a cara a tapa. Eu estou com vocês.

Vou continuar usando minhas redes sociais para postar conteúdos motivacionais, de empreendedorismo e também de política. Como qualquer outro brasileiro, resguardado pela nossa Constituição e nossa democracia, tenho direito à OPINIÃO e não abro mão da minha liberdade de expressão.

Peço aos empresários, comerciantes, homens e mulheres de bem deste país, que nunca se deixem amedrontar. Como disse Martin Luter King, o que mais me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.

Por fim, quero compartilhar com vocês o que a minha esposa, Andrea, me disse quando eu estava saindo de casa:

“Eles vão te maltratar, atacar a tua honra e tentar destruir a tua reputação. A verdade está com você. Então, mostre quem você é e tudo o que fez pelo Brasil e pelos brasileiros. Não saia de lá como um covarde. Coisa que você nunca foi”.

É assim que vou encarar minha participação nesta CPI. Pronto para responder qualquer pergunta, com muito respeito, de cabeça erguida e peito aberto.

Obrigado a todos os brasileiros!

Luciano Hang

 

EMPRESÁRIO LUCIANO HANG DOMINA A CPI DA COVID

 

Depoimento

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Luciano Hang prestou depoimento à CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira (29)| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

A CPI da Covid teve seu ibope máximo nesta quarta-feira (29). O empresário Luciano Hang atraiu muita atenção para a CPI e ele dominou o ambiente, como se fosse um jogo de futebol de um contra sete. Inclusive dominando o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator Renan Calheiros (MDB-AL). Ele chegou a chamar os dois pelo primeiro nome.

E aí alguns senadores se deram conta disso, de que se não parassem com isso Hang dominaria a sessão inteira. E, claro, protestaram no grito, como sempre. É óbvio que o que perguntaram para Luciano Hang não tinha nada a ver com a CPI. O objetivo da CPI é investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia, o colapso da saúde no estado do Amazonas e a aplicação de recursos federais por estados e municípios no combate à pandemia. Ou seja, nada a ver com o Luciano Hang.

Mas o empresário aproveitou para protestar contra o tratamento desrespeitoso — ele chamou até de vil — com que a senhora mãe dele foi mencionada lá na CPI.

E vejam só: Renan fez um discurso sugerindo que Luciano Hang é o “bobo da corte”, mesmo tendo afirmado lá no início, quando assumiu a relatoria da CPI, que trataria todos sem valorizações pessoais, numa investigação técnica e despolitizada.

Agora o próprio Renan, em um momento de infelicidade, fez uma alegoria sobre circo durante a CPI. Disse que lembrava quando o circo chegava na cidade dele, com mágicos de capa e cartola, tirando coelhos, trapezistas, marmelada, fantasia, globo da morte, picadeiro, malabaristas, marionetes, anões, saltimbancos, domadores de pulgas. Falavam em circo mambembe e palhaços maltrapilhos. Que alegoria, hein? É como falar de corda em casa de enforcado. Ele se referia a quem? Eu não preciso nem responder.

Biden ignorou o conselho de generais 
No Capitólio, em Washington, uma comissão do Senado ouviu generais sobre o processo de retirada das tropas americanas do Afeganistão. Eles disseram ter aconselhado o presidente Joe Biden a deixar algumas tropas naquele país para não acontecer o que aconteceu, aquele vexame todo registrado na desocupação.

Mas Biden não os ouviu. Achou que tinha que fazer pela opinião pública e saiu todo mundo de uma só vez. Deixaram para trás milhares de fuzis, helicópteros, aviões e veículos para os terroristas do Talibã, tudo pago pelo contribuinte americano. Foi um vexame!

O peso do ICMS
Na Câmara dos Deputados, o presidente Arthur Lira (PP-AL) disse que quer votar um projeto para botar um ICMS fixo sobre o litro do combustível. Porque aquela média ponderada do preço final, que incide sobre tudo, é ICMS sobre tudo, sobre impostos anteriores também, e sobre um preço final dos combustíveis que é alterado quinzenalmente.

Tem estados hoje, como o Rio de Janeiro, que o ICMS é 34%, no Rio Grande do Sul é 30%, Minas Gerais é 31%, Maranhão é 30,5%, Mato Grosso do Sul e Goiás são 30%, Piauí é 31%. Como é que Santa Catarina, São Paulo, Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, Mato Grosso podem cobrar 25%? Então é isso, ICMS pesa sim muito no preço de combustível.


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IMPOSTO ICMS É O VILÃO DOS PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Petrobras reajusta em 12% o preço da gasolina nas refinarias a partir desta quinta-feira

| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A alta dos combustíveis entrou no radar do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que em uma série de tuítes publicados na terça-feira atacou a cúpula da Petrobras e pediu “outras soluções que não o simples repasse frequente” dos preços internacionais do petróleo, porque “o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”. Além disso, Lira quer que a Câmara vote um projeto de lei que altera a cobrança do ICMS, o imposto estadual que responde por parte significativa do preço final cobrado na bomba. Em vez de uma alíquota porcentual sobre o valor do combustível, o ICMS passaria a ter um valor nominal fixo por litro, definido pelo conselho que reúne secretários estaduais da Fazenda. Atualmente, os impostos federais sobre os combustíveis – Cide, PIS e Cofins – já são cobrados neste modelo.

Curiosamente, na série de tuítes em que o presidente da Câmara cobra alternativas dos diretores da Petrobras, ele demonstra ter alguma noção da razão pela qual os combustíveis subiram tanto nos últimos meses. “O dólar persiste num patamar alto. Junto com a valorização do barril de petróleo, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável”, escreveu. De fato, como o Brasil é incapaz de refinar boa parte do petróleo que produz, por ter características diferentes, o país fica dependente da importação – consequentemente, sujeita-se aos humores do cartel de produtores e do câmbio, que são os fatores realmente decisivos para o movimento recente de elevação dos preços.

Lira sabe que o preço do petróleo e o dólar são as grandes causas do aumento dos combustíveis, mas preferiu atacar governadores e o comando da Petrobras

Ao defender o projeto que altera o ICMS, Lira se alinhou ao presidente Jair Bolsonaro e ao general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, ao culpar os estados. “Sabe o que é que faz o combustível ficar caro? São os impostos estaduais. Os governadores têm de se sensibilizar”, disse o presidente da Câmara, ao lado de Bolsonaro, durante evento em Alagoas, na terça-feira. Por “se sensibilizar”, o governo federal e seus apoiadores entendem abrir mão de 15% a 20% de toda a arrecadação, que é o peso do ICMS dos combustíveis na receita dos estados. Em comparação, se a União zerasse Cide, PIS e Cofins sobre os combustíveis, não perderia nem 2% de sua arrecadação total. E, ainda assim, tanta “sensibilização” teria impactos fiscais que poderiam levar a violações da Lei de Responsabilidade Fiscal. Apostar no ataque aos governadores pode ajudar a mobilizar apoiadores em mídias sociais, mas é uma resposta simplista e que ainda traz riscos para o próprio projeto de lei, pois bancadas estaduais no Congresso que sejam mais alinhadas com seus respectivos governadores podem votar contra o texto – tanto que, nesta quarta-feira, Lira já mudou o tom e tirou a responsabilidade dos estados.

Lira disse querer “outras soluções” para baixar o preço dos combustíveis. Há, é claro, a solução populista, adotada na era Dilma Rousseff: fazer a Petrobras represar artificialmente seus preços, comprando caro no exterior, revendendo a preços menores internamente e arcando com o prejuízo. Essa política irresponsável foi parte do tripé que quase destruiu a estatal poucos anos atrás – combinada com a corrupção e decisões desastrosas como a compra da refinaria de Pasadena. Repeti-la agora, com todos conscientes do estrago já feito e do qual a empresa ainda não terminou de se recuperar, seria um verdadeiro crime. Mas estariam os congressistas dispostos a tentar outras soluções, como leis que incentivem a maior abertura à concorrência em todas as etapas da cadeia do petróleo, acabando de vez com um monopólio que persiste na prática apesar de ter sido derrubado na lei?


Por fim, é preciso ainda fazer uma ressalva à afirmação, feita por Lira, de que “a Câmara dos Deputados está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia respeitando os limites fiscais e sendo responsável em todas as suas sinalizações para o mercado”. Quando o Legislativo – incentivado ou não pelo Executivo – trabalha para ampliar o gasto público e, como se isso já não bastasse, recorre a soluções heterodoxas como um calote nos precatórios, abala a confiança internacional na saúde fiscal do Brasil, o que por sua vez pressiona o câmbio. Uma boa “sinalização para o mercado”, capaz de puxar uma queda na cotação do dólar, seria um compromisso firme com o ajuste fiscal, não uma série de truques para manter a despesa pública alta, ainda que dentro de um teto desmoralizado.


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O VERDADEIRO NEGACIONISMO SERÁ CONHECIDO APÓS A PANDEMIA

 

Por
Flavio Quintela – Gazeta do Povo

Centro de testagem e vacinação contra Covid em Miami, na Flórida.| Foto: Cristobal Herrera-Ulashkevich/EFE/EPA

Diz-se que Isaac Newton começou a formular sua teoria da mecânica clássica após ser atingido por uma maçã que despencou da árvore sob cuja sombra ele descansava. Aquela observação empírica teria levado Newton a questionar o porquê de objetos se moverem no plano terrestre.

Newton, como qualquer cientista de verdade, formulou uma teoria que explicava os fenômenos que ele mesmo observara. Como gênio que foi, conseguiu unificar em apenas três leis as regras que explicam a movimentação de qualquer corpo, seja no planeta Terra ou no espaço. Séculos mais tarde, Einstein complementaria a teoria de Newton com a noção de Constante da Velocidade da Luz, entregando um arcabouço matemático mais robusto e uma formulação que explica os casos em que a mecânica newtoniana falha: as movimentações de corpos ou partículas em velocidades próximas à da luz.

Tanto Newton como Einstein, bem como todos os grandes nomes da ciência mundial, buscaram criar explicações para fenômenos observáveis no mundo real. Esta é a essência da ciência. Não teria cabimento, por exemplo, que Newton formulasse leis cujos resultados teóricos não correspondessem aos resultados empíricos. Não se muda a realidade, e sim o modo como a interpretamos. Embora isso pareça óbvio, não é o que se vê no mundo dos “cientistas” de Twitter, e em especial no tocante a assuntos politizados como a pandemia de Covid-19. Quando temas como eficiência de lockdowns e uso de máscaras de pano surgem, toda a evidência empírica é desprezada e cada um se mune dos estudos teóricos que mais lhe convêm para defender sua opinião do coração.

Em breve chegaremos a dois anos de Covid, e finalmente temos evidências fáticas do que funcionou e do que não fez diferença. E que fique bem claro: funcionar no sentido de ter dado certo no mundo real

E é justamente com base nesses dois temas que pretendo desenvolver este texto. Em breve chegaremos a dois anos de Covid, e finalmente temos evidências fáticas do que funcionou e do que não fez diferença. E que fique bem claro: funcionar no sentido de ter dado certo no mundo real. Pode-se apresentar dezenas de estudos mostrando a eficiência do uso de máscaras em um ambiente controlado, mas é somente a análise de dados obtidos das aplicações no mundo real, caótico e descontrolado, que nos dirá se elas realmente funcionam. Da mesma forma, parece bastante lógico que lockdowns sejam necessários para evitar a superocupação de leitos de UTI, mas será que essa lógica se traduz em vantagens verdadeiras quando aplicada ao mundo real?

Para tentar responder a essas indagações, usarei dados de dois estados norte-americanos, Flórida e Califórnia.

A Califórnia, um dos estados mais democratas dos Estados Unidos, implementou um dos lockdowns mais draconianos do país. Já em março de 2020 o governador Gavin Newsom assinou uma ordem executiva proibindo as pessoas de sair de casa, exceto para atividades de extrema importância, listadas no corpo da ordem. O relaxamento quase total dessa ordem só chegou em junho de 2021, ou seja, 15 meses depois. Além disso, os californianos vivem hoje sob uma obrigatoriedade tácita de vacinação – quem não tem prova de vacinação sofre com restrição de acesso a diversos locais, tendo de apresentar testes negativos de Covid para compensar a falta de vacina – e a obrigatoriedade de máscaras em vários locais públicos e em escolas.


A Flórida, estado com ambas as casas legislativas de maioria republicana e com governadores republicanos desde 1999, implementou um dos lockdowns mais curtos da nação. No começo de abril de 2020, o governador Ron DeSantis emitiu uma ordem executiva limitando o funcionamento das empresas apenas à lista de atividades consideradas essenciais. A ordem deixou muita gente em casa, afetando um dos principais motores econômicos da Flórida, a indústria de turismo, mas por pouco tempo. Em 25 de setembro do mesmo ano, DeSantis já anunciava a entrada do estado na fase 3 de retorno, o que significou a reabertura de todos os estabelecimentos comerciais em capacidade máxima e a proibição aos governos locais (cidades e condados) de imporem restrições ou multarem empresas por causa de restrições relacionadas à pandemia.

Em relação à obrigatoriedade do uso de máscaras, o governo da Flórida não só a retirou na fase 3 como também criou regras impedindo a imposição de máscaras por cidades e condados. Pode-se dizer que a Flórida é um dos estados com menor regramento em relação à Covid na atualidade. E o governador, em declaração recente, disse ter se arrependido de fazer o lockdown, pois entende que foi mais prejudicial que benéfico.

O que os números dizem? Que trancar as pessoas em casa, fechar comércios e obrigar o uso de máscaras não tiveram influência significativa sobre o destino das pessoas doentes

E o que os números dizem? Bem, os números não se importam com as dezenas de estudos sobre a eficiência ou não das máscaras. Eles não se importam com as análises sobre as vantagens e desvantagens dos lockdowns. Eles não se importam se os políticos são de um partido ou de outro. Os números apenas refletem o que aconteceu no mundo real, aquele que deve ditar nossas teorias, e não o contrário. E os números dizem que, em todas as faixas etárias de risco, o número de mortes por Covid per capita foi maior na Califórnia que na Flórida. Basicamente, isso quer dizer que as fórmulas utilizadas, de trancar as pessoas em casa, fechar comércios e obrigar o uso de máscaras, não tiveram influência significativa sobre o destino das pessoas doentes. E, se não ajudaram, certamente atrapalharam.

Não acho que seja hora de culpar pessoas e políticos. Essa pandemia foi algo inédito, e ninguém sabia o que fazer. Quem não se lembra das recomendações absurdas de desinfetar todas as compras que chegavam do supermercado, desinfetar os sapatos, tudo para não trazer o vírus para dentro de casa? O tempo mostrou que não houve um caso sequer de transmissão via superfície, e hoje podemos olhar para trás e ver o quão ridículo era lavar latas de milho e sacos de arroz. O mesmo ocorre com os lockdowns. Precisamos olhar para o resultado e entender que não deu certo. Foi uma tentativa, parecia ter lógica, mas não funcionou. Idem para com as máscaras de pano.

O mundo precisa parar de fazer ciência ao contrário, tentando arrumar justificativas para medidas que, no mundo real, se mostraram inúteis. Precisamos entender essa pandemia a partir da realidade, para que tenhamos ferramentas melhores caso algo semelhante ocorra no futuro. É essa a ciência que salva, e não a citação de mil e um artigos obscuros, cada um feito em seu pequeno ambiente de controle, cada um apresentando resultados totalmente descolados da realidade. Negacionista não é quem nega essa ciência ao contrário, e sim quem nega a realidade.


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COTAÇÃO DO DÓLAR INFLUI NOS PREÇOS DOS COMBUTÍVEIS TAMBÉM.

 


  1. Economia
     

A alta interna dos combustíveis não se deve apenas à escalada dos preços do petróleo, mas também ao avanço das cotações do dólar que crescem com o aumento das incertezas no Brasil

Celso Ming*, O Estado de S.Paulo

As projeções mais ousadas sobre o avanço dos preços internacionais do petróleo estão sendo confirmadas. Na última terça-feira, a cotação do barril (196 litros) de óleo tipo Brent (referência do Mar do Norte) ultrapassou os US$ 80 pela primeira vez em três anos. E a tendência é de alta.

De repente, ficou evidenciada uma forte escassez de combustíveis, principalmente de gás natural – com que a maioria dos analistas não contava.

Por toda a parte, sobreveio uma crise de energia. Não foi apenas o aumento do calor no Hemisfério Norte no último verão que exigiu mais dos aparelhos de ar-condicionado e do consumo de energia elétrica. A recuperação da pandemia, especialmente na China e nos Estados Unidos, passou a exigir mais energia. Muitas unidades de produção foram paralisadas na Europa para atender às novas exigências ambientais.

Nos Estados Unidos, a produção de óleo e gás de xisto vem sendo desestimulada pela nova política empreendida pelo presidente Joe Biden. Aqui no Brasil, as autoridades se viram na contingência de canalizar mais gás natural para a operação das termoelétricas, para compensar, nesta crise hídrica, a redução da geração de energia pelas hidrelétricas. Enfim, por motivos vários, estamos diante de uma escassez global de energia, que pode ser temporária, mas que não tem data para acabar.

O governo Bolsonaro parece não ter desistido de adotar soluções populistas para estancar a alta dos combustíveis. Desta vez, não é apenas o presidente Jair Bolsonaro que pretende segurar ou reverter artificialmente os preços. O presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira (PP-AL), advertiu que: “O Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 por litro e gás de cozinha a R$ 120”. Mas ainda não explicou como pretende impedir o intolerável.

gasolina
A Petrobras nesta terça-feira, 28, reajustou em 8,9% o valor do óleo diesel em suas refinarias; valor saiu de R$ 2,81 para R$ 3,06. Foto: Nilton Fukuda/Estadão. 

O impacto da alta dos combustíveis sobre o custo de vida é muito forte. Apenas neste ano, os preços da gasolina subiram 31,0%; os do óleo diesel, 28,0%; e os do gás de cozinha, 23,7%.

As pressões para conter os preços não vêm sendo feitas apenas sobre a Petrobras. O governo quer que os Estados abandonem a sistemática atual que prevê determinada porcentagem sobre os preços dos combustíveis e que passem a adotar um valor fixo, independentemente das variações de preços, que hoje são determinadas pelas cotações internacionais e pela variação do câmbio.

No gráfico, você tem a alíquota de Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços (ICMS) cobrada em cada Estado sobre os preços da gasolina comum ou aditivada. Atualmente, cada Estado tem competência para definir a alíquota, que hoje varia entre 25% e 34%.

A ideia de definir um imposto fixo por litro parece aproveitável. O problema aí é convencer os Estados (e sete municípios que têm participação nessa receita) a abrir mão de arrecadação, que é relevante. Em 2020, dos 522,57 bilhões arrecadados no País com o ICMS, cerca de 15,41% (80,51 bilhões) foram arrecadados com a tributação de combustíveis. No Estado do Tocantins, a arrecadação com combustíveis representou 31,7% da arrecadação total do imposto. O Piauí obteve 29,7%; o Amapá, 29,0%; e o Pará, 26,7%, segundo dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). 

Mas a motivação do presidente da Câmara parece tão populista quanto a do presidente Bolsonaro. Ambos querem ganhar as eleições com uma tampa nos preços dos combustíveis. E Arthur Lira quer colocar uma pedra no sapato do seu adversário político em Alagoas, o filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da CovidRenan Filho (MDB).

A alta interna dos combustíveis não se deve apenas à escalada dos preços do petróleo. Deve-se, também, como já observado, ao avanço das cotações do dólar, que, por sua vez, tem a ver com o aumento das incertezas que provêm dos erros e omissões da política econômica. Não basta cobrar da Petrobras e dos governadores. É preciso colocar o governo na linha para que as cotações do dólar possam cair. E isso parece complicado.

*CELSO MING É COMENTARISTA DE ECONOMIA

STARTUPS MAIORES COMPRAM STARTUPS MENORES

 

Fusões e aquisições
Por
Maria Clara Dias, especial para o GazzConecta – Gazeta do Povo

Startups compram Startups| Foto: Big Stock, How to go to/Reprodução


A aceleração do movimento de transformação digital serviu de insumo para uma corrida em busca de mais modernização. O processo, que começou ainda em 2020, ganhou ainda mais forma em 2021 com o mercado de investimento de risco em alta como nunca antes. Nos primeiros oito meses deste ano, o total de recursos recebidos pelas startups brasileiras por fundos de investimento já é 85% superior a todo o montante aportado no ano passado, segundo relatório mensal elaborado pelo Distrito, hub de inovação aberta.

Mais capitalizadas do que no passado, as pequenas empresas de base tecnológica do país acendem o alerta para uma nova tendência: as fusões e aquisições entre si. Longe das grandes corporações, as startups têm mostrado um potencial crescente de compra ao adquirir suas parceiras ou até mesmo as rivais de mercado.

O Distrito aponta para uma mudança no perfil dos compradores de startups. Se na última década, a maioria das aquisições vinha de grandes corporações, o primeiro semestre de 2021 vem para reconfigurar essa realidade.

Nos primeiros seis meses do ano, mais da metade (54,1%) das aquisições do mercado brasileiro foram feitas de startups para startups, ante 36,4% das transações realizadas por grandes empresas. Segundo o hub, essa inversão se dá tanto pelo “amadurecimento do ecossistema de inovação como um todo, como também pelo acirramento da competição em setores específicos”.

Com volumes recordes de investimento, as startups brasileiras não estão apenas cooperando para uma maturação do mercado inovativo do país, mas também estão mais seguras para irem às compras, avalia Renata Zanuto, cofundadora do Cubo, hub de empreendedorismo do Itaú Unibanco. “Essa capitalização expressiva fez com que as startups passassem a olhar para recursos mais “sêniores”, seja em contratações e investimentos em tecnologia, ou em novas oportunidades de mercado que as poupem de criar expertises da noite para o dia”, diz.

Renata Zanuto, cofundadora do Cubo.| Celso Doni, Cubo Itaú/Divulgação
Renata avalia o ecossistema à frente de um hub que hoje se tornou uma grande vitrine dessa movimentação. Isso porque o Cubo tem em seu portfólio algumas histórias de sucesso envolvendo fusões e aquisições das empresas incubadas em seu espaço, seja ele físico ou virtual. Em 2020, foram 8 fusões e aquisições envolvendo as mais de 300 companhias que fazem parte da rede. Neste ano, já foram 5 operações do tipo.

O caso mais recente é o da startup Hondana, plataforma de educação corporativa B2B que foi comprada pela americana Wunder. As empresas, que antes eram concorrentes, passaram a unir forças e experiência em seu segmento de atuação em comum: o desenvolvimento de colaboradores de grandes corporações por meio da tecnologia e gamificação.

Outro exemplo está na compra da Kangu, plataforma de entrega de encomendas, pelo gigante do e-commerce Mercado Livre. A Kangu, que era uma startup do Cubo, tem cerca de 5 mil pontos de entrega em 700 cidades no Brasil, além de México e Colômbia e agora ganha ainda mais fôlego ao entrar no principal player de entregas da América Latina.

O papel do venture capital
O volume recorde de investimento em venture capital no Brasil fez com que startups, agora mais capitalizadas, pudessem olhar para não apenas contratações, mas sim novos mercados e novas soluções. Aí entram as fusões e aquisições. Isso, segundo Renata, mostra uma maturidade do ecossistema — tanto das empresas, quanto das startups.

O Nubank é a prova disso. O banco digital recebeu um de seus maiores investimentos da história em 2021: foram US$ 750 milhões de dólares no primeiro semestre. Grande parte desse valor (US$ 550 milhões) foi investido pela Berkshire Hathaway, holding do bilionário Warren Buffet.

Apesar de fugir da lógica das startups comuns e já ter atingido um valor de mercado que a torna um decacórnio — patamar bem acima das pequenas empresas brasileiras que ainda caminham para conquistar sua parcela de participação no mercado, o Nubank não deixou de ser uma startup e, mais capitalizada, esteve de portas abertas para a entrada de outras companhias — uma prova de que o mercado de venture capital tem papel fundamental nesse novo momento.

É assim que entra a Spin Pay, plataforma de pagamentos Pix para o e-commerce adquirida pelo Nubank — e também residente do Cubo Itaú.

“Um mercado aquecido de venture capital gera para as startups um recebimento de tempo, muito além do dinheiro”, afirma. “Elas ganham recursos para escalar recursos que já têm e mais do que isso, recebem o capital intelectual dessas trocas com grandes fundos e empresas”, conclui. Dessas conexões, surgem pontes para que empresas se unam à companhias que possuem objetivos em comum e que possam ajudar a acelerar sua estratégia. Um terreno fértil para os M&As.

Daqui para frente, o ritmo de compras – e vendas – entre startups continuará dependendo dos investimentos robustos, mas em escala menor. Afinal, a tendência já está estabelecida. A avaliação de Renata é que, com o primeiro passo dado, é possível que as fusões e aquisições se tornem uma estratégia rumo ao IPO, considerada a “etapa final” da vida das pequenas empresas.

“Sem dúvida esse é um movimento muito interessante do mercado, que ajuda empresas a ficarem maiores e possivelmente caminhar para um IPO. Isso deve se consolidar ainda mais”, diz.


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JULGAMENTOS FICAM EMPATADOS AGUARDANDO A NOMEAÇÃO DE OUTRO MINISTRO NO STF

 

  1. Política 

Para presidente do Supremo, atraso provoca prejuízos ao trabalho da Corte e cria risco de empate em processos

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

Aconteceu no início da noite desta quarta-feira, 29, o que o presidente do Supremo Tribunal FederalLuiz Fuxprevira horas antes em entrevista ao Estadão: deu empate de cinco a cinco no plenário. Só com a posse do 11º ministro o julgamento poderá ser concluído, para um lado ou para outro.

Por decisão de Fux, as ações penais não podem mais ser decididas numa das duas turmas, têm de ser julgadas pelo plenário. No caso, foram três ações contra o ex-deputado André Moura.

Ele foi condenado nas duas primeiras, por 6 a 4, mas houve empate de 5 a 5 na terceira. Como o regimento do Supremo diz que nesses casos não vale a regra de “na dúvida, pro réu”, o julgamento ficará inconcluso até ser preenchida a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou do Supremo em 12 de julho deste ano. 

o ministro Luiz Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)  Foto: Nelson Jr./SCO/STF

A vaga está em aberto porque o presidente Jair Bolsonaro indicou o ex-ministro da Justiça e ex-advogado geral da União André Mendonça, mas o Senado está há mais de dois meses fazendo corpo mole, sem marcar a sabatina para aprovar, ou não, o nome de Mendonça.

Segundo Fux, para o Estadão, isso cria dificuldades e “incômodo” para os ministros do Supremo. E ele citou justamente o risco de empate. Foi o que aconteceu e pode voltar a se repetir não apenas no plenário como também na segunda turma, desfalcada de um voto e atuando com quatro integrantes.

O responsável pela inexplicável demora em marcar a sabatina de André Mendonça é o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado e atual presidente da Comissão de Constituição e Justica (CCJ). Ele não admite, mas no mundo político e jurídico há uma certeza: a “birra” de Alcolumbre com Mendonça é por questões paroquiais, ou seja, por interesses do senador no seu Estado, o Amapá, que foram contrariados pelo governo federal e o próprio Mendonça.

 Para Alcolumbre, que já falou do assunto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do mesmo partido de Alcolumbre, o DEM, isso causa “constrangimento institucional” e deveria ser resolvido o quanto antes. A expectativa é de que a sabatina seja marcada para a semana de 16 de outubro, sem confirmação.

DEFESA DE BOLSONARO AO STF SOBRE IDA A EMBAIXADA DA HUNGRIA

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