E se Graça Foster for
ladra?
Mário
Magalhães
Tenho
convicção de que não é, a julgar pelo testemunho de amigos e conhecidos que
acompanham há muito tempo a trajetória da presidente da Petrobras.
A
impressão é referendada pela investigação que devassa a empresa criada em 1953
e descobre uma falcatrua atrás da outra. Nenhuma com indício de participação de
Maria das Graças Foster.
Até
estourar o escândalo em curso, a imagem de competência da engenheira era
praticamente unânime.
Graça
Foster não é larápia. Mas se fosse?
Do
noticiário recente, impressiona a autonomia que diretores e gerentes da
Petrobras tinham ou têm para exercer de gatuno.
Existem
conselhos e outros colegiados, mas está claro que suas funções são
protocolares. Os mecanismos fiscalizadores não funcionam.
Noutras
palavras, se executivos que não se tornaram cabeça da companhia roubaram tanto,
confessadamente, imagina se um presidente quiser meter a mão no patrimônio
alheio. O estrago será mais grave.
Depende-se
da integridade do presidente, porque os controles são fragilíssimos.
A
Petrobras foi criada contra interesses poderosos. Desde então foi sabotada
pelos inimigos do monopólio estatal do petróleo. Nos anos 1990, eles lograram
sucesso, e “o petróleo é nosso'' virou slogan do passado, pelo menos “é 'só'
nosso''. Hoje e ontem um consórcio de empresários privados e servidores
públicos corruptos, incluindo políticos, sangra ainda mais a empresa que
representou e representa uma conquista do povo brasileiro.
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