terça-feira, 31 de maio de 2016

ESCRAVIDÃO HUMANA MODERNA NO MUNDO



Escravidão moderna atinge 45,8 milhões de pessoas no mundo
Andreia Verdélio
Da Agência Brasil



Segundo o documento, 58% dessas pessoas vivem em apenas cinco países: Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão

Cerca de 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo estão sujeitas a alguma forma de escravidão moderna. A estimativa é do relatório Índice de Escravidão Global 2016, da Fundação Walk Free, divulgado nesta terça-feira (30).
Segundo o documento, 58% dessas pessoas vivem em apenas cinco países: Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão. Já os países com a maior proporção de população em condições de escravidão são a Coreia do Norte, o Uzbequistão, o Camboja e a Índia. De acordo com a Walk Free, o Brasil tem 161,1 mil pessoas submetidas à escravidão moderna - em 2014, eram 155,3 mil.
A escravidão moderna ocorre quando uma pessoa controla a outra, de tal forma que retire dela sua liberdade individual, com a intenção de explorá-la. Entre as formas de escravidão estão o tráfico de pessoas, o trabalho infantil, a exploração sexual, o recrutamento de pessoas para conflitos armados e o trabalho forçado em condições degradantes, com extensas jornadas, sob coerção, violência, ameaça ou dívida fraudulenta.
Embora seja difícil verificar as informações sobre a Coreia do Norte, as evidências são de que os cidadãos são submetidos a sanções de trabalho forçado pelo próprio Estado. No Uzbequistão, apesar de algumas medidas de combate à escravidão na indústria do algodão, o governo ainda força o trabalho na colheita do algodão.
No Camboja, há prevalência de exploração sexual e mendicância forçada e os dados do relatório destacam a existência de escravidão moderna na indústria, agricultura, construção e no trabalho doméstico. Já na Índia, onde 18,3 milhões de pessoas estão em condição de escravidão, apesar dos esforços do governo em lidar com a vulnerabilidade social, as pesquisas apontam que o trabalho doméstico, na construção, agricultura, pesca, trabalhos manuais e indústria do sexo ainda são preocupantes.
No último relatório, de 2014, cerca de 35,8 milhões de pessoas viviam nessa situação.
Escravidão no Brasil e nas Américas
Segundo a Walk Free, o Brasil tem 161,1 mil pessoas submetidas à escravidão moderna - em 2014, eram 155,3 mil. Apesar do aumento, a fundação considera uma prevalência baixa de trabalho escravo no Brasil, com uma incidência em 0,078% da população.
O relatório aponta que a exploração no Brasil geralmente é mais concentrada nas áreas rurais, especialmente em regiões de cerrado e na Amazônia. Em 2015, 936 trabalhadores foram resgatados da condição de escravidão no país, em sua maioria homens entre 15 e 39 anos, com baixo nível de escolaridade e que migraram dentro do país buscando melhores condições de vida.
Nas Américas, pouco mais de 2 milhões de pessoas são vítimas de trabalho escravo, mais identificados na Guatemala, no México, no Chile, na República Dominicana e na Bolívia. Os resultados da Walk Free sugerem que os setores de trabalho manuais, como a construção, os trabalhos em fábricas e domésticos são os que concentram mais escravos modernos nas Américas.
O país com maior número de pessoas submetidas à escravidão é o México, com 376,8 mil. Os governos com melhores respostas no combate a esse crime são os Estados Unidos, a Argentina, o Canadá e o Brasil.
O relatório completo da Walk Free está disponível na internet.
Escravidão moderna
Segundo a Walk Free, a escravidão moderna é um crime oculto que afeta todos os países e tem impacto na vida das pessoas que consomem produtos feitos a partir do trabalho escravo. Por isso, é preciso o envolvimento dos governos, da sociedade civil, do setor privado e da comunidade para proteção da população vulnerável.
Segundo a fundação, quase todos os países se comprometeram a erradicar a escravidão moderna por meio de suas legislações e políticas. Os governos que mais respondem no combate ao trabalho forçado são aqueles com Produto Interno Bruto (PIB) mais elevado como a Holanda, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Suécia e a Austrália. As Filipinas, a Geórgia, o Brasil, a Jamaica e a Albânia estão fazendo grandes esforços, apesar de ter relativamente menos recursos do que países mais ricos, segundo a Walk Free.
No prefácio do relatório ao qual a reportagem da Agência Brasil teve acesso, o fundador e presidente da Walk Free, Andrew Forresto, diz que o Brasil foi um dos países pioneiros na divulgação de uma lista de empresas nacionais multadas na Justiça pela utilização de trabalho forçado. Uma liminar impedia a publicação da chamada Lista Suja do Trabalho Escravo desde dezembro de 2014. Na semana passada, entretanto, o Supremo liberou a divulgação dos nomes das empresas autuadas.
Os governos que menos fazem para conter a escravidão moderna, segundo o relatório, são a Coreia do Norte, o Irã, a Eritreia, a Guiné Equatorial e Hong Kong.
Na avaliação da entidade, levando-se em conta o Produto Interno Bruto (PIB) e a riqueza relativa do país, Hong Kong, Catar, Singapura, Arábia Saudita e Bahrein poderiam fazer mais para resolver problemas de escravidão moderna dentro de suas fronteiras.
Segundo a Walk Free, muitos países, incluindo as nações mais ricas, continuam resgatando vítimas, enquanto muitos não conseguem garantir proteções significativas para os trabalhadores mais vulneráveis.
A pobreza e a falta de oportunidades são fatores determinantes para o aumento da vulnerabilidade à escravidão moderna. Os estudos também apontam para desigualdades sociais e estruturais mais profundas para que a exploração persista - a xenofobia, o patriarcado, as classes e castas, e as normas de gênero discriminatórias.

TO BE OR NOT TO BE



Amadurecer ou apodrecer

Vinicios Mota  



Nações maduras arbitram o entrechoque social nos orçamentos públicos. Países que apodrecem na infância dos povos o fazem com inflação, pedaladas, dívida descontrolada, confiscos e guerra civil. Acabou a procrastinação: o Brasil terá nos próximos anos de optar entre amadurecer ou apodrecer.
Na fase imberbe de nossa democracia de massas, estimulou-se a ideia de que não havia limite para financiar direitos. O atendimento ao anseio coletivo de produzir bem-estar social contornou a difícil tarefa de impor derrotas ao anacronismo, ao privilégio e à ineficiência.
Adotou-se a via clientelista: quer um direito? Então reserve uma fatia eterna da verba pública na Constituição. Se a soma de tudo ultrapassar a capacidade do Tesouro, aumentam-se os impostos e toma-se mais dinheiro emprestado, a juros de esfolar as gerações seguintes.
Na fase madura, uma democracia começa pelo começo: que projetos são os mais importantes, ao longo dos próximos anos, para fazer avançar o direito à educação? Como vamos acompanhar a sua execução? Quanto eles vão nos custar? De onde vamos tirar os recursos, dados os limites físicos do dinheiro disponível e os outros pleitos ao erário?
De que adianta ter como meta gastar 10% do PIB no ensino público? O Brasil despende hoje nesse setor, como proporção da sua renda, tanto quanto nações ricas, mas a elevação do desembolso não resultou na melhoria esperada da qualidade. Quem não tem limites para expandir o gasto não tem estímulo para aumentar a eficiência no uso do dinheiro.
Na terra do nunca dos povos imaturos, não se discute o melhor balanço entre financiar os idosos, de um lado, ou as crianças, que pagarão a conta das aposentadorias nos próximos 50 anos, do outro. Não se debate se faz sentido sustentar tantas faculdades estatais gratuitas para a elite, enquanto 90% da população recebe uma péssima educação básica.

NEM E-BOOK E NEM E-READERS



Maioria dos brasileiros não conhece e-books

Estadão Conteúdo 



A mais recente edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada na quarta-feira (18) mostrou que apenas 4% das pessoas que já leram um livro digital o fizeram num aparelho dedicado a isso, os chamados e-readers. A maioria dos consumidores de livro digital usa para ler em celulares ou smartphones (56%), computador (49%) ou tablet (18%). Outro dado que chamou atenção na "seção digital" da pesquisa é que 59% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar em e-book - 7% se mostraram interessados em conhecer a tecnologia.

"O primeiro dado não surpreende, o Brasil é país do tablet e do smartphone", diz Carlo Carrenho, especialista em mercado editorial, do Publishnews. O diretor da distribuidora digital Bookwire Brasil, Marcelo Gioia, por outro lado, acredita que o número é muito baixo. "Alguma coisa não bate", diz. "Uma coisa é ter um e-reader, outra é ler com ele", compara. Gioia faz outra ressalva: "É uma pesquisa de comportamento, não mercadológica. Algumas questões ficaram nebulosas e confusas".

Uma delas, por exemplo, diz respeito à forma como os leitores de livros digitais tiveram acesso ao e-book. 88% dos entrevistados dizem ter "baixado gratuitamente da internet", e só 15% "pagaram pelo download". Mas a apresentação não deixa claro quando uma pessoa já fez as duas coisas, por exemplo.

O aumento do número de pessoas que já ouviram falar em e-book era esperado: em 2011, eram 30%; em 2015, 41%. Porém, a maioria ainda não ouviu falar na tecnologia. "Considerando o Brasil, acho que é um número alto, mas seria legal ter um detalhamento melhor sobre a distribuição regional desse dado", diz Carrenho.

Outro fator relacionado ao digital que aparece na pesquisa é o local de leitura. Trabalho e meios de transporte são os lugares em que o digital tem mais participação (14 e 15%), em contraste com casa (6%), sala de aula (3%) e bibliotecas (2%). "Mas o digital aparece em todas as áreas, vejo isso com otimismo", analisa Carrenho. "O potencial é maior do que as vendas, desafio do mercado é buscar como equilibrar isso."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A OLIMPÍADA ESTÁ COM ZIKA



Com medidas preventivas, dirigentes minimizam risco de zika na Olimpíada do Rio

Estadão Conteúdo 



As autoridades brasileiras tentam dar resposta rápida à comunidade olímpica internacional para minimizar o desgaste de imagem causado pela carta enviada à Organização Mundial da Saúde (OMS) por 150 cientistas solicitando que a Olimpíada do Rio seja adiada por causa do vírus zika. Nesta semana, o Comitê Organizador dos Jogos vai dar garantias ao Comitê Olímpico Internacional (COI) de que todas as instalações esportivas serão alvos de inspeções e limpezas diárias, em num esforço para tentar reduzir ao mínimo a possibilidade da transmissão do zika.

Em Lausanne, o presidente do Comitê, Carlos Arthur Nuzman, estará reunido com a cúpula do COI para debater os últimos detalhes para o evento. "Nossa missão é proteger atletas e turistas. Isso vai ser feito com informação sobre como evitar da melhor forma a picada do mosquito, além de inspeções diárias a cada uma das instalações e uma limpeza nas áreas todos os dias", informou o Comitê.

Segundo os organizadores, cada uma das instalações contará com um grupo específico de pessoas para cuidar da questão de saúde. Nesta semana, os brasileiros estarão com representantes dos maiores patrocinadores do COI - entre eles o McDonald’s, Coca-Cola e Omega - para explicar o que está sendo feito para minimizar os riscos.

Para João Grangeiro, diretor de Serviços Médicos do Comitê Rio-2016, a ação dos especialistas foi um ato de "irresponsabilidade". "A gente estranha muito esse anúncio feito por 150 cientistas, em uma hora crítica e delicada como essa, e que eles sequer tenham feito uma consulta à Fundação Oswaldo Cruz, um instituto que estuda as doenças tropicais há vários anos no País", reclamou.

Grangeiro afirma que o Comitê Rio-2016 está "absolutamente alinhado" com a OMS e com o COI. Além disso, prevê uma queda da proliferação do mosquito Aedes aegypti nos próximos meses. "A OMS tem indicadores muito claros e bem definidos das autoridades públicas de saúde do Brasil dizendo que todos os casos de infestação por Aedes, não só zika, mas chikungunya e dengue, estão caindo drasticamente na cidade do Rio de Janeiro. A expectativa é que já no mês de junho tenhamos números baixíssimos de infestação pelo mosquito", disse.

O Ministério da Saúde argumenta que a incidência de zika no período dos Jogos é muito menor em relação a outros meses do ano, por causa da mudança de clima, quando o tempo fica mais frio e seco. "Respeitamos a opinião de alguns autores, mas discordamos das argumentações. A sazonalidade da doença começa de dezembro, tem pico em fevereiro e março, depois cai em junho. Nos meses da Olimpíada e da Paralimpíada, a incidência é bem menor", disse Wanderson Oliveira, coordenador-geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública (CGVR).

Os dados históricos mostram que realmente a presença do mosquito diminui consideravelmente nos meses de agosto e setembro. Além disso, Oliveira entende que, por causa das ações de combate e prevenção que estão sendo feitas, o padrão também será alterado. "Semana passada estava em Genebra, na Assembleia Mundial da Saúde, diante de várias delegações, e todos se sentiram muito confortáveis com as informações que demos".

Apesar de o jogador espanhol de basquete Pau Gasol ter dito ontem em entrevista que considera não vir aos Jogos por temor de contágio, as autoridades brasileiras dizem que as delegações estrangeiras não cogitam boicotar a competição. Para orientar os viajantes, o Ministério do Turismo criou um canal de comunicação para repassar as informações a mais de 56 mil estabelecimentos e possui uma cartilha eletrônica em vários idiomas, produzida e atualizada pelo Ministério da Saúde.

MULTAS DA LAVA JATO VÃO PARAR NO STF

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