sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PROBLEMA DO BRASIL É LIDERANÇA



Líderes carismáticos não são solução para América Latina, diz Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco
Especialistas enfatizam em Davos momento difícil pelo qual passa economia brasileira

O Brasil está enfrentando uma série de dificuldades na economia doméstica. O cenário global — sobretudo em razão da queda dos preços das commodities - tampouco tem ajudado o país. Por isso, ajustes precisam ser feitos. Foi o que defendeu nesta quarta-feira (21/01) o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Para ele, “vamos continuar passando por um momento de pouco crescimento nos próximos anos”.
Durante um painel dedicado ao contexto latino-americano, especialistas destacaram a fase difícil pela qual passam países como Brasil, Argentina e Venezuela, enquanto elogiaram Colômbia, Bolívia e Equador.
O intelectual venezuelano Moisés Naím, editor-chefe da revista Foreign Policy, destacou que todos os países da região têm duas coisas em comum: as instituições continuam fracas e o governo tem de lidar com massas insatisfeitas. A vida dos cidadãos melhorou na última década e eles não querem abrir mão do novo padrão de vida que atingiram. O povo latino-americano, diz Naím, não aceita mais a desigualdade social e a corrupção.
Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, reforçou a importância da última década no combate à desigualdade. No entanto, reconhece que “não estamos tão bem” em crescimento e, no que se refere à desigualdade, “parados”. Segundo ele, o Brasil precisa descobrir como se destacar nos dois quesitos ao mesmo tempo, além de investir em educação e engajar a juventude. Neri afirmou ainda que parte da insatisfação dos brasileiros é “efeito colateral” do desenvolvimento. Ele disse que as pessoas só reclamam do trânsito, por exemplo, porque agora conseguem adquirir um automóvel.
Setubal completou comentando as manifestações de junho de 2013. Disse que agora as pessoas se mostram cansadas de problemas como corrupção e ineficiência — então o governo tem de lidar com mais pressão. Ele apontou que a corrupção passou a deixar as pessoas mais irritadas, principalmente, porque elas pararam de melhorar de vida.
Quando um integrante da plateia perguntou sobre o porquê de haver tanto “pessimismo” e falta “ambição e vontade inovar” na América Latina,  Naím foi firme ao discordar de que os países da região precisavam de ambição e criatividade. Segundo ele, esses dois pontos são comuns em líderes como Hugo Chávez, Néstor Kirchner, Dilma Rousseff e Lula — que realizam feitos “sem precedentes”, mas com execução ruim.
“A ‘boa ambição’ é positiva, mas concordo totalmente com Moisés”, afirmou Setubal. “Quando falamos sobre ambições, na nossa região, elas são acompanhadas por líderes carismáticos. E não acho que é o que precisamos — embora nossa região seja a melhor para fazer líderes carismáticos, somos muito bons nisso. Essa não é a solução. Já sofremos muito por causa disso. O caminho é construir uma democracia forte, instituições fortes e dar ênfase à educação. Temos que trabalhar duro.”

Um comentário:

  1. Em relação a grande tragédia humana e ambiental que assolou o Brasil com a ruptura da Barragem de Mariana, indago a sociedade a uma reflexão que ao meu modo de conhecimento de mundo é muito semelhante a um "ato de terrorismo", pois em demasia, desrespeita o direito a vida, não somente do direito a vida humana, más também o direito de vida ao meio ambiente que é o estábulo de sustentação de todos nós humanos. Sobre a reflexão lhes questiono, será que essas barragens instaladas a qualquer custo no Brasil são da mesma forma, instaladas, por exemplo, na Austrália? Para contribuir à reflexão é bom enfatizar que a companhia BHP - Australiana é o capital predominante da empresa SAMARCO responsável por uma das maiores tragédias dos últimos tempos no Brasil. É de duvidar que a sociedade Australiana com o aval dos representantes do povo - os legisladores Australianos permitam tanto descompromisso com a sociedade e a preservação do meio ambiente e para reforçar não ouvimos falar sobre tragédias deste tipo na Austrália. Más, aqui no Brasil "Tupiniquim", o capital sem escrúpulos pode explorar "tudo", sem maiores precedentes porque a dignidade da vida humana e o respeito ao meio ambiente são mera "paisagem de retrato" sem expressividade e respeito do capital "selvagem" internacional que usa e abusa no "quintal do outro",sem maiores resistências pela preservação de soberania do estado Brasileiro.Com tudo isso, é importante a sociedade Brasileira exigir do estado, leis mais severas e com o seu devido cumprimento. Assim, teremos a garantida da preservação da vida em nosso solo e mesmo assim, as atividades de mineração continuariam a sua exploração com lucro, porém sem a brutalidade que tanto assola o caminho dos Brasileiros.

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