Líderes
carismáticos não são solução para América Latina, diz Roberto Setubal,
presidente do Itaú Unibanco
Especialistas enfatizam em Davos momento difícil
pelo qual passa economia brasileira
O Brasil
está enfrentando uma série de dificuldades na economia doméstica. O cenário
global — sobretudo em razão da queda dos preços das commodities -
tampouco tem ajudado o país. Por isso, ajustes precisam ser feitos.
Foi o que defendeu nesta quarta-feira (21/01) o presidente do Itaú Unibanco, Roberto
Setubal, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Para ele, “vamos
continuar passando por um momento de pouco crescimento nos próximos anos”.
Durante
um painel dedicado ao contexto latino-americano, especialistas destacaram a
fase difícil pela qual passam países como Brasil, Argentina e Venezuela,
enquanto elogiaram Colômbia, Bolívia e Equador.
O
intelectual venezuelano Moisés Naím, editor-chefe da revista Foreign Policy,
destacou que todos os países da região têm duas coisas em comum: as instituições
continuam fracas e o governo tem de lidar com massas insatisfeitas. A vida dos
cidadãos melhorou na última década e eles não querem abrir mão do novo padrão
de vida que atingiram. O povo latino-americano, diz Naím, não aceita mais a
desigualdade social e a corrupção.
Marcelo
Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, reforçou a importância
da última década no combate à desigualdade. No entanto, reconhece que “não
estamos tão bem” em crescimento e, no que se refere à desigualdade, “parados”. Segundo
ele, o Brasil precisa descobrir como se destacar nos dois quesitos ao mesmo
tempo, além de investir em educação e engajar a juventude. Neri afirmou ainda
que parte da insatisfação dos brasileiros é “efeito colateral” do
desenvolvimento. Ele disse que as pessoas só reclamam do trânsito, por exemplo,
porque agora conseguem adquirir um automóvel.
Setubal
completou comentando as manifestações de junho de 2013. Disse que agora as
pessoas se mostram cansadas de problemas como corrupção e ineficiência — então
o governo tem de lidar com mais pressão. Ele apontou que a corrupção passou a
deixar as pessoas mais irritadas, principalmente, porque elas pararam de
melhorar de vida.
Quando um
integrante da plateia perguntou sobre o porquê de haver tanto “pessimismo” e
falta “ambição e vontade inovar” na América Latina, Naím foi firme ao
discordar de que os países da região precisavam de ambição e criatividade.
Segundo ele, esses dois pontos são comuns em líderes como Hugo Chávez, Néstor
Kirchner, Dilma Rousseff e Lula — que realizam feitos “sem precedentes”, mas
com execução ruim.
“A ‘boa
ambição’ é positiva, mas concordo totalmente com Moisés”, afirmou Setubal.
“Quando falamos sobre ambições, na nossa região, elas são acompanhadas por
líderes carismáticos. E não acho que é o que precisamos — embora nossa região
seja a melhor para fazer líderes carismáticos, somos muito bons nisso. Essa não
é a solução. Já sofremos muito por causa disso. O caminho é construir uma
democracia forte, instituições fortes e dar ênfase à educação. Temos que
trabalhar duro.”
Em relação a grande tragédia humana e ambiental que assolou o Brasil com a ruptura da Barragem de Mariana, indago a sociedade a uma reflexão que ao meu modo de conhecimento de mundo é muito semelhante a um "ato de terrorismo", pois em demasia, desrespeita o direito a vida, não somente do direito a vida humana, más também o direito de vida ao meio ambiente que é o estábulo de sustentação de todos nós humanos. Sobre a reflexão lhes questiono, será que essas barragens instaladas a qualquer custo no Brasil são da mesma forma, instaladas, por exemplo, na Austrália? Para contribuir à reflexão é bom enfatizar que a companhia BHP - Australiana é o capital predominante da empresa SAMARCO responsável por uma das maiores tragédias dos últimos tempos no Brasil. É de duvidar que a sociedade Australiana com o aval dos representantes do povo - os legisladores Australianos permitam tanto descompromisso com a sociedade e a preservação do meio ambiente e para reforçar não ouvimos falar sobre tragédias deste tipo na Austrália. Más, aqui no Brasil "Tupiniquim", o capital sem escrúpulos pode explorar "tudo", sem maiores precedentes porque a dignidade da vida humana e o respeito ao meio ambiente são mera "paisagem de retrato" sem expressividade e respeito do capital "selvagem" internacional que usa e abusa no "quintal do outro",sem maiores resistências pela preservação de soberania do estado Brasileiro.Com tudo isso, é importante a sociedade Brasileira exigir do estado, leis mais severas e com o seu devido cumprimento. Assim, teremos a garantida da preservação da vida em nosso solo e mesmo assim, as atividades de mineração continuariam a sua exploração com lucro, porém sem a brutalidade que tanto assola o caminho dos Brasileiros.
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