segunda-feira, 31 de outubro de 2022

MOTIVOS DA DERROTA DE BOLSONARO E VITÓRIA DO LULA

 

Cenários e estratégias
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva| Foto: Reprodução/Twitter

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República pode ser explicada principalmente pela economia e pela alta rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo dizem que os problemas na economia têm implicações sociais que alimentaram a insatisfação com Bolsonaro. E, embora Lula também tenha alta rejeição devido ao antipetismo e aos escândalos de corrupção nos governos do PT, a do atual presidente acabou sendo maior.

O sociólogo Arilton Freres, diretor do Instituto Opinião, afirma que o segundo turno foi marcado pela disputa de rejeições. Para ele, Bolsonaro enfrentava dificuldades maiores em segmentos específicos, como os jovens e as mulheres. E o ex-presidente Lula acabou se beneficiando.

“Essa eleição de segundo turno foi a batalha de rejeições. Quando Bolsonaro conseguiu sobrepor a pauta ideológica e de costumes ao debate econômico, ele fez com que a rejeição do Lula crescesse. Mas muitas eleitoras e muitos jovens eleitores, que na eleição passada votaram em Bolsonaro pensando que aquelas declarações deles eram passageiras, perceberam uma continuidade do tom agressivo por parte do presidente ao longo do mandato”, diz Freres.

Na avaliação de Lucas Fernandes, cientista político e analista da BMJ Consultoria, Lula conseguiu explorar a rejeição de Bolsonaro. “O Lula conseguiu avanços importantes, mesmo quando as pesquisas do primeiro turno não captaram que o antipetismo ainda estava muito forte na sociedade. O ex-presidente teve um desempenho melhor do que o [Fernando] Haddad em 2018. Mesmo onde ele perdeu, ele perdeu por uma diferença menor e onde ele ganhou, ele conseguiu ampliar a margem”, explica Fernandes.

Economia estava entre as prioridades do eleitor, e isso favorecia Lula
Desde o início do ano, a agenda socioeconômica – como a geração de empregos, a inflação e a insegurança alimentar – eram apontadas como as principais preocupações do eleitorado. Com base nisso, os estrategistas da campanha de Lula sempre tentaram pautar a disputa para essa área, que era desfavorável ao presidente Bolsonaro – e um dos motivos da alta rejeição dele.

Para tentar contornar esse cenário, o governo do presidente Bolsonaro aprovou medidas emergenciais como o aumento do Auxílio Brasil e a redução de impostos sobre os combustíveis. Mas os efeitos foram limitados ao melhorar a situação do eleitor, e a campanha dele apostou em outra agenda. “O presidente Bolsonaro ganhou uma musculatura no final do primeiro turno ao impor o debate ideológico, pois para ele o debate econômico era muito ruim. Ele conseguiu reduzir a rejeição, mas não ao ponto de que a do Lula fosse maior”, afirma Freres.

Na avaliação de Paulo Loiola, estrategista da Baselab Consultoria, Bolsonaro deixou a questão econômica de forma secundária na campanha, apesar de o tema ser a prioridade da população neste ano. “A condução econômica é ponto muito desfavorável a Bolsonaro e ele não conseguiu superar essa barreira. O próprio Auxílio [Brasil] foi uma questão que o Bolsonaro não defendeu no primeiro momento. Depois tentou capitalizar eleitoralmente. Mas não conseguiu”, diz Loiola. Por outro lado, o ex-presidente Lula explorou ao máximo os números econômicos de quando foi presidente – que eram mais positivos do que os atuais.

Para Marcelo Senise, marqueteiro e coordenador político da agência Social Play, a campanha petista conseguiu fazer com que o eleitor relembrasse o governo Lula e abandonasse a “tensão” do governo Bolsonaro. “O ex-presidente Lula apostou em um discurso de pacificação. Isso pega o eleitor que está fora das bolhas ideológicas. Eu acho que eles [da campanha do PT] foram muito felizes em conseguir trazer de volta a memória do eleitorado de como foi o auge do governo Lula – sobretudo na economia, em que tanto os mais pobres quanto os ricos ascenderam economicamente”, diz Senise.

Pauta da corrupção nos governos do PT não se sobrepôs à agenda de Lula 
O presidente Bolsonaro explorou durante a campanha os casos de corrupção dos governos petistas para desgastar Lula, e apostou na pauta ideológica e de costume como estratégia eleitoral. Contudo, na avaliação dos especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, Bolsonaro não conseguiu sobrepor seu discurso ao do petista.

“O Bolsonaro escolheu atacar o Lula pelo caminho da corrupção. Mas diversas pesquisas mostravam que esse tema era secundário para o eleitorado. Diferente de 2018, essa é uma eleição muito mais marcada pelo pragmatismo. E, nisso, o Lula conseguiu ser mais assertivo e dialogar melhor com o eleitorado”, diz Lucas Fernandes, da BMJ Consultoria.

Já para Arilton Freres, do Instituto Opinião, a pauta ideológica e do combate à corrupção, levantadas por Bolsonaro, teriam mais repercussão no eleitorado caso a economia estivesse melhor. Para ele, as medidas econômicas tomadas pelo governo foram tardias. “Em 2018 as eleições foram muito pautadas pela corrupção e a Lava Jato estava muito presente. Neste ano, o eleitor de fora da bolha da esquerda ou da direita estava preocupado com o bolso. Então eu acho que existiu uma certa ‘precificação’ por parte do eleitorado. Todo mundo reconhece esse tipo de problema [corrupção], mas há um sentimento que isso não é restrito ao PT. Então, esse cenário ajudou o Lula”, diz o sociólogo.

Alianças do PT atraíram eleitor de centro
Na avaliação do analista Lucas Fernandes, a aliança de Lula com o ex-tucano Geraldo Alckmin (hoje no PSB) funcionou do mesmo modo que a “carta aos brasileiros” que o petista redigiu em 2002 para atrair os eleitores de centro. Além disso, o apoio de Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, também foi determinante para Lula atrair o eleitorado de fora da esquerda.

“Várias sugestões que a Tebet fez foram acatadas pela campanha do PT neste segundo turno. Desde a sugestão de o Lula usar menos vermelho, até levar o debate mais para o centro. Essa participação efetiva contribui para a transferência de votos, pois o eleitor que votou na Tebet no primeiro turno não necessariamente iria votar no Lula no segundo turno sem um engajamento da própria senadora”, explica Fernandes.


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LULA E O BRASIL

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Lula faz seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, em São Paulo.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

Em um país cuja história política é pródiga em bizarrices, podemos dizer com toda a certeza que nada supera a normalização da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Falamos de alguém que foi condenado por corrupção em dois processos, com um conjunto probatório farto, tendo ambas as condenações confirmadas por unanimidade no tribunal revisor e uma delas, também de forma unânime, mantida no Superior Tribunal de Justiça, atestando a ausência de ilegalidades processuais. E esse alguém só voltou a se tornar um ficha-limpa porque a principal corte do país inventou – e a palavra é essa mesma – um “problema de CEP”, revertendo decisões que ela mesma havia tomado sobre quem deveria julgar Lula; e uma suspeição absurda que anulou todos os atos processuais do então juiz Sergio Moro, garantindo que Lula jamais tivesse de pagar novamente pelos atos que o levaram à prisão em 2018. Por fim, essa pessoa não apenas disputou a Presidência, mas o fez com apoio maciço da sociedade civil organizada e dos formadores de opinião, que ignoraram todo esse passado para tratar Lula como uma opção aceitável – e até desejável – para o Planalto.

Mas Lula será o próximo presidente do Brasil, tendo vencido o segundo turno com quase 51% dos votos válidos, ou 60,3 milhões de votos, apenas 2 milhões a mais (ou 1,8 ponto porcentual de vantagem) que o atual mandatário, Jair Bolsonaro. Em seu primeiro pronunciamento após a confirmação do resultado, Lula ressaltou sua “ressurreição” política e destacou “um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias”, já que sua campanha acabou conquistando o apoio de diversas outras forças políticas. O arco construído por Lula inclui antigos críticos – a começar pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que enfrentara Lula em 2006 – e antigos criticados, caso de Marina Silva, vítima de uma campanha sórdida do petismo em 2014, e dos economistas responsáveis pelo Plano Real. Muitos deles, é verdade, guiados mais pelo antibolsonarismo que por algum entusiasmo em relação a Lula.

Para que Lula e o PT façam uma boa gestão, terão de renegar tudo o que o partido defende historicamente tanto em termos econômicos quanto sociais

Esta não foi, no entanto, uma eleição marcada pelo equilíbrio que desejaríamos para uma disputa tão acirrada. Não porque tenha havido fraudes ou irregularidades, nem por causa do apoio maciço a Lula na imprensa e na sociedade civil (pois faz parte do jogo democrático que esses setores possam ter e manifestar sua opinião), mas porque a autoridade a quem caberia garantir a igualdade de armas entre os candidatos falhou em sua missão. Independentemente da intenção e das convicções dos ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda que eles estivessem plenamente convencidos de que estavam defendendo a democracia e apenas combatendo a mentira, o fato é que eles introduziram uma distorção grave no pleito com suas decisões. A Constituição foi atropelada com a instituição da censura, incluindo a ainda mais vergonhosa censura prévia; fatos verídicos, mas inconvenientes a respeito de Lula não puderam ser veiculados, enquanto à campanha petista permitia-se praticamente tudo, graças a uma duplicidade de critérios aplicados a cada candidato. O debate não foi livre como deveria ter sido, e esta é uma mancha que não tem como ser removida da história desta eleição.

O que desejar para um Brasil governado por Lula? O que se espera é que o petista faça um bom governo; se ele governar mal, todos os brasileiros sofrerão as consequências, independentemente de quem tenham escolhido, e o Brasil não merece o retorno aos tempos de crise econômica, social e moral vividos até não muito tempo atrás. Mas também é preciso sermos realistas: para que Lula e o PT façam uma boa gestão, terão de renegar tudo o que o partido defende historicamente tanto em termos econômicos quanto sociais. É possível que isso ocorra? Em primeiro lugar, será preciso definir se as alianças costuradas por Lula em sua campanha serão efetivamente levadas em consideração, puxando o próximo governo mais para o centro, ou se serão descartadas, agora que o objetivo principal já foi atingido. Isso será conhecido apenas à medida que a equipe do próximo presidente for divulgada, especialmente em pastas-chave como Economia, Saúde, Educação, Infraestrutura e os ministérios ligados a políticas sociais.


A segunda barragem que pode evitar uma guinada forte à esquerda do novo governo está no Congresso. Certamente o habitual oportunismo político ajudará Lula a construir uma maioria, com partidos que hoje estão na base aliada de Bolsonaro migrando, totalmente ou ao menos em parte, para o apoio ao próximo presidente. Mas, a julgar pelo perfil dos parlamentares eleitos, não é certo que Lula tenha vida fácil no Congresso, especialmente no Senado. E basta uma das casas para frear qualquer loucura socioeconômica ou identitária que o petismo queira implantar e que necessite do aval do Legislativo. É o tipo de cenário que pode levar ou a um maior senso de responsabilidade da parte do governo, que passaria a propor pautas mais razoáveis, ou a um impasse, com a insistência do Planalto na radicalização sendo barrada no Congresso. Mas uma relativa paralisia ainda será muito melhor para a nação que um passe livre para a implantação da pauta econômica e social da esquerda.


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60 MILHÕES DE BRASILEIROS DISSERAM QUERO ISSO DE VOLTA

 

Eleições

Por
Alexandre Garcia


Lula faz seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, em São Paulo.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

Muita gente, assim como eu, fica sem entender como é que 60 milhões de eleitores brasileiros disseram “eu prefiro a volta daqueles 14 anos”. Foi o tempo da maior roubalheira que o país já teve. A maior da história. Todos os escândalos, ministros presos, tesoureiros do PT presos. O próprio ex-presidente foi preso. A presidente foi “impichada”. Foi um escândalo atrás do outro.

E isso envolveu estatais, ministérios, empreiteiras pagando propina, tudo. E 60 milhões de brasileiros disseram “eu quero isso de novo”. Não dá para entender. Eu me lembro do Alckmin dizendo que Lula queria voltar à cena do crime, que era a volta dele ao poder. Está aí, Alckmin hoje é o vice-presidente da República a partir do próximo dia 1.º de janeiro.

Não contesto o resultado da eleição. Mas ele mostra que o Brasil está dividido. Foi meio a meio, 51 a 49, praticamente. Mas eu fico sem entender. Por que as pessoas, já tendo conhecido, já sabendo como é um governo do PT, quiseram isso de volta? É difícil de a gente entender. Tem muita gente que diz que as pessoas votam nos candidatos com os quais mais se identificam pelo caráter. Aí é até meio cruel imaginar uma coisa dessas. Mas está aí o resultado. Na democracia cada pessoa vale um voto.

Foi o Nordeste que deu a vitória a Lula
E foi o Nordeste que deu a vitória para o Lula. A diferença no Nordeste foi tão grande que Bolsonaro não conseguiu anular essa diferença em São Paulo, nos estados do Sul, no Rio de Janeiro, no Centro-Oeste. Em Minas Gerais foi praticamente empatado. Antes, estranhamente, Lula havia ganho de Bolsonaro, embora os eleitores mineiros tivessem reeleito Romeu Zema.

Para governador, a grande surpresa foi no Rio Grande do Sul. O PSDB reelegeu Eduardo Leite, que renunciou para ser candidato a presidente da República e disse que não ia ser mais candidato lá, mas convenceu os gaúchos e vai ser de novo governador.

Presidente eleito vai ter oposição muito grande
Como serão esses quatro anos? Em 2 de outubro a centro-direita teve 70% da Câmara dos Deputados e 67% do Senado. É capaz até de fazer mudanças na Constituição, que exigem 60% nas duas casas, e já tem mais que isso.

O novo presidente terá uma oposição muito grande. Sem contar os governadores que foram eleitos e que estão afinados com Bolsonaro. Certamente Bolsonaro será o grande líder da oposição nesses próximos anos. E o novo Senado vai querer saber por que o Supremo Tribunal Federal saiu da Constituição por tantas vezes, assim como o Tribunal Superior Eleitoral.

Poderes estabelecidos pela Constituição são independentes

Não serão anos fáceis. O primeiro ano, acho, vai ser muito conturbado. É o que aparenta. Vamos, enfim, aguardar o que pode acontecer, mas foi um resultado que, de novo, mostra um país dividido. E os brasileiros estão com ânimos exacerbados. A gente tem visto confrontos nas ruas, numa espécie de raiva um do outro.

Não vou discutir vitimismo, ou dizer que Bolsonaro foi massacrado pelo STF, pelo TSE, por grande parte da mídia. Não vou discutir isso. Mas vou discutir outras coisas. Falando com ministros do STF, assim como com ministros aposentados, estão achando tudo muito estranho da forma como foi feito.

Inventaram uma territorialidade lá que nunca foi aplicada na história do Brasil. Exigiram a anulação de um processo porque não foi para o endereço certo. Isso depois de condenações e revisões do processo. O condenado já estava pagando, cumprido pena. Nunca se viu isso na história do Judiciário. Essa territorialidade é aplicada quando se está no início de um processo, quando se descobre isso antes de haver um encaminhamento maior do processo.

Os juízes sabem muito bem disso, os estudantes de Direito também. Mas, enfim, são coisas que têm de ser resolvidas à luz da Constituição, que diz, no seu segundo artigo, que há poderes independentes. Um é o Judiciário, outro é o Legislativo, que de tão importante vem até em primeiro lugar. O Legislativo é o que faz as leis, é o que pode mudar a Constituição, se não for cláusula pétrea. E não o Judiciário. São coisas que precisam ser resolvidas. O Ministério Público precisa voltar a ter o papel que foi deixado de lado. Se não, vamos continuar fora da lei.


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TSE COM A SUA DITADURA ELEGEU O LULA

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


| Foto: EFE

Após uma eleição sem precedentes na história desse país, com o TSE na função de elemento mais importante do processo, em vez de ser apenas o seu organizador, o ex-presidente Lula foi declarado vencedor pelas autoridades, com cerca de 1% de vantagem; aparentemente a maioria do eleitorado achou que a melhor solução para os problemas do Brasil, neste momento, é colocar na presidência da República um político condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É a primeira vez que uma coisa dessas acontece. É, também, a primeira vez que o alto judiciário deu a si próprio, sem autorização do Congresso ou de qualquer lei em vigor no país, poderes de exceção para mandar do começo ao fim o processo eleitoral. É a primeira vez, enfim, que o TSE tem um candidato – no caso, o candidato que ganhou, justamente ele.

A questão não é definir se Lula, ou Bolsonaro, são bons ou maus para o Brasil, se a eleição foi justa ou se os brasileiros tomaram a decisão mais certa. Eleição não é um concurso para escolher o melhor, nem uma questão de justiça ou um teste de inteligência. Trata-se, exclusivamente, de um sistema para a população adulta dizer quem deve governar o país. Mas aí é que está o problema central com as eleições presidenciais de 2022 – quem tem de escolher é o eleitorado, e não o TSE. Não foi o que aconteceu. Antes mesmo da campanha começar, o complexo STF-TSE decidiu que cabia a ele nomear quem era o melhor para o país; está fazendo isso, na verdade, desde o primeiro dia do atual governo. O presidente Jair Bolsonaro, no seu entender, não poderia ser reeleito, em nenhuma hipótese; isso seria a destruição da “democracia”, e não se pode permitir que a democracia seja destruída, não é mesmo? Para salvar a “democracia”, então, os ministros se sentiram autorizados a violar a Constituição, as leis brasileiras e os direitos dos cidadãos. É esta a história das eleições que acabam de ser decididas. Lula foi eleito, num ambiente de ditadura – uma ditadura do judiciário.

É a primeira vez, enfim, que o TSE tem um candidato – no caso, o candidato que ganhou, justamente ele.

A Gazeta do Povo esteve sob censura, assim como outros órgãos de imprensa. É absolutamente ilegal: em que lei está escrito que o TSE pode exercer poderes de censor? Não pode; ninguém pode. Também não pode manter aberto um inquérito criminal perpétuo para perseguir quem o ministro Alexandre de Moraes decreta que é inimigo da “democracia”. Não pode decidir quase o tempo todo a favor de um candidato, e quase o tempo todo contra o outro. Não pode definir o que é “falso” e o que é “verdade” – e nem proibir a divulgação de fatos verdadeiros contra o candidato da sua preferência, com a alegação de eles levam “a conclusões erradas”. Não pode impedir que as pessoas se manifestem, sem cometer crime algum, pelas redes sociais. Que raio de “eleição livre” é essa, quando a polícia pode invadir a sua casa às 6 horas da manhã por que o ministro Moraes, com base numa notícia de jornal, decidiu perseguir empresários que apoiam o presidente da República? Qual é a liberdade de expressão de uma campanha eleitoral em que é proibido mostrar imagens de eventos notoriamente públicos, como foram as manifestações em favor do presidente no dia Sete de Setembro – ou um vídeo em que um ex-ministro do próprio STF explica, juridicamente, por que Lula não foi absolvido de crime nenhum na justiça brasileira?

Todos esses fatos, e mais dezenas de outros, foram empurrados para debaixo do tapete, sempre com a mesma desculpa cívica – OK, a lei pode não ter sido respeitada nesses casos, mas não se pode ficar falando em lei etc. etc. etc. quando “a democracia” está em jogo – e para a dupla STF-TSE, mais as forças que estão a seu lado, ameaça à democracia é a possibilidade do candidato adversário ganhar a eleição. Nesse caso, a “democracia” tem de ficar acima de qualquer outra consideração; sim, estamos violando a lei e tirando do eleitorado o direito soberano de decidir quem vai presidir o Brasil, mas isso é para o ”bem”, o interesse de “todos” e a felicidade geral da nação. Nunca sai nada de bom desse tipo de coisa.

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LULA PROMETE RECRIAR MINISTÉRIOS

 

Mas diz que não quer governo ‘requentado’

Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

Por Vera Rosa – Jornal Estadão

Presidente eleito planeja nomes em ascensão na política, como o de Tebet; acenos ao Centrão são vistos como essenciais

BRASÍLIA – O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai montar uma equipe com mais ministros, mas disse que seu terceiro mandato não será “requentado”. O plano de Lula é chamar nomes em ascensão na política e na economia para integrar o seu ministério. A estratégia não significa, porém, fechar as portas para o Centrão, grupo associado à prática do “toma lá, dá cá”.

A negociação com partidos do bloco que hoje dá sustentação ao presidente Jair Bolsonaro, principalmente com o PP, o PL e o Republicanos, é vista como fundamental para construir acordos no Congresso, que terá maioria conservadora a partir de 2023. Convencido de que não conseguirá acabar com o orçamento secreto tão cedo, o petista tentará um arranjo para que deputados e senadores direcionem os recursos a uma lista de projetos prioritários do governo.

A nova configuração da Esplanada prevê o aumento dos atuais 23 ministérios para 34. Trata-se de uma conta preliminar, que pode sofrer alterações com a criação de secretarias especiais.

A entrada da senadora Simone Tebet (MDB-MS) no primeiro escalão é dada como certa. Ela saiu da disputa presidencial em terceiro lugar e, três dias depois, aderiu à campanha de Lula. A senadora gostaria de comandar a Educação, pasta que sempre foi cobiçada pelo PT. O presidente eleito já disse, porém, que seu partido terá de abrir mão de assentos na Esplanada para a “frente ampla”.

Participação de Simone Tebet é vista como certa no novo governo
Participação de Simone Tebet é vista como certa no novo governo  Foto: Carla Carniel/REUTERS

Lula desmembrará o Ministério da Economia, e a ideia é rebatizá-lo como Fazenda. Com a divisão, serão recriados Planejamento e Gestão, além de Indústria e Comércio. Ex-governador do Maranhão, o senador eleito Flávio Dino (PSB) pode ficar com Justiça, que, se tudo correr como o roteiro previsto, será separada de Segurança Pública.

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O novo governo terá ainda o Ministério dos Povos Originários, e há projetos para refundar Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Cultura, Cidades, Igualdade Racial, Pesca, Direitos Humanos e Mulheres – os dois últimos em outro formato.

Na avaliação de Lula, a equipe econômica deve ser comandada por um político. Foi assim que Antonio Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto, acabou alçado à Fazenda no primeiro mandato do petista, em 2003, e chegou à Casa Civil sob Dilma Rousseff, em 2011, até cair em desgraça, no rastro de escândalos.

O teto de gastos será revogado e a nova âncora fiscal em estudo prevê a retomada do superávit primário como novo balizador das contas públicas. Desta vez, porém, é provável que a meta seja flexível, combinada com uma “licença” para gastar e cumprir compromissos, como o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600. Pelos cálculos de economistas consultados pelo presidente eleito, o rombo a ser herdado ficará na casa de R$ 400 bilhões.

“É impossível detalhar a nova âncora fiscal sem as contas na mão”, disse o deputado Alexandre Padilha (PT), ex-ministro da Saúde no governo Dilma. “Não temos o diagnóstico definitivo da tragédia de Bolsonaro para o País”, argumentou ele.

Flávio Dino é um dos nomes cotados para o Ministério da Justiça
Flávio Dino é um dos nomes cotados para o Ministério da Justiça Foto: MARCOS CORRÊA/PR

COTADOS

Padilha é um dos nomes cotados para comandar a Economia. Constam ainda da lista, o ex-prefeito Fernando Haddad, que perdeu a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o senador eleito Wellington Dias e o governador da Bahia, Rui Costa, todos do PT. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, presidente do Banco Central na gestão Lula, poderá ocupar outro cargo, ainda não definido. O secretário da Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, deve ir para o Tesouro.

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O desenho da Casa Civil está em estudo. Haddad também é lembrado para essa cadeira se a pasta tiver perfil mais técnico, como era quando Dilma foi ministra. Lula ainda não escolheu quem será o articulador político do governo.

Há nomes que o presidente eleito vê como curingas. Além de Haddad, este é o caso de Wellington Dias, que administrou duas vezes o Piauí; do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); da deputada eleita Marina Silva (Rede), ex-ministra do Meio Ambiente; e dos senadores Jaques Wagner (PT) e Randolfe Rodrigues (Rede).

Dois xarás com grafias diferentes também estão no xadrez de Lula: o ex-chanceler Aloysio Nunes, primeiro nome do PSDB a apoiar o petista, e o ex-coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT), que foi ministro da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Casa Civil na gestão Dilma. Mas o presidente eleito avisou a aliados que, antes de definir posições nesse jogo, precisa pôr a lupa sobre o resultado das eleições nos Estados.

CAMINHONEIROS PROTESTAM NAS RODOVIAS CONTRA A VITÓRIA DO LULA

 

Foto: Redes sociais

Por João Scheller, Gustavo Queiroz, Levy Teles, Julia Affonso, Denise Luna e Renée Pereira – Jornal Estadão

Manifestações ocorrem em ao menos 11 Estados, segundo informações da PRF; líderes de setores da categoria falam em casos pontuais

Após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caminhoneiros organizaram bloqueios em diferentes estradas pelo País em protesto contra os resultados das urnas neste domingo, 30. A Polícia Rodoviária Federal informou nesta segunda-feira, 31, que há 47 pontos de bloqueio ou aglomeração em 11 Estados e no Distrito Federal. A corporação disse ainda estar analisando se cada um dos casos está ligado ao resultado das eleições presidenciais.

Por volta das 9h40, a PRF havia registrado 70 pontos de bloqueio ou aglomeração. Às 10h10, o número havia caído para 47.

A vitória de Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro no segundo turno foi declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pouco antes das 20h. Até as 10h desta segunda-feira, Bolsonaro se pronunciado ou reconhecido a vitória de seu adversário.

Vídeos publicados em redes sociais desde a noite de domingo, 30, mostram caminhoneiros fechando pontos de estradas. Nos grupos de WhatsApp, eles afirmam que as manifestações têm apoio de empresários do agronegócio e também do comércio. Vários vídeos mostram carretas paradas nas estradas, pneus queimados e caminhões jogando terra nas rodovias para interditar as vias. Eles aguardam um comunicado de Jair Bolsonaro, como se esperassem um comando para agir. Há opiniões para todos os gostos: alguns não acreditam que o presidente vá tomar alguma providência. Outros dizem que é questão de horas.

Mas, alguns líderes que já participaram de outras manifestações, disseram ao Estadão que isso é só “fogo de palha de reacionários”. Sobre o apoio de empresários, dizem que todas as manifestações têm a participação deles nos bastidores.

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Carros paralisaram a BR-101 em frente à loja Havan, em Palhoça (SC)
Carros paralisaram a BR-101 em frente à loja Havan, em Palhoça (SC) Foto: Reprodução

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão, que liderou a greve dos caminhoneiros de 2018, disse nesta manhã, em vídeo, que não é hora de parar o País. Ele criticou as paralisações pontuais que estão sendo feitas em algumas localidades nesta segunda-feira. “Quero reconhecer, através da Abrava, a eleição, a democracia desse País, parabenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela sua vitória”, disse o líder caminhoneiro, informando que tem sido procurado nesta manhã sobre as paralisações que estão ocorrendo em alguns pontos do País.

“Não é o momento de parar esse País, vamos aceitar, isso é democracia”, afirmou. Ele disse que pretende ter um alinhamento com o próximo governo e que vai continuar lutando pelo segmento de transporte e destacou o Projeto de Lei 1.205, do senador Lucas Barreto, que dispõe sobre o transporte de cargas. “Isso sim vai trazer um ganho para a categoria. Nesse momento, parar o País vai prejudicar muito a economia, precisamos ter reconhecimento da democracia desse País, a vitória do presidente, muito apertada sim, mas se fosse ao contrário a esquerda também teria que entender e aceitar a vitória ao contrário “, ressaltou.

Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, também vê os protestos como pontuais. “Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula”, disse. “Se for uma paralisação para reivindicar algum direito da classe, a classe terá meu apoio. Se for uma paralisação política, para atrapalhar o governo do Lula, não terá o meu apoio. Acho que autoridades têm de tomar providências porque não pode cercear o direito de ir e vir das pessoas que estão na via. É assim que os bolsonaristas falavam quando a gente ia reivindicar alguma coisa contra o governo Bolsonaro.”

Diretor-presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias disse que não há indício de paralisação ampla de caminhoneiros autônomos. “Vi alguns vídeos e são pessoas desconhecidas e acho que também nem são caminhoneiros”, apontou.

Bloqueio na Rodovia Presidente Dutra.
Bloqueio na Rodovia Presidente Dutra. Foto: PRF

Pontos

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“Até o momento, foram registradas situações bloqueio/aglomeração nos seguintes Estados: RS, SC, PR, MG, RJ, MT, MS, RO, PA, GO, SP e no DF”, informou a PRF em nota.

“A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos.”

Ontem, em Santa Catarina, a Polícia Militar Rodoviária e a concessionária Arteris confirmaram bloqueios em diferentes pontos da BR-101, em cidades como Joinville, Itapema, Palhoça e em São Bento do Sul. No Rio Grande do Sul, comerciantes relataram protestos em Ijuí, na BR-285. Já no Paraná, a Polícia Rodoviária Federal não especificou cidades onde ocorreram protestos.

Em Mato Grosso, a concessionária Rota do Oeste confirmou interdições na BR-163 nos municípios de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop.

Por volta das 1h51 da madrugada de segunda-feira, 31, os caminhoneiros fecharam também os dois sentidos de um trecho da Rodovia Presidente Dutra, mais conhecida como Via Dutra, que liga a cidade de São Paulo ao Rio de Janeiro. De acordo com a CCR RioSP, concessionária responsável pela gestão da via, a manifestação afeta um trecho entre os KM 279 e 281 da BR-116, nas proximidades do município de Barra Mansa, no sul do Estado do Rio de Janeiro.

“Atravessaram os carros na BR. Não aceitaram a decisão da eleição e trancaram tudo”, afirma uma pessoa, em vídeo gravado em frente a loja da rede Havan, do empresário Luciano Hang – um fervoroso apoiador de Bolsonaro, na cidade catarinense de Palhoça. “Não vai passar mais nada”, completa.

Ligada a Bolsonaro, a categoria já protagonizou ações do tipo nos últimos anos. Durante as manifestações de 7 de setembro de 2021, caminhoneiros paralisaram estradas da região Sul, em especial em Santa Catarina, tendo como um dos principais articuladores o caminhoneiro Zé Trovão, que chegou a ser preso por ordem do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e foi eleito deputado federal em Santa Catarina nas eleições deste ano.

JOVENS PULAM DE EMPREGO COM FACILIDADE

 

Psicólogo Lucas Freire

Um estudo feito no Brasil apontou que quase um quarto dos jovens entre 18 e 24 anos (2,47 milhões) permanece no emprego por pouco menos de três meses. Em torno de 2,40 milhões ficam de um a pouco menos de dois anos.

Esse fenômeno ganhou o nome “job hopping” – em português, pular de emprego. Nos Estados Unidos, a geração Z fica, em média, 2 anos em um mesmo local de trabalho.

Para as gerações passadas, que permaneciam mais de uma década na mesma empresa, isso pode representar um retrocesso. No entanto, existem razões sociais, econômicas e comportamentais para a mudança de cenário.

Quem pode falar mais sobre os novos modelos de trabalho é o psicólogo organizacional, Lucas Freire.

Trabalho não deveria ser sinônimo de sofrimento. Este é o ponto de partida para Playfulness, lançamento literário de autoria do psicólogo especializado no desenvolvimento de lideranças, Lucas Freire. Além de abordar as constantes mudanças no ambiente corporativo, a obra apresenta ferramentas para transformar a maneira como o trabalho é encarado.

Termos como burnout, estresse, depressão e ansiedade são associados à exaustão ao universo de carreiras na atualidade. Como é possível então encarar o ofício como algo que gera felicidade e traz recompensas emocionais? Ancorada em quatro bases, a metodologia criada pelo autor auxilia o leitor na busca por uma vida mais leve e criativa mesmo em um cenário de pressão e exigências.

Com a “Teoria do flow”, por exemplo, trabalhadores, lideranças e profissionais da área de gestão de pessoas entenderão não apenas como realizar aquilo que desejam, mas também o que fazer para se sentir realizado. Freire apresenta ainda o conceito de “Tensão criativa” e revela que as ideias inovadoras costumam surgir em situações de adversidades.

Ao contrário do que muita gente pensa, a criatividade é uma característica intrínseca a todo e qualquer ser humano […].

Ela é fruto do emprego da paixão, da curiosidade e da determinação, em quantidades absurdas, para resolver problemas e fazer a diferença.

(Playfulness, pg. 53)

Em Playfulness, Lucas Freire resgata os benefícios das brincadeiras de criança que caem em desuso na vida adulta, quando tudo é sério demais. Ele reforça, porém, que brincar não significa não levar a vida e o trabalho a sério, mas sim estimular a criatividade, as relações interpessoais, o sentimento de pertencimento, a satisfação com as atividades executadas e muito mais.

Com exemplos práticos e histórias reais, o psicólogo ensina maneiras de usar a ludicidade na vida e no trabalho. O livro Playfulness reúne ferramentas para responder, com leveza e originalidade, as incertezas, as contradições e as ambiguidades da hipermodernidade. A obra conta com ilustrações, gráficos como linhas do tempo, playlists para cada capítulo, exercícios de reflexão e QR Codes para inserir o leitor no universo play.

Sinopse

Playfulness é muito mais do que uma brincadeira. É criar, atuar, tocar, encenar, jogar, agir e muitas outras coisas. Inspirada nos diversos significados da palavra play, a metodologia criada pelo psicólogo Lucas Franco Freire é uma resposta às incertezas, contradições e ambiguidades da hipermodernidade, que desencadearam uma onda de adoecimento psicológico dentro e fora do mundo corporativo. Para minimizar o sofrimento e toda conotação negativa que o trabalho ganhou ao longo das últimas Revoluções Industriais, o autor convida o leitor a refletir, construir e transformar sua rotina, sua carreira, sua vida, sua comunidade e até o mundo com leveza e criatividade.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

domingo, 30 de outubro de 2022

PROPOSTAS DE BOLSONARO E LULA

 

Promessas de campanha
Por
Wesley Oliveira
Brasília


O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro durante o debate da TV Band do segundo turno.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

Os brasileiros vão às urnas neste domingo (30) para escolher quem será o presidente do Brasil pelos próximos quatro anos. Disputam o segundo turno o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além do plano de governo protocolado pelas campanhas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro e Lula apresentaram diversas outras propostas em discursos, debates e entrevistas.

Veja abaixo as principais promessas de Bolsonaro e de Lula por temas:

Economia 
Para um eventual segundo mandato, o plano de governo de Jair Bolsonaro prevê redução do papel do Estado na economia, realização de reformas estruturantes, simplificação do ambiente de negócios, redução da carga tributária e compromisso com a estabilidade fiscal. Por outro lado, Lula destaca a revogação do teto de gastos, renegociação de dívidas das famílias e aumento dos investimentos públicos.

PRIVATIZAÇÕES

No plano de Jair Bolsonaro, há o compromisso de “prosseguir com o reordenamento do papel estatal na economia, por meio de desestatizações e desinvestimentos de empresas estatais, para focalizar a participação do Estado em atividades essenciais e na promoção do desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil.” O plano de governo, no entanto, não indica quais estatais poderiam ser privatizadas.

Diferente de Bolsonaro, o ex-presidente Lula já se posicionou contra a privatizações das estatais como Petrobras, Correios, Caixa Econômica Federal e outras. No caso da Petrobras, por exemplo, o candidato do PT já indicou que, se eleito, pretende acabar com a política de preços internacionais da estatal. “A gente refinava 100%. Com a privatização da BR [Distribuidora, ex-subsidiária da Petrobras], dizendo que a BR tinha monopólio, hoje temos 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos sem pagar imposto e com o preço dolarizado. Sou contra a privatização, é uma loucura”, disse Lula no debate da TV Band.

REFORMA TRIBUTÁRIA  

Em um segundo mandato, Bolsonaro já indicou a intenção de aprovar uma reforma tributária No Congresso Nacional. O plano de governo fala em “simplificar a arrecadação, aumentar a progressividade [dos impostos] e torná-lo concorrencialmente neutro”. 

Na mesma linha, o ex-presidente Lula indica como prioridade uma reforma tributária como foco na simplificação do sistema tributário. “Reforma tributária solidária, justa e sustentável, que simplifique tributos e em que os pobres paguem menos e os ricos paguem mais. Essa reforma será construída na perspectiva do desenvolvimento, simplificando e reduzindo a tributação do consumo”, diz o plano do PT.

AUXÍLIO BRASIL 

Programa social criado nos moldes do antigo Bolsa Família, o Auxílio Brasil será mantido pelo presidente Jair Bolsonaro em um segundo mandato. Apesar de o pagamento de R$ 600 estar garantido só até dezembro, Bolsonaro prometeu manter o valor mais elevado a partir de 2023. A proposta orçamentária enviada pelo governo ao Congresso Nacional, no entanto, prevê apenas o valor de R$ 405 a partir do ano que vem.

Assim como Bolsonaro, o ex-presidente Lula também disse que vai manter o valor de R$ 600 para os beneficiários do programa, que voltará a se chamar Bolsa Família. Além desse valor, o candidato do PT prometeu um adicional de R$ 150 para cada criança de até seis anos das famílias beneficiadas. Cerca de 9 milhões de crianças poderão receber esse valor.

IMPOSTO DE RENDA 

Assim como em 2018, o presidente Jair Bolsonaro promete atualizar a tabela do Imposto de Renda caso seja reeleito. Em agosto, ele afirmou que a medida só não foi tomada antes por causa da pandemia e assegurou a alteração. “Não corrigimos a tabela do Imposto de Renda em anos anteriores por causa da pandemia. A economia, realmente, era uma incógnita, o que poderia acontecer, e não tínhamos margem. Agora, está garantido com a equipe econômica”, afirmou. A promessa de Bolsonaro é isentar do IR quem ganha até cinco salários mínimos (R$ 6.060 atualmente).

Na mesma linha, o ex-presidente Lula também indicou que pretende fazer a atualização a partir de 2023. Em campanha, Lula prometeu isentar da taxação quem recebe até R$ 5 mil por mês caso seja eleito.

Atualmente, a isenção vale para quem ganha até R$ 1.903,98, pouco mais do que um salário mínimo, hoje em R$ 1.212.

SALÁRIO MÍNIMO

A discussão sobre o reajuste do valor do salário mínimo foi uma das que dominou a agenda dos dois candidatos nos últimos dias da campanha do segundo turno. Lula, que em seu governo deu ganho real ao mínimo, se comprometeu a retomar a política de concessão de reajustes acima da inflação. Bolsonaro, que nas leis orçamentárias que elaborou não promoveu aumento além do índice inflacionário, disse que vai dar ganho real porque agora “a casa está arrumada”.

TETO DE GASTOS 

Bolsonaro disse em entrevistas que, se reeleito, pretende promover mudanças no atual arcabouço fiscal do país, que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior. Ele não detalhou quais seriam essas mudanças. Recentemente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez críticas à âncora fiscal, e justificou os sucessivos rompimentos do teto de gastos ao longo do governo Bolsonaro e criticou a forma como o teto de gastos foi concebido durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). 

Na mesma linha, o ex-presidente Lula também tem como base de suas propostas a revogação do teto de gastos a partir de 2023. O petista não indicou qual âncora fiscal pretende adotar, mas prometeu construir, juntamente com o Congresso Nacional, uma proposta alternativa mantendo a responsabilidade fiscal . Além disso, o candidato do PT indicou que a regra fiscal precisa ser factível e que privilegie investimentos.


Saúde 
No campo da saúde, o presidente Bolsonaro indicou em seu plano de governo que a atenção primária vai continuar sendo um foco importante, sem que se deixe de lado outros programas e iniciativas. O presidente prometeu ainda fortalecer o programa da Saúde Digital, que visa a integrar todo o sistema de saúde de forma digitalizada. O candidato do PL também se comprometeu em estabelecer parcerias com a rede privada como forma de aumentar a eficiência da rede de saúde.

O ex-presidente Lula promete fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e retomar políticas como o programa Mais Médicos (que trouxe profissionais de Cuba ao Brasil). Também fazem parte das promessas o fortalecimento do programa Farmácia Popular e a reconstrução e fomento ao que chama de “complexo econômico e industrial da saúde. O plano de governo do PT também diz: “É urgente dar condições ao SUS para retomar o atendimento às demandas que foram represadas durante a pandemia, atender as pessoas com sequelas da covid-19 e retomar o reconhecido programa nacional de vacinação”.

Educação 
Na educação, o plano de governo de Bolsonaro elenca como prioridade os investimentos na educação básica, aliando ensino presencial e a distância. Também indica a democratização da internet nas escolas e a construção de novas creches e ampliação de creches no contraturno escolar. Também há o compromisso de recuperação do ensino das crianças e jovens que foram prejudicados durante a pandemia de Covid-19.

Lula também traz como prioridade o fortalecimento da educação básica, da creche à pós-graduação, coordenando ações articuladas e sistêmicas entre a União, estados, Distrito Federal e municípios, retomando metas do Plano Nacional de Educação e revertendo o que considera ser “desmontes” do atual governo. O plano de governo, no entanto, não apresenta propostas detalhadas de como pretende superar o “grave déficit de aprendizagem”. O texto cita apenas princípios norteadores e qual é a visão de governo para a educação.

Combate à corrupção
O combate à corrupção não teve propostas concretas de ambos os candidatos, a não ser por meio de declarações mais genéricas ou de acusações de um contra o outro.

Apesar de ter exaltado em diferentes momentos da campanha o fato de seu governo ter iniciado a prática de seguir a lista tríplice do Ministério Público Federal (MPF) na nomeação do Procurador-Geral da República (PGR), Lula não quis se comprometer com o modelo na campanha. Em sabatina ao Jornal Nacional, da TV Globo, o petista disse que queria deixar “uma pulguinha atrás da orelha” dos procuradores. A possibilidade de indicar um aliado para a PGR é vista como uma forma de controlar a atuação do MPF em casos de corrupção envolvendo o governo.

Bolsonaro, por sua vez, nomeou o atual Procurador-Geral da República, Augusto Aras, fora da lista tríplice. Na campanha, ele disse que “acabou com a Lava Jato” porque “não ter mais corrupção”.

Relação com o Congresso Nacional
Bolsonaro tem afirmado, ao longo da campanha do segundo turno, que vai ter mais facilidade de aprovar suas propostas no Congresso Nacional se for reeleito porque os parlamentares que estarão na Câmara e no Senado a partir de 2023 têm um perfil mais conservador e de direita do que os atuais legisladores.

O presidente também tem sido questionado se vai manter o pagamento das emendas de relator – apelidadas de “orçamento secreto” devido à dificuldade de rastrear os “padrinhos” dessas emendas. O pagamento dessa verba a indicações de parlamentares foi um dos pilares da relação do presidente com o Congresso Nacional nos últimos anos.

No debate da TV Band, Bolsonaro, disse que não tinha nada haver com esse mecanismo de pagamento das emendas. “Eu não tenho nada a ver com esse orçamento secreto. Posso até entender que o parlamento trabalha melhor na distribuição de renda do que nós, do lado de cá”, disse. Mais recentemente, em entrevista ao Podcast Inteligência Ltda., Bolsonaro sinalizou que pode vetar o orçamento secreto previsto no Orçamento de 2023. Contudo, alegou que a manutenção do veto depende do Congresso Nacional. “Veto só se eu for reeleito presidente no próximo ano. A gente veta de novo. Vai sentir o novo Parlamento se vai derrubar o veto ou não. Se não derrubar, vale por mais três anos”, disse Bolsonaro.

Já o ex-presidente Lula vem dizendo que irá negociar com o Congresso para ter governabilidade, mas indicou que pretende acabar com o orçamento secreto. “Eu vou confrontar essa história do orçamento secreto com a criação do orçamento participativo, que foi uma coisa que nós criamos nos estados durante minha gestão.”, disse Lula no debate da TV Band.

Relação com o STF
Com uma relação marcada por diversos embates com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao longo de seu governo, o presidente Bolsonaro sinalizou que trará Poderes para dentro “das quatro linhas” da Constituição se for reeleito. Bolsonaro sinalizou que poderia discutir com o Congresso a ampliação do número de ministros da Corte, o que lhe permitiria indicar mais nomes para obter no STF o que ele chama de “equilíbrio” entre as indicações dos governos de esquerda e do dele. Apesar disso, posteriormente Bolsonaro recuou da proposta. “Da minha parte está feito o compromisso: não terá nenhuma proposta [de aumentar o número de ministros do STF], como nunca estudei isso com profundidade [o assunto]”, disse no debate da Band do segundo turno.

Lula, por sua vez, tem defendido que, se eleito, “o Brasil vai voltar à normalidade” com cada Poder cumprindo o seu papel de acordo com a Constituição. Ao longo do debate da Band, o petista sugeriu que uma mudança na composição só poderá ser feita caso haja a convocação de uma nova Constituinte.

Forças Armadas e militares
Apesar da presença de diversos militares inativos e da ativa no governo, o presidente Bolsonaro não fez grandes sinalizações para as Forças Armadas em um eventual segundo mandato. Em seu plano de governo, o presidente promete o aumento e a continuidade dos investimentos nos órgãos de segurança pública e nas Forças Armadas, assim como o aperfeiçoamento dos planos de carreira e remuneração e da continuidade da melhor capacitação de seus quadros.

Por outro lado, o ex-presidente Lula já indicou que pretende nomear um civil para o Ministério da Defesa, além de retirar integrantes das Forças Armadas que hoje tem cargos no governo. Para isso, Lula pretende rever um decreto do presidente Bolsonaro que liberou militares da ativa para ocupar cargos públicos por tempo indeterminado. A ideia é determinar um período máximo em que o fardado possa ocupar uma vaga de natureza civil, sob pena de ter de ir para a reserva caso queira permanecer na função.

Agenda de costumes
Na agenda de costumes, Bolsonaro reforçou ao longo da campanha sua oposição a temas como a legalização do aborto e das drogas e a chamada ideologia de gênero. “Temos valores, cultura, religião. Acreditamos em Deus. Não aceitamos falar sobre aborto. O outro lado quer legalizar o aborto, nós somos contra. Defendemos crianças em sala de aula e não queremos nossas filhas no mesmo banheiro dos meninos. Nós somos contra a ideologia de gênero”, afirmou Bolsonaro em referência ao ex-presidente Lula.

Já Lula, que na pré-campanha chegou a defender a legalização do aborto, acabou recuando sobre o tema ao longo da disputa. Recentemente, em uma carta direcionada aos evangélicos, o candidato do PT disse ser pessoalmente contra o aborto, e que a discussão sobre o tema cabe ao Congresso Nacional. Ele também disse ser contra banheiros unissex nas escolas.

Regulação da mídia
O presidente Bolsonaro diz defender a liberdade de expressão e nunca propôs a regulação da mídia – ao contrário, diz ser contra. O presidente criticou ainda tentativas também de reforçar leis e proibições de publicações nas redes sociais. “Os senhores nunca vão me ver vir aqui neste parlamento pedir a regulação da mídia e da internet. Eu espero que isso não seja regulamentado por qualquer outro Poder. A nossa liberdade acima de tudo”, disse Bolsonaro recentemente.

Por outro lado, Lula defende a regulação da mídia, mas vem tentando dizer que isso não seria uma forma de tentar censurar críticas ao governo se ele for eleito. Durante entrevista ao podcast Flow, afirmou que é preciso “chamar a sociedade para discutir” a regulação da mídia, mas disse ser “inimigo da censura”. “Tem canal de televisão que só fala asneira, grosseria, só ofende. Tem que ter uma regulamentação, a última regulamentação de mídia eletrônica foi em 1962. A gente pode fazer como a legislação inglesa, a americana; ninguém quer uma regulamentação como em Cuba”, disse.

Segurança pública 
Na área da segurança pública, o presidente Bolsonaro defende a redução da maioridade penal. “No ano que vem, vamos aprovar a redução da maioridade penal”, disse Bolsonaro durante um ato no Rio de Janeiro. Além disso, o plano de governo do presidente indica que ele pretende preservar e ampliar o direito fundamental à legítima defesa e à liberdade individual, fortalecendo institutos legais que assegurem o acesso à arma de fogo aos cidadãos. 

Na contramão de Bolsonaro, o ex-presidente Lula promete “retomar o Estatuto de Desarmamento”, tornando mais difícil a posse de armas para cidadãos. O petista também pretende fazer acordos com países vizinhos para o combate ao tráfico de drogas. Ele também disse que pretende recriar o Ministério da Segurança Pública, atualmente vinculado ao Ministério da Justiça, além de criar um Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). “A gente vai criar o comitê científico para estruturação da segurança pública com planejamento, metas e avaliações”, disse Lula.

Meio ambiente 

Na pauta ambiental, Bolsonaro diz em seu programa de governo que pretende fomentar o desenvolvimento da “indústria verde”, por meio da preservação do meio ambiente e estímulo do desenvolvimento sustentável, possibilitando o crescimento socioeconômico e a redução das diferenças regionais. Se reeleito, o presidente prometeu ainda a defesa, proteção e promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia, abrindo novas possibilidades de empreendedorismo individual e coletivo na região. 

Já o ex-presidente Lula se comprometeu a promover a transição ecológica das cidades com investimentos em transporte público, habitação, saneamento básico e equipamentos sociais. Além disso, o petista diz que uma das prioridades será a liberação de recursos do Fundo Amazônia de forma rápida. O plano de governo do PT prevê ainda o combate ao crime ambiental.

Infraestrutura 
Para o setor de infraestrutura, Bolsonaro diz que pretende construir usinas eólicas no Nordeste e exportar energia verde para o mundo. O presidente também indicou o “Programa Pro Trilhos”, que visa ampliar a malha ferroviária nacional, a partir de investimentos privados. As empresas devem investir cerca de R$ 224 bilhões e agregar 19 mil quilômetros à malha brasileira, cruzando pelo menos 16 estados. 

O ex-presidente Lula prometeu resgatar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para retomar obras de infraestrutura que estão paradas em todo o país. “O PAC foi construído com empresários, com governadores e com prefeitos. É o que eu pretendo retomar a partir do dia 1.º de janeiro se a gente ganhar as eleições”, disse Lula. O petista indica ainda que pretende assegurar internet de qualidade em todo território.

Política externa

Na política externa, Bolsonaro tem como prioridade para um segundo mandato a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) – o clube dos países desenvolvidos. O ingresso na OCDE é visto como um atestado de boas práticas econômicas, e isso pode atrair investimentos externos ao Brasil. Na mesma linha, Bolsonaro pretende fechar acordo comercial com a EFTA (sigla em inglês para Associação Europeia de Comércio Livre), composta por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.

O plano de governo também fala em estímulo à participação do Brasil em outros organismos internacionais, como Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio (OMC), dentre outros. Além disso, Bolsonaro pretende participar de acordos e operações internacionais, notadamente os que busquem a paz, como as missões da ONU. Também é esperado que o Brasil mantenha sua aliança diplomática em defesa da vida e da família, em fóruns internacionais, com outros países que tenham governos conservadores.

Já o ex-presidente Lula traz em seu plano de governo a proposta defender a soberania nacional “ao recuperar a política externa ativa e altiva que nos alçou à condição de protagonista global”. Durante a campanha, Lula defendeu a integração regional com países da América Latina, principalmente por meio do fortalecimento do Mercosul, e o diálogo com os Estados Unidos, a União Europeia, a África e os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O petista diz ainda que vai trabalhar pelo fim da guerra na Ucrânia. Sobre as ditaduras latino-americanas de esquerda, Lula indicou ao longo da campanha que “cada país cuida do seu nariz” – indicando que não vai se opor a esses regimes ditatoriais.


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O PRESIDENTE ELEITO TEM QUE GOVERNAR PARA TODOS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


| Foto: Otavio Souza Junior/Pixabay

Independentemente de quem saia vencedor do segundo turno, no próximo domingo, ele terá vencido um pleito que, mais uma vez, mostra uma nação profundamente dividida. A diferença de 10 milhões de votos que separou Jair Bolsonaro de Fernando Haddad em 2018 não deve se repetir – as perspectivas são de um resultado bem mais apertado. Além disso, haverá dezenas de milhões de brasileiros que não consideraram nenhum dos dois candidatos dignos de seu voto. Mas Bolsonaro ou Lula terão de mostrar que são capazes de governar também para todos os que não lhes deram seu voto em 30 de outubro.

A vitória de um candidato nas urnas lhe concede a legitimidade para levar adiante o programa político que ele apresentou ao eleitor durante a campanha, o que inclui uma escala de prioridade entre diversos temas e certas escolhas a respeito de como tratar esses assuntos e os inúmeros desafios de um país como o Brasil. Isso não significa, no entanto, que o programa derrotado não tenha seus méritos, nem que os assuntos nele tratados não mereçam ser contemplados pelo governo vencedor. As preocupações de quem não votou no candidato eleito não podem ser simplesmente ignoradas; a democracia não é uma “tirania da maioria” em que à minoria cabe simplesmente se calar e aguardar a próxima eleição.

Governar para todos é trabalhar pelo bem comum para a totalidade dos brasileiros, independentemente de classe socioeconômica, região onde vivem, características ou preferências pessoais

Um governo que priorize o protagonismo da iniciativa privada no setor econômico não pode, por exemplo, fechar os olhos ao drama da miséria e da fome, esperando que a geração gradual de emprego traga sustento aos mais pobres; é preciso atuar diretamente em bons mecanismos de transferência de renda para suprir as necessidades imediatas enquanto a melhora da economia não alcança todos os brasileiros. Da mesma forma, um governo que priorize a assistência social não pode descuidar da liberdade econômica que facilitará às empresas prosperar e criar mais emprego. Um governo que rejeite excessos da militância identitarista não pode fechar os olhos a situações de preconceito, e um governo que tenha o identitarismo como plataforma jamais pode sacrificar liberdades democráticas, como a de expressão e a religiosa, diante do altar das minorias étnicas ou comportamentais.

O Chile recente é o melhor exemplo do que ocorre quando os eleitos se preocupam em governar apenas para os seus e não para todos. O enorme esforço de elaborar uma nova Constituição para o país naufragou retumbantemente e terá de recomeçar porque a maioria de esquerda na Assembleia Constituinte eleita em 2021 simplesmente ignorou a outra parcela do país. O texto redigido pelos constituintes reinventava o país do zero, desprezava todos os avanços socioeconômicos do modelo liberal anterior e dava vazão às plataformas de esquerda em sua forma mais radical, com direitos ilimitados e aceitando todo tipo de reivindicação identitarista. No plebiscito de setembro, o “rejeito” venceu com avassaladores 25 pontos porcentuais de vantagem sobre o “aprovo”.


Não se trata, obviamente, de diluir ou renegar as plataformas vencedoras para acomodar desejos do lado derrotado, mas simplesmente de compreender que o vencedor neste domingo será presidente de um país inteiro, não apenas daqueles que o elegeram. O bem comum pelo qual é obrigação do governante trabalhar não é um “bem da maioria” de corte utilitarista, mas “um estado de coisas que facilita – ou pelo menos não dificulta – a cada indivíduo a possibilidade de perseguir, se assim o desejar, o próprio desenvolvimento integral e sua realização por meio da busca da excelência”, como definimos em nossas convicções. Aqui, a ênfase está em “cada indivíduo”: governar para todos é proporcionar esse “estado de coisas” à totalidade dos brasileiros, independentemente de classe socioeconômica, região onde vivem, características ou preferências pessoais. Só um estadista será capaz disso, reconstruindo as pontes quebradas neste Brasil altamente polarizado.

ELEIÇÕES 2022
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LULA E BOLSONARO DISCUTEM CORRUPÇÃO NO GOVERNO

 

Segundo turno
o que eles pensam e propõem em 7 temas econômicos

Por
Cristina Seciuk


Rumo ao segundo turno: confira quais os planos de Bolsonaro e Lula para alguns dos principais temas relacionados à economia.| Foto: André Coelho/EFE

Em discurso logo após a confirmação do segundo turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou claro que a economia seria a tônica seguinte da campanha. A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto isso, passou a ser pressionada para detalhar suas propostas, consideradas vagas, sem indicação clara de qual será sua eventual política econômica.

Confira a seguir o que aparece nos planos de governo entregues pelos dois candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o que o Lula e Bolsonaro têm dito sobre sete temas relevantes para o mercado e o dia a dia do brasileiro.


Jair Bolsonaro
O plano de governo do presidente e candidato do PL à reeleição indica que um eventual segundo mandato deve prosseguir com desestatizações e desinvestimentos de empresas estatais, dando seguimento ao “reordenamento do papel estatal na economia”. Conforme o plano, o objetivo do caminho escolhido é focar a participação do Estado em atividades essenciais e na promoção do desenvolvimento econômico, social e sustentável do país.

A proposta, neste sentido, é deixar a cargo do Estado aquilo que somente ele pode realizar, em função de altos custos de investimento e complexidades inerentes à gestão, ou concentrando esforços em exercer “função estabilizadora” a fim de controlar, por exemplo, choques econômicos sobre a renda e o consumo. Para além disso, o programa prevê ampliação do processo de desestatização que, segundo o documento, trará benefícios diretos e indiretos ao cidadão e permitirá ao Estado focar em questões como saúde, educação, segurança e bem-estar.

O documento não menciona expressamente a privatização da Petrobras – que segundo Bolsonaro ficaria para um segundo mandato – ou dos Correios, incluída no atual Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).

Junto das desestatizações e privatizações, Bolsonaro defende a concessão de ativos de infraestrutura e de serviços à iniciativa privada e a assinatura de parcerias público-privadas para investimentos.

Para o funcionalismo, o programa de Bolsonaro fala em aperfeiçoamento dos planos de cargos e salários, qualificação dos servidores por meio da criação de oportunidades para capacitação técnica e aperfeiçoamento profissional. Durante a campanha, Bolsonaro também afirmou que vai conceder reajuste salarial aos servidores em 2023, ainda que não haja previsão orçamentária para isso.

Luiz Inácio Lula da Silva
O ex-presidente e candidato petista à Presidência fala em proteger o patrimônio do país e recompor o “papel indutor e coordenador do Estado e das empresas estatais para que cumpram seu papel no processo de desenvolvimento econômico e progresso social, produtivo e ambiental” no país. O plano apresentado aponta oposição expressa às privatizações de Petrobras, Pré-Sal Petróleo (PPSA), Correios e da Eletrobras – esta última já não está mais sob controle do governo brasileiro.

Lula também defende mais atuação do governo para promover modernização e ampliação da infraestrutura de logística de transporte, social e urbana . O caminho indicado é a recriação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com foco na ampliação do investimento público para induzir a retomada econômica e a redução dos custos de produção. O investimento privado também é classificado como “parte importante da reconstrução do Brasil” e, segundo o plano do petista, “será estimulado por meio de créditos, concessões, parcerias e garantias”.

Para a máquina pública, o petista prometeu, em discursos, a criação ou recriação de ministérios. Durante a campanha, falou em criar o Ministério dos Povos Originários e uma pasta dedicada às pequenas e médias empresas, além da recriação dos ministérios da Cultura, Igualdade Racial, Fazenda, Planejamento e Segurança Pública, extintos nas últimas gestões.

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Teto de gastos

Bolsonaro
O atual presidente já indicou que pretende mudar o controle fiscal partir do ano que vem. Uma das ideias em discussão no Ministério da Economia é a adoção de uma meta de dívida pública em substituição ao teto de gatos, que limita o crescimento das despesas da máquina pública à inflação do ano anterior.

O programa de governo do candidato à reeleição indica intenção de aprimorar o sistema de planejamento e orçamento público a fim de reduzir a rigidez do orçamento, aumentar a previsibilidade da execução e a transparência dos gastos públicos. Como medidas fiscais, o documento fala em consolidar o ajuste fiscal no médio e longo prazo, de forma a reduzir a relação entre a dívida pública e o PIB.

Lula

O programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva prevê textualmente a revogação do teto de gastos e uma revisão do regime fiscal brasileiro, classificado como “disfuncional e sem credibilidade”. Segundo as diretrizes apresentadas pelo PT, um novo modelo fiscal deve ser construído seguindo premissas de credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade. Em documento divulgado às vésperas do 2º turno, o candidato prometeu política fiscal responsável com compromissos plurianuais, sinalizando um planejamento de mais longo prazo.

Em atos de campanha Lula chegou a defender o retorno de um regime de superávits fiscais, mas não há confirmação se essa linha será seguida. O economista Guilherme Mello, assessor econômico do PT, diz que as linhas do novo arcabouço fiscal serão discutidas com a nova composição do Congresso, após as eleições.

Reformas
Bolsonaro

A reforma trabalhista realizada na gestão do ex-presidente Temer Michel Temer será mantida, conforme o plano de Jair Bolsonaro. As novas normas são defendidas como garantia de “segurança jurídica, ajudando a combater abusos empresarias e de sindicatos”. O presidente também pretende prosseguir nos avanços da legislação para facilitar as contratações.

Com relação à Previdência, a proposta é por “continuar e fortalecer o aprimoramento do sistema previdenciário”, com o objetivo de garantir a sustentabilidade financeira e a justiça social.

Para uma reforma tributária, o plano de Bolsonaro propõe um aprimoramento do “sistema tributário brasileiro, com a meta de simplificar a arrecadação, aumentar a progressividade e torná-lo concorrencialmente neutro”. A simplificação na legislação e carga tributária é apontada como forma de garantir emprego e renda e a retomada do crescimento econômico.

Lula

As diretrizes apresentadas pela campanha de Lula falam na proposição de uma nova legislação trabalhista, com a revogação de “marcos regressivos da atual legislação”. A proposta menciona normas de “proteção social a todas as formas de ocupação, emprego e relação de trabalho, com especial atenção aos autônomos, aos que trabalham por conta própria, trabalhadores e trabalhadoras domésticas, teletrabalho e trabalhadores em home office, mediados por aplicativos e plataformas”. Na sua “Carta para o Brasil do Amanhã”, o candidato propõe um debate entre governo, empresários e trabalhadores para “construir uma Nova Legislação Trabalhista que assegure direitos mínimos – tanto trabalhistas como previdenciários – e salários dignos, assegurando a competitividade e os investimentos das empresas”.

O programa do petista aponta ainda a intenção de “restabelecer acesso gratuito à Justiça do Trabalho”, incentivar iniciativas de reestruturação sindical “que democratizem o sistema de relações de trabalho”, além do respeito à autonomia sindical, “visando incentivar as negociações coletivas, promover solução ágil dos conflitos, garantir os direitos trabalhistas, assegurar o direito à greve e coibir as práticas antissindicais”.

Em eventual governo, Lula traça ainda uma revisão da reforma da Previdência. O plano indica uma “reconstrução da Seguridade e da Previdência Social para ampla inclusão de trabalhadores por meio da superação das medidas regressivas e do desmonte promovido pelo atual governo”, diz o texto. A promessa é da criação de um modelo previdenciário que concilie o aumento da cobertura com o financiamento sustentável do Regime Geral de Previdência Social.

Por fim, a campanha petista defende uma reforma tributária por meio de estrutura de impostos mais simples e progressiva, focada em IR mais caro para os mais ricos, redução da tributação do consumo e outras políticas que suavizem a carga para os mais pobres.

Imposto de Renda
Bolsonaro
O plano de Bolsonaro traz proposta de correção de 31% na tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física, isentando todos os trabalhadores celetistas que recebam até R$ 2,5 mil mensais. Sem a pandemia e com crescimento econômico, o programa do candidato do PL avalia que será possível perseguir o objetivo de isentar os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos até 2026.

Lula

O candidato do PT prometeu, em campanha, reajustar a tabela do Imposto de Renda em seu primeiro ato oficial. A intenção é aumentar a faixa de isenção para R$ 5 mil mensais. Atualmente, o imposto é cobrado de quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 por ano.

Ainda no que se refere a IR, o plano de Lula prevê taxação dos “muito ricos”, utilizando os recursos arrecadados para investir em programas e projetos com alta capacidade de induzir o crescimento, promover a igualdade e gerar ganhos de produtividade.

Benefícios sociais
Bolsonaro

O candidato do PL afirma que um dos seus compromissos, caso reeleito, será a manutenção do Auxílio Brasil no patamar mínimo de R$ 600 a partir de janeiro de 2023. O valor foi majorado por meio da PEC dos Benefícios, que prevê a cifra apenas até o mês de dezembro.

Após o primeiro turno, Bolsonaro também prometeu o pagamento de 13º para mulheres que recebem o Auxílio Brasil e falou ainda num benefício de R$ 200 para beneficiários que conseguirem emprego formal – adicional que já estava previsto na legislação que criou o programa, mas nunca foi implementado.

Ainda no que se refere políticas públicas e programas sociais, a campanha de Bolsonaro fala em dar prioridade a determinados grupos, como crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e mulheres. O programa cita ainda “ampliar ações de promoção de acesso a direitos humanos”, sem mais detalhes.

Lula

O programa de Lula defende a manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil, e o candidato também mencionou um adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos. O plano retoma o nome Bolsa Família (substituído na gestão Bolsonaro), com a promessa de ampliá-lo e renová-lo para garantir renda compatível com as atuais necessidades da população.

O petista defende ainda uma “necessária ampliação de políticas públicas”.

Emprego e renda
Bolsonaro

Para a geração de empregos, o plano de governo apresentado por Jair Bolsonaro fala em estímulo ao empreendedorismo, mas também em fortalecer programas de qualificação profissional de acordo com as vocações regionais e locais. Promete ainda investir em iniciativas voltadas à atração de jovens em situação de risco social e no fortalecimento da educação profissional e tecnológica e da educação superior.

Um dos pontos destacados é conectar empregabilidade com educação, a fim de preparar as pessoas para os novos desafios e propiciar a elas a migração segura de empregos que estão se tornando obsoletos para os novos postos de trabalho.

Promete, ainda a criação de políticas para redução da taxa de informalidade no mercado de trabalho brasileiro, inclusive com políticas de formalização. Isto deve ser buscado, conforme o plano apresentado, “por meio de contratos de trabalho específicos para esta população e que permitam a oferta de trabalho formal em estados onde a informalidade ainda é dominante”.

O programa de governo de Jair Bolsonaro não menciona o salário mínimo, mas em declaração recente à revista Veja, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo estuda outras formas de conceder um aumento real no próximo ano, além do reajuste mínimo vinculado à inflação.

Lula
O ex-presidente afirma que as oportunidades de emprego e trabalho serão criadas por meio de avanços mais amplos. Neste cenário, menciona o retomada dos investimentos em infraestrutura e habitação, a reindustrialização nacional em novas bases tecnológicas e ambientais a reforma agrária e o estímulo à economia solidária, à economia criativa e à economia verde, baseada na conservação, na restauração e no uso sustentável da biodiversidade. Também deve estender o apoio ao cooperativismo, ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas.

O plano petista propõe ainda retomar a política de valorização do salário mínimo, com o objetivo de recuperar o poder de compra do brasileiro. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Lula na área econômica, disse que o salário mínimo deve ter aumento real de 2% em 2023, caso o petista seja eleito em 30 de outubro.

A última vez que o mínimo teve aumento real foi em 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, quando o reajuste estabelecido considerou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, calculado pelo IBGE) mais a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) registrado dois anos antes, conforme diretrizes implantadas na gestão de Dilma Rousseff (PT).

A partir de 2020, o cálculo feito pelo governo federal ficou restrito à estimativa do INPC, que faz a recomposição de perda inflacionária, mas não garante ganho real. A promessa de Lula é de criação de um novo modelo de reajuste, ainda não divulgado.

Ambiente de negócios
Bolsonaro
O programa de Bolsonaro fala em consolidação e avanço das reformas estruturantes e modernização dos processos de governança da condução da política econômica, “alinhando o país às melhores práticas internacionais”. O objetivo, conforme o texto, é “facilitar as contratações, desburocratizar e desregular as normas para favorecer a criação de empresas e o empreendedorismo, prosseguir na abertura comercial, com a redução da tributação das empresas nacionais e também dos impostos de importação, criando um ambiente de concorrência e competitividade que reduzirá os preços e melhorará a oferta e a qualidade dos produtos e serviços, beneficiando o cidadão”.

Ainda conforme o plano do candidato à reeleição, um eventual segundo mandato pretende “retirar da população o peso do Estado e deixar cada cidadão, com o apoio necessário do governo, exercitar sua criatividade, capacidade gerencial, visão empresarial e liberdade”.

Lula
As propostas de Lula falam em implantação de medidas de desburocratização, redução do custo do capital, ampliação de acordos comerciais internacionais, além de avanço na digitalização e estímulo ao investimento privado e fortalecimento da estrutura produtiva nacional.

Também prevê fortalecer e modernizar a estrutura produtiva por meio da “reindustrialização”, do fortalecimento da produção agropecuária e do estímulo a setores e projetos inovadores. “Devemos fortalecer a empresa nacional, pública e privada, com instrumentos como financiamento, compras governamentais, investimento público, ampliando e agregando valor à produção, com ênfase em inovações orientadas para a transição ecológica, energética e digital”, diz o texto.

A agenda do petista prevê estímulo ao crédito, com incentivo à ampliação da oferta e redução do custo, além da promoção de um cenário mais favorável à renegociação de dívidas (tanto para empresas de pequeno e médio portes, quanto para famílias, com a criação de um fundo garantidor para renegociação), de modo a reaquecer a economia.


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