domingo, 31 de dezembro de 2023

GOVERNO LULA ENCERRA O ANO DE 2023 COM PROBLEMAS NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA NA ÁREA DE SEGURANÇA

História por RAQUEL LOPES E JOÃO PEDRO PITOMBO  • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF, E SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Em um ano marcado por episódios de violência e casos de letalidade policial, a gestão do governo Lula (PT) na segurança pública teve enfrentamento a crises, ações desarticuladas e promessas não cumpridas.

A cúpula do governo exalta os investimentos em equipamentos, as apreensões de drogas e de bens de narcotraficantes e projeta uma queda de 6% nas mortes violentas intencionais em 2023. Especialistas, contudo, veem uma gestão mal resolvida e com soluções paliativas.

Na última quarta-feira (27), o Ministério da Justiça lançou os dados nacionais de segurança pública, plataforma que reúne índices de criminalidade repassados pelos estados e que a pasta promete atualizar a cada 30 dias.

O número de mortes violentas no Brasil nos dez primeiros meses de 2023 teve uma queda de 2,2%, segundo o levantamento. Entre janeiro e outubro deste ano, 71.078 pessoas morreram por causas como feminicídio, homicídio doloso, morte por intervenção policial, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, mortes no trânsito e suicídios.

Comandada pelo ministro Flávio Dino, a pasta da Justiça e Segurança Pública é apontada como complexa e com potencial para gerar crises. A partir de janeiro, terá novo titular com a saída de Dino, que vai tomar posse como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ao longo deste ano, o governo se equilibrou em uma corda bamba na segurança que incluiu a defesa dos direitos humanos, acenos aos policiais militares e declarações sobre o enfrentamento ao crime organizado apontadas como desastradas e de viés bolsonarista.

A atuação na área foi alvo de conservadores, que reclamaram de leniência do governo, e também de progressistas, que viram prioridade na lógica de guerra às drogas

Pesquisa Datafolha publicada em 7 de dezembro apontou a segurança como o segundo tema de maior preocupação dos brasileiros. No mesmo levantamento, 50% dos eleitores avaliaram a gestão Lula nesse campo como ruim e péssima, ante 29% de regular e 20% de ótima ou boa.

A preocupação coincidiu com crises na segurança pública na Bahia e no Rio de Janeiro, onde houve acirramento das disputas entre grupos criminosos, e com os episódios de letalidade policial em São Paulo.

No Brasil, a segurança pública é atribuição compartilhada entre os entes federados, principalmente entre a União –que tem sob o seu guarda-chuva as Forças Armadas e a Polícia Federal– e os estados e o Distrito Federal, que têm o controle sobre as respectivas Polícias Militares e Polícias Civis.

A Bahia, governada há 17 anos pelo PT, é apontada por adversários e até aliados como uma espécie de “teto de vidro” na área. Em seu primeiro ano de gestão, o governador petista Jerônimo Rodrigues teve que lidar com disputas entre facções criminosas, conflitos fundiários, chacinas e mortes em série que resultaram de ações policiais.

O cenário adverso vem de anos anteriores. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a Bahia é, desde 2019, o estado brasileiro com maior número absoluto de mortes violentas intencionais. Também teve maior taxa de letalidade policial do país em 2022, quando era governada pelo hoje ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Ao longo do ano, o governo federal lançou inúmeros programas de enfrentamento à violência, mas especialistas apontam para uma dispersão de ações e a falta de uma visão sistemática sobre o papel do governo federal.

O carro-chefe do governo na área é o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), cuja retomada foi um pedido de Lula. Mas diversos outros programas foram sendo lançados ao longo do ano, sobretudo diante do aparecimento de crises.

Dentre eles estão o Pas (Plano de Ação na Segurança), que contempla o Pronasci, Amas (Programa Amazônia: Segurança e Soberania) e o Enfoc (Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas), iniciativa que tem como um dos objetivos promover integração institucional e de redes de informação.

Este último foi lançado no auge da crise na Bahia e no Rio de Janeiro, com estimativa R$ 900 milhões de investimento até 2026. O plano de ação, prometido para 60 dias após o lançamento, ainda não foi apresentado.

“Alguns diziam que era folha de papel, sopa de letrinhas, que era um improviso. Os dados mostram que tudo isso era falso, o programa existe e está em plena implementação. É o programa que determina a prioridade em portos, aeroportos, fronteiras, logísticas e lavagem de dinheiro”, disse Dino, em entrevista à imprensa em 21 de dezembro.

Em setembro, especialistas já avaliavam que as medidas adotadas pela pasta tendem a ser mais paliativas do que estratégias efetivas para diminuir os índices de criminalidade. Tais iniciativas abrangem ações emergenciais para situações críticas, como os eventos do 8 de janeiro, ataques a instituições de ensino e atividades de garimpo ilegal na Amazônia, além de operações colaborativas com estados e municípios.

Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que o governo Lula continua sem conseguir dar uma resposta e tem apresentado soluções pontuais para amortecer os problemas. Na sua visão, resolver de forma definitiva exige uma agenda complexa em termos políticos.

“Quando se tem muitas ações, na prática, por melhores que sejam as intenções, não tem nenhuma. A política de segurança do governo Lula se confunde com Flávio Dino, era uma ação focada na pessoa do ministro, na sua capacidade de articulação e indução. O ministro Flávio Dino é a política de segurança e por isso vai ser difícil substituí-lo”, diz.

Ele ainda questiona a eficácia e legado de ações como o decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em portos e aeroportos, lançado como resposta à crise de segurança no Rio: “Uma coisa é fazer operação, a outra é como se estrutura uma política de segurança pública”.

Membros do Ministério da Justiça destacam a implantação da Susp (Sistema Único de Segurança Pública), cuja legislação foi aprovada em 2018. O governo se empenha em evidenciar que o programa está em pleno funcionamento, destacando os esforços contínuos de colaboração com estados e municípios.

Especialista em segurança pública, Luís Flávio Sapori afirma que o Susp ainda não foi colocado em prática da forma que a lei estabelece –uma nova estrutura de gestão, na qual o plano de ação deve ser elaborado em colaboração com os estados e municípios.

Outro projeto do Ministério da Justiça, o Celular Seguro, aplicativo que desabilita telefones furtados, recebeu elogios inclusive da oposição.

O governo Lula também deixará pendentes algumas promessas, como o programa de Recompra, que visa incentivar a população a devolver armas em troca de compensações financeiras. Dino disse em entrevista que o governo não conseguiu reestruturar a iniciativa, mas que ela está previsto.

Como a Folha mostrou, o governo ainda adiou o lançamento do Banco Nacional de Desaparecidos, previsto na Lei da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas.

Dino também encerra sua gestão na pasta sem que o caso da vereadora Marielle Franco tenha sido resolvido. Entretanto, em suas considerações finais à frente do Ministério da Justiça, ele enfatizou que o compromisso persiste, embora não tenha estabelecido um prazo para a conclusão das investigações.

Procurado, o Ministério da Justiça disse que vem atuando “de forma consistente a médio e longo prazo, como, por exemplo, a partir da estruturação de programas para combater as grandes organizações criminosas e proteger a Amazônia”. Segundo a pasta, foram investidos em 2023 mais de R$ 18 bilhões em segurança pública.

“Cabe ressaltar que a atual gestão do MJSP [Ministério da Justiça] iniciou sua atuação após uma forte política armamentista irresponsável desenvolvida nos quatro anos anteriores. Essa realidade, que levou armas às mãos de criminosos, começou a ser modificada”, disse a pasta.

O ministério também afirmou que todas as ações lançadas foram planejadas, com medidas de curto, médio e longo prazo.

A pasta comandada por Dino também alegou que o Susp “recebeu atenção adequada somente este ano”.

 

PRESIDENTE AMERICANO SUGERE ENTRAR NA GUERRA UCRÂNIA E RÚSSIA

 

História por PODER360  

Biden sugere que EUA podem intervir diretamente na Ucrânia© Fornecido por Poder360

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na 6ª feira (29.dez.2023) que o país pode participar ativamente da guerra entre a Rússia e a Ucrânia caso Vladimir Putin siga com ataques de larga escala contra a nação vizinha.

“Quando se permite que ditadores e autocratas atuem na Europa ignorando as regras, aumenta o risco de os Estados Unidos serem atraídos diretamente [no conflito], escreveu Biden. Segundo o norte-americano, a ofensiva russa realizada na 6ª feira (29.dez) foi “o maior ataque aéreo desde o início da guerra”.

De acordo com autoridades ucranianas, ao menos 30 pessoas morreram e pelo menos outras 150 ficaram feridas depois que a Rússia lançou cerca de 158 mísseis e drones contra a capital Kiev, Odessa, Kharkiv, Dnipro, Lviv e Zaporizhzhia. “A Rússia nos atingiu com quase tudo que tem em seu arsenal”disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A ofensiva atingiu uma maternidade, centros comerciais e áreas residenciais na Ucrânia. “É um duro lembrete ao mundo de que, depois de quase 2 anos desta guerra devastadora, o objetivo de Putin permanece inalterado. Ele procura destruir a Ucrânia e subjugar o seu povo. Ele deve ser parado”, declarou Biden.

O norte-americano também sinalizou que, a menos que o Congresso tome “medidas urgentes” em 2024, o país não conseguirá manter o envio de equipamentos militares à Ucrânia. “O Congresso deve se prontificar e agir sem mais demora”, afirmou o presidente. “Não podemos decepcionar a Ucrânia. A história julgará severamente aqueles que não responderem ao chamado da liberdade”, disse.

O Congresso dos EUA travou a aprovação de um pacote de US$ 61 bilhões em assistência à Ucrânia. Antes de liberar a verba, congressistas querem que o presidente Biden autorize o aumento de recursos para o combate à entrada de imigrantes pela fronteira com o México. Desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o governo dos EUA já enviou mais de US$ 75 milhões a Kiev, incluindo apoio humanitário, financeiro e militar.

O Pentágono tem atualmente US$ 4,4 bilhões disponíveis para fornecer armas diretamente a Kiev a partir do estoque do Departamento de Defesa norte-americano, segundo o porta-voz Garron Garn. No entanto, a transferência dessas armas está limitada pela necessidade de financiamento para repor os estoques nacionais, que estão quase esgotados.

O Orçamento de Segurança de Emergência proposto por Biden, em discussão no Capitólio, é de US$ 111 bilhões. Esse suplemento contemplaria mais de US$ 60 bilhões em ajuda para a Ucrânia, mais de US$ 14 bilhões para Israel, além de financiamento para Taiwan.

COMO TAIWAN TORNOU-SE UMA POTÊNCIA MUNDIAL EM MICROCHIPS

História por Rupert Wingfield-Hayes – BBC News, Taiwan  • BBC News Brasil

Os microchips foram os responsáveis pela incrível ascensão econômica de Taiwan© Getty

Quando Shih Chin-tay embarcou, aos 23 anos, em um avião para os Estados Unidos no verão de 1969, ele voou para um mundo diferente daquele que conhecia.

Criado em uma vila de pescadores cercada por canaviais, ele tinha feito faculdade em Taipei, capital de Taiwan, até então uma cidade de ruas empoeiradas e prédios de apartamentos cinzas onde as pessoas raramente possuíam carros.

Shih dirigia-se à Universidade de Princeton. Os EUA tinham acabado de enviar um homem à Lua e de lançar o Boeing 747. A economia americana era maior do que as da União Soviética, Japão, Alemanha e França juntas.

“Quando pousei, fiquei chocado”, disse Shih, hoje com 77 anos. “Eu disse a mim mesmo: ‘Taiwan é tão pobre que preciso fazer algo para tentar ajudar a melhorar a situação’.”

E conseguiu. Shih e um grupo de jovens e ambiciosos engenheiros transformaram a ilha que exportava açúcar e camisetas em uma potência eletrônica.

Taipei hoje é rica e moderna. Os trens de alta velocidade percorrem a costa oeste da ilha a 350 km/h. Taipei 101, um dos edifícios mais altos do mundo, ergue-se sobre a cidade, um emblema da prosperidade local.

Muito disso se deve a um aparelho tão pequeno quanto uma unha. O semicondutor de silício fino, hoje conhecido como chip, está no centro de todas as tecnologias que usamos, de iPhones a aviões.

Taiwan fabrica atualmente mais da metade dos chips que alimentam nossas vidas, e a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a maior fabricante, é a nona empresa mais valiosa do mundo.

Taiwan virou quase insubstituível, mas também vulnerável. A China, temendo ficar sem os chips mais avançados, está gastando bilhões para roubar o posto de Taiwan. E poderia até tomar a ilha, como tem ameaçado fazer.

Mas o caminho de Taiwan para o estrelato não será fácil de reproduzir: a ilha possui uma receita secreta, aperfeiçoada durante décadas de trabalho minucioso de seus engenheiros. Além disso, a manufatura depende de uma teia de laços econômicos que a crescente rivalidade entre os Estados Unidos e a China ameaça desfazer.

Em busca de uma indústria nacional

Quando Shih chegou a Princeton, “a América estava apenas começando a revolução dos semicondutores”, diz ele.

Fazia apenas uma década que Robert Noyce tinha criado o “circuito integrado monolítico”, reunindo componentes eletrônicos em uma única placa de silício, uma das primeiras versões do microchip que iniciou a revolução dos computadores pessoais.

Shih Chin-tay liderou a entrada de Taiwan na fabricação de microchips na década de 1970© BBC

Nos dois anos após a formatura, Shih projetou chips de memória na Burroughs Corporation, segunda na fabricação de computadores, atrás apenas da IBM.

Na época, Taiwan buscava uma nova indústria nacional após a crise do petróleo atingir suas exportações. O silício parecia uma possibilidade, e Shih achou que poderia ajudar: “Pensei que era hora de ir para casa”.

No final da década de 1970, ele se juntou aos melhores e mais brilhantes engenheiros eletrônicos de Taiwan em um novo laboratório de pesquisa: o Instituto de Pesquisa de Tecnologia Industrial, que viria a desempenhar um papel enorme na reformulação da economia da ilha.

O trabalho começou em Hsinchu, uma pequena cidade ao sul de Taipei, hoje o centro mundial de eletrônicos, dominado pelas enormes fábricas da TSMC.

Essas fábricas de chips, cada uma do tamanho de vários campos de futebol, estão entre os lugares mais limpos do planeta. Os detalhes mais finos da fabricação são um segredo bem guardado, e não é permitido a entrada de câmeras.

A mais nova fábrica, a “Fab 18”, construída no sul de Taiwan a um custo de quase US$ 20 bilhões, começará em breve a produzir chips de três nanômetros destinados à próxima geração de iPhones.

Tudo isso vai muito além do que Shih e seus colegas imaginaram quando abriram uma fábrica experimental na década de 1970. Eles estavam esperançosos porque tinham autorização para produzir a tecnologia de um grande fabricante de eletrônicos dos EUA. Mas, para surpresa de todos, a fábrica local superou a empresa-mãe.

É difícil explicar o motivo, até hoje. E a fórmula precisa para o sucesso de Taiwan segue desconhecida.

A lembrança de Shih é mais prosaica: “A produção era melhor do que a planta original da RCA, com custos mais baixos. Isso deu ao governo confiança de que talvez pudéssemos fazer algo de verdade.”

O governo taiwanês forneceu o capital inicial, primeiro para a United Micro-Electronics Corporation e, depois, em 1987, para o que se tornaria a maior fábrica de chips do mundo, a TSMC.

Para dirigi-la, eles recrutaram Morris Chang, um engenheiro sino-americano e ex-executivo da gigante de eletrônicos Texas Instruments. Foi um golpe de sorte, de genialidade ou de ambas as coisas: o homem, hoje com 93 anos, é conhecido como o pai da indústria de semicondutores de Taiwan.

Naquela época, Chang rapidamente percebeu que enfrentar gigantes americanos e japoneses em seu próprio jogo era uma aposta perdida. Em vez disso, a TSMC só fabricaria chips para outros e não projetaria seus próprios equipamentos de informática.

Esse modelo, inédito em 1987, mudou o cenário da indústria e abriu caminho para que Taiwan se tornasse líder de um movimento.

E o momento não poderia ter sido melhor. A nova geração de startups do Vale do Silício — incluindo Apple, Qualcomm e Nvidia — não tinha fundos para construir fábricas próprias.

Ao mesmo tempo, tinha dificuldade de encontrar fabricantes de chips, sem os quais não poderia funcionar.

“Eles deveriam ter ido às grandes empresas de semicondutores e perguntado se tinham alguma capacidade de produção ociosa que pudessem utilizar”, diz Shih. “Mas foi aí que a TSMC apareceu.”

E as empresas “sem fábrica” da Califórnia puderam fazer parcerias com fabricantes de chips taiwaneses, que não tinham interesse em roubar seus projetos ou competir com eles.

“A regra número um na TSMC é não competir com seus clientes”, diz Shih.

A receita secreta

O mundo produz mais de um bilhão de chips por ano. Um carro moderno tem entre 1,5 mil e 3 mil chips. O iPhone 12 tem cerca de 1,4 mil semicondutores.

Um déficit em 2022, impulsionado pelo aumento da demanda por eletrônicos durante a pandemia, afetou tanto as vendas de máquinas de lavar roupa quanto as da gigante de automóveis BMW.

O extraordinário sucesso de Taiwan (a ilha transporta mais da metade desses bilhões de chips, e quase todos os mais avançados) foi alimentado por seu domínio de volume. Em outras palavras, a manufatura taiwanesa é incrivelmente eficiente.

A fabricação de chips de silício é cara e trabalhosa. Começa com um grande lingote de silício ultra-puro a partir de um único cristal. Cada lingote pode levar vários dias para crescer e pode pesar até 100kg.

Morris Chang criou o modelo que Taiwan utiliza hoje e que transformou o país numa fábrica mundial de microchips© Getty

Depois de cortar o bloco em folhas finas com um cortador de diamantes, uma máquina usa luz para gravar circuitos minúsculos em cada placa. Uma única folha pode conter centenas de microprocessadores e bilhões de circuitos.

O que importa, em última análise, é o desempenho, ou seja, a área de cada placa que pode ser usada como chip.

Na década de 1970, as empresas americanas tinham retornos tão baixos quanto 10%, na melhor das hipóteses chegando a 50%. Na década de 1980, os japoneses tinham uma média de 60%. A TSMC superou todos eles com um rendimento em torno de 80% da placa.

Ao longo do tempo, os fabricantes taiwaneses conseguiram espremer cada vez mais circuitos em espaços incrivelmente pequenos. Usando as mais recentes máquinas de litografia de luz ultravioleta extrema, a TSMC pode gravar 100 bilhões de circuitos em um único microprocessador, ou mais de 100 milhões de circuitos por milímetro quadrado.

Mas por que as empresas taiwanesas são tão boas nisso? Ninguém parece saber ao certo.

Para Shih, a resposta é simples: “Tínhamos instalações totalmente novas, com os equipamentos mais modernos. Contratamos os melhores engenheiros. Mesmo os operadores de máquinas eram altamente qualificados. E não apenas importamos tecnologia, mas absorvemos lições de nossos professores americanos e aplicamos melhorias contínuas.”

Um jovem que passou vários anos trabalhando em uma das maiores empresas de eletrônicos de Taiwan concorda: “Acho que as empresas de Taiwan são ruins em fazer grandes avanços em tecnologia, mas são muito boas em pegar a ideia de outra pessoa e melhorá-la. Isso pode ser feito por tentativa e erro, modificando continuamente pequenos detalhes.”

Isso é importante porque, em uma fábrica de semicondutores, as máquinas precisam ser constantemente calibradas. Fazer microchips é engenharia. Mas também é mais do que isso. Alguns compararam o processo à culinária, como um jantar gourmet. Se você der a dois chefs a mesma receita e os mesmos ingredientes, o melhor cozinheiro preparará o melhor prato.

Em outras palavras, Taiwan tem uma receita secreta.

Onde tudo começou: sede da TSMC no Hsinchu Science Park© Getty

Mas o jovem, que não quis revelar seu nome ou o nome da empresa, diz que as empresas taiwanesas têm outra vantagem:

“Em comparação com os engenheiros de software nos EUA, mesmo nas melhores empresas, os engenheiros aqui são muito mal pagos”, disse ele.

“Mas, em comparação com outras indústrias de Taiwan, o salário é bom. Então, se você trabalha para uma grande empresa de eletrônicos, após alguns anos você consegue pegar um financiamento, comprar um carro ou se casar. E assim as pessoas aguentam.”

De acordo com o engenheiro, todos os seis dias de sua semana de trabalho começavam com uma reunião às 07h30 e normalmente duravam até as 19h. Também ligavam para ele aos domingos e feriados, caso houvesse qualquer problema na fábrica.

“Se as pessoas não estivessem dispostas a fazer o trabalho, a empresa estaria acabada. Essas empresas têm sucesso porque as pessoas estão dispostas a aguentar as dificuldades.”

O escudo de silício

Em dezembro de 2022, a TSMC inaugurou uma fábrica de US$ 40 bilhões no estado americano do Arizona. A notícia foi comemorada pelo presidente Joe Biden como um sinal de que a manufatura de alta tecnologia estava retornando ao solo americano.

Desde então, as manchetes têm sido um pouco menos positivas.

“Eles não nos ouviram: por dentro da conturbada fábrica de chips do Arizona”, diz uma. Outra observou que “a TSMC está lutando para recrutar trabalhadores em meio resistência dos sindicatos”.

E a produção de chips, que era esperada para começar no ano que vem, foi adiada para 2025.

Chang, ex-presidente da TSMC, mostrou-se profundamente cético desde o início do projeto. No ano passado, ele descreveu a expansão da produção de chips para os EUA como um “exercício inútil, caro e perdulário”, porque fabricar chips no país seria 50% mais caro do que em Taiwan.

Mas a destreza de Taiwan para fabricar chips colocou-a no centro da guerra tecnológica entre EUA e China.

Washington quer impedir Taiwan de fornecer à China os chips mais avançados, temendo que Pequim possa usá-los para acelerar programas de armas e avançar na inteligência artificial.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, que estrangulou o fornecimento de gás para a Europa, os políticos americanos estão nervosos a respeito de Taiwan. Eles temem que a enorme concentração da produção de chips de ponta na ilha torne a economia dos EUA refém de uma hipotética invasão chinesa.

Mas as empresas taiwanesas veem pouca vantagem econômica em transferir a produção para fora da ilha. Fazem-no com relutância e sob pressão política.

O povo taiwanês se incomoda com a ideia de que tenha que se sentir culpado pelo próprio sucesso e que Taiwan tenha que enfraquecer voluntariamente o que muitos consideram seu “escudo de silício”, enquanto o resto do mundo questiona se vale a pena proteger a ilha e sociedade democrática local da agressão chinesa.

A torre Taipei 101 na moderna capital taiwanesa© Getty

Shih diz que aqueles que buscam reestruturar à força a produção global de chips fazem uma interpretação errada do sucesso do projeto.

“Se olharmos para a história dos semicondutores, nenhum país domina essa indústria”, diz ele. “Taiwan pode dominar o setor manufatureiro, mas há uma cadeia de suprimentos muito grande e a inovação em todas as partes dela contribui para o crescimento da indústria.”

Grande parte do silício bruto do mundo vem da China, ainda que a maior parte vá para a indústria solar. Alemanha e Japão dominam os produtos químicos necessários para processar as placas.

Carl Zeiss, uma empresa alemã de optoeletrônica, mais conhecida por fabricar óculos e lentes para câmeras, produz os dispositivos ópticos usados em máquinas de litografia fabricadas por uma empresa holandesa líder, a ASML.

O processo de fabricação trabalhoso é baseado em projetos originários de empresas americanas ou da Arm, com sede no Reino Unido.

Shih duvida que Pequim seja capaz de recriar essa cadeia de suprimentos — de materiais a design e produção de ponta — dentro da China.

“Se quiserem criar um modelo diferente, desejo-lhes sorte”, diz, encolhendo os ombros. “Porque se você quer realmente inovar, você precisa trabalhar em conjunto com todo o mundo. Não se trata apenas de uma empresa ou de um país.”

Ele tem as mesmas dúvidas sobre a exclusão da China, como os Estados Unidos vêm fazendo.

“Acho que é provavelmente um grande erro”, diz ele. “Quando olho para trás, sinto-me afortunado por ter testemunhado o extraordinário crescimento da economia de Taiwan e deste longo período de paz. Agora vejo conflitos em outras partes do mundo e me preocupa que isso possa chegar à Ásia”, diz.

“Espero que as pessoas apreciem o valioso esforço que fizemos e não o destruam.”

 

COMO SERÁ O MUNDO DAQUI HÁ QUATRO ANOS. iMAGINE EM 40 ANOS?

 

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

10/10/2007 – CAMPO MOURÃO – PARANÁ – EXPEDIÇÃO CAMINHOS DO CAMPO – ÚLTIMA SEMANA DA PRIMEIRA ETAPA DA EXPEDIÇÃO CAMINHOS DO CAMPO NA REGIÃO NOROENSTE E REGIÃO CENTRAL DO PARANÁ – PLATIO ESTÁ ATRASADO DEVIDO A FALTA DE CHUVAS NA REGIÃO – NA FOTO ÁREA DE RESERVA LEGAL – FOTO ALBARI ROSA / GAZETA DO POVO

Em quatro anos o mundo foi surpreendido por uma pandemia, por duas guerras de impacto global e por uma irrupção disruptiva da Inteligência Artificial. Se é difícil prever como será o mundo em quatro anos, imagine em 40 anos? No entanto, há duas megatendências inexoráveis: o planeta está esquentando e os humanos vivem mais e têm menos filhos. A consequência é uma humanidade envelhecida, que luta para substituir sua energia fóssil por energias verdes.

O impacto destas transformações foi sopesado na mais recente projeção de cenários de longo prazo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um fórum das democracias ricas.

O cenário-base projeta a continuação da rota atual, sem maiores mudanças políticas e institucionais: mais do mesmo. Neste caso, para as nações da OCDE e do Grupo dos 20 (G-20) combinadas (ou 83% do PIB global), o declínio no crescimento da força de trabalho e da produtividade desacelerará o crescimento econômico, dos atuais 3% ao ano para 1,7% em 2060. Na maior parte das economias emergentes do G-20, o crescimento do PIB per capita será mais lento. Há exceções, como Brasil, Argentina e África do Sul, só porque seu desempenho atual é tão medíocre que é difícil piorar. Mas os padrões de vida destes países se aproximarão pouco do padrão de vida dos países desenvolvidos, menos que os da China, da Índia ou da Indonésia.

Até 2060, a pressão fiscal deve crescer no mundo cerca de 6 pontos porcentuais do PIB. Essa seria a quantia que um país médio precisaria aumentar em impostos para conter a escalada do endividamento público.

Se o envelhecimento populacional já é deprimente, as más notícias não param aí. O cenário-base não contabiliza a transição energética. Pela primeira vez, a OCDE estimou os custos dessa transição. Nesse cenário, todos os países acelerariam a descarbonização, eliminando o carvão e reduzindo o petróleo e o gás a 15% da matriz energética em 2050. A boa notícia é que isso alcançaria a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C. A má notícia são os estragos sociais: mais fome, mortes e, consequentemente, violência.

De acordo com a OCDE, os custos cumulativos da mitigação consumiriam 8% do PIB global até 2050. Porém as perdas são desiguais. Os países ricos ficarão 3,7% menos ricos e os países pobres ficarão 11% mais pobres. O mundo já será mais velho; a transição energética o tornará mais pobre e desigual.

Não são tendências imutáveis. Projeções não são futurologia nem precisam ser um destino, se tomadas como uma advertência e um convite à ação política e à criatividade.

Inovações tecnológicas, seja na biotecnologia, seja na Inteligência Artificial ou na automação industrial, podem impulsionar a produtividade. Reformas que melhorem a eficiência dos sistemas de saúde e de previdência podem aliviar pressões fiscais. Para as economias emergentes do Brics, a OCDE projeta que melhorias na governança, no desempenho educacional e na abertura comercial têm o potencial de elevar seu padrão de vida de 30% a 50% em relação ao cenário-base.

A taxação do carbono pode gerar receitas adicionais, que podem ser empregadas para aliviar a carga tributária sobre o trabalho. Parte dessas receitas deveria ser investida em pesquisa e desenvolvimento de energias tão baratas e eficientes quanto as fósseis.

Por ora, é preciso lidar com a realidade como ela é. Com as tecnologias atuais, a aceleração da descarbonização impõe um peso ao bem-estar social e, inversamente, a elevação do bem-estar social impõe um freio à descarbonização.

O mundo precisa se empenhar em cálculos de custo-benefício para fazer escolhas racionais entre a preservação ambiental e o progresso social. E os países pobres precisam negociar com os países ricos transferências de recursos e/ou prazos dilatados para uma transição energética socialmente sustentável.

EXPLORADORES INGLESES SELARAM O DESTINO DE ESSEQUIBO NA GUIANA

 

História por Edison Veiga – De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil  

Mapa de 1599 que teria sido feito a partir das informações da expedição de Raleigh© Domínio Público

Uma terra banhada pelo mais puro ouro. A cidade do ouro, Eldorado. Durante séculos, exploradores europeus imaginavam que um dia encontrariam esse paraíso de riquezas. Buscaram-no em terras longínquas na África, na Ásia. Vislumbraram-na em algum lugar no Oceano Índico.

A partir da chegada da frota de Cristóvão Colombo (1451-1506) à América, em 1492, esses gananciosos olhares se voltaram para estas terras.

E foi este contexto que fez do explorador inglês Walter Raleigh (1552-1618) uma das figuras mais notáveis da era elisabetana — período em que a Inglaterra foi governada por Elizabeth 1ª (1533-1603). E trouxe fama — com base em mentiras, diga-se — à região banhada pelo Rio Essequibo, território da Guiana que vem sendo disputado pela Venezuela.

Mas essa é uma história que precisa de três atos.

Primeiro, de onde vem essa ideia de Eldorado. Segundo, quem foi Walter Raleigh. E, terceiro, como ele se embrenhou, duas vezes, pelas até então desconhecidas — aos europeus — terras da atual Guiana, encontrou quase nada de metais preciosos e, mesmo assim, decidiu bancar um relato fantasioso de que havia, sim, achado o Eldorado.

Retrato de Raleigh feito em 1588, de autor desconhecido© Domínio Público

Parte 1: Eldorado

“A ideia do Eldorado, por parte de vários exploradores e conquistadores europeus, remonta a muitas passagens bíblicas, desde a busca pelas minas do Rei Salomão até o encontro com uma ‘terra prometida'”, explica à BBC News Brasil o historiador Victor Missiato, pesquisador do grupo Intelectuais e Política nas Américas, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e professor no Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré.

“Então, dentro de um contexto e de uma mentalidade ainda muito medieval, onde o novo e a experiência do fantástico estão muito ligados a interpretações de passagens bíblicas, vários desses homens que passaram por atribulações na Europa, sofrimentos, guerras, epidemias, interpretaram essa conquista da América como um espaço do merecimento, das atribuições dos presentes divinos”, acrescenta.

Foi essa mentalidade que motivou a crença em um local repleto de ouro e pedras preciosas, como uma dádiva.

“Somente conquistadores que atravessassem várias dificuldades chegariam ao seu destino final fantástico e misericordioso, como nas epopeias antigas de grandes aventuras”, completa ele.

Em território americano, esse imaginário europeu ainda foi alimentado pelo fato de que civilizações por aqui também utilizavam ouro e prata e, principalmente, porque havia também entre os povos originários relatos lendários que convergiam para a mesma ideia de uma terra dourada.

“[O Eldorado] é fruto de sincretismos da cultura medieval, que acreditava na existência de um paraíso, uma terra banhada a ouro mais ao sul, e mitos também presentes entre indígenas, de que haveria uma terra encantada cheia de ouro”, diz à BBC News Brasil o sociólogo Paulo Niccoli Ramirez, professor na Fundação Escola de Sociologia de São Paulo e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Ramirez lembra que o deslumbramento do europeu frente ao cenário encontrado na América contribuiu para alimentar esse mito.

“Supunha-se que seria por aqui, afinal de contas, contrastando com o cenário europeu de pestes, doenças, guerras, aqui havia indígenas nus, supostamente descendentes de Adão e Eva, e este cenário verdejante e abundante seria o próprio paraíso”, diz.

Na sua tese de doutorado — depois convertida em livro — Visão do Paraíso, o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) situa a ideia do Eldorado muito mais no contexto da cosmovisão espanhola, quando da exploração da América.

Isso porque, segundo ele, os portugueses já chegaram a estas terras desencantados, depois de muito terem procurado por uma terra de ouro na África e na Ásia, sem sucesso.

“Vacinados, vieram com ordem da Coroa para não buscar o paraíso ou Eldorado, porque já estavam calejados com histórias míticas que não condiziam com a própria realidade”, conta Ramirez.

Então foram buscar o mais palpável — no caso, o dinheiro da exploração do pau-brasil e, em seguida, da cana-de-açúcar.

Os textos do próprio navegador Colombo também influenciaram essa mítica espanhola.

Em seu diário de viagem, em 13 de outubro de 1492, dia seguinte à chegada a América, ele escreveu que “aqui também nasce o ouro que [os indígenas] trazem pendurado no nariz”.

No dia 15, volta a abordar o tema, relatando a busca por ilhas em que há “esbanjamento de ouro” e citando adereços dourados utilizados pelos habitantes locais.

Buarque de Holanda conta que, na América espanhola, foram quase três séculos de buscas pelo Eldorado.

A localização idealizada também costumava variar, conforme a lenda, conforme o relato, conforme os indícios que tais desbravadores juravam acreditar.

“O mito se espalhou pela América espanhola sobretudo a partir de 1530”, pontua Ramirez.

“Em um primeiro momento, seria na [atual] Colômbia, depois na Venezuela, depois em algum ponto no meio da América.”

Não é difícil supor que as terras até então desconhecidas pelo europeu, na atual Guiana, fossem um alvo idealizado dessa localização central da tal cidade paradisíaca da riqueza.

“À imagem ou não do Dourado propriamente dito — o dos Omágua e de Manoa — e também do Dourado de Meta, isto é, dos Chibcha, foram repontando aqui e ali muitos outros reinos áureos ou argênteos, não menos lisonjeiros par a desordenada cobiça dos soldados”, escreve Buarque de Holanda, citando ainda uma “sumária relação” que inclui “o Dourado de Paititi, nas regiões de Mojos e Chiquitos; o Dourado dos Césares, na Patagônia, até o Estreito de Magalhães e, para o norte, na área de Chaco; o Dourado das Sete Cidades, no território do Novo México atual, e o de Quivira, ao oriente das grandes planuras da América do Norte”.

Gravura de Theodore de Bry retratando expedição de Raleigh© Domínio Público

Parte 2: Walter Raleigh

Assim, o sonho de encontrar o Eldorado devia povoar a mente de um homem como Walter Raleigh. Caçula de cinco filhos de uma família de nobres rurais protestantes, ele nasceu em Devon, na Inglaterra.

Sua juventude é repleta de passagens incertas, mas há quem defenda que ele teria estudado direito — talvez sem ter concluído o curso.

De 1579 a 1580, ele participou dos esforços para suprimir as chamadas rebeliões de Desmond, uma revolta de senhores feudais irlandeses contra o domínio inglês na região.

A vitória da empreitada fez dele um grande proprietário de terras na região — calcula-se que ele tenha sido dono de 0,2% do território da Irlanda.

Aos poucos, Raleigh foi conquistando apreço da monarquia inglesa.

Em 1584, a rainha Elizabeth deu a ele uma carta real que o autorizava a governar, colonizar e explorar qualquer localizada conquistada, “terras, países, territórios remotos, pagãos de bárbaros, não possuídos de fato por qualquer príncipe cristão ou habitado por povo cristão”.

Em troca, deveria remeter à coroa 20% de todos os metais preciosos que por ventura encontrasse nesses lugares.

O germe do conquistador estava plantado em Raleigh.

Ele passou então a atuar como corsário e organizar expedições para a América, sobretudo na região mais ao norte. Entre 1584 e 1585, uma missão militarizada sob seu comando acabaria fundando, na Ilha de Roanoke — litoral do atual estado da Carolina do Norte, aquele que foi o primeiro assentamento de ingleses na América do Norte.

Atribui-se a Raleigh, com o aval da rainha, a abertura do caminho para a colonização inglesa na região, sobretudo onde hoje é o estado da Virginia.

Em 1594 chegaram até ele rumores que haveria uma cidade do ouro na América do Sul. Ele não teve dúvidas: organizou uma expedição e foi tirar essa história a limpo.

“Muitas regiões vinham sendo identificadas como Eldorado, por conta de diferentes tipos de relatos indígenas”, diz Missiato.

“Esses relatos também eram uma forma dos indígenas de resistir e dialogar com as ideias dos conquistadores.”

Cada missão organizada era sempre uma operação sigilosa.

“Cada grupo queria ter a exclusividade dessa conquista, por isso tantas foram as empreitadas, seja as com o apoio do estado, seja as aventuras mais ligadas aos piratas”, comenta o historiador.

“No caso específico do Raleigh, ele se enquadra dentro do mundo dos corsários, quando havia um patrocínio, um apoio velado ou oficial por parte do Estado”, analisa.

“A Inglaterra se especializou muito nisso: parte do investimento das aventuras era patrocinada e, em contrapartida, a coroa teria direito a uma boa parte das riquezas encontradas.”

Ramirez destaca o papel de articulador do explorador inglês.

“Ele convenceu a coroa inglesa de que haveria o Eldorado e, imbuído dessa mitologia baseada no deslumbramento dos espanhóis em busca do paraíso, entendeu que deveria buscar realizar esse intento”, diz o sociólogo.

Ilustração de 1860 representando a execução de Raleigh© Domínio Público

Parte 3: as viagens à Guiana

Bom, é preciso situar a aventura de Raleigh em um pano de fundo histórico. Desde 1585 ocorria a chamada Guerra Anglo-Espanhola, um conflito político e religioso entre as duas coroas.

Isso trazia implicações além-mar, com corsários afundando navios com bandeiras inimigas.

No meio disso tudo, Raleigh amargou um período complicado, porque havia se casado secretamente com uma das damas de companhia da rainha — engravidando-a.

Elizabeth 1ª, contrariada, mandou-o para a cadeia, onde ele ficou pouco tempo.

Ele queria reconquistar o apreço da monarca e, ao mesmo tempo, colocar-se na batalha contra os espanhóis.

Lembrou-se dos relatos do Eldorado e tratou de vender a ideia para a rainha, localizando na atual Guiana “um império rico em ouro mais lucrativo que o Peru”, conforme teria definido.

Raleigh parecia acreditar mesmo na história, que já o fascinava desde anos antes.

Na década de 1580 uma frota sob seu comando rendeu a embarcação onde estava o aventureiro espanhol Pedro Sarmiento de Gamboa (1532-1592).

Feito prisioneiro, ele teria compartilhado relatos e mapas espanhóis com os ingleses.

Gamboa teria contado a Raleigh sobre outro espanhol que, em expedição pela região do Rio Orinoco, havia sido raptado por nativos que o levaram, de olhos vendados, para conhecer uma cidade onde tudo era de ouro.

Como foi impedido de ver qualquer no trajeto, ele era incapaz de localizá-la.

Cruzando essas informações com os mapas de que dispunha, Raleigh imaginou que Eldorado fosse uma cidade indígena chamada Manoa, perto de um lago imenso chamado Parime, na região sul do Orinoco, próximo ao rio Essequibo.

Essa tornou-se então uma ideia fixa para ele.

“Esse inglês estava, no fim da contas, imbuído das ideias que misturava mitos indígenas e fortes resquícios medievais”, afirma Ramirez.

“Mas convenceu a coroa inglesa a investir nesse empreendimento.”

Em 6 de fevereiro de 1595 saiu de Plymouth, na Inglaterra, a embarcação com Raleigh a bordo.

A primeira parada, para abastecer-se de suprimentos, foi nos Açores.

Em seguida, perto das Ilhas Canárias, os corsários enquadraram e saquearam um navio espanhol, o que rendeu aos ingleses uma boa quantidade de armas de fogo.

No dia seguinte, outra embarcação, holandesa, foi rendida e esvaziada pelos corsários — garantindo fartura na despensa.

A base para iniciar a expedição estava definida: seria a colônia espanhola de Trinidad.

No dia 4 de abril, eles conquistaram um pequeno forte que havia em Puerto de España.

Dali, partiram para San José de Oruña, o assentamento principal da colônia.

O governador de Oruña teria sido interrogado por Raleigh.

Supostamente, ele conhecia Manoa e Eldorado — mas teria tentado desencorajar o inglês a seguir na missão.

A expedição rumou para a bacia do rio Orinoco. Eram cerca de cem homens, em duas embarcações, com provisões suficientes para cerca de um mês.

O grupo sofreu muito com as condições climáticas: o forte calor equatorial e as chuvas constantes. O desânimo era geral, principalmente depois que o indígena que havia sido contratado para guiá-los desapareceu.

Mas eles seguiram e só passaram a acreditar em um desfecho positivo quando chegaram ao vale do Orinoco: e a floresta densa deu lugar à vegetação de savana. Agora era mais fácil dominar a natureza.

Houve alguns percalços, sobretudo pela ameaça constante de ataque de grupos espanhóis — em pelo menos duas situações, houve confronto.

Alguns dias depois, a expedição de Raleigh adentrou em outra ramificação fluvial, o rio Caroni. Os ingleses encontraram pelo menos dois povos originários, os Warao e os Pemong. Mais uma vez ouviram, dos nativos, relatos indicando uma civilização rica que viveria em Manoa, o Eldorado.

Raleigh avistou um morro — o monte Roraima — e, segundo seus registros, observou pelo menos 12 cachoeiras, dizendo que uma era “mais alta do que qualquer torre de igreja” — há quem defenda que ele teria visto as cataratas Ángel, a cachoeira com maior queda ininterrupta do mundo, com 807 metros.

Mas já eram mais de 640 quilômetros para o interior e, com a iminência da estação das chuvas, Raleigh achou por bem dar ordens para o grupo retornar. Eles chegaram à Inglaterra em agosto.

A recepção não foi das melhores. Já um nome importante da política britânica, o conde de Salisbury, Robert Cecil (1563-1612) achou pífios os resultados diante do valor investido pela coroa. As amostras de rocha trazidas por ele foram submetidas à análise e consideradas de pouco valor.

Indignado com o descrédito, Raleigh decidiu escrever e publicar seu próprio relato da expedição, um livro chamado A descoberta do grande, rico e belo Império da Guiana, com relação à grande e dourada cidade de Manoa (que os espanhóis chamam de El Dorado).

Retrato de Raleigh atribuído a William Segar© Domínio Público

O texto trazia informações factuais sobre a viagem, mas Raleigh forçou a mão, exagerando sobre as facilidades de encontrar pedras preciosas na região.

Mas, de certa forma, este acabaria sendo um legado de Raleigh. Em texto publicado pelo Departamento de História da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o historiador Benjamin Schmidt, professor da instituição, diz que o relato “é uma obra-prima da literatura de viagens” e tem o mérito de reunir “temas importantes” para a Renascença, como “o encontro europeu com o Novo Mundo”. “[…] O relato de Raleigh oferece uma visão de uma época de transformação mundial”, afirma.

No ano seguinte, o explorador inglês decidiu enviar seu parceiro Lawrence Kemys (1562-1618) para uma nova expedição.

Ele se encarregaria de firmar alianças com nativos e coletar informações para mapear a região, principalmente às margens do Rio Essequibo.

Kemys encontrou um lago que julgou ser o Parime — hoje sabe-se que o fantástico lago não passa de uma lenda.

Em 1603, no contexto da sucessão de Elizabeth 1ª, Raleigh foi preso, acusado de traição e conspiração. Saiu da cadeia apenas em 1616. Perdoado pela monarquia britânica, recebeu autorização para mais uma expedição a Guiana, em 1617.

Durante essa viagem, seu grupo atacou um destacamento espanhol no rio Orinoco, violando um tratado que vigorava entre Espanha e Inglaterra.

Pressionado pelos espanhóis, o rei Jaime 1º (1566-1625) condenou-o à morte por decapitação. A sentença foi cumprida no Old Palace Yard, no Palácio de Westminster, em 29 de outubro de 1618.

DITADOR ORTEGA PRENDE PADRES DA IGREJA CATÓLICA NA NICARÁGUA

 

História por RFI  

Em conflito com Igreja Católica, governo da Nicarágua prendeu 11 padres desde a última semana© AFP – CESAR PEREZ

Ao menos seis padres foram detidos pela polícia da Nicarágua entre sexta-feira e este sábado (30), o que eleva para 11 o total de clérigos presos desde 20 de dezembro, incluindo um bispo, denunciaram meios de comunicação e opositores nicaraguenses no exílio.

Entre os últimos detidos estão os monsenhores Silvio Fonseca, vigário da Arquidiocese de Manágua; Miguel Mántica, da igreja de São Francisco, também na capital; e Marcos Díaz, da diocese de León (noroeste), segundo essas fontes.

Também aparecem na lista os sacerdotes Gerardo Rodríguez, Mykel Monterrey e Raúl Zamora, que prestam serviços religiosos em igrejas de Manágua, informaram veículos de imprensa nicaraguenses editados na Costa Rica.

Estas prisões se somam às do bispo Isidoro Mora e de dois seminaristas em 20 de dezembro, que foram seguidas na última semana pelas do vigário-geral de Manágua, Carlos Avilés, e dos sacerdotes Héctor Treminio, Fernando Calero e Pablo Villafranca.

A polícia nicaraguense ainda não se pronunciou sobre essas denúncias.

Veículos de comunicação como La Prensa, Confidencial e 100% Noticias, que são editados na Costa Rica, citaram em suas denúncias fontes eclesiásticas, as advogadas Martha Molina e Yonarqui Martínez e a ativista de direitos humanos Haydée Castillo, todas no exílio.

FEDERAÇÕES E CLUBES BRASILEIROS EXIGEM MUDANÇAS APÓS O ESCÂNDALO ELEITORAL NA CBF

 

História por AFP  

Ednaldo Rodrigues foi distituído da presidência da CBF pelo Tribunal de Justiça do Rio de janeiro© MAURO PIMENTEL

Federações de futebol e 30 clubes brasileiros divulgaram uma carta na qual exigem “mudanças” diante das complicações que geram “estagnação e atraso”, após o escândalo eleitoral na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a ameaça de sanções por parte da Fifa. 

Na carta, divulgada na noite de sexta-feira e assinada por clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro como Palmeiras, Fluminense e Internacional, as instituições manifestam apoio a Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol e candidato à presidência da CBF. 

Embora a corrida já tenha sido lançada, abundam as incertezas sobre um eventual novo processo. 

No dia 7 de dezembro, um escândalo estourou na entidade, depois que um tribunal do Rio de Janeiro invalidou a eleição de Ednaldo Rodrigues, deixando a liderança nas mãos do presidente interino designado, José Perdiz, com a missão de organizar novas eleições.

De concreto, a justiça anulou um acordo entre a CBF e o Ministério Público que permitia a eleição de Ednaldo como presidente do órgão máximo do futebol brasileiro. 

Agora, a expectativa é que o destino de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF seja definido por uma missão da Fifa e da Conmebol, que chegará ao Rio de Janeiro a partir de 8 de janeiro para examinar a situação e buscar uma solução, conforme indica carta enviada dias atrás à CBF. 

Enquanto aguarda, Rodrigues afirmou em sua primeira entrevista após a destituição: “O meu tempo de disputas eleitorais acabou”, disse sobre a sua posição em relação a novas eleições, em declarações publicadas na sexta-feira pela revista Veja. 

Entretanto, a Fifa e a Conmebol deixaram claro que não toleram interferências estatais na gestão das suas associações-membro, razão pela qual ignoram Perdiz como autoridade legítima.

Da mesma forma, exigiram que a CBF não atuasse até a chegada de seus enviados, sob ameaça de desfiliação das equipes brasileiras de todas as suas competições. 

As federações e clubes se comprometeram a “apoiar a fluidez e a transparência” de um novo processo eleitoral, para que o futebol brasileiro possa sair desta “lamentável situação”. 

Em meio ao escândalo, a CBF sofreu com outro baque: o técnico italiano Carlo Ancelotti, confirmado como próximo treinador da seleção brasileira por Ednaldo, anunciou na sexta-feira a renovação de seu contrato com o Real Madrid até 2026.

O Real é “uma família para mim. O ambiente que este clube gera no seu entorno é muito familiar”, disse o italiano de 64 anos em entrevista ao canal oficial do clube espanhol transmitida neste sábado. 

Enquanto isso, a seleção brasileira passa por um momento difícil comandada por Fernando Diniz, também técnico do Fluminense, e com compromissos em pauta como as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026 na América do Norte e a Copa América de 2024 entre junho e julho nos Estados Unidos.

OS CONSUMIDORES SÃO PARTE ESSENCIAL DE QUALQUER NEGÓCIO E DEMANDAM ATENDIMENTO E UMA EXPERIÊNCIA DE CONSUMO MAIS QUALIFICADA

 

Salesforce

Você já ouviu falar em customer experience ou experiência do cliente? Sabe exatamente do que se trata? Esse é um conceito que vem sendo bastante discutido nos últimos anos, principalmente agora que estamos na chamada Era do Cliente. Cada vez mais os consumidores são parte essencial de qualquer negócio e demandam não só um atendimento, mas toda uma experiência de consumo mais qualificada.

Esse portanto tem sido um desafio para muitas empresas, principalmente aquelas que trabalham usando diversos canais e acabam tendo dificuldade para criar uma estratégia que atenda bem a todas as plataformas. Independentemente de qual seja o seu caso, o customer experience é muito importante e deve ser priorizado em qualquer negócio.

Quer entender melhor o que é o customer experience, para que serve e dicas para aplicá-lo no dia a dia? Continue lendo!

Customer Experience:

Entenda o que é!

Customer Experience (CX), ou Experiência do Cliente (em português) é o nome que se dá para o conjunto de percepções e impressões que um consumidor possui sobre uma determinada empresa após interagir com ela. Do ponto de vista da marca, é a imagem que ela passa para os clientes durante todo o processo de interação, antes, durante e após uma conversão, seja ela uma compra ou contratação.

É justamente nesse aspecto que encontramos a maior diferença entre os conceitos de atendimento ao cliente e de experiência do cliente. O primeiro, como o próprio nome indica, trata-se da etapa de atendimento durante o processo de compra, ou seja, quando o usuário entra em contato com a marca e vice-versa.

A experiência do cliente, no entanto, é mais ampla, e envolve todas as etapas da jornada do consumidor, desde o momento que ele conhece a marca, navega pelo seu site, entra em contato e finaliza uma compra, até momentos posteriores, como um eventual atendimento ou suporte pós-compra, por exemplo.

Abaixo, vamos falar sobre como aplicar estratégias para melhorar a experiência do cliente na prática.

Como melhorar a Experiência do Cliente?

Mais do que nunca, a experiência do cliente é um diferencial para qualquer marca que deseja se destacar em seu nicho, pois os clientes estão cada vez mais exigentes e não se contentam apenas com um bom atendimento. É importante ter em mente que qualquer contato entre um consumidor e uma empresa vai gerar uma reação, que pode ser positiva ou negativa.

É claro que isso depende de diversos fatores, que muitas vezes estão além da alçada da marca, mas é por isso mesmo que é necessário apostar todas as fichas em oferecer sempre uma experiência incrível e inesquecível. E isso demanda um esforço conjunto de todos os setores de uma empresa e, principalmente, de uma estratégia sólida e bem definida pensada especificamente para o público que se deseja atingir.

Para aplicar estratégias de customer experience, uma boa dica é ter em mente três principais pilares: esforço (effort), emocional (emotion) e sucesso (success).

Esforço

Ao falar de experiência do cliente, o esforço a que nos referimos não é relacionado ao que a empresa deve fazer para atingir essa meta. Estamos tratando aqui sobre a importância de diminuir o esforço do cliente durante todo o processo de interação com a marca. Aqui podemos incluir desde um atendimento rápido e efetivo até o uso de uma linguagem clara e acessível. Quanto mais fácil e agradável for a experiência, melhor!

Emocional

Esse pilar é muito importante em qualquer interação, pois diz respeito ao desenvolvimento de um vínculo emocional entre o cliente e a empresa. Colocar o cliente sempre na frente, fazer com que ele se sinta ouvido e entregar uma experiência feita para ele é essencial para torná-lo um cliente fiel e, mais do que isso, um advogado da marca, alguém que irá indicar a sua experiência para outras pessoas.

Sucesso

Já o sucesso é o pilar da experiência do cliente que está voltado a fazer de tudo para que ele tenha os seus objetivos atingidos durante a interação com a marca. E isso envolve o processo do início ao fim, desde ele conseguir encontrar o que buscava até ficar satisfeito com o atendimento e com o que lhe foi entregue. Esse é um aspecto bastante marcante para qualquer consumidor e que pode ser usado para medir se uma experiência foi positiva ou negativa.

Customer Experience e o uso de tecnologias

O mundo inteiro está conectado através das tecnologias e isso vem influenciando positivamente as relações entre consumidores e empresas. No entanto, é preciso cuidado para atingir os requisitos dos clientes em plena era digital, oferecendo um atendimento multicanal com qualidade em todas as suas pontas.

É importante levar em conta uma mudança no comportamento dos consumidores, que estão cada vez mais habituados ao uso de tecnologias. E isso implica também que eles têm expectativas altas quanto à rapidez e inovação das entregas, preferindo experiências cada vez mais reais e inteligentes, que os faça sentirem-se empoderados e parte de algo maior.

Nesse contexto, a inteligência artificial (AI) tem sido de grande ajuda para o desenvolvimento de soluções que proporcionem experiências qualificadas aos clientes. Com a AI, é possível otimizar a utilização de dados, que antigamente eram ignorados ou desqualificados, para desenvolver uma conexão ainda mais precisa com os consumidores.

Os chatbots, ou robôs de conversação, vêm sendo utilizados por diversas empresas para fornecer um atendimento mais rápido, dinâmico e personalizado, atendendo às exigências do público com um serviço automatizado e inteligente. Esses são apenas alguns dos recursos que fazem toda a diferença na gestão da experiência e do atendimento ao cliente, além da facilidade de serem integrados com os mais diversos canais e plataformas da empresa.

5 dicas para usar a experiência do cliente ao seu favor

1. Crie uma cultura na empresa

De nada adianta a empresa oferecer uma experiência positiva em um canal online se, nos canais offline, ele terá uma experiência completamente diferente. É por isso que torna-se extremamente importante que todos os departamentos da empresa, em todos os canais, estejam conectados no mesmo objetivo: colocar a satisfação do cliente em primeiro lugar. Treinamentos de equipe são ótimas formas de fazer isso!

2. Entenda de fato quem é o seu cliente

Oferecer uma experiência incrível, em geral, também implica fazer com que os clientes se sintam especiais. Para isso, é muito importante que a empresa faça uma imersão para saber de fato a quem está atendendo, o que essas pessoas esperam e o que é preciso para entregar a ela os três pilares (emoção, esforço e sucesso). Uma estratégia personalizada, levando em consideração as características desse cliente, é essencial.

3. Invista na criação de laços

Lembra quando falamos da emoção ao citar os pilares do customer experience? Em toda ação que sua empresa fizer no sentido de proporcionar um atendimento ou um pós-venda excepcional, tenha como foco que você não quer apenas um cliente satisfeito, mas sim um cliente fiel, que volte a comprar de você e que fale bem da sua marca para as pessoas próximas. A criação de um laço é o que diferencia uma experiência boa de uma inesquecível!

4. Esteja pronto para atender da melhor forma

Sim, a experiência dos clientes não está só no atendimento destes, mas no momento que esse ponto falhar, todo o resto dará errado também. Portanto, invista em um atendimento rápido, eficiente e multiplataforma. Esteja onde o cliente está, não faça ele ter que vir atrás de você. Lembra que diminuir o esforço é fundamental? Nesse aspecto, use as tecnologias a seu favor e invista em inteligência artificial para criar um sistema de atendimento eficiente e diferenciado, que trará benefícios para a experiência em todas as suas etapas!

5. Ofereça uma boa experiência pós-venda

Lembrar do seu cliente após a conclusão de um negócio – seja uma contratação, uma compra ou o que for – é uma forma de fazer com que ele também lembre de você. Hoje, é cada vez mais fácil fazer isso, já que as tecnologias permitem armazenar e analisar diversos dados durante as transações entre consumidor e empresa. Então utilize-os a seu favor! Armazenar dados sobre as preferências do usuário e dar sugestões semelhantes ou complementares é um ótimo exemplo de como é possível continuar oferecendo uma ótima experiência após uma venda e manter o canal de relacionamento sempre aberto.

Descubra o Marketplace Valeon do Vale do Aço: Um Hub de Empresas, Notícias e Diversão para Empreendedores

Moysés Peruhype Carlech – ChatGPT

O Vale do Aço é uma região próspera e empreendedora, conhecida por sua indústria siderúrgica e seu ambiente de negócios dinâmico. Agora imagine ter um único local onde você pode encontrar todas as informações e recursos necessários para ter sucesso nesse ambiente competitivo. Bem-vindo ao Marketplace Valeon do Vale do Aço – um hub online que engloba empresas, notícias, diversão e empreendedorismo, oferecendo uma plataforma única para empresários e gerando leads valiosos.

Um ecossistema empresarial abrangente:

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Notícias e insights atualizados:

Além de ser um diretório empresarial, o Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece um fluxo contínuo de notícias e insights relevantes para os empresários da região. Através de parcerias com veículos de comunicação locais e especialistas em negócios, a plataforma mantém os usuários informados sobre as últimas tendências, oportunidades de mercado, mudanças regulatórias e eventos relevantes. Essas informações valiosas ajudam os empresários a tomar decisões informadas e a se manterem à frente da concorrência.

Diversão e engajamento:

Sabemos que a vida empresarial não é só trabalho. O Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece uma seção de entretenimento e lazer, onde os usuários podem descobrir eventos locais, pontos turísticos, restaurantes e muito mais. Essa abordagem holística permite que os empresários equilibrem o trabalho e a diversão, criando uma comunidade unida e fortalecendo os laços na região.

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A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

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TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 222.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

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