quarta-feira, 1 de julho de 2015

TEMPO DOS MADUROS



'O valioso tempo dos maduros'

De Mário de Andrade 


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

BASTIDORES DO PODER



  

Eduardo Costa


O Brasil inteiro está assustado com as notícias que chegam dos bastidores do poder. E eu não sou diferente. O país custa a acreditar que um partido que sempre se apresentou como dos trabalhadores, cuja ética incluía patrulhar jornalistas, dizendo que fulano era isto, beltrano era aquilo, e que tinha em seus quadros alguns mais entusiastas que chegavam a desancar profissionais da imprensa em público, esteja hoje tão chafurdado na lama. Eu também olho com nojo para pessoas que considerava sérias, tenho desprezo por outros nos quais muito acreditei e aí não me refiro apenas ao PT, mas a partidos coligados, ditos de esquerda (falar mal do PMDB é chover no molhado), como, por exemplo, Jô Morais que, além de apoiar a lambança, reclama com o chefe se o repórter fala mal dela.

O que me preocupa, no meio do lamaçal, são os excessos. No ultimo domingo, o ex-ministro Guido Mantega foi escorraçado de um restaurante… Não o conheço, não gosto dele nem do que fez, mas, daí a aceitar como normal que seja esculhambado em avião, na rua ou na hora de almoçar com a família é torcer por um mundo não civilizado. Dia desses liguei para o ministro Patrus para falar sobre lei que ele assinou quando prefeito de Belo Horizonte sobre aquela área polêmica do Isidoro. Ao final, o convidei para vir ao programa que apresento no rádio, falar do plano da safra agrícola, da agricultura familiar e do estudo que está fazendo sobre a reforma agrária. A entrevista rendeu repercussão, mas, causou-me enorme pesar, por um e-mail, daqueles que não costumo responder, pela agressividade, pela falta de respeito do ouvinte. Disse o enfurecido: “... estava sintonizado no programa boa tarde, e quando voce foi digamos conversar com o patrus, notou-se claramente que era materia comprada, a dilma viajou e deixou os acessores
incubidos de te comprar pra voce ficar falando bem e o nome da dilma a todo momento, e foi isto que aconteceu hoje… é sabido que este horario tem grande audiencia nas mais diversas classes sociais…”.

O moço errou o nome do programa, atropelou o português, mas, a pergunta é como pode alguém falar assim dos outros? Será que o cidadão tem prova de alguma sujeira que envolva o Patrus? Como ele diz que fui comprado, se acompanha meu trabalho, sinal de que acredita em mim? Oue democracia é esta que você chama qualquer um de safado, sem medo de levar um processo ou um soco na cara? Será que vamos ter de pedir licença prévia para sair de casa? Ou trabalhar?

PERIGO



  

Márcio Doti




Hei de festejar sempre que um brasileiro manifestar sua insatisfação ou também o seu aplauso cada vez que encontrar oportunidade para colocar em prática a sua cidadania. Outro dia, o ex-ministro Mantega foi vaiado de novo. E também recentemente, o juiz Sérgio Moro foi aplaudido por sua firmeza na operação “Lava Jato”.

É legítimo, saudável, importante que o cidadão brasileiro se faça respeitar pela capacidade que tiver de mostrar de modo ordeiro e pacato a sua satisfação ou a sua indignação.

Em entrevista recente ao jornal “Folha de São Paulo”, o professor da PUC de São Paulo, jurista Celso Bandeira de Mello, decidiu criticar o juiz Sérgio Moro e a imprensa, dizendo que os jornalistas montam palco para o magistrado aparecer. Acho sinceramente que a realidade é outra.

Quem monta o palco são os que cada vez mais aparecem com as falcatruas, com o espetáculo deprimente de desviar dinheiro do povo. Dinheiro da Petrobras ou seja lá de onde for e cuja destinação deveria ser o cuidado com a saúde do povo, com a escola de qualidade e com a segurança pública.

O jurista Bandeira de Mello acha que com as Olimpíadas o assunto vai morrer. Vale a pena debruçar sobre o complemento de suas declarações quando afirma que corrupção sempre houve no nosso país. Imagina a fortuna que rolou ladeira abaixo ou bolsos adentro ao invés de custear necessidades básicas do povo.

Aponta o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como responsável pela lei de flexibilização das licitações para estatais, o que facilitou o caminho para as falcatruas. Como se isso pudesse aliviar culpados e suavizar culpas quando, em verdade, é exatamente o contrário: aumenta é a lista de culpados.

Detalhe

A título de detalhe, o jurista ouvido pelo jornal é apresentado como amigo do ex-presidente Lula e em 2013 foi um dos advogados que assinaram um pedido de impedimento do ministro Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Pois, convenhamos, os fatos que vamos vivendo querem dizer que vão mesmo de pernas para o ar a lógica e a coerência no nosso querido Brasil.

Na medida em que avançam o juiz Sérgio Moro, os procuradores e a Polícia Federal, mais escândalos envolvendo milhões e bilhões de reais vão aparecendo, cada escândalo maior que o outro, a demonstrar que o Brasil dos pobrezinhos nas filas de hospitais e cada vez mais nos balcões de emprego é um Brasil posto ao avesso porque ao invés de investirmos contra os errados atacamos é a polícia e a justiça.

Cautela

É certo que devemos ter a cautela, por exemplo, de não tomar produto de delações premiadas como definitivas para considerar alguém culpado de alguma coisa. Os dados levantados dessa forma devem sempre passar por investigações antes de servir para atribuir a denunciados qualquer tipo de culpa. Mas não condenar está longe de representar absolvição.

ENERGIA




Um dos setores industriais no qual Minas se destaca é o de ferroligas, sendo o Estado responsável por 70% da produção nacional. É uma área que utiliza alta tecnologia na produção das ligas, que são utilizadas principalmente no melhoramento da qualidade do aço. Também é utilizado na fundição, em menor escala. Uma de seus maiores custos é o gasto com energia elétrica. E Minas se mobiliza para obter uma compensação do governo federal que beneficiou apenas estados do Nordeste.

O setor de ferroligas faz parte da indústria chamada de eletrointensiva, termo usado para designar áreas em que a energia elétrica tem grande peso no processo de produção. A Medida Provisória 677 concedeu aos nordestinos um custo do megawatt-hora bem mais baixo do que é praticado no resto do país. Em meio à crise econômica que afeta a economia como um todo, a indústria em Minas enfrenta sérias dificuldades.

Como a MP está tramitando no Congresso, a bancada parlamentar mineira tenta fazer mudanças no texto. Querem que, em última instância, a redução no custo da energia seja repassada pelo menos para as indústrias localizadas nos municípios pertencentes à área minera da Sudene. Pode ser um alento, mas não resolve o problema. Conforme a reportagem do Hoje em Dia apurou, hoje aproximadamente 80% da capacidade produtiva está parada na área de ferroligas.

Para se ter uma ideia da discrepância enfrentada pelos mineiros, enquanto o megawatt-hora para a indústria nordestina passou a custar R$ 130, as demais unidades do resto do país pagam R$ 400, o que inviabiliza os negócios. Em Minas, antes o valor pago, em virtude de um contrato com a Cemig, era de R$ 70, mas terminou em 2014. E as consequências já surgiram: dos 8 mil postos de emprego que existiam antes, agora só restam 4 mil. Dos 66 fornos da indústria mineira de ferroligas, 53 estão parados.

Não é possível entender o porquê de o governo federal ter feito essa cortesia com o Nordeste em detrimento do restante do país. Transformou a competição em concorrência desleal, como reclamam os representantes do setor. A presidente da República tem que governar para todos, e não apenas, como parece, para aquelas unidades da federação que deram mais votos para sua vitória eleitoral.

ENERGIA MAIS CARA DO MUNDO NO BRASIL

Custo para as indústrias (R$/MWh):
Argentina (Mais Barato): 51 R$/MWh
Brasil (Mais Caro): 543,81 R$/MWh 

70% da nossa energia é de origem hidrelétrica, a mais barata obtenção de energia que existe, além do mais, o valor  de construção da nossas usinas hidrelétricas já foram amortizados há muito tempo, não existe argumentos para  justificar este exorbitante preço de nossa energia, como também não existem argumentos para justificar os aumentos de impostos e a elevação do custo de vida. 




MACRON ALERTA QUE A EUROPA TEM ENORMES RISCOS GEOPOLÍTICOS E PODE MORRER

O alerta de Macron deve ser ouvido ...