sábado, 30 de setembro de 2017

PELO MENOS NA PARTE CIENTÍFICA AS DUAS NAÇÕES COMBINAM



EUA e Rússia terão estação na órbita da Lua

Estadão Conteúdo








Apesar de toda a tensão geopolítica envolvendo Washington e Moscou, os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo para a construção da primeira estação espacial na órbita da Lua, de acordo com Igor Komarov, diretor da Roscosmos, a agência espacial russa.

Segundo ele, o projeto - que é parte de um grande plano para o envio de missões tripuladas a Marte no futuro - está aberto para a adesão de outros países, incluindo o Brasil, a China, a Índia e a África do Sul.

"Nós (Roscosmos e Nasa) chegamos a um acordo para o projeto de construção da nova estação internacional na órbita da Lua", disse Komarov à agência de notícias russa RT, durante o 68.º Congresso Internacional de Astronomia, em Adelaide, na Austrália. Durante o evento, as duas agências assinaram um acordo de cooperação.

A estação espacial, que será batizada de Deep Space Gateway (porta de entrada para o espaço profundo, em tradução livre), deverá ter seus primeiros módulos lançados entre 2024 e 2026. De acordo com Komarov, as tecnologias que forem desenvolvidas na Deep Space Gateway serão utilizadas em futuras missões à superfície da Lua e, na década de 2030, servirão para a viagem tripulada ao Planeta Vermelho.

O projeto, segundo Komarov, será oficialmente anunciado em breve e seu primeiro estágio envolverá a construção da parte orbital da estação. A parte russa do projeto consistirá no desenvolvimento de até três módulos para a estação. Os russos também trabalharão no desenvolvimento de um sistema de atracação, capaz de receber diversos tipos de espaçonaves na nova estação.

Paz no espaço

O anúncio do projeto de parceria surge em um momento de relações estremecidas entre Moscou e Washington, com a crise ucraniana e as abordagens conflitantes dos dois países na gestão de questões em torno da Síria e da Coreia do Norte. No entanto, os problemas entre os dois países parecem se limitar à Terra. A exploração espacial tem sido uma área na qual os dois países vêm conseguindo entendimento. Historicamente, as agências espaciais e os astronautas russos e americanos têm trabalhado juntos em diversos projetos, incluindo as missões conjuntas na Estação Espacial Internacional (EEI), que também envolve o Canadá o Japão e a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

Em 2014, quando a crise ucraniana foi deflagrada e Washington acusou a Rússia de interferir no país, o astronauta americano Michael Hopkins disse à imprensa que a deterioração das relações entre os dois países não é sentida no espaço. "Acho, na realidade, que a EEI ainda é um exemplo do que nossas nações podem fazer quando trabalham juntas."

Em junho, Komarov já havia afirmado que, para a Roscosmos, a Nasa e a Agência Espacial Europeia, o fim da cooperação na EEI afetaria seriamente o trabalho de cada uma das agências. "Do ponto de vista das agências, há um consenso de que a cooperação precisa ser mantida." Alguns meses antes, outro astronauta americano, Douglas Wheelock, disse à RT que a Rússia e os Estados Unidos deveriam trabalhar juntos em benefício da humanidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AS DISTRIBUIÇÕES LIBERADAS DO ORÇAMENTO DA UNIÃO NEM SEMPRE SÃO AS MELHORES DISTRIBUIÇÕES



Governo distribuirá os R$ 12,8 bi liberados do Orçamento na próxima semana

Estadão Conteúdo









O Planejamento informou em nota que os recursos que cabem ao Poder Executivo (R$ 12,660 bilhões) serão destinados para a reserva

O governo deixou para a semana que vem a distribuição dos R$ 12,824 bilhões que foram liberados no Orçamento deste ano. O desbloqueio foi assegurado nesta sexta-feira, 29, com a publicação do decreto de programação orçamentária e financeira e está sendo motivo de disputa na Esplanada dos Ministérios, diante do risco real de "apagão" na máquina pública e em meio à tramitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no Congresso Nacional.

O Planejamento informou em nota que os recursos que cabem ao Poder Executivo (R$ 12,660 bilhões) serão destinados para a reserva. "Sua distribuição será feita a partir da próxima semana", afirma. Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado governo, o governo ainda está analisando as demandas dos órgãos e vendo o que é possível atender. Só a partir daí é que a área econômica editará as portarias que concedem de fato o dinheiro para os ministérios.

O que já está definido é que o valor liberado para o Executivo vai bancar despesas discricionárias, ou seja, para o custeio da máquina administrativa, que está à beira de um colapso. Há ainda a expansão dos limites para empenho de emendas impositivas individuais (R$ 673,8 milhões) e de bancada (R$ 338,8 milhões), uma notícia importante para a Secretaria de Governo, comandada por Antonio Imbassahy, que conduz as negociações com os parlamentares. Oliveira esteve nesta sexta no Palácio do Planalto com Imbassahy e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O decreto também destina R$ 7,7 milhões para o Legislativo, R$ 134,7 milhões para o Judiciário, R$ 19,5 milhões para o Ministério Público da União e R$ 2,1 milhões para a Defensoria Pública da União.

Mesmo com a liberação, ainda restam R$ 32,1 bilhões bloqueados no Orçamento, um valor considerado elevado, segundo o próprio ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Em coletiva na semana passada, ele disse que o governo trabalharia para, se possível, promover um descontingenciamento adicional.

Ainda segundo o ministro, as áreas que mais preocupam são de segurança, defesa, educação e ciência e tecnologia. "Nossa rede de atendimento ao público, de Previdência, também merece atenção", disse na ocasião.

O governo havia condicionado a liberação dos R$ 12,8 bilhões ao resultado dos leilões de hidrelétricas que eram operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), realizado na última quarta-feira (27). A cautela era necessária, segundo a área econômica, porque as receitas esperadas com o certame eram consideráveis e determinantes para o desbloqueio: R$ 11,1 bilhões. Para alívio do governo, o resultado do leilão veio acima do esperado, com arrecadação de R$ 12,13 bilhões.

Houve sucesso maior que o esperado também na 14ª Rodada de Licitações, que arrecadou R$ 3,8 bilhões com blocos de petróleo leiloados, acima da previsão de 546 milhões.

O Orçamento ainda prevê, porém, uma receita de R$ 8,8 bilhões com o Refis (parcelamento de débitos tributários). Como a Câmara dos Deputados aprovou uma versão do texto ainda mais benevolente, com descontos maiores, isso pode comprometer a arrecadação do programa. A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, informou na quinta-feira, 28, que a perda em relação a esse valor pode ficar em cerca de R$ 5 bilhões. Por isso, o ganho com ágio nos leilões pode ser consumido por essa mudança no Refis.

MOVIMENTO NA CATALUNHA PARA A SEPARAÇÃO DA ESPANHA



Catalunha é um importante motor econômico da Espanha

AFP
Hoje em Dia - Belo Horizonte







Ativistas pró-referendo fazem manifestação na Catalunha

A Catalunha, cujos governantes defendem a separação da Espanha, é um dos motores da economia do país, líder em exportações, indústria, pesquisa e turismo, apesar de uma dívida elevada. Veja os principais pontos positivos da economia catalã:
PESO PESADO DA ECONOMIA, AO LADO DE MADRI
A Catalunha representava 19% do PIB espanhol em 2016, competindo com Madri (18,9%) pelo posto de região mais rica do país. Em PIB per capita, está em quarto lugar (28.600 euros frente a uma média de 24.000 nacional), atrás de Madri, País Basco e Navarra.
A taxa de desemprego, parecida com a da capital, é bem inferior à do resto do país: 13,2% no segundo trimestre de 2017, ante 17,2%. Em Madri, era de 13%.
EXPORTAÇÕES DINÂMICAS E GRANDES GRUPOS
A Catalunha é, de longe, a principal região exportadora da Espanha, com 25% das vendas de mercadorias ao exterior em 2016 e no primeiro trimestre de 2017.
A região atraiu, em 2015, cerca de 14% dos investimentos estrangeiros na Espanha, em segundo lugar, bem atrás de Madri (64%), mas à frente de todas as demais regiões, segundo dados do Ministério de Economia.
Barcelona ainda abriga grandes empresas: o grupo têxtil Mango, o terceiro banco espanhol, CaixaBank, o grupo energético Gas Natural, o gestor de rodovias Abertis e a perfumaria Puig, proprietária de Nina Ricci, Paco Rabanne e Jean-Paul Gaultier.
GRANDE ATOR INDUSTRIAL
O maior setor industrial da Catalunha em termos de empregos e volume de negócios é o agro-alimentar, graças à indústria da carne e, sobretudo, ao segmento suíno.
A Catalunha concentra, por outro lado, metade de toda a produção química da Espanha, com um grande polo de Tarragona. Sua atividade é superior à de certos países europeus, como a Áustria, segundo a federação regional do setor.
Em 2016, a Catalunha era a segunda região espanhol em número de veículos fabricados, com 19% da produção nacional. Nissan e Volkswagen (através de sua marca Seat) têm várias fábricas ali. A Espanha é o segundo maior fabricante europeu de veículos da UE, atrás apenas da Alemanha.
A Catalunha também possui um importante polo logístico.
LÍDER EM PESQUISA
A Catalunha aposta muito na pesquisa, em particular nas ciências biológicas (genética, neurociências, biologia celular, etc), um setor que representa 7% de seu PIB. A região conta com hospitais de ponta, centros de pesquisa e até um acelerador de partículas e se apresenta como a primeira região da Europa em número de empresas farmacêuticas por habitante.
As novas tecnologias estão igualmente presentes em Barcelona, que recebe anualmente o congresso mundial da telefonia móvel.
Suas universidades figuram entre as melhores da Espanha. Das cinco primeiras universidades espanholas do ranking de Xangai, três são catalãs. A região também tem duas importantes escolas de comércio, e Barcelona conta com grandes editoras de língua espanhola, como a Planeta e a Anagrama.
PRINCIPAL DESTINO TURÍSTICO DO PAÍS
Com a capital Barcelona e as praias da sua Costa Brava, essa é a região espanhola que atrai mais turistas estrangeiros.
A tendência se acentuou nos últimos anos. Mais de 18 milhões de pessoas visitaram a Catalunha em 2016, ou seja, um quarto do total de estrangeiros recebidos pelo país.
Seu aeroporto é o segundo maior da Espanha, depois do de Madri. Recebeu, em 2016, mais de 44 milhões de passageiros e é muito valorizado por empresas "low cost", que querem criar ali uma plataforma europeia para seus voos de longo alcance, destinados ao continente americano.
O porto de Barcelona, por sua vez, é o terceiro da Espanha em volume de mercadorias, atrás dos de Algeciras e Valencia, e um dos mais relevantes da Europa em termos de cruzeiros.
A DÍVIDA, O PONTO FRACO
O peso da dívida pública é um dos pontos fracos da Catalunha, já que representa cerca de 35,2% de seu PIB, o que lhe torna a terceira região mais endividada da Espanha em termos relativos no primeiro trimestre de 2017.
Em valores absoluto, a Catalunha está, contudo, no topo da lista, com uma dívida de 75,4 bilhões de euros no fim de março.
A dívida catalã, avaliada pelas agências classificadoras na categoria de especulativa, impede o governo regional de se financiar diretamente nos mercados. Por isso, depende dos empréstimos do governo central.
O IMPACTO ECONÔMICO DA INDEPENDÊNCIA
O debate é intenso entre simpatizantes e detratores da independência, que costumam fundamentar suas cifras em metodologias e hipóteses diferentes. Segundo o ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, uma Catalunha independente deixaria a União Europeia, seu PIB cairia entre 25% e 30% e o desemprego duplicaria.
Alguns economistas acreditam, pelo contrário, que o novo Estado continuaria na UE e calculam que o PIB se manteria estável a curto prazo e aumentaria 7% a longo prazo. O governo catalão estima também que a região não sofreria mais com um "déficit orçamentário", porque entrega mais dinheiro ao governo central do que recebe.
O executivo catalão estima esse déficit em cerca de 16 bilhões de euros (8% do PIB regional), e o Estado, com outra metodologia, em 10 bilhões (5% do PIB regional).

COLUNA ESPLANADA DO DIA 30/09/2017



Estancando a sangria

Leandro Mazzini 






A JBS escalou sete advogados exclusivamente para monitorar os trabalhos da CPI mista no Congresso que investiga as vultosas operações realizadas pelo grupo com o BNDES. O esquadrão de defesa pede “acesso e cópia integral de todos os documentos juntados e expedidos no decorrer dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão”. O objetivo é estancar a sangria e evitar que documentos comprometedores venham à tona.
Cara-crachá
O presidente da CPI, senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), deferiu o pedido e autorizou a presença dos advogados ao plenário da Comissão, com apresentação da carteirinha.
Duto
O executivo preso Ricardo Saud delatou que o 1º Secretário da Câmara, deputado Giacobo, e mais cinco do Paraná, receberam propina em 2014. Todos negam.
Retrato do país
A sexta, no plenário, foi o retrato da inutilidade da Câmara. Só dois dos 513 deputados apareceram. Um segundo suplente (Mauro Pereira) e um presidiário (Celso Jacob).
Ressabiado
Afastado do mandato e proibido de sair de sua casa à noite, o senador sub-judice Aécio Neves (PSDB-MG) anda com trauma de grampos. Telefona e envia mensagens de telefones diferentes – até de empregados – para seus familiares e aliados políticos.
Não acordou
Na estratégia eleitoral, espalha que disputará para deputado em 2018. É drible enquanto articula, com dificuldade, a manutenção do apoio de seus delegados no PSDB. Na contramão do que pensa a maioria no partido, ainda sonha com o Planalto.
Missão cumprida
O Exército serviu de bucha de canhão ao subir e descer a Rocinha. A missão foi cumprida. A ‘paz’ voltou. É que o morro foi reentregue ao comando do traficante Nem.
Voz do povo
O e-cidadania do portal do Senado registrou ontem mais de 126 mil votos a favor do fim do auxílio moradia para congressistas e juízes, e 466 contra. E silêncio no plenário.
Quem diria
O movimento “Salva Aécio” conta com apoio até do PT. O senador Tião Viana (PT-AC) engrossa o coro governista de que o Senado “não pode se calar” e que “membros do Supremo, do Judiciário e do Ministério Público também erram por serem humanos”.
Destoou
O discurso do acriano destoa da posição oficial da Executiva Nacional do PT que taxa Aécio de “hipócrita” e “por seu comportamento hipócrita, por seu falso moralismo, merece e recebe o desprezo do povo brasileiro”. O PT rachou por causa do tucano.
Votos vermelhos
Por essa nem Aécio esperava: o tucano terá pelo menos oito dos dez votos de senadores petistas na sessão que irá derrubar, na próxima semana, a decisão do STF.
Fundo geral
O advogado maranhense Pedro Leonel Pinto de Carvalho fez chegar a deputados a sugestão de o Congresso criar um fundo misto de financiamento de campanhas, o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FEFID). As empresas doariam um valor para o partido e outro, igual, para o fundo, que fomentaria todas as legendas.
Bola nas costas
O Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul negou indenização por danos morais a um ex-jogador do Juventude que se lesionou em partida em 2014. Ele foi demitido meses depois e quis cobrar o que gastou com fisioterapeuta.
Ponto Final
“É um comportamento vergonhoso e criminoso”
Do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), sobre a liberação de emendas à base aliada de Michel Temer.