sexta-feira, 31 de maio de 2024

DONALD TRUMP FOI CONDENADO CRIMINALMENTE NOS EUA

 

História de admin3 – IstoÉ

Julgamento do primeiro caso criminal de Trump começou em Nova York

Julgamento do primeiro caso criminal de Trump começou em Nova York© Fornecido por IstoÉRepublicano se tornou o primeiro ex-presidente dos EUA condenado criminalmente. Ele enfrenta ainda outros processos na Justiça. O que significa a condenação para sua candidatura?Donald Trump, nome praticamente certo do Partido Republicano para concorrer na eleição presidencial dos EUA deste ano, é o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos condenado criminalmente.

Nesta quinta-feira (30/05), o tribunal o julgou culpado por ter tentando ocultar a verdadeira finalidade do suborno pago a ex-atriz pornô Stormy Daniels, registrando-os falsamente como “despesas legais” de suas empresas. O caso, que começou em abril num tribunal de Nova York, é sobre se ele cometeu fraude ao comprar o silêncio de Daniels, sobre um encontro sexual entre ambos, para proteger a sua campanha eleitoral de 2016 para a Casa Branca.

Esse é o primeiro de quatro casos criminais – dois estaduais e dois federais – que Trump tem pela frente. O outro caso estadual envolve a acusação de tentar reverter a sua derrota na Geórgia na eleição presidencial de 2020. Num dos casos federais ele é acusado de ter conscientemente promovido mentiras sobre fraude eleitoral em 2020, e no outro, de ter mantido consigo ilegalmente documentos confidenciais do governo quando deixou a Casa Branca.

Trump poderá concorrer apesar dessa condenação?

Sim. Não importando como vá terminar cada um desses casos, Trump ainda poderá concorrer à presidência dos EUA. A Constituição do país lista apenas três requisitos para uma pessoa concorrer: ela deve ser cidadã americana nata, ter ao menos 35 anos, e ter residido nos EUA por ao menos 14 anos. O texto não afirma que uma pessoa condenada não pode se tornar presidente.

“Há muitos debates sobre se um candidato presidencial que foi acusado ou está envolvido num processo judicial em andamento pode concorrer ao cargo”, diz a professora de ciência política Laura Merrifield Wilson, da Universidade de Indianápolis. “Mas eles se baseiam em questões morais, juízos de valor e opiniões, não em leis explícitas ou barreiras processuais.”

Trump pode ser impedido de concorrer sob a 14ª Emenda?

A seção 3 da 14ª Emenda da Constituição dos EUA afirma que pessoas que “se envolveram em insurreição ou rebelião” depois de jurarem cumprir a Constituição são desqualificadas para ocupar qualquer cargo, civil ou militar, nos Estados Unidos.

Os ativistas que querem ver Trump desqualificado com base nessa cláusula afirmam que as ações do então presidente no período anterior ao ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, constituem participação numa insurreição. Eles argumentam que as mentiras de Trump sobre como os democratas roubaram a eleição incentivaram a turba que invadiu o Capitólio naquele dia.

Foram feitas tentativas para que Trump fosse removido das cédulas de primárias em alguns estados com base nessa emenda, “que foi originalmente usada para impedir que secessionistas retornassem a seus cargos no governo após a Guerra Civil Americana”, explica o jornalista Brandon Conradis, editor do site de notícias políticas The Hill.

Mas, em março de 2024, a Suprema Corte derrubou uma dessas tentativas no Colorado, sob o argumento de que não são os estados que têm autoridade para impedir que pessoas se candidatem a cargos federais, mas o Congresso.

Essa decisão anulou tentativas semelhantes em outros estados. Como o Congresso está dividido, com os republicanos tendo maioria na Câmara dos Deputados e os democratas tendo uma maioria de apenas um assento no Senado, parece pouco provável que Trump seja impedido de concorrer com o recurso à 14ª Emenda.

Trump poderá votar se condenado?

Provavelmente não. O registro eleitoral de Trump é na Flórida, onde condenados não podem votar.

“A maioria dos condenados na Flórida recupera o direito de voto depois de cumprir toda a sentença, incluindo liberdade condicional ou liberdade provisória, e pagar todas as multas e taxas”, explicou a jornalista de política Maggie Astor no New York Times.

Mas a liberdade condicional de Trump provavelmente não terminaria a tempo de ele recuperar seu direito de voto. Portanto, se condenado, Trump ainda poderia concorrer à presidência, mas não poderia votar.

Mas o que acontecerá se Trump for para a cadeia?

Ninguém sabe.

“Isso tudo é muito longe de qualquer coisa que já tenha acontecido”, disse o especialista em direito constitucional Erwin Chemerinsky, da Universidade da Califórnia em Berkeley, ao New York Times. “É tudo suposição.”

Legalmente, Trump continuaria elegível e poderia concorrer, mesmo atrás das grades. Se ele fosse eleito, fica a questão de como tomaria posse e de como iria conduzir reuniões.

“Trump poderia entrar com um processo para ser libertado com base no fato de que sua prisão o estaria impedindo de cumprir suas obrigações constitucionais de presidente”, especula Astor.

Mas, mais uma vez, como nunca nada parecido com isso aconteceu nos EUA, é impossível dizer como as coisas seriam na prática.

Se eleito, Trump poderia usar o perdão presidencial para se beneficiar?

Em teoria, Trump poderia comutar sua sentença de prisão ou até mesmo tentar usar o perdão presidencial para si mesmo, mas esses seriam usos extremos do poder presidencial que provavelmente teriam sua constitucionalidade questionada na Suprema Corte (onde os juízes conservadores têm uma maioria de 6 a 3).

Como alternativa, o presidente Joe Biden, no fim de seu mandato, poderia perdoar Trump, se o republicano for vitorioso, para que o homem eleito pelos eleitores dos EUA pudesse governar o país.

Essas ações, porém, só se aplicariam aos casos federais e não aos julgamentos em Nova York e na Geórgia, pois presidentes não têm o poder de conceder perdão para condenações estaduais.

MAIOR PROCURA DE TODOS OS TEMPOS AO MONSTRO DO LAGO NESS

História de Suzanne Cords – DW Brasil

Para relembrar os 90 anos da primeira busca em grande escala por Nessie, caçadores de monstros tentam a sorte novamente com a maior procura de todos os tempos, agora com a ajuda da Nasa.

Monstro do lago Ness: uns acreditam, outros não. Por enquanto, o que se tem é essa réplica que pode ser vista no Centro do Lago Ness

Monstro do lago Ness: uns acreditam, outros não. Por enquanto, o que se tem é essa réplica que pode ser vista no Centro do Lago Ness© Silvia Kusidlo/dpa/picture alliance

No verão de 1934, o barão escocês Sir Edward Mountain reuniu uma equipe de 20 pessoas para descobrir a verdade sobre o monstro do lago Ness. Ele colocou observadores com binóculos e câmeras ao redor do lago que fica nas Terras Altas, as Highlands escocesas, para rastrear a lendária criatura. Há testemunhos que Nessie, como foi apelidado o monstro, tenha sido avistado ao menos 21 vezes. Mas os registros, em forma de fotografias e filmes, não são convincentes. Os resultados foram apresentados à Linnean Society of London, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao estudo da história natural. Os associados concluíram que os animais avistados eram muito provavelmente lontras ou até mesmo uma baleia orca.

Ilustração histórica: é assim que os fãs do Nessie imaginam o monstro

Ilustração histórica: é assim que os fãs do Nessie imaginam o monstro© Mansell/The LIFE Picture Collection/Pond5 Images/IMAGO

Maior busca de todos os tempos

Desde o primeiro avistamento, foram feitas mais de 1.156 ocorrências no registro oficial de aparições do monstro do Lago Ness. “No ano passado, deixamos o mundo em polvorosa com uma das maiores buscas por Nessie, com participantes dos Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Japão e outros países”, diz Paul Nixon, diretor do Centro do Lago Ness. Para marcar o 90º aniversário da primeira busca em grande escala, o centro está organizando uma busca ainda maior, chamada “The Quest” (a busca), que é realizada desta quinta-feira (30/05) até o próximo domingo. O centro está determinado a “descobrir mais sobre o esquivo e misterioso monstro do lago Ness”.

O caçador de Nessie, Steve Feltham, está convencido da existência do monstro

O caçador de Nessie, Steve Feltham, está convencido da existência do monstro© Benedikt von Imhoff/dpa/picture alliance

Em agosto de 2023, dezenas de entusiastas de Nessie observaram o lago por dois dias, e os Kellys, como muitos outros, permaneceram por horas no lago nas Terras Altas escocesas, às vezes até sob chuva torrencial. “Há muitos relatos de locais”, diz Scott Kelly. “Tenho certeza de que algo desconhecido está vivendo no lago.” E Steve Feltham, pesquisador de Nessie, acrescentou à agência de notícias DPA: “É uma observação organizada do lago Ness, o que é ótimo. Quanto mais olhos atentos na água, melhor.” Ele está procurando o monstro há mais de 30 anos – provavelmente mais tempo do que qualquer outra pessoa.

Câmeras infravermelho foram usadas para encontrar Nessie, pois um monstro marinho irradia calor como qualquer outra criatura viva – pelo menos essa é a hipótese dos pesquisadores. Drones filmaram a superfície da água do lago Ness para registrar até mesmo o menor movimento. Um hidrofone registrou ruídos subaquáticos incomuns na época, e é por isso que a Nasa está contribuindo com sua experiência para a nova busca.

Willie Cameron, conhecido como “Mister Lago Ness”, mostra fotos de seu avistamento de uma criatura desconhecida

Willie Cameron, conhecido como “Mister Lago Ness”, mostra fotos de seu avistamento de uma criatura desconhecida© Benedikt von Imhoff/dpa/picture alliance

Nessie: um monstro lendário

O avistamento em larga escala está sendo organizado pelo Centro do Lago Ness, em Drumnadrochit, uma cidade na costa oeste do lago. Nessie deve seu nome ao lago Ness, onde supostamente habita há séculos. O primeiro avistamento de uma criatura estranha no lago Ness, situado no norte da Escócia, é atribuído a São Columba, que introduziu o cristianismo na Escócia no século 6º. O monge viajante irlandês Columba de Iona teria encontrado o “monstro aquático” no lago Ness já em 565.

Há 1.500 anos, São Columba fez o primeiro registro de avistamento do monstro

Há 1.500 anos, São Columba fez o primeiro registro de avistamento do monstro© Benedikt von Imhoff/dpa/picture alliance

Em um livro, o abade de Iona conta como Columba salvou um homem que havia sido atacado pela fera. “Columba fez o sinal da cruz no ar e invocou o nome de Deus enquanto ordenava à fera: “Nem mais um metro! Não toque nele! Retire-se imediatamente!” Quando o animal ouviu as palavras do santo, fugiu com medo, como se estivesse sendo puxado para longe dali por cordas, embora estivesse apenas a uma curta distância do homem.”

Há um registro, 1.100 anos depois do relato do santo, de que Nessie tenha matado três homens, mas, fora isso, o monstro marinho foi sempre retratado como pacífico. Uma conclusão que se pode tirar com esses séculos de registros de aparições é que Nessie tem muitos anos de vida. Isso também significa que o monstro adquiriu experiência suficiente para se livrar de seus caçadores no lago, que tem até 230 metros de profundidade. E eles já estiveram em seu encalço várias vezes – especialmente desde que ele se tornou uma celebridade na era da mídia.

Nessie como sensação midiática

Em 1933, a gerente do hotel Aldie Mackay entrou em um bar e, para a surpresa dos frequentadores, anunciou que havia acabado de ver um “monstro” no lago Ness e que a água do lago estava muito agitada. O jornal regional escocês Inverness Courier, agradecido pela curiosa história da misteriosa criatura, fez uma reportagem que espalhou a lenda rapidamente.

O antigo Drumnadrochit Hotel, cuja gerente viu o monstro em 1933, agora funciona como o Centro Lago Ness

O antigo Drumnadrochit Hotel, cuja gerente viu o monstro em 1933, agora funciona como o Centro Lago Ness© Loch Ness Centre/picture alliance

Vários repórteres viajaram de Londres, e um circo chegou a oferecer 20 mil libras para capturar o monstro. Pouco tempo depois, um motociclista descreveu como a criatura atravessou a estrada à sua frente. Relatou que ela se movia para frente com nadadeiras e carregava uma ovelha em sua boca. Assim que chegou ao lago, ela submergiu. Desde então, não deu mais para parar a “Nessiemania”.

A prova: uma foto do monstro

Em 19 de abril de 1934, o tabloide Daily Mail publicou a primeira foto de Nessie. O registro, que supostamente veio de um renomado médico londrino e entrou para a história como “a fotografia do cirurgião”, mostrava uma espécie de plesiossauro. Uma sensação, e ninguém duvidou da autenticidade da imagem.

Essa foto foi tirada em 1934 e foi considerada a

Essa foto foi tirada em 1934 e foi considerada a© Photoshot/picture alliance

O caçador de animais de grande porte Marmaduke Wetherell foi contratado pelo Daily Mail para encontrar o monstro do lago Ness. E ele cumpriu a tarefa: pediu a seu enteado Christian Spurling, um exímio modelista, que construísse o monstro a partir de um submarino de brinquedo, com a cabeça e o pescoço modelados em plástico. O médico, que “tirou a foto”, teve grande prazer em participar da farsa – supostamente para dar mais credibilidade à história dele – até que a farsa da foto foi revelada 60 anos depois.

Investigações sistemáticas do lago sem resultados

Isso não impediu que os caçadores de Nessie continuassem a procurar evidências de sua existência. As novas fotos que apareceram, foram verificadas quanto à autenticidade nos laboratórios do Museu de Defesa Britânico e da Nasa, e muitas vezes eram tão boas, que parecia improvável tratarem-se de falsificações.

Será que existe mesmo um monstro vivendo nesse lago idílico?

Será que existe mesmo um monstro vivendo nesse lago idílico?© Benedikt von Imhoff/dpa/picture alliance

Em 1972, o lago foi intensamente vasculhado sob a direção do Centro de Investigacao do Lago Ness, que tentou provar a existência dessa criatura pré-histórica – sem sucesso. Em 1987, barcos com sonar foram usados na tentativa de finalmente desvendar o mistério. Durante a Operação Deepscan, 24 barcos percorreram toda a largura do lago, examinando o mundo subaquático do lago de 56 km². O sonar reagiu fortemente a objetos grandes em várias ocasiões, mas Nessie não foi detectado. Em 2019, uma equipe internacional de cientistas tentou catalogar todas as espécies vivas no lago Ness, extraindo eDNA de amostras de água. O DNA ambiental, ou eDNA, utiliza traços orgânicos deixados pelos organismos vivos para identificá-los, fornecendo aos cientistas informações vitais sobre ecossistemas inteiros de uma só vez. O resultado: uma espécie grande não vive no lago, e os animais observados poderiam ser, na melhor das hipóteses, enguias gigantes.

Os que negam e os que acreditam em Nessie

Inúmeras especulações sobre a verdadeira identidade de Nessie foram feitas ao longo dos anos: ele seria um tubarão da Groenlândia, um peixe-gato ou até mesmo um lagarto pré-histórico. Os céticos tentaram explicar os supostos animais observados como focas, peixes voadores, aves aquáticas, cervos nadando, troncos de árvores flutuantes ou miragens.

É certo: o hambúrguer Nessie não contém carne de Nessie

É certo: o hambúrguer Nessie não contém carne de Nessie© Benedikt von Imhoff/dpa/picture alliance

Mas, apesar de todos os que negam sua existencia, os entusiastas de Nessie não serão dissuadidos de procurar o monstro, mesmo no século 21. “Somos os guardiões dessa história única, investindo não apenas na criação de uma experiência inesquecível para os visitantes, mas também na descoberta dos segredos que estão sob as águas do famoso lago”, disse Paul Nixon, diretor administrativo do Centro do Lago Ness, ao Daily Mail.

O Nessie de pelúcia é um sucesso de vendas

O Nessie de pelúcia é um sucesso de vendas© Benedikt von Imhoff/dpa/picture alliance

É claro que tudo isso também pode ser considerado uma estratégia de marketing, pois Nessie atrai muitos turistas para a Escócia. E uma busca em grande escala impulsiona os negócios mais uma vez.

Caso os fãs finalmente encontrem Nessie, o monstro não tem com o que se preocupar. Ele foi colocado sob proteção de espécies pelo Parlamento escocês em 1934. Naquela época, a cervejaria Guinness colocou uma recompensa de 500 mil libras pela cabeça do monstro – e Nessie deve ser preservado para as gerações futuras.

Autor: Suzanne Cords

 

ARMAS AMERICANAS PODEM SER USADAS PARA ATAQUES UCRANIANOS AO TERRITÓRIO RUSSO

 

História de dw.com – DW Brasil

Relatos são de que presidente americano cedeu a apelos de Zelenski, permitindo uso de armas fornecidas pelos EUA contra território russo para defender Kharkiv. Alemanha sugere que também pode concordar.

Forças ucranianas disparam artilharia contra tropas russas na região de Kharkiv: Kiev tem pressionado aliados para que entreguem armas de longo alcance, capazes de atingir alvos na Rússia

Forças ucranianas disparam artilharia contra tropas russas na região de Kharkiv: Kiev tem pressionado aliados para que entreguem armas de longo alcance, capazes de atingir alvos na Rússia© ANATOLII STEPANOV/AFP

O presidente americano Joe Biden autorizou a Ucrânia a usar armas fornecidas pelos Estados Unidos em ataques ao território russo, informaram nesta quinta-feira (30/05) agências de notícias, citando fontes anônimas da Casa Branca.

A permissão seria restrita a ações voltadas à defesa de Kharkiv, cidade no nordeste ucraniano a poucos quilômetros da fronteira com a Rússia.

A informação vem em meio aos apelos cada vez mais insistentes de Kiev para que aliados entreguem armas de longo alcance, capazes de atingir alvos em solo russo.

“O presidente recentemente orientou sua equipe a garantir que a Ucrânia possa usar armas fornecidas pelos EUA para fins de contra-ataque na região de Kharkiv, para que a Ucrânia possa revidar contra as forças russas que as estão atacando ou se preparando para atacá-las”, disse um alto funcionário da Casa Branca à agência de notícias AFP, sob condição de anonimato.

“Nossa política de proibir o uso de ATACMS [sistema de mísseis táticos do Exército] ou ataques de longo alcance dentro da Rússia não mudou”, disse a autoridade, referindo-se aos mísseis de longo alcance recentemente enviados por Washington a Kiev.

O ATACMS é capaz de atingir alvos a 300 km de distância e já havia chegado à Ucrânia este mês por ordem do presidente, segundo o Pentágono.

Países como Grã-Bretanha, Holanda e França dizem que Kiev tem o direito de usar as armas que eles fornecem para atacar alvos militares na Rússia.

Mais cedo nesta quinta, a Rússia advertiu contra ataques em seu território usando armas ocidentais. “Isso será, em última análise, muito prejudicial aos interesses daqueles países que escolheram o caminho de escalar as tensões”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Alemanha promete mais € 500 milhões em armas à Ucrânia

Também nesta quinta, o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, anunciou nesta quinta-feira (30/05) um novo pacote de armas para a Ucrânia no valor de 500 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões).

O comunicado foi feito por Pistorius ao lado de seu homólogo, o ucraniano Rustem Umerov, durante visita não anunciada à cidade portuária de Odessa. Segundo ele, parte do material já está para ser entregue.

O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius (de azul), visita uma trincheira ao lado do seu colega ucraniano, Rustem Umerov

O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius (de azul), visita uma trincheira ao lado do seu colega ucraniano, Rustem Umerov© Jörg Blank/dpa/picture alliance

O pacote de ajuda militar inclui munição para o sistema de defesa aérea de médio alcance IRIS-T SLM – capaz de repelir mísseis a até 20 quilômetros de altitude e 40 quilômetros de distância –, além de mísseis de curto alcance SLS.

Também serão fornecidas peças de reposição e canos de substituição para os sistemas de artilharia, bem como um milhão de munições para armas pequenas.

Esta é a terceira ida dele ao país desde o início da invasão russa, em 2022. A viagem ocorre em meio a uma nova ofensiva de Moscou no nordeste da Ucrânia, combinada com pesados ataques aéreos.

“Continuaremos a apoiá-los nesta campanha defensiva”, disse Pistorius durante reunião com Umerov. Este, por sua vez, voltou a reforçar os pedidos de Zelenski: “Nossos parceiros devem nos fornecer armas para que possamos empurrar o inimigo para trás das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia”, afirmou Umerov.

Pistorius sobre uso das armas: “Não se pode discutir tudo em público”

Em entrevista à TV alemã ARD, Pistorius evitou confirmar se as armas enviadas pelo Ocidente podem ser usadas pela Ucrânia para atingir alvos na Rússia – uma tecla na qual Kiev vem batendo.

À ARD, Pistorius argumentou que o Direito Internacional permite o uso dessas armas, mas que nem tudo pode ser discutido em público: “No fim das contas, a Ucrânia decide em comum acordo com seus parceiros o que vai ou não fazer.”

A questão está sendo debatida por países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que se reuniram nesta quinta-feira em Praga, e o secretário-geral da entidade Jens Stoltenberg, assim como a França, apoiam a medida; Estados Unidos e Alemanha – os dois maiores aliados de Kiev –, porém, têm até agora evitado declarações claras nesse sentido.

As tropas ucranianas na linha de frente continuam a sofrer com a escassez de munição após a demora de mais de seis meses do Congresso americano em aprovar um pacote de ajuda crucial no valor de 61 bilhões de dólares (R$ 317,46 bilhões, o equivalente a mais de 5% do Orçamento brasileiro para o ano de 2024).

O dinheiro acabou sendo liberado em abril, mas armas e munições ainda não chegaram em grande número às linhas de frente ucranianas.

A Alemanha é o segundo maior fornecedor de armas a Kiev, atrás apenas dos Estados Unidos.

ra (AFP, dpa, ots)

CARROS HÍBRIDOS, ELÉTRICOS OU A COMBUSTÃO?

 

História de Nicolás Rivero – Jornal Estadão

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Os americanos estão começando a se afastar dos carros movidos exclusivamente a gasolina, mas a maioria não está se voltando aos veículos elétricos. A escolha tem recaído sobre os híbridos.

Os híbridos oferecem alguns dos benefícios dos elétricos – custos mais baixos de combustível, menos poluição – sem despertar a ansiedade quanto a encontrar um carregador ou ficar sem energia em uma longa viagem.

General Motors planeja começar a vender híbridos nos EUA pela primeira vez desde que abandonou o Chevy Volt Foto: Mark Felix/Bloomberg

General Motors planeja começar a vender híbridos nos EUA pela primeira vez desde que abandonou o Chevy Volt Foto: Mark Felix/Bloomberg© Fornecido por Estadão

“Os híbridos são a porta de entrada para a transição” para os carros elétricos, disse Stephanie Valdez Streaty, diretora da consultoria Cox Automotive. “É uma boa opção para os consumidores que não estão prontos para comprar um elétrico.”

Os americanos estão mais hesitantes em comprar carros elétricos agora do que há um ano, de acordo com uma pesquisa da Gallup de março, que constatou que apenas 44% dos adultos americanos dizem que considerariam comprar um elétrico no futuro, em comparação com 55% no ano passado.

Os preços altos e as preocupações com o carregamento são consistentemente classificados como os maiores obstáculos para os veículos elétricos, mas o partidarismo político está começando a influenciar. Os republicanos têm menos probabilidade de comprar um carro elétrico do que os democratas.

Essa mudança de atitude coincide com uma desaceleração nas vendas de carros e caminhões elétricos. Os americanos compraram menos desses veículos no primeiro trimestre de 2024 do que no trimestre anterior – a primeira queda desde que a pandemia lançou a economia no caos em 2020.

Enquanto isso, os híbridos continuam se tornando mais populares. No último ano, os híbridos aumentaram sua participação no mercado, mesmo com a estagnação dos veículos elétricos.

Os prós e contras dos híbridos

Os carros híbridos oferecem algumas vantagens sobre os elétricos. Em geral, eles são mais baratos e podem abastecer com gasolina para dirigir longas distâncias sem carga. “Você não precisa mudar nada em seu estilo de vida”, disse Valdez Streaty.

Mas os híbridos têm muitas desvantagens. O fato de ter dois sistemas de energia separados, um elétrico e outro a gasolina, significa mais desafios de manutenção, e o funcionamento com gasolina é mais caro do que com eletricidade.

Além disso, continuar a queimar gasolina no longo prazo não ajudará a evitar os efeitos mais catastróficos da mudança climática. As novas regras federais de poluição de automóveis permitirão que as montadoras mudem de motores a gasolina pura para híbridos no curto prazo, mas, por fim, as regras empurrarão todas as montadoras para veículos elétricos após 2030.

Atualmente, a decisão se resume às circunstâncias individuais dos compradores de automóveis, de acordo com Valdez Streaty. Para aqueles que, em sua maioria, percorrem distâncias curtas, têm acesso a estações de recarga nas proximidades ou em casa e podem se dar ao luxo de gastar um pouco mais no início para economizar combustível mais tarde, os elétricos fazem sentido, disse ela. Para aqueles que dirigem longas distâncias e não têm estações de recarga em sua área, um híbrido é uma boa opção.

“Veremos uma mistura de híbridos e elétricos, e isso dependerá de sua situação”, disse.

Mais modelos híbridos chegam às concessionárias

O americano que pensa em comprar um híbrido terá muitas opções. Os fabricantes de automóveis estão inundando o mercado com novos modelos híbridos e recuando em alguns de seus planos mais ambiciosos para aumentar a produção de veículos elétricos.

Este ano, a Ford adiou seus planos para novos modelos de picapes e SUVs elétricos e anunciou que desenvolverá versões híbridas de todos os seus modelos até 2030. A General Motors – que se comprometeu a vender somente veículos elétricos até 2035 – agora planeja começar a vender híbridos nos Estados Unidos pela primeira vez desde que abandonou o Chevy Volt, em 2019.

Enquanto isso, a Toyota – fabricante do híbrido por excelência, o Prius – manteve sua estratégia de priorizar os híbridos, mesmo quando outras montadoras apostaram seu futuro nos veículos elétricos, e foi recompensada com vendas e lucros recordes.

“Os fabricantes estão determinando: Onde está a demanda por veículos elétricos? E como posso mudar para apoiar a maior demanda por híbridos?” disse Valdez Streaty.

CIDADES-ESPONJAS CHINESAS SÃO EXEMPLOS PARA O RIO GRANDE DO SUL

 

História de NELSON DE SÁ – Folha de S.Paulo

PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – No verão do ano passado, a partir de 29 de julho, Pequim enfrentou suas maiores chuvas em 140 anos. Em 83 horas, atingiu 60% da água que costuma chover num ano. Morreram 33 pessoas na capital chinesa.

Dez meses depois, o bairro de Mentougou, o mais atingido, na região oeste da cidade, ainda está em obras. Ruas que estavam cobertas de água ganharam asfalto poroso, encostas de morros estão sendo reforçados –e o leito de um rio que correu mundo ao cobrir uma ponte, está seco, sendo refeito para não assorear.

Essas e outras imagens, como os aviões ilhados no novo aeroporto de Daxing, na rota das águas de Mentougou, levantaram dúvidas quanto às cidades-esponja, projeto chinês iniciado oficialmente em 2015 –e que é visto como uma possível resposta para tragédias como a do Rio Grande do Sul.

Daxing, que abriu meses antes da pandemia, é chamado de “aeroporto esponja”, com amplo terreno úmido, lago artificial, valas e telhados verdes. O propósito, como no projeto todo, era absorver a água da chuva como uma esponja. Não aconteceu porque, antes de mais nada, choveu acima do teto previsto.

As chuvas e os tufões prosseguiram no verão chinês até setembro, quando atingiu a chamada Grande Área da Baía, no sul. Cidades da região, como Shenzhen, haviam se declarado prontas para chuvas como aquelas registradas até dois séculos antes, após seis de anos de implantação do projeto. Não foi o bastante.

O arquiteto Kongjian Yu, considerado um dos pais das cidades-esponja e professor da Universidade de Pequim, defende que as autoridades devem continuar a usar a técnica. Ele rebate as críticas dizendo que a implantação está só no começo na capital.

Afirma que “a campanha de cidades-esponja da China se provou muito bem-sucedida”, citando o exemplo de Sanya, na província de Hainan. “Situada na região das monções, costumava sofrer terríveis inundações urbanas e agora é festejada.”

Segundo ele, “é preciso esclarecer que se confundem as cidades-esponja verdadeiras com as falsas, porque muitas usam só como uma marca”. Grandes estruturas subterrâneas de retenção ou barragens são, na verdade, “o oposto dos princípios”.

Segundo Yu, “certamente esta solução baseada na natureza também terá que integrar algum grau de engenharia de infraestrutura” desse gênero. Mas, “para resolver as inundações e secas e os problemas de biodiversidade, a cidade-esponja é a principal solução adaptativa e deve ser priorizada.”

Questionado se estava acompanhando as enchentes no Brasil e se tinha algo específico para sugerir, afirmou: “Sim, vocês precisam agir imediatamente. Quanto mais cedo, melhor, porque o próximo golpe pode ser muito pior. Solução planeta-esponja”.

O especialista diz que “reter água na fonte sempre que a chuva cair e dar à água mais espaço rio acima, diminuir a velocidade da água durante seu fluxo, recuperando áreas úmidas e esponjas nas fazendas e ao longo dos cursos d’água, e criar um sistema de esponjas resiliente na área urbana”. Barragens de concreto e muros de inundação “não são solução, eles fracassaram e vão fracassar”.

Ainda para os brasileiros, falou: “Aprendam com os erros e com o êxito da China”.

Também questionado sobre as enchentes no Brasil, o engenheiro civil Mark Fletcher, da consultoria britânica Arup, responde que “têm sido devastadoras, mas é importante reconhecer, quando acontecem, que esses eventos extremos serão mais frequentes e mais intensos”. Exigem uma resposta sistêmica, para mais resiliência e também “recuperações mais rápidas”.

Também ele tira uma lista do que fazer, começando por buscar “governança unida em todo o ciclo da água” e também destacando “aprender com o que aconteceu para buscar novas infraestruturas e melhorar a manutenção dos ativos de inundação existentes”.

Sobre cidades-esponja, diz que tem visitado a China para acompanhar os programas em Pequim, Xangai, Cantão e Nanquim. “O conceito de abrandar e armazenar as águas pluviais, para reduzir o impacto das inundações em termos de perdas de vida e de danos nas infraestruturas, é muito sensato. Todas as cidades precisam construir rapidamente sua resiliência à incerteza das mudanças climáticas.”

Acrescenta que “é um conceito que tem origem na China, mas não há uma abordagem rígida” sobre como chegar lá. “Podemos aprender com o que já foi implementado na China, mas as soluções para cada país e cidade serão diferentes, pois o contexto local é diferente.”

Também ele defende implementar seus princípios sem abandonar as “infraestruturas residuais”, como piscinões e barragens.

Aconselha não considerar a cidade-esponja “isoladamente como uma bala de prata”.

A própria China evita fazê-lo, tratando o projeto com paciência e pouco alarde. Os primeiros passos teriam sido dados em 2013, mas a formalização pelo Conselho de Estado só foi se dar dois anos depois. Mais dois e o então primeiro-ministro Li Keqiang afirmou que era prioridade “promover a construção de cidades-esponja, para que as áreas urbanas tenham não apenas forma exterior, mas substância real”.

Até na maior aposta de urbanismo para o país, Xiong’an, que vem sendo erguida para receber parte da administração estatal e para ser um modelo ambiental para as demais, o conceito de esponja é evitado ou minimizado. A nova cidade fica a cem quilômetros da capital, cerca de meia hora por trem-bala.

Ainda está em obras. “O que posso dizer é que a infraestrutura de cidade-esponja que está sendo construída lá não está concluída, mas houve um investimento significativo, criando bacias de inundação para os rios ao redor e uma rede de cursos d’água para absorver a água em toda a cidade”, diz o pesquisador americano Andrew Stokols, do MIT.

“Ainda não sabemos se vai funcionar, porque ainda não foi testada”, diz, lembrando que as enchentes de 2023 não chegaram à cidade. “A localização de Xiong’an é muito difícil, porque é extremamente baixa.” Ex-professor da Universidade de Pequim, ele retorna à capital neste verão para seguir atento o que vai acontecer com a Brasília chinesa.

DESEJO DAS PESSOAS DE CONSUMIREM ALIMENTOS MAIS CALÓRICOS NO FRIO

 

História de Victória Ribeiro – Jornal Estadão

Com a chegada do frio, muitas pessoas percebem um maior desejo de consumir alimentos mais calóricos. Apesar de alguns pensarem que se trata de algo puramente psicológico e sem explicação clara, especialistas afirmam que essa mudança nos hábitos alimentares é resultado de uma combinação de fatores fisiológicosemocionais e sazonais.

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo (SBEM-SP), Felipe Henning, explica que, com a chegada do frio, nosso corpo precisa gerar mais calor para manter a temperatura adequada, o que acelera o metabolismo e aumenta a demanda por energia. Essa necessidade extra de energia, mesmo que discreta, leva nosso organismo a buscar alimentos que forneçam mais calorias.

Em dias frios, muita gente percebe um maior desejo por alimentos hipercalóricos, ricos em gorduras e açúcar. Foto: ehaurylik/Adobe Stock

Em dias frios, muita gente percebe um maior desejo por alimentos hipercalóricos, ricos em gorduras e açúcar. Foto: ehaurylik/Adobe Stock© Fornecido por Estadão

Além disso, o nutrólogo da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Daniel Magnoni, afirma que, durante o frio, a queima de gordura e de reservas energéticas pode gerar a sensação de emagrecimento, levando à percepção de que precisamos repor a composição corpórea. “O nosso organismo é um sensor de necessidades constantes. Essa sensação de emagrecimento nos faz pensar que precisamos nos alimentar mais. Isso, aliado à busca pelo bem-estar proporcionado por alimentos quentes, que dão prazer, faz com que o consumo hipercalórico aumente nessa época”, ensina.

Apesar das explicações fisiológicas, Henning lembra que, no frio, as pessoas também costumam sair menos de casa e tendem a substituir atividades ao ar livre por momentos de lazer em ambientes fechados, como restaurantes. Esse cenário — ainda mais quando inclui os indivíduos mais ansiosos — se une à demanda fisiológica, contribuindo para o maior consumo calórico nos dias mais gelados. “A explicação é fisiológica, mas uma parte significativa também parte do contexto do próprio indivíduo”, afirma.

Como evitar o abuso calórico nos dias frios?

Segundo Magnoni, há várias estratégias para reduzir o consumo de alimentos hipercalóricos nos dias frios, a começar pela ingestão de fibras e proteínas, que são substâncias capazes de causar uma maior sensação de saciedade.

O nutrólogo também sugere fracionar mais a alimentação, mantendo a quantidade total habitual, mas dividindo-a em porções menores ao longo do dia – outra tática para prolongar a sensação de saciedade. De acordo com ele, a prática de atividade física merece atenção redobrada. Isso porque, à medida em que existe uma maior ingestão de alimentos, também há um aumento de gasto energético.

Por sua vez, Henning acrescenta que evitar o acesso fácil a alimentos calóricos pode ajudar a reduzir o consumo excessivo nessa época do ano. “Isso significa evitar ter esse tipo de alimento em casa, pois quando estão ao alcance, especialmente em momentos de ansiedade e desejo por prazer alimentar, é mais provável ceder e consumi-los”, afirma.

Outra estratégia envolve aumentar o consumo de líquidos quentes, sendo uma boa opção optar por bebidas não calóricas, o que não inclui os famosos cappuccino ou chocolate quente açucarados. Segundo Henning, os chás são uma ótima pedida (especialmente o verde, porque estimula levemente o metabolismo). “Os líquidos quentes não apenas ajudam a manter a temperatura corporal, mas também promovem uma sensação de saciedade devido ao volume de líquido no estômago”, explica o especialista.

SUPLEMTOS ALIMENTARES PROMETEM BENEFÍCIOS QUE GERALMENTE SÃO FALSOS

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Ginkgo, colágeno, cúrcuma e vários outros são um mercado de bilhões com muita promoção nas redes sociais. Mas eles raramente são regulamentados e controlados, e as promessas de benefícios geralmente são falsas.Muitas pessoas tomam suplementos alimentares que prometem melhorar a pele e o cabelo, fortalecer o sistema imunológico ou melhorar o desempenho, entre inúmeros outros supostos benefícios. Magnésio, ferro, vitamina D, colágeno e muitos outros fazem parte de um mercado de bilhões.

A especialista em nutrição Angela Clausen, do centro de aconselhamento ao consumidor do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, lida há anos com esse tema. “O problema é que muitas pessoas veem os suplementos alimentares como uma espécie de medicamento natural e os usam de acordo com essa visão: para tratar ou mesmo curar doenças”, diz. “Porém, suplementos alimentares apenas fornecem componentes essenciais que não estão em quantidade suficiente na dieta das pessoas.”

Muitos suplementos alimentares são apenas dinheiro jogado fora. Entretanto, algumas substâncias, como vitamina D, iodo ou selênio, podem até mesmo ser prejudiciais se consumidas em excesso.

E justamente por não serem medicamentos, suplementos alimentares estão sujeitos a muito menos controle por autoridades de saúde. Em geral eles podem ser comercializados sem que tenham sido feitos testes de segurança, qualidade ou eficácia.

E por serem menos controlados, os suplementos alimentares nem sempre contêm os ingredientes indicados na embalagem ou podem não conter as quantidades indicadas nelas. Em alguns casos até contêm substâncias perigosas ou proibidas.

No vale-tudo das redes sociais, há ainda menos controle. Falsas promessas sobre as propriedades saudáveis dos suplementos alimentares são encontradas em toda parte.

A DW verificou as promessas associadas a três suplementos alimentares nas redes sociais.

Quatro suplementos para ficar “mais inteligente”

Alegação: Neste vídeo do TikTok, que foi visualizado cerca de 1,7 milhão de vezes, uma pessoa afirma: “Você não é burro, apenas não tem circulação suficiente no cérebro, o que o impede de se focar, de se concentrar, e o resultado é uma memória muito fraca.”

Os quatro principais suplementos recomendados por ela para lidar com isso são ginkgo biloba, bacopa monnieri, L-teanina e L-treonato de magnésio.

Verificação de fatos da DW: Falso

Melhorar o desempenho cognitivo e a concentração com esses suplementos alimentares seria mesmo bom demais para ser verdade. A nutricionista Friederike Schmidt, da Universidade de Lübeck, analisou o vídeo para a DW.

“A TikToker fala sobre mecanismos metabólicos muito específicos, e ela passa mesmo a impressão inicial de ser muito competente”, observa Schmidt. No entanto, a especialista ressalta que, em relação a muitos aspectos das substâncias mencionadas, “na verdade não se tem ideia do que elas fazem e se de fato ajudam”.

Por exemplo, uma das alegações feitas no vídeo é que o extrato da planta bacopa monnieri aumenta o nível do neurotransmissor acetilcolina no cérebro, o que melhora a memória.

“Isso é muito do além”, diz Schmidt. “Até hoje não houve nenhum estudo metodologicamente sólido, muito menos vários estudos, em que as pessoas receberam esse extrato de planta, tiveram mais acetilcolina em seus cérebros e, então, conseguiram se lembrar melhor das coisas.”

Clausen observa que a citação de estudos de pouca ou nenhuma relevância é uma tática comum na propaganda de suplementos alimentares. “Os estudos apresentados geralmente são um desastre no que diz respeito ao produto abordado”, diz.

De modo geral, as alegações da TikToker não são cientificamente sólidas. Não há provas de que suas “quatro principais recomendações de suplementos” melhorem o desempenho cognitivo da maneira que ela descreve.

“Cura milagrosa” com a cúrcuma

Alegação: De acordo com este vídeo em espanhol, que teve mais de 1,5 milhão de visualizações, a cúrcuma em pó dissolvida em água pode ajudar a combater o eczema. O vídeo também alega que ela desintoxica o corpo, previne a artrite e reduz o risco de câncer. Alegações semelhantes podem ser encontradas em outros vídeos.

Verificação de fatos da DW: Falso

Usada como tempero, a cúrcuma, ou açafrão-da-terra, há muito tempo é considerada boa para a digestão. Porém, de acordo com Clausen, todas essas alegações do vídeo são insustentáveis. “Não há estudos que as sustentem”, afirma.

Foram efetivamente feitas pesquisas sobre o ingrediente ativo da cúrcuma, a curcumina, mas não há estudos “padrão ouro”, ou seja, estudos realizados em seres humanos, nos quais nem os pesquisadores nem os participantes sabiam quem havia recebido o placebo e quem, o ingrediente ativo e que tenham sido corroborados por no mínimo um outro estudo realizado por um grupo de trabalho diferente.

Estudos mostraram apenas que um extrato específico de cúrcuma, numa dosagem específica, tem um efeito anti-inflamatório em testes de laboratório, em um tubo de ensaio. Mas esses efeitos só podem ser atribuídos a esse exato extrato, nessa exata dosagem, e não simplesmente à cúrcuma. O efeito em seres humanos pode ser completamente diferente do efeito num tubo de ensaio.

“Estamos muito longe de poder dizer que a cúrcuma definitivamente ajuda”, diz Schmidt. A nutricionista explica que um problema específico da curcumina é que ela é muito reativa, o que significa que no laboratório ela interage com muitas outras substâncias – o que, presumivelmente, também é o motivo pelo qual se diz que ela é eficaz contra tantas doenças e problemas. Mas isso não significa que ela seja eficaz em pessoas.

Colágeno “melhora pele, cabelo, unhas e articulações”

Alegação: Publicações nas redes sociais também atribuem muitos efeitos positivos ao colágeno. Este vídeo viral afirma que ele dá uma pele mais firme, unhas mais fortes e cabelos mais brilhantes e fortes, enquanto este clipe do TikTok afirma que ele também ajuda nas articulações.

Verificação de fatos da DW: Falso

O colágeno é uma proteína produzida naturalmente pelo corpo e é importante para os ossos, articulações, músculos e tendões. Os suplementos alimentares que contêm colágeno são, portanto, de origem animal, geralmente feitos de resíduos de matadouros.

Não está claro quão bem o corpo é capaz de processar o colágeno recebido de fontes externas. Até mesmo o suposto efeito mais conhecido do colágeno – o rejuvenescimento da pele – ainda necessita de mais pesquisas, de acordo com um metaestudo realizado em 2023.

“Nenhuma dessas promessas publicitárias foi aprovada para uso na UE, certamente não a que se refere à saúde das articulações”, diz Clausen. Não há nenhuma evidência conclusiva de que o colágeno tenha esse efeito, acrescenta.

A organização dela até mesmo processou – e ganhou a causa – o fabricante do produto Glow25 Collagen Pulver em 2022 por usar o slogan “Ossos e articulações saudáveis”. O fabricante reconheceu que essa e outras promessas não podiam ser cumpridas pelo produto. No entanto, muitas postagens online ainda fazem essas alegações.

Conclusão: consumidores estão sendo enganados

Com os suplementos alimentares, não é fácil separar a verdade da propaganda enganosa. De modo geral, as alegações feitas nas redes sociais são muitas vezes exageradas, sem base científica ou até mesmo proibidas.

“Em muitos casos, vemos que as pessoas estão apenas gastando dinheiro em coisas de que não precisam”, diz Schmidt. “A ideia de que você pode fazer algo pela sua saúde usando apenas com alguns comprimidos ou pós é muito tentadora”, diz.

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ESCASSEZ DE TALENTOS PASSA O MUNDO PARA ENCONTRAR CANDIDATOS COM HABILIDADES NECESSÁRIAS

 

Mudanças no mercado e nas prioridades dos colaboradores impõem desafios às companhias; pesquisa do ManpowerGroup revela as apostas para este ano

A rápida transformação digital, aliada às mudanças no comportamento e nos objetivos dos profissionais, pode impor novas demandas às empresas na atração e na gestão de suas equipes para este ano. Para deixar o cenário ainda mais desafiador, o mundo passa por uma grande escassez de talentos: 75% dos empregadores do mundo e 80% do Brasil relatam dificuldades para encontrar candidatos com as habilidades de que precisam, de acordo com a pesquisa Escassez de Talentos de 2024, do ManpowerGroup.

O obstáculo, no entanto, também cria oportunidades; e como “adaptação” é a palavra de ordem, as companhias estão encontrando novas fontes de talento, se abrindo a candidatos com diferentes experiências e buscando suporte na tecnologia, como sugere o relatório huManpower, também do grupo.

“A atração e retenção de talentos precisa, mais do que nunca, estar na agenda das lideranças. Para se destacar da concorrência, será necessário ampliar os horizontes na busca pelos profissionais que atendam às necessidades da organização. O suporte mais cuidadoso ao time de colaboradores também faz a diferença, com feedbacks constantes e investimento em inovação, capacitação e desenvolvimento. Além disso, as empresas deverão valorizar mais as soft skills, habilidades que contribuem com o bom desempenho do negócio”, explica Wilma Dal Col, diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil.

Considerando esse cenário, o ManpowerGroup realizou um estudo sobre as mudanças no mundo do trabalho que vai ajudar as lideranças e os profissionais de RH a conduzirem essa transformação, criando ambientes em que a força das pessoas é o que move os negócios. Confira os principais insights:

Inteligência Artificial e Realidade Virtual

O relatório concluiu que 58% dos empregadores em todo o mundo estão otimistas que novas tecnologias, como Inteligência Artificial e Realidade Virtual, não irão eliminar empregos e sim, criá-los. Mas é preciso se preparar.

Soft Skills importam

Os empregadores que estão apresentando dificuldade em encontrar colaboradores com conhecimento técnico adequado já entenderam a importância de buscar nesses profissionais habilidades comportamentais. Os atributos mais importantes a serem considerados durante o processo de contratação em todos os setores são: Comunicação, Colaboração e trabalho em equipe (39%), Responsabilidade e confiabilidade (33%) e Raciocínio e resolução de problemas (29%).

Transformando desafios em oportunidades

Em vez de encarar a escassez somente como um grande obstáculo, muitos empregadores já estão buscando alternativas para resolver o problema. No último ano, as empresas se mostraram mais dispostas a considerar profissionais mais maduros (34%), candidatos com lacunas na carreira (27%) ou desempregados há bastante tempo (26%).

Unindo habilidades

Quando perguntados sobre as soft skills mais importantes para os talentos da Geração Z (de 11 a 26 anos), os empregadores disseram: Aprendizagem ativa e curiosidade (31%), Colaboração e trabalho em equipe (26%) e Criatividade e originalidade (25%). Para os Millennials (27 a 42 anos), Colaboração e trabalho em equipe (26%), Responsabilidade e confiabilidade (25%) e Raciocínio e resolução de problemas (23%) foram as três competências mais citadas.

Já para os candidatos da Geração X (43 a 58 anos), Ensino e mentoria (29%), Liderança e gestão (27%) e Colaboração e trabalho em equipe (24%) são as soft skills mais importantes. Enquanto Ensino e mentoria (28%), Liderança e influência social (23%) e Responsabilidade e confiabilidade (21%) estão no topo da lista dos Baby Boomers (de 59 a 77 anos).

“A diferença geracional representa um desafio e uma grande oportunidade para as pessoas e as organizações, pois indivíduos de diferentes idades desempenham papéis importantes por meio de suas experiências, diferentes perspectivas e expectativas, tornando singulares e complementares suas contribuições. Unir essas habilidades pode trazer uma grande vantagem competitiva para as organizações”, afirma Wilma.

Desenvolvimento em alta

Mesmo que muitas empresas estejam voltando ao presencial, apenas 19% dos empregadores acreditam que a colaboração presencial seja um dos principais fatores de produtividade. Para eles, Desenvolvimento profissional (40%), Metas e objetivos claros (37%) e Cultura de trabalho positiva (36%) são considerados mais importantes.

Para uma empresa realmente verde, comece pelas pessoas

Mudanças climáticas, alta demanda por produtos sustentáveis e os incentivos governamentais estão acelerando a transição verde. Nunca se falou tanto em ESG (Environmental, Social and Governance) como agora. Não à toa, 70% dos empregadores já planejam ativamente recrutar para empregos verdes.

De olho nos Gamers

57% dos empregadores em todo o mundo relatam que considerariam a experiência com jogos eletrônicos ao contratar. Estudos apontam que soft skills como Criatividade, Pensamento crítico, Raciocínio lógico e Resiliência também são desenvolvidas por meio de e-sports e videogames. 

FANS TOKENS DA VALEON

Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).

A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor, ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver multiplataformas e muito mais.

Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de quem trabalha com comportamento do consumidor.

Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor, principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa para atingir seus objetivos individuais e sociais.

Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca. E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores engajados fornecem referências e recomendações para produtos específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da monetização.

A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais, que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de como o nosso produto funciona.

As Fans Tokens são para aqueles que não querem apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais ativo na comunidade das redes sociais.

A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais, abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.

Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do Site.

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quinta-feira, 30 de maio de 2024

MAIORIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ACREDITA QUE O PAÍS ESTÁ NA DIREÇÃO ERRADA

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Uma pesquisa do instituto Ipsos aponta que a maioria da população brasileira avalia que o País está “na direção errada”. De acordo com o levantamento, 57% dos brasileiros tem essa opinião sobre o caminho do Brasil. É o maior índice registrado no mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com a pesquisa mensal. Já 43% opinam que o País está no rumo certo.

A pesquisa What Worries the World avalia questões sociais e políticas em 29 países. No levantamento de maio, a inflação foi apontada como a maior preocupação entre todos os países pesquisados. No Brasil, a questão não é a principal aflição da população. Para os brasileiros, 23% consideram a inflação como uma preocupação. A média mundial é de 34%. No País, a maior preocupação hoje é com o crime e a violência (46%).

Entre os países avaliados, o Brasil ocupa a 21ª posição no ranking das populações mais críticas aos rumos do País. Os holandeses mostram o nível mais baixo de otimismo, com 79% de percepção de que o País está na direção errada. A média global é de 62% de pessimismo em relação aos caminhos tomados pelas nações.

Desemprego

Dos países que listam o desemprego como a sua principal preocupação, a África do Sul lidera o ranking com 67% de percepção da população. A Colômbia aparece com 45%, Índia com 44% e Argentina, com 43%. A questão é citada por 26% dos brasileiros.

Corrupção

Um quarto (26%) dos 29 países mencionam a corrupção financeira e política como uma preocupação em seu país. A população da Indonésia é a mais preocupada com a corrupção (65%), seguida pelos moradores de Peru (53%), África do Sul (51%) e Malásia (48%). O tema é a preocupação de 27% dos brasileiros, um ponto porcentual acima da média mundial, de 26%.

Violência

O Brasil ocupa a sexta posição do ranking quando o tema é a percepção sobre violência como a maior preocupação da população, com 46%. O País está atrás apenas de Chile (69%), Suíça (64%), África do Sul (56%), Peru (54%) e México (52%).

A pesquisa foi aplicada a 24.686 pessoas de 29 países, entre 15 de abril e 3 de maio, por meio de um painel virtual. A margem de erro é estimada em 3,1 pontos porcentuais para mais ou menos, de acordo com o instituto Ipsos.

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PEC NO SENADO QUER PRIVATIZAR PRAIAS NO BRASIL

BBC News Brasil

Praia do Forte em Cabo Frio; projeto em tramitação no Senado pode permitir a transferência da propriedade de terrenos do litoral brasileiro hoje sob o domínio da União

Praia do Forte em Cabo Frio; projeto em tramitação no Senado pode permitir a transferência da propriedade de terrenos do litoral brasileiro hoje sob o domínio da União© Getty Images

Uma proposta de emenda constitucional (PEC) que tramita no Senado pode permitir a transferência da propriedade de terrenos do litoral, hoje sob o domínio da União, para Estados, municípios e proprietários privados.

O assunto voltou à tona após a realização de uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na segunda-feira (27/5).

Durante a reunião, que contou com a participação de membros do governo federal, de representantes de alguns municípios e da sociedade civil, os senadores ficaram divididos em torno do tema.

Aprovada em fevereiro de 2022 na Câmara dos Deputados, a PEC 3/2022 estava parada na CCJ do Senado desde agosto de 2023.

Ambientalistas alertam que a proposta traz o risco de privatização das praias por empreendimentos e pode comprometer a biodiversidade do litoral brasileiro.

Já os defensores da proposta argumentam que não se trata de privatização e nem que o texto tenha alguma motivação ligada ao mercado imobiliário.

O que mudaria?

A proposta é de autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA) e tem parecer favorável do relator, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Caso seja aprovada e sancionada com o texto que está hoje no Senado, a PEC revogaria um trecho da Constituição e autorizaria a transferência dos territórios de marinha para ocupantes particulares, Estados e municípios

Os terrenos de marinha são as áreas situadas na costa marítima em uma faixa de 33 metros a partir de uma linha média traçada em 1831.

Atualmente, as praias pertencem à União e são geridas pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

A PEC prevê que Estados e municípios recebam gratuitamente a propriedade daqueles terrenos que já tiverem construções de prédios públicos.

Ocupantes particulares poderiam receber a titularidade do terreno mediante pagamento. E a União ficaria com áreas utilizadas pelo serviço público federal, áreas não ocupadas e aquelas abrangidas por unidades ambientais federais.

Além disso, a PEC proíbe a cobrança do laudêmio pela União quando houver transferência de domínio.

Porto de Salvador

Porto de Salvador© Getty Images

No caso dos proprietários privados, o texto prevê a transferência mediante pagamento para aqueles inscritos regularmente “no órgão de gestão do patrimônio da União até a data de publicação” da Emenda à Constituição.

Além disso, autoriza a transferência da propriedade para ocupantes “não inscritos”, “desde que a ocupação tenha ocorrido pelo menos cinco anos antes da data de publicação” da PEC.

Acesso às praias

A Lei Federal nº 7.661/1988, que instituiu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, determina que “as praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido”.

Abre-se uma exceção para trechos do litoral considerados de interesse de segurança nacional.

Esse é um dos pontos que provocou desaprovação à PEC. Críticos temem que a construção de empreendimentos próximos à faixa de areia da costa brasileira possa levar a um bloqueio do acesso da população à praia.

A PEC não prevê alterações na Lei Federal nº 7.661/1988, mas Ana Paula Prates, diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente (MMA), acredita que a aprovação do texto poderia levar ao fechamento dos acessos às áreas de areia.

“Na hora em que esses terrenos todos que ficam após as praias forem privatizados, você começa a ter uma privatização do acesso a elas, que são bens comuns da sociedade brasileira”, disse em entrevista à Rádio Nacional.

Já os defensores argumentam que “não há uma linha no texto” que poderia permitir a privatização das praias.

Para o senador Flávio Bolsonaro, a PEC pode facilitar o registro fundiário e também gerar empregos. O relator apontou que a motivação da PEC é um “sentimento municipalista”.

“Os prefeitos conhecem mais a situação dos municípios do que nós aqui do Senado. É um fato: a PEC não privatiza praias”, disse o relator na audiência.

Regularização ou ‘caos administrativo’?

Os defensores da proposta argumentam que a mudança é necessária para regularizar as propriedades nos terrenos de marinha.

Segundo Flávio Bolsonaro, há “inúmeras edificações realizadas sem a ciência de estarem localizadas em terrenos de propriedade da União”.

Ainda conforme o relator da proposta, os terrenos de marinha causam prejuízos aos cidadãos e aos municípios.

“O cidadão tem que pagar tributação exagerada sobre os imóveis em que vivem: pagam foro, taxa de ocupação e IPTU. Já os municípios sofrem restrições ao desenvolvimento de políticas públicas quanto ao planejamento territorial urbano em razão das restrições de uso dos bens sob domínio da União”.

O prefeito de Florianópolis (SC), Topázio Neto (PSD), também defendeu essa posição, dizendo que são os municípios que têm investido na gestão desses terrenos ao longo dos anos, mas sem ter controle total.

Neto, porém, disse acreditar que mais discussão é necessária.

“Uma única fórmula para o Brasil inteiro não vai funcionar. Cada município tem uma realidade diferente”, ponderou.

Por sua vez, a secretária-adjunta da Secretaria de Gestão do Patrimônio da União no Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos, Carolina Gabas Stuchi, argumentou que se PEC fosse aprovada hoje, haveria “um caos administrativo”, porque estima-se que existam cerca de 3 milhões de imóveis não registrados ocupando essa faixa.

Segundo ela, outros países estão recomprando as áreas de praia que haviam sido privatizadas tempos atrás e existem leis mais simples que poderiam auxiliar a resolver os problemas relacionados aos terrenos de marinha sem causar tantos prejuízos.

Audiência na CCJ do Senado foi presidida pelo relator Flávio Bolsonaro

Audiência na CCJ do Senado foi presidida pelo relator Flávio Bolsonaro© Agência Senado

A gerente técnica da Associação dos Terminais Portuários Privados (ATP), Ana Paula Franco, disse que a organização é desfavorável à proposta por trazer insegurança jurídica.

Todo terminal usa parte do terreno de marinha, com a devida autorização do poder público. E segundo Ana Paula, a construção de um porto exige um longo tempo e sua operação demanda muitos investimentos. Para ela, mudanças legais podem judicializar a questão.

Críticos da medida também apontam que ela vai favorecer a especulação imobiliária, retirando os mais pobres das áreas consideradas “nobres” e agravando o desequilíbrio ambiental.

Conservação ambiental

Na audiência pública de segunda-feira (27), Carolina Gabas Stuchi, do Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos, também ressaltou a importância do domínio da União sobre a faixa marítima para a soberania nacional e para o equilíbrio ambiental.

“A PEC favorece a ocupação desordenada, ameaçando os ecossistemas, tornando esses terrenos mais vulneráveis a eventos climáticos extremos”, alertou.

Ambientalistas também ressaltam que o nível do mar vem subindo nos últimos anos e esses terrenos, que normalmente têm manguezais, restingas e falésias, são consideradas áreas de preservação permanentes.

A presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF), reconheceu que há problemas na gestão dos terrenos de marinha, mas disse que, na prática, a proposta flexibiliza a legislação ambiental.

“A extinção dos terrenos de marinha e a transferência de propriedade podem afetar a função dessas áreas na mitigação das mudanças climáticas”, afirmou durante a sessão.

Uma nota técnica do Grupo de Trabalho para Uso e Conservação Marinha (GT-Mar), que atua na Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, apontou que a fiscalização também pode ser fragilizada com a PEC, o que ameaçaria ainda mais a biodiversidade costeira.

“Sem a prerrogativa de gestão desse patrimônio, o governo federal terá muito mais dificuldades de implantar políticas socioambientais de enfrentamento às mudanças climáticas”, diz a nota.

Mangue em Itamaracá, Pernambuco

Mangue em Itamaracá, Pernambuco© Getty Images

Já na visão de Ana Ilda Pavão, representante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, a PEC também prejudicará as comunidades tradicionais, que habitam essas áreas há décadas, e os pescadores, que já sofrem com o assoreamento e com o desmatamento.

“O teor dessa PEC, no fundo, é a urbanização das orlas, são os grandes empreendimentos. Quem vai lucrar? Não somos nós. Nós só vamos perder. Essa PEC precisa ser revista”, opinou Pavão.

Defesa

Outro ponto que está em jogo é a defesa e segurança do país. Críticos afirmam que a ideia de controle desses terrenos pela União está intimamente relacionada à segurança nacional e proteção contra ataques estrangeiros.

O conceito foi instituído ainda no tempo do Império, com a vinda de Dom João 6º e da família real. As terras eram destinadas à instalação de fortificações contra invasões marítimas.

Mas para o senador Flávio Bolsonaro, a necessidade de defesa do território contra invasão estrangeira mudou.

“Atualmente, essas razões não estão mais presentes, notadamente diante dos avanços tecnológicos dos armamentos que mudaram os conceitos de defesa territorial”, disse em seu parecer.

O que acontece a seguir?

Para ser aprovada, esta PEC precisa ser votada em plenário no Senado e receber o apoio de pelo menos três quintos dos senadores (49). Mas, até o momento, não há previsão de quando ela será votada.

Segundo informações divulgadas pela GloboNews, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu frear o projeto por enquanto.

Se houver modificação substancial no Senado, o texto precisa voltar para a Câmara.

A PEC enfrenta grande resistência dentro do governo, com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) se posicionando contra sua aprovação.

Nas redes sociais, a discussão sobre o tema também mobilizou muitos internautas.

Influenciadores e ativistas gravaram vídeos para se posicionar de forma contrária à proposta e pedir à população para que se manifeste contrariamente.

Até o fechamento desta matéria, a PEC tinha mais de 74 mil votos contrários à sua aprovação no portal e-Cidadania, que coleta a opinião e incentiva a participação dos cidadãos nas atividades legislativas. Os votos a favor somam pouco mais de 1.100.

 

GOVERNO VAI VENDER ARROZ IMPORTADO TABELADO DE R$ 4,00 O QUILO

História de Mariana Carneiro e Isadora Duarte

BRASÍLIA – Após críticas feitas por produtores e vendedores de arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou nesta quarta-feira, 29, que avalia se fará a venda direta do arroz importado ao comércio local. A iniciativa inédita está prevista em medida provisória publicada no último dia 24 e autoriza a Conab a importar 1 milhão de toneladas do grão para abastecer o mercado interno, vendendo diretamente a varejistas.

O arroz importado pelo governo chegará a supermercados e redes de atacado de alimentos com o rótulo do governo federal e a informação: “Arroz importado pelo governo federal” ao preço tabelado de R$ 4 o quilo.

O governo informou a representantes de produtores de arroz, atacadistas e supermercadistas que pretendia vender o arroz diretamente, cadastrando o comércio interessado em revender o produto importado pelo governo.

Nesta quarta-feira, o diretor de Operações e Abastecimento, Thiago dos Santos, disse que a Conab decidirá posteriormente a modalidade de venda do produto ao comércio.

“A MP autoriza a Conab a fazer venda direta, lembrando que a Conab pode fazer também tanto a compra quanto a venda através dos seus leilões. Temos duas modalidades para esse produto chegar ao vendedor final”, afirmou Santos.

Nos leilões, a estatal oferece o produto a agentes privados na cadeia produtiva e não opera diretamente na distribuição ao comércio local. Ao final, a escolha vai depender da capacidade da Conab em lidar com uma atividade que não é parte de sua rotina.

Segundo Fávaro, arroz importado pelo governo poderá chegar aos mercados em até 40 dias Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo Fávaro, arroz importado pelo governo poderá chegar aos mercados em até 40 dias Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o arroz importado pelo governo poderá chegar aos mercados em até 40 dias. Pelo edital da Conab, publicado nesta quarta, o leilão de importação deve ocorrer em 6 de junho, e os fornecedores poderão entregar o arroz nos armazéns da Conab ao longo de 90 dias, até 8 de setembro.

De uma forma ou de outra toda forma, o arroz importado pelo governo chegará às gôndolas com a logomarca do governo federal em pacotes de 5 quilos por R$ 20 a unidade. A Conab decidiu ampliar para 21 Estados a distribuição do arroz importado — antes, eram sete Estados.

Segundo Santos, houve pedidos de potenciais compradores da região Norte e de outros Estados, razão pela qual a lista de unidades atendidas foi ampliada.

A iniciativa da Conab é alvo de críticas do setor arrozeiro. Os produtores alegam que há produto no mercado doméstico, uma vez que praticamente toda a safra gaúcha já foi colhida e que o problema é de logística. Além disso, a venda direta será feita a um preço abaixo do praticado pelo mercado, o que tende a desestimular o plantio da nova safra, além de pressionar as margens de concorrentes internos.

Produtores questionam ainda o tempo de conclusão da operação, alegando que, em 40 dias, a situação de escoamento do arroz gaúcho já estará normalizada, e o mercado, com preços mais equilibrados.

Mais arroz no curto prazo

O governo anunciou nesta quarta que decidiu ampliar o volume da primeira compra no exterior, de 104 mil toneladas para 300 mil toneladas.

“Obviamente não vamos trazer todo esse produto (1 milhão de toneladas) de uma vez. Vamos trazer 300 mil toneladas e queremos, com isso, equilibrar o mercado, garantir preço adequado aos consumidores”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.

“Vamos avaliar o comportamento do mercado. Se esse leilão já equilibrar os preços, o governo vai avaliar a necessidade de fazer ou não um novo leilão”, afirmou.

A Conab afirmou que a fixação do preço em R$ 4 por quilo considerou o preço médio do grão no varejo de R$ 5 por quilo antes das inundações no Rio Grande do Sul com um deságio de 20% em relação ao valor apurado, mas não esclareceu o motivo da escolha deste patamar de deságio.

O volume de 1 milhão de toneladas representa 10% do consumo de arroz anual do Brasil, estimado em 10,5 milhões de toneladas, ou pouco mais de dois meses da venda nos supermercados.

O governo gastará R$ 7,2 bilhões do Orçamento federal na operação, recurso liberado por meio de crédito extraordinário (fora do limite da meta fiscal, mas com impacto na dívida pública).

Segundo Pretto, a estimativa do governo de importar 1 milhão de toneladas se baseia em informações prestadas pelo setor que dão conta de uma perda de 600 mil toneladas no Estado, além de uma quantia ainda não calculada de arroz perdido em armazéns alagados.

“O governo não quer intervir no mercado, mas com o combate à especulação, o mercado deve voltar logo ao preço justo. Estamos longe de qualquer intervenção, até porque, se o Brasil produz em torno de 10,5 milhões de toneladas de arroz, 300 mil toneladas não farão intervenção”, afirmou Fávaro, em entrevista ao canal oficial EBC.

 

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