quarta-feira, 1 de julho de 2015

BASTIDORES DO PODER



  

Eduardo Costa


O Brasil inteiro está assustado com as notícias que chegam dos bastidores do poder. E eu não sou diferente. O país custa a acreditar que um partido que sempre se apresentou como dos trabalhadores, cuja ética incluía patrulhar jornalistas, dizendo que fulano era isto, beltrano era aquilo, e que tinha em seus quadros alguns mais entusiastas que chegavam a desancar profissionais da imprensa em público, esteja hoje tão chafurdado na lama. Eu também olho com nojo para pessoas que considerava sérias, tenho desprezo por outros nos quais muito acreditei e aí não me refiro apenas ao PT, mas a partidos coligados, ditos de esquerda (falar mal do PMDB é chover no molhado), como, por exemplo, Jô Morais que, além de apoiar a lambança, reclama com o chefe se o repórter fala mal dela.

O que me preocupa, no meio do lamaçal, são os excessos. No ultimo domingo, o ex-ministro Guido Mantega foi escorraçado de um restaurante… Não o conheço, não gosto dele nem do que fez, mas, daí a aceitar como normal que seja esculhambado em avião, na rua ou na hora de almoçar com a família é torcer por um mundo não civilizado. Dia desses liguei para o ministro Patrus para falar sobre lei que ele assinou quando prefeito de Belo Horizonte sobre aquela área polêmica do Isidoro. Ao final, o convidei para vir ao programa que apresento no rádio, falar do plano da safra agrícola, da agricultura familiar e do estudo que está fazendo sobre a reforma agrária. A entrevista rendeu repercussão, mas, causou-me enorme pesar, por um e-mail, daqueles que não costumo responder, pela agressividade, pela falta de respeito do ouvinte. Disse o enfurecido: “... estava sintonizado no programa boa tarde, e quando voce foi digamos conversar com o patrus, notou-se claramente que era materia comprada, a dilma viajou e deixou os acessores
incubidos de te comprar pra voce ficar falando bem e o nome da dilma a todo momento, e foi isto que aconteceu hoje… é sabido que este horario tem grande audiencia nas mais diversas classes sociais…”.

O moço errou o nome do programa, atropelou o português, mas, a pergunta é como pode alguém falar assim dos outros? Será que o cidadão tem prova de alguma sujeira que envolva o Patrus? Como ele diz que fui comprado, se acompanha meu trabalho, sinal de que acredita em mim? Oue democracia é esta que você chama qualquer um de safado, sem medo de levar um processo ou um soco na cara? Será que vamos ter de pedir licença prévia para sair de casa? Ou trabalhar?

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