quinta-feira, 2 de março de 2017

PORTELA GANHA O CARNAVAL CARIOCA FOCANDO O DESASTRE AMBIENTAL DA BARRAGEM DE MARIANA



Com homenagem a Mariana, Portela quebra jejum de 33 anos e leva título do Carnaval do Rio

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte







Carro da Portela, Campeão do Carnaval 2017, homenageando o Rio Doce


A Portela é a grande vencedora do Carnaval carioca. O resultado pôs fim a um jejum de 33 anos sem títulos. Sob a inspiração do clássico samba do portelense Paulinho da Viola "Foi um rio que passou em minha vida", a escola retratou a tragédia de Mariana no carro alegórico "Um Rio que era Doce", um dos principais da agremiação.

Em ano inspirado do carnavalesco Paulo Barros, A Portela mostrou uma sequência de alegorias de fortíssimo apelo visual e que usaram recursos tecnológicos surpreendentes.

Este é o quarto título de Paulo Barros no Grupo Especial. A disputa foi acirrada e a Portela saiu-se melhor que a Mocidade, o Salgueiro, a Mangueira, a Grande Rio e a Beija-Flor, que ficaram com as colocações seguintes e voltarão no sábado das campeãs. Na apuração, realizada no sambódromo, o campeonato está sendo intensamente comemorado, assim como na quadra, que fica em Oswaldo Cruz, zona norte do Rio, e já está cheia.

"O Brasil precisa da Portela, a cultura popular precisa da Portela. A Portela agora vai ter paz para ser a grande escola que ela tem que ser, não vai ter mais que carregar essa cruz do jejum. A Portela vai abraçar todas as suas coirmãs. Mais importante do que levantar a bandeira da Portela é levantar a bandeira do samba", celebrou o presidente, Luis Carlos Magalhães.



NO CARNAVAL AS PESSOAS ESQUECEM AS AGRURAS DA VIDA



Em tempo de folia

Manoel Hygino 







Não que seja contra Carnaval, pois até percebo que o período momesco parece contribuir para arrefecer as dificuldades de que reclama boa parte da população. A julgar pela motivação de brasileiros em todas as direções para vibrar com as alegrias desse tempo mágico, não há crise, esta fruto do pessimismo, do catastrofismo, absolutamente distantes da realidade.
Não há, portanto, o que lastimar diante de câmeras e microfones. Estamos no melhor dos mundos, tudo é bom e saudável, dança-se, ginga-se, canta-se, só alegria e cores. Não é hora de falar em números e tristeza, mesmo com os índices de desemprego altíssimos. O Brasil chegou ao fim de 2016, conforme o relatório do IBRE, com o PIB de R$ 6, 209 trilhões, isto é inferior, em moeda corrente, ao de 2011. A renda per capita – R$ 30.128 – voltou ao patamar de 2010.
Significa que a riqueza média da sociedade retrocedeu ao nível de seis anos atrás. Mas quem sabe o que é IBRE (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas)? Ele não oferece um panorama caótico: é o “terceiro ano da mais grave e duradoura recessão jamais experimentada pelo Brasil nos últimos cem anos”.
Dá para entender? E quem se interessa por isso? É Carnaval, e ele alimenta uma população feliz – ou alienada dos graves desafios da hora, quando a Organização Internacional do Trabalho prevê, neste ano, o maior aumento no desemprego entre as economias do G-20. A OIT estima que em 2016 e 2017 o número dos sem trabalho no planeta aumentará em 3,4 milhões. O epicentro será o Brasil, responsável por 35% dessa estatística. Isto quer dizer: a cada três novos desempregados no planeta, um será brasileiro.
Só na construção civil, o país perdeu 414 mil postos, segundo o Sindicato da Construção Civil de São Paulo. É a 27ª baixa seguida. Neste ano, a retração projetada é de 5% no setor, dada a paralisação dos novos projetos de infraestrutura e o estoque elevado de imóveis novos não vendidos.
O pior cego é o que não quer ver.
O país faz de conta que é feliz e o poder público faz o que pode, se é que pode, para minorar o sofrimento da população. Essa parece só senti-lo ao ir a uma unidade básica de saúde ou, mesmo, a uma repartição policial. Uma cantora, de que eu não ouvira falar, Kaoma, foi encontrada morta na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Levada ao IML de Araruama, permanece não identificada. O atestado de óbito não pode ser liberado sem exame de DNA, porque o órgão não dispõe de material para exame.
Sob outro aspecto, continuam os atentados a ônibus por bandidos, prejudicando o transporte coletivo nas cidades: as grandes, as médias e as que levam crianças às escolas no interior. Os Bombeiros fazem o que podem para debelar as chamas, mas o fogo criminoso destrói veículos e a prejudica o povo trabalhador.
Mas é Carnaval e cumpre aproveitá-lo intensamente, como nos melhores tempos. Não se dará atenção ao Banco Mundial, que não prevê crise econômica que poderá levar até 3,6 milhões abaixo da linha da pobreza até o fim deste ano. Predominam, os “novos pobres” das áreas urbanas.
Por que falar nisso, se há Carnaval?


SABOTAGEM DO PRAZER



A armadilha da sobotagem

Simone Demolinari 







É grande o número de pessoas que desconsideram a existência do autoboicote. Acham absurdo a ideia de atentar contra a própria felicidade. Não veem lógica nesse pensamento. A ideia parece mais improvável ainda quando essa sabotagem vem em forma de aparente alegria. De fato não é fácil perceber a dor por trás da euforia, contudo, é preciso observar nosso comportamento com mais atenção. Alguns excessos podem sinalizar uma falta, assim como a necessidade excessiva de sentir prazer pode significar uma sabotagem a felicidade.

Para entendermos melhor nossos mecanismos psíquicos, precisamos entender dois princípios descritos por Freud: prazer e realidade.

– O princípio do prazer tem como propósito dominante a busca da satisfação imediata.

Indivíduos que são regidos por esse princípio têm dificuldade de suportar sacrifícios em prol da recompensa futura, com isso tendem a boicotar a própria felicidade. São impulsivos e imediatas. Fazem hoje e resolvem amanha. Preferem prejudicar a saúde, o sono e as economias financeiras para não se privarem de um prazer momentâneo. São capazes de ficar numa festa até tarde, mesmo sabendo que acordam cedo. Gastam dinheiro, mesmo sabendo que precisam economizar. Planejam iniciar uma atividade física, mas não conseguem acordar uma hora mais cedo. Querem emagrecer, mas não conseguem parar de comer. A dificuldade em tolerar o sacrifício é tão grande que acabam fracassando no primeiro obstáculo. Se autoconcedem prazeres colocando de lado o objetivo principal. Se autoenganam dizendo a frase: “eu mereço”. “Comi uma caixa de chocolate porque estava na TPM”, “Fumei porque estou cheio de problemas”, as justificativas são intermináveis. Um comportamento sabotador e pueril onde almeja-se o resultado final, sem trilhar o caminho devido.

Quem vive governado pelo princípio do prazer, costuma ser exímio procrastinador. Empurra a obrigação o máximo possível. Adia prazo, prorroga compromisso, deixa para o último minuto o que poderia ter feito com antecedência. Jogam contra si a maior parte do tempo fazendo gol contra.

– O princípio da realidade tem como base a obtenção do prazer através do merecimento.

São indivíduos mais maduros emocionalmente, com maior capacidade de tolerar o sacrifício em prol de um bem maior. Jogam no seu próprio time. Abrem mão do prazer imediato para ganhar lá na frente. São comedidos e estão sempre ponderando o custo/benefício da situação. Carregam consigo o lema “plantar para depois colher”. Não são dados a excessos momentâneos. São consequentes e sabem que essa é a melhor forma de cuidar bem de si. Regem-se pela disciplina e posturas construtivas sem que isso faça deles pessoas chatas.

O princípio da realidade permite que o indivíduo conquiste seus objetivos encarando o mundo de forma real e serena mesmo com suas mazelas e contradições.

Os que vivem no princípio do prazer, aparentemente são mais felizes, mas no fundo estão muito insatisfeitos com suas condutas autodestrutivas e pior, sabotadoras da felicidade.


SERÁ UM BOM NEGÓCIO CONSTRUIR E ALUGAR PARA O ESTADO?



Minas quer lançar editais para construção de escolas, delegacias e hospitais até o fim do semestre

Filipe Motta 








O governo de Minas pode lançar até o fim do semestre editais de Parceria Público-Privada (PPPs) para construção e manutenção de 128 escolas, 29 delegacias e 9 hospitais regionais. Os projetos estão sendo elaborados pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que os devolverá para o governo bater o martelo sobre a publicação dos editais e o número exato de unidades a serem construídas.

O BDMG, que já vinha atuando na formatação de PPPs para o Estado nos últimos anos, como a do esgotamento sanitário da Copasa em Divinópolis, agora é oficialmente o modelador das parcerias. No último dia 21 foi publicado decreto assinado pelo governador Fernando Pimentel (PT) atribuindo ao banco público a responsabilidade de analisar a viabilidade econômica e financeira dos projetos de PPPs, assessorar as chamadas públicas, propostas preliminares e estudos técnicos e estabelecer o formato econômico, financeiro e jurídico dos contratos. De acordo com o decreto, pelos serviços de modelagem das PPPs, o banco será remunerado pelas empresas vencedoras das licitações dos respectivos projetos.

“O decreto é uma formalização de um papel que vínhamos exercendo na atual gestão estadual. É algo que tem crescido muito e houve a decisão de ser formalizado”, afirmou ao Hoje em Dia o vice-presidente do BDMG, Luiz Guilherme Piva.

Só infraestrutura

Piva reforçou que a elaboração das PPPs não envolve, “em hipótese alguma”, a terceirização das atividades-fim de segurança pública e pedagógica das delegacias e escolas. “É para construir, não para terceirizar. Mesmo nos casos das escolas, o objetivo é a construção e a manutenção da infraestrutura. A gestão do privado é na alvenaria e na infraestrutura. Não haverá nenhuma terceirização na atividade pedagógica”, diz.

Posição reforçada pelo presidente do BDMG, Marco Crocco, em entrevista publicada ontem no site do banco público. Segundo ele, o parceiro privado responderá, ao longo do contrato, apenas por infraestrutura e suporte, como limpeza e manutenção predial, entre outros serviços.

Ainda não é possível falar das cifras que os projetos irão movimentar. Mas para Piva, vice-presidente do BDMG, o fato de o banco ter experiência na área dá mais confiança aos investidores, evitando-se que as PPPs naufraguem no lançamento devido a fragilidades técnicas e insegurança jurídica.

O Hoje em Dia tentou contato ontem com a Unidade Central das PPPs da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, mas não obteve retorno.

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