Em abril, depois de meses de disputa no Legislativo, o governo
anunciou ter chegado a um acordo com a cúpula do Congresso para retomar o
rito ordinário de tramitação das medidas provisórias (MPs), alterado em
razão da pandemia de covid-19. Pela proposta, o Executivo se
comprometeu a ser mais contido no envio desse tipo de instrumento,
enquanto a Câmara concordou com o retorno das comissões especiais,
colegiados formados por deputados e senadores responsáveis por emitir um
parecer sobre os textos antes de submetê-los ao plenário.
A princípio, o fim desse imbróglio foi interpretado como uma vitória
do Senado e uma derrota da Câmara. Semanas antes, o presidente da Casa,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia assinado um ato da Mesa Diretora
determinando o retorno do rito ordinário das medidas provisórias. O ato,
no entanto, não foi referendado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), que preferia manter a tramitação expressa das MPs diretamente
em plenário, suprimindo as comissões especiais.
À luz dos fatos, não se tratava de uma disputa entre a Câmara e o
Senado ou entre suas lideranças, mas da prevalência da Constituição, que
definiu, em seu artigo 62, um conjunto de regras sobre as medidas
provisórias. Fruto de uma emenda constitucional aprovada em 2001, tal
artigo não deixou qualquer dúvida sobre a necessidade de instalação das
comissões especiais para apreciá-las. Por essa razão, esse pacto foi
elogiado por este jornal.
O que tem ocorrido desde então, no entanto, evidencia o real valor de
face do acordo envolvendo o Executivo e o Legislativo. De janeiro a
setembro, o governo contabiliza 6 MPs convertidas em lei e 14 MPs com
vigência encerrada – ou seja, propostas que perderam validade sem que
tenham sido aprovadas. Outras 13 MPs estão em tramitação, mas já se sabe
que uma boa parte delas também deve caducar.
Parte desse resultado pode ser atribuída às falhas de articulação
política do governo no Congresso. Na maioria dos casos, porém, é mera
consequência de uma decisão de Lira. A despeito do acordo, o deputado
orientou as lideranças partidárias da Câmara a não indicar membros para
as comissões especiais, o que atravanca o avanço das MPs. Para não
afrontar o sr. Lira e conter o tamanho da derrota na Câmara, o governo
tem replicado o conteúdo de algumas dessas MPs em projetos de lei que
tramitam em regime de urgência.
O prazo para apreciação dos projetos de lei em regime de urgência é
muito semelhante ao das medidas provisórias. A diferença, no entanto, é
sutil. Projetos de lei sempre começam a tramitar pela Câmara e só depois
chegam ao Senado; em regime de urgência, a apreciação das comissões é
dispensada e substituída pela votação em plenário. Na prática, essa tem
sido uma forma disfarçada de manter o rito pandêmico de tramitação de
MPs ad aeternum, exatamente como Lira desejava.
A manobra expõe o desrespeito com que a Constituição tem sido
reiteradamente tratada. Se o texto constitucional fosse seguido à risca,
não seria necessário firmar qualquer acordo sobre as medidas
provisórias. Ao Planalto, bastaria atender aos requisitos de relevância e
urgência para editá-las, o que daria mais respaldo a um instrumento que
deveria ser excepcional, uma vez que tem força de lei na data em que é
publicado.
À Câmara e ao Senado, bastaria indicar deputados e senadores para
debater as propostas no colegiado com profundidade e rigor. As comissões
mistas, afinal, são uma forma de equilibrar os poderes e conter o
imenso poder que a edição de medidas provisórias conferiu ao Executivo.
Se a Câmara considera haver distorções representativas na composição
das comissões ou aperfeiçoamentos a serem feitos no rito de tramitação
das medidas provisórias, a solução é apresentar uma Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) para alterá-lo. Basta angariar o apoio de um terço
dos deputados e, depois, reunir maioria qualificada para aprová-la na
Câmara e no Senado. O que é absolutamente indesejável é a continuidade
desta disputa fratricida por protagonismo político na qual a sociedade é
a verdadeira derrotada.
A Justiça acatou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que ajuizou uma Ação Civil Pública contra a Usiminas, e determinou o bloqueio de mais de R$ 346 milhões da empresa pela poluição causada pela empresa em Ipatinga, no Vale do Aço.
De acordo com a decisão, os MPMG colheu provas que evidenciam as
‘condutas agressivas ao meio ambiente, seja através das emissões
atmosféricas geradas nas diversas áreas da empresa, da emissão de
partículas sedimentáveis em desacordo com o padrão estabelecido pela
legislação ambiental, conhecida como ‘pó preto”.
A liminar ainda alega que a falta de ações preventivas da empresa
mostra que a busca pelo lucro é maior que o interesse coletivo. Segundo o
MP, a população do município sofre há décadas com partículas
sedimentares, conhecidas como pó preto, que caem nas residências
próximas às indústrias, trazendo problemas aos moradores.
“Sujeitar os habitantes de uma cidade a um meio ambiente
desequilibrado, hostil a sua saúde, sem qualquer perspectiva de melhora
da situação pelo agente poluidor, que objetiva lucro expressivo em sua
atividade produtiva, revela o descaso da demandada pela questão
ambiental e coletividade”, afirma a decisão.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com Usiminas e aguarda posicionamento.
‘Pó preto’
Um estudo feito com moradores no ano de 2022 apontou que 93% dos
entrevistados relataram algum nível de incômodo com a substância.
Pessoas que moram perto da Usiminas relatam que o pó preto provoca “a
violação de valores, a diminuição da qualidade de vida e o sofrimento da
coletividade, traduzido nos sentimentos de constrangimento, frustração,
desgosto, desesperança e impotência”.
Ainda de acordo com o Ministério Público, a precipitação dos
sedimentos vai contra os padrões especificados, descumprindo os limites
da produção estabelecidos pela lei em vigor. A análise foi realizada
pela Gerência de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões (Gesar) da
Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e reforçada por relatórios de
automonitoramento da própria Usiminas.
Redução dos sedimentos
Em 2019, o Ministério Público e a Usiminas firmaram o Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC), que visa implantar medidas para reduzir o
acúmulo de material sedimentável, ações estas que devem ser cumpridas
até 2028 sob acompanhamento do MPMG.
Mesmo com o prazo estabelecido, a ação movida pelo órgão afirma que
“não se pode ignorar o fato de que há décadas de passivos ambientais e
humanos que precisam ser solucionados. Afinal, a responsabilidade
ambiental pela poluição não se restringe à mitigação da conduta aos
padrões legais, abrangendo também a reparação dos danos ambientais e dos
danos morais coletivos”.
Com isso, a ação visa garantir o ressarcimento dos danos causados
pela poluição, além do pedido de que a empresa seja condenada a
indenizar por danos morais coletivos o mesmo valor, com as devidas
correções.
A contraofensiva da Ucrânia diante das tropas russas “continua
fazendo progresso constante” e em breve receberá um reforço com a
entrega de tanques Abrams, afirmou nesta terça-feira (19) o secretário
de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, na abertura de uma reunião
de aliados de Kiev em uma base militar na Alemanha.
Os representantes de dezenas de países que apoiam a Ucrânia estão
reunidos na base americana de Ramstein, no sul da Alemanha, para debater
a entrega de mais ajuda contra a invasão russa, na véspera do discurso
do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, na Assembleia Geral da ONU
em Nova York.
O governo dos Estados Unidos prometeu entregar às Forças Armadas
ucranianas 31 tanques no início do ano, como parte dos mais de 43
bilhões de dólares em ajuda militar comprometidos por Washington desde
que a Rússia invadiu o país em fevereiro de 2022.
“Tenho a satisfação de anunciar que os tanques M1 Abrams prometidos
pelo governo dos Estados Unidos entrarão em breve na Ucrânia”, declarou o
chefe do Pentágono, Lloyd Austin, no início da reunião.
Uma fonte do comando militar americano afirmou que os primeiros
tanques serão enviados nos próximos dias e que o processo será concluído
em algumas semanas.
Os tanques estarão equipados com munições de 120 mm de urânio
empobrecido. Estas munições têm a capacidade de perfurar blindagens, mas
o uso é considerado polêmico devido à associação a riscos de câncer e
malformações congênitas em áreas onde foram utilizadas em conflitos
anteriores, sem evidências definitivas.
A decisão de fornecer tanques Abrams à Ucrânia foi uma mudança na
posição dos Estados Unidos – os comandantes militares do país alegavam
que estes tanques de combate não eram adequados para as tropas de Kiev
devido à complexidade de operação, que exige treinamento.
– Avanço constante da contraofensiva –
As forças ucranianas, equipadas com a ajuda militar das potências
ocidentais, iniciaram em junho uma contraofensiva difícil contra as
linhas fortificadas russas. Nas últimas semanas, Kiev intensificou a
pressão.
Mas o avanço foi limitado, o que provocou um debate sobre a
estratégia militar em curso. Estados Unidos e Otan alertaram que esperam
um conflito longo.
O chefe do Pentágono afirmou que a contraofensiva “continua fazendo progresso constante”.
“As corajosas tropas ucranianas estão rompendo linhas muito fortificadas do exército de agressão da Rússia”, disse Austin.
Lloyd Austin, um general da reserva, se encontrou na reunião com o
novo ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, que assumiu o cargo
no início do mês. Seu antecessor, Oleksii Reznikov, um dos rostos mais
conhecidos da resistência ucraniana, foi obrigado a abandonar o cargo
após vários escândalos de corrupção.
– Alemanha sob pressão –
A União Europeia e os países da Otan já comprometeram quase 95
bilhões de euros (100 bilhões de dólares) em ajuda militar, segundo os
dados do Instituto Kiel, que registra as armas prometidas e entregues à
Ucrânia desde o início da invasão.
As autoridades ucranianas insistem que precisam urgentemente de mais
ajuda. Após um debate intenso, vários países concordaram em entregar a
Kiev caças F-16 americanos, apesar da operação das aeronaves exigir um
treinamento e da demora de vários meses para o início do uso das
primeiras unidades.
A Ucrânia também pressiona a Alemanha a fornecer mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus.
A questão não está solucionada, disse o ministro da Defesa da
Alemanha, Boris Pistorius, que citou questões “políticas, jurídicas,
militares e técnicas” que precisam ser resolvidas.
Entre as questões que precisam ser resolvidas está a dúvida sobre se o
armamento pode ser utilizado sem o apoio de soldados do exército alemão
e os temores do governo de Berlim de que estes mísseis possam atingir o
território russo, o que provocaria um agravamento do conflito.
“O que a Ucrânia mais precisa é de munições”, disse o ministro
alemão, que antes da reunião anunciou um novo pacote de ajuda de 400
milhões de euros.
Recentemente, a 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, em decisão bastante
polêmica e comentada, condenou a Uber a pagar uma indenização por danos
morais coletivos no valor de R$ 1.000.000,00 (um bilhão de reais) e a
realizar a contratação de todos os motoristas vinculados a sua
plataforma pelo regime celetista. A referida decisão foi proferida no
âmbito de Ação Civil Pública proposta da Procuradoria Regional do
Trabalho da 2ª Região, onde o parquet se baseou em denúncia da
Associação dos Motoristas Autônomos de Aplicativos (AMAA), na qual é
alegada a existência de vínculo empregatício entre os motoristas e o
aplicativo.
De início, é importante termos em mente que a decisão contraria os
entendimentos já consolidados de nossos tribunais superiores, os quais
entendem pela inexistência de relação hierárquica e de subordinação com
os motoristas, uma vez que os serviços são prestados de forma eventual e
sem a estipulação de horários pré-definidos. Uma breve pesquisa nos
mostra que tais argumentos são adotados pela 4ª Turma do TST, pelo
Superior Tribunal de Justiça, bem como pelo Supremo Tribunal Federal,
que vêm entendendo pela permissão do texto constitucional para a
existência de formas alternativas à relação formal de emprego.
A compreensão das questões envolvendo os aplicativos de transporte,
todavia, não se cinge a comparação entre entendimentos das Cortes
Superiores, havendo muitas questões transversais a serem consideradas
concretamente.
É forçoso reconhecer que o enquadramento jurídico das relações
entabuladas entre a Uber os motoristas, não se adequa perfeitamente aos
paradigmas jurídico-contratuais clássicos das relações de emprego. Como
pré-requisito básico desta análise é preciso entender o contexto geral
da economia do compartilhamento, termo ainda em construção e envolto
também em controvérsias.
De uma maneira geral, a expressão economia compartilhada (sharing
economy ou colaborative economy) se relaciona com o gerenciamento das
plataformas tais como ifood, airbnb, e olx, e a prestação de serviços
sob demanda (on demand), na forma de negociação de pessoa para pessoas
(peer-to-peer ou p2p).
O jusfilósofo da Universidade de Direito de Harvard, Yuchai Benkler,
estudioso da Internet e do surgimento da economia da sociedade em rede,
em sua obra “The wealth of networks: how social productions transforms
markets and freedom”, defende que a economia do compartilhamento está
ligada a cooperação entre as pessoas. E esta forma associativa se
desenvolve em determinados segmentos da sociedade em rede,
possibilitando a sustentação de um novo modo de produção onde não
existem salários, jornada de trabalho, ou gerenciamento hierárquico.
Um elemento central da economia do compartilhamento pode ser apontado
no conceito de consumo colaborativo, onde o que importa é como as
pessoas consomem, e não como elas produzem, partindo do princípio de que
a capacidade ociosa de bens pode ser dividida sem que as pessoas abram
mão de suas liberdades ou de seu estilo de vida. Como decorrência da
transferência dos paradigmas econômicos da produção para o consumo,
podemos apontar uma economia mais descentralizada, a desregulamentação
dos mercados, e a grande valorização das oportunidades e do
empreendedorismo.
Portanto, pretender enquadrar os participantes dos empreendimentos
nascidos no mundo da economia do compartilhamento aos paradigmas da
relação de emprego definida pela CLT em 1943, é ignorar completamente o
papel da inovação tecnológica no ordenamento jurídico.
Não é o caso de ignorar os eventuais abusos aos direitos e garantias
fundamentais de motoristas e demais colaboradores das plataformas de
serviços, pelo contrário. Uma regulamentação que não inviabilize os
benefícios dos avanços tecnológicos, mas que proteja os indivíduos em
situação de vulnerabilidade é muito benvinda.
Há muito em jogo no processo em trâmite na 4ª Vara do Trabalho de São
Paulo, e não somente em relação a Uber, seus motoristas e comunidade de
usuários. É importante nos recordarmos de que o mesmo sistema de
prestação de serviços abrange dezenas de outras plataformas, tais como
Ifood, 99, Loggi e Lalamove, para citar somente algumas. Provavelmente o
engessamento das relações entre as partes levaria a interrupção de
muitos desses serviços.
As controvérsias e debates ainda tomarão muito tempo, mas é essencial
que elas não sejam obstáculos instransponíveis a inovação. Thuomas
Friedman, em sua já clássica obra “o mundo é plano”, nos afirmou que
“geral, os pessimistas estão certos e os otimistas errados, mas todas as
grandes mudanças do mundo foram levadas a cabo por otimistas”. Assim,
como advogados, não podemos perder o otimismo em relação às inovações
tecnológicas, nem tampouco perder de vista os valores do Estado
Democrático de Direito.
Sobre o autor:
Paulo Roberto Vigna – Advogado, sócio do escritório Vigna Advogados
Associados e da VignaTax Consultoria Fiscal e Tributária, Mestre em
Relações Sociais do Direito, com MBA em Gestão de Empresas pela Fundação
Getúlio Vargas – FGV, pós-graduado em Direito Empresarial e em Direito
Tributário pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especializado em
Gestão de Tributos pelo Instituto Trevisan (São Paulo).
Inscrito na seccional na ordem dos advogados do Brasil em Acre,
Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Distrito Federal,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia,
Santa Catarina, São Paulo e em Lisboa- Portugal.
Professor do curso de MBA em Gestão Estratégica Empresarial em São
Paulo. É autor dos livros “Recuperação Judicial” e “Manual de Gestão de
Contratos” e produz artigos sobre direito tributário, empresarial e
tecnologia aplicada a ciência jurídica.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Enquanto líderes mundiais se acotovelam
por destaque em seus discursos na Assembleia Geral da ONU, que começou
nesta terça (19), os protagonistas do bloco adversário dos Estados
Unidos na Guerra Fria 2.0 fazem outros planos.
O Kremlin confirmou que o presidente Vladimir Putin irá fazer sua
primeira viagem ao exterior após ter a prisão decretada pelo Tribunal
Penal Internacional, em março. O destino será a China de Xi Jinping, seu
principal aliado no embate geopolítico com Washington e seus parceiros.
A ausência da dupla em Nova York não é inédita: Putin esteve
virtualmente no plenário da ONU em 2020, durante a pandemia de Covid-19,
e Xi participou presencialmente em 2021. Não deixa de ser uma ironia,
dado que ambos os líderes incluem a palavra multilateralismo em
praticamente todo o discurso acerca de política externa. Xi, em
particular, já havia faltado ao encontro do G20 na rival Índia, e ele
não tem uma ordem de detenção emitida.
Mas agora a retórica dá lugar à ação. Enquanto os voos chegavam com
chefes de Estado e de governo aos EUA, a Rússia completava uma recepção
pomposa ao chanceler chinês, Wang Yi. Em seus encontros em Moscou,
discutiu a Guerra da Ucrânia e a tensão na península coreana isso
poucos dias depois de Putin encontrar-se com o ditador do Norte, Kim
Jong-un, que é aliado de Pequim.
Adensando o cenário, o ministro da Defesa russo, Serguei Choigu,
anunciou que irá fazer uma visita para discutir cooperação militar com o
aliado Irã. O país do aiatolás, que vive às turras com os EUA, parece
viver um momento de inflexão com a soltura de prisioneiros americanos,
mas é muito próximo de Moscou.
São drones iranianos Shahed-136 que ganham uma pintura nova e o
eufemístico nome Gerânio-2 que os russos enviam quase que toda noite
para atacar alvos na Ucrânia. Nesta terça, houve explosões na cidade de
Lviv, no oeste do país, ainda que Kiev afirme ter derrubado 27 dos 30
aparelhos suicidas.
Até aqui, os iranianos são os únicos fornecedores oficiais de
armamentos para o esforço de guerra russo, o que pode mudar caso Kim de
fato envie munições de calibre 152 mm para os obuseiros de Moscou. Não
se sabe ao certo se os norte-coreanos têm capacidade de fazer alguma
diferença, mas o fato é que a aliança entre os países deixou o campo da
timidez histórica e foi exposta como peça da Guerra Fria 2.0.
A aproximação segue incomodando os aliados dos EUA no Indo-Pacífico.
Nesta terça, os governos do Japão e da Coreia do Sul pediram para que
Moscou cessasse qualquer contato militar com Kim, cujo regime tem
treinado ataques nucleares táticos contra Seul quase toda semana.
O governo sul-coreano foi especialmente incisivo, prometendo medidas
contra ações que ameaçassem sua segurança. É um recado para os
planejados exercícios militares entre Moscou e Pyongyang, que poderão
ter a participação da China, que ignora o fato de que as manobras entre
Seul, Washington e Tóquio são percebidas da mesma forma pelo outro lado.
Por fim, a chancelaria chinesa anunciou que outro pária no Ocidente, o
ditador sírio, Bashar al-Assad, visitará Pequim nesta semana. Ele
conseguiu manter-se no poder em meio à guerra civil que se arrasta desde
2011 devido à intervenção militar de Putin a seu lado no conflito, em
2015.
O atual embate global ganhou corpo com a ascensão chinesa nos anos
2000, culminando com a chegada de Xi ao poder em 2013. O líder passou a
converter o peso econômico de Pequim em poderio militar e político com
diversas iniciativas, e foi levado a sério pelos EUA como rival: em
2017, Donald Trump lançou sua ofensiva contra os chineses em todos os
campos possíveis, algo que só foi acirrado por Joe Biden.
Sobrará, na ONU, duas naturezas de palco. O americano e seus aliados
poderão reforçar sua retórica contra a agressividade da Rússia e, por
extensão, da China e outros parceiros. E o ucraniano Volodimir Zelenski
fará a denúncia da invasão de seu país ao vivo. Será curioso ver como a
mídia russa irá reportar isso, dado que o Kremlin baixou uma ordem para
que o presidente não seja chamado pelo cargo mais.
O terceiro campo em jogo, dos emergentes, terá em Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) sua figura de maior relevo, com a ausência do líder mais
importante do grupo, o indiano Narendra Modi. Caberá ao petista fazer a
crítica à falta de representatividade do Conselho de Segurança da ONU,
único órgão com algum poder na entidade.
Sua posição, contudo, será contestada pelo que o Ocidente liderado
pelos EUA chama de alinhamento à Rússia na guerra, dado que o Brasil
condena a invasão, mas não participa do regime de sanções contra Moscou,
além de ter adotado desde o governo Jair Bolsonaro (PL) uma posição de
neutralidade de resto menos neutra do que a da Índia, que pode fazer
isso por ser o país mais cortejado pelos EUA e pela Europa hoje.
Especialista dá dicas para quem deseja desenvolver habilidades e se destacar profissionalmente.
As soft skills são habilidades comportamentais relacionadas à maneira
como uma pessoa se comporta ou lida com diferentes situações. São
características pessoais que não são necessariamente ensinadas na escola
ou na universidade, mas que são fundamentais para o sucesso na vida
pessoal e profissional.
Essas habilidades estão cada vez mais valorizadas no mercado de
trabalho. Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, publicado em
2023, as soft skills já são consideradas tão importantes quanto as hard
skills e estão mudando a forma como profissionais atuam e como empresas
recrutam pessoas.
Para Lívia Felizardo, diretora de produtos da Vivae, startup de
educação e empregabilidade criada a partir de uma parceria entre a
operadora Vivo e Ânima Educação, existem muitas maneiras de desenvolver
soft skills para se destacar profissionalmente. “Você pode fazer cursos,
ler livros, ouvir podcasts sobre o assunto, debater com seus pares ou
líderes e aplicar algumas dessas habilidades em seu dia a dia”, comenta.
“As soft skills ajudam a enxergar as situações por uma perspectiva
racional, com foco na solução e nas tomadas de decisões acertadas para
alcançar os resultados. Além disso, viabiliza um relacionamento mais
positivo entre o time, fortalecendo o trabalho em equipe”, completa
Felizardo. A especialista separou algumas dicas de soft skills para
serem incorporadas na rotina do trabalho:
Como dizer adeus à procrastinação
É fundamental estabelecer metas claras e prazos para si mesmo.
Utilizar ferramentas e técnicas de gerenciamento de tempo pode ser uma
estratégia valiosa para otimizar suas tarefas. Assim como aprender a
dizer “não” quando necessário ajuda a evitar sobrecarga, manter um
espaço organizado e confortável e uma dinâmica de trabalho estruturada e
ágil contribui para a eficiência.
Como não sucumbir ao estresse
Quando se trata de lidar com pressão, a organização contribui
bastante, porque ajuda a ter claros demanda, prazos e resultados
esperados. Além disso, desenvolver técnicas de relaxamento e
autocontrole ajuda muito. A capacidade de priorizar tarefas e
identificar o que é mais importante em situações de alta pressão também é
uma habilidade valiosa. Além disso, sempre que fizer sentido, pedir
ajuda beneficia a realização das atividades e a aprendizagem.
Resiliência e inteligência emocional para enfrentar qualquer desafio
A capacidade de lidar com mudanças, adversidades e estresse é
fundamental no mundo do trabalho. Resiliência e inteligência emocional
são soft skills que ajudam a lidar com os desafios tanto da vida quanto
da profissão, e a construir relacionamentos fortes. A resiliência ajuda a
não sucumbir e a manter o foco, enquanto a inteligência emocional
permite que você compreenda e controle suas emoções, bem como as emoções
dos outros.
Criatividade é a chave do sucesso
Tomar decisões difíceis é uma habilidade complexa, mas necessária.
Para isso, é preciso aprender a identificar e a definir claramente o
problema que possa se apresentar. A criatividade é uma ferramenta
poderosa para coletar informações e dados relevantes, gerar e avaliar
soluções potenciais e implementar a solução escolhida nesse processo. É
importante considerar todas as opções e confiar na intuição.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
recebeu um total de 1.150 presentes desde o início do seu 3º mandato,
que começou em 1º de janeiro de 2023, até 23 de agosto deste ano. Foram
doados por pessoas físicas, autoridades e entidades brasileiras e
estrangeiras. A China é o país, com exceção do Brasil, que mais deu
itens ao presidente.
A União os dividiu entre presentes bibliográficos (444), onde são
contabilizados livros, periódicos e outros itens de leitura, e presentes
museológicos (706), em que constam outros itens gerais. Os presentes
mais comuns em 2023 foram livros (383) e camisas/camisetas (126) –das
quais 15 são camisas de futebol. Os dados foram disponibilizados pela Casa Civil da Presidência da República via Lei de Acesso à Informação. Eis a íntegra dos documentos (PDF – 1MB).
Dentre os presentes recebidos de países estrangeiros, a China está na
frente, com 30 itens dados a Lula. A maioria deles (25) foi entregue em
meados de abril, durante a visita do presidente ao país.
Além de livros (8), o petista também foi presenteado com miniaturas de
carros e navio (5), pratos decorativos (5) e quadros (3).
Ele também recebeu 1 quimono, doado pela Universidade Agrícola do Sul
da China, 1 vaso ornamental da Huawei, gigante chinesa de
telecomunicação, e uma escultura do NDB (Novo Banco do Desenvolvimento, na sigla em inglês), o Banco dos Brics.
O Brasil e a China mantêm relações diplomáticas há décadas, mas desde
o retorno de Lula à Presidência da República a relação tornou-se mais
próxima, em comparação ao governo anterior.
Em seguida, no ranking dos países que mais presentearam o
petista, vem o Japão, que deu 16 presentes ao chefe do Executivo
brasileiro. Recebeu principalmente furoshikis (espécie de pano usado
para embrulho de presentes – 3), taças (2) e 1 par de tênis da marca
Sancler Graffit.
Ao todo, foram ao menos 162 itens recebidos de 41 países diferentes.
Dos presentes contabilizados pelo governo, 13 não contém informação
sobre o país de origem.
O interesse por presentes recebidos pelos chefes do Executivo tem
crescido recentemente, depois que o caso de suposta compra e venda de
joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de delegações estrangeiras veio a público.
O empresário Elon Musk sugeriu que todos os usuários do X (o antigo Twitter), precisarão pagar para ter acesso à plataforma.
Numa conversa com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o
bilionário disse que um sistema de pagamento era a única forma de
combater os robôs e as contas falsas.
“Estamos caminhando para ter um pequeno pagamento mensal pelo uso da
plataforma”, declarou o empresário, que também é dono da Tesla e da
SpaceX.
A BBC entrou em contato com a X para obter mais detalhes, mas ainda não recebeu uma declaração oficial da empresa.
Não está claro se este foi apenas um comentário improvisado ou um sinal de planos mais firmes, que ainda não foram anunciados.
Musk há muito diz que a solução para se livrar de robôs e contas
falsas na plataforma de mídia social é cobrar pelos selos de
verificação.
Desde que assumiu o Twitter no ano passado, ele tem procurado
incentivar os usuários a pagar por um serviço especial oferecido pela
plataforma, que agora se chama X Premium.
A versão paga atual dá aos assinantes mais recursos, como postagens mais longas e maior visibilidade.
No entanto, os usuários que não desejam ter uma conta premium ainda podem usar o X de forma gratuita.
Embora exista um claro interesse financeiro de a empresa cobrar dos
usuários, Musk insistiu que fazer com que as pessoas paguem pelo serviço
tem como objetivo combater os robôs.
“Um bot [robô] custa uma fração de centavo” para ser feito,
disse ele. “Mas, se alguém tiver que pagar alguns dólares ou algo assim,
o custo efetivo para [fazer] os bots fica muito alto.”
O X Premium custa atualmente R$ 60 por mês no Brasil (há valores
diferentes, de acordo com a plataforma utilizada e a forma de
pagamento). O preço também varia segundo o país em que o assinante se
encontra.
Musk, pessoa mais rica do mundo, disse que agora procura opções mais baratas para os usuários.
“Na verdade, vamos propor um preço mais baixo. Queremos que seja apenas uma pequena quantia”, disse ele.
“Essa é uma longa discussão, mas, em minha opinião, essa é a única defesa que temos contra os exércitos de bots“, acrescentou Musk.
Ao condicionar o acesso ao X a um acesso pago, no entanto, há o medo
de que a plataforma possa perder uma grande parte de seus usuários.
Isso, por sua vez, reduziria as receitas de publicidade, que atualmente
representam a principal fatia de ganhos da empresa.
Na conversa com o primeiro-ministro israelense, Musk também abordou o antissemitismo no X.
A plataforma foi acusada pelo grupo Liga Antidifamação (ADL) de não
fazer o suficiente para impedir a divulgação de conteúdo antissemita.
Num comunicado, o grupo afirmou que Musk estava “se engajando e dando proeminência” aos antissemitas.
No início deste mês, o empresário disse que X iria processar a ADL para “limpar o nome da nossa plataforma”.
Na conversa com Netanyahu, Musk reiterou que é “contra o antissemitismo”.
Netanyahu ponderou que o equilíbrio entre liberdade de expressão e
moderação de conteúdo era um desafio, mas instou Musk a buscar esse meio
termo.
“Espero que você encontre, dentro dos limites, a capacidade de parar
não apenas com o antissemitismo, mas com qualquer ódio coletivo às
pessoas que o antissemitismo representa”, disse ele.
“Sei que você está comprometido com isso”, completou Netanyahu.
Cada vez mais americanos morrem por overdose de fentanil, à medida
que uma nova onda da epidemia de opioides começa a se espalhar pelas
comunidades dos quatro cantos do país.
Há seis anos, Sean morreu de uma overdose acidental por fentanil em Burlington, no Estado de Vermont. Ele tinha 27 anos.
“Cada vez que ouço falar de uma perda devido ao abuso de substâncias,
meu coração se parte um pouco mais”, escreveu a mãe dele, Kim Blake, em
um blog dedicado ao filho.
“Mais uma família despedaçada. Sempre de luto pela perda de sonhos e celebrações.”
Neste ano, os Estados Unidos testemunharam um marco sombrio: pela
primeira vez, as overdoses mataram mais de 100 mil pessoas em todo o
país num único ano.
Dessas mortes, mais de 66% estavam ligadas ao fentanil, um opioide sintético 50 vezes mais poderoso que a heroína.
O fentanil é um produto farmacêutico que pode ser prescrito por médicos para tratar dores intensas.
Mas a droga também é fabricada e vendida por traficantes. A maior
parte do fentanil ilegal encontrado nos EUA é traficado a partir do
México e usa produtos químicos provenientes da China, de acordo com o
Drug Enforcement Administration (DEA), órgão federal encarregado da
repressão e do controle de narcóticos
Em 2010, menos de 40 mil pessoas morreram por overdose de drogas em
todo o país, e menos de 10% dessas mortes estavam ligadas ao fentanil.
Naquela época, as mortes eram causadas principalmente pelo uso de heroína ou opioides prescritos por profissionais de saúde.
O trabalho examina as tendências nas mortes por overdose no país
entre 2010 e 2021, utilizando dados compilados pelo Centro de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
Os dados mostram claramente como o fentanil redefiniu as overdoses nos Estados Unidos na última década.
“O aumento do consumo de fentanil fabricado ilicitamente deu início a
uma crise sem precedentes”, escreveram os autores do artigo.
Praticamente todos os cantos dos EUA — do Havaí a Rhode Island — foram tocados pelo fentanil.
O aumento das mortes relacionadas à droga foi observado pela primeira vez em 2015, revelam as estatísticas.
Desde então, o entorpecente se espalhou pelo país e a taxa de mortalidade cresceu de forma acentuada.
“Em 2018, cerca de 80% das overdoses por fentanil aconteceram a leste
do rio Mississippi”, disse à BBC Chelsea Shover, professora assistente
da UCLA e coautora do estudo.
Mas, em 2019, “o fentanil passa a fazer parte do fornecimento de
drogas no oeste dos EUA e, de repente, esta população que estava
resguardada também ficou exposta, e as taxas de mortalidade começaram a
subir”, segundo a pesquisadora
Na pesquisa recente, os especialistas alertam para outra tendência
crescente: as mortes relacionadas ao consumo de fentanil em conjunto com
drogas estimulantes, como a cocaína ou a metanfetamina.
Essa tendência é observada em todos os EUA, embora de formas
diferentes devido aos padrões de consumo que diferem de região para
região.
Os investigadores encontraram, por exemplo, taxas de mortalidade mais
elevadas relacionadas ao consumo de fentanil e cocaína em Estados do
nordeste dos EUA, como Vermont e Connecticut, onde os estimulantes
geralmente são de fácil acesso.
Mas em praticamente todos os cantos do país, da Virgínia à
Califórnia, as mortes foram causadas principalmente pelo uso de
metanfetaminas e fentanil.
Blake, que também é médica, disse que seu filho usava cocaína
esporadicamente, embora o exame toxicológico tenha encontrado apenas
fentanil em seu organismo.
Ela aprendeu que muitos misturam diferentes substâncias para obter uma sensação prolongada.
“Não é nenhuma surpresa para mim esse aumento tão grande nas combinações de estimulantes e opioides”, observa Blake.
Quando o fentanil chegou pela primeira vez aos EUA como parte do
tráfico, “muitas pessoas não o queriam”, lembra Shover. Mas o opioide
sintético tornou-se amplamente disponível porque é mais barato de
produzir em comparação com outras drogas.
Ele também é altamente viciante — isso significa que dependentes
ficam expostos ao entorpecente e muitas vezes o procuram como uma forma
de evitar abstinências dolorosas relacionadas a outras substâncias.
Nos EUA, o estudo identificou que Alasca, Virgínia Ocidental, Rhode
Island, Havaí e Califórnia como os Estados com as taxas mais elevadas de
mortes por overdose em que há mistura de fentanil e estimulantes.
Esses locais têm taxas historicamente altas de uso de drogas, segundo
Shover. Com a chegada do fentanil, esse consumo tornou-se ainda mais
letal.
A crise dos opioides tem sido tradicionalmente retratada como um “problema dos brancos”, destaca Shover.
No entanto, o estudo recente revelou que os afro-americanos estão
morrendo ao combinar fentanil e estimulantes a taxas mais elevadas, em
todas as faixas etárias e limites geográficos.
Para Rasheeda Watts-Pearson, especialista em redução de danos baseada
em Ohio, nos EUA, os dados refletem o que é visto na prática.
Ela faz um trabalho de divulgação com a A1 Stigma Free, uma
organização fundada há apenas oito meses para combater um aumento
notável de mortes por overdose na comunidade afro-americana de
Cincinnati.
Como parte do trabalho, Watts-Pearson visita frequentemente
barbearias, bares e mercearias para falar com as pessoas sobre os
impactos do fentanil.
Ela considera que há falta de conscientização sobre o tema, motivada
em parte pelas disparidades históricas de saúde vivenciadas por grupos
raciais e étnicos.
Mesmo as campanhas de marketing feitas para conscientizar sobre a
crise dos opioides não incluem a experiência dos negros americanos,
critica ela.
“Se eu dirigir até a cidade de Avondale agora mesmo, há um outdoor
que fala sobre a ‘Crise dos Opioides’, mas na mensagem aparecem duas
pessoas brancas”” exemplifica Watts-Pearson.
Ela aponta que as drogas misturadas com fentanil são uma grande
barreira para a comunidade. Segundo a ativista, muitas pessoas acabam
consumindo o entorpecente sem saber — e desenvolvem uma dependência.
“Os legistas veem pessoas com overdose que morreram por causa de cocaína, crack e vestígios de fentanil”, diz ela.
“Isso está infiltrado na comunidade negra e não há gente suficiente falando sobre o assunto.”
O abuso de fentanil em combinação com outras drogas marca o início de
uma “quarta onda” da crise nos EUA, avaliam os pesquisadores.
A primeira onda de overdoses aconteceu no final dos anos 1990, com
mortes por opioides com prescrição médica. Em 2010, houve uma segunda
onda de overdoses, dessa vez causadas por heroína. E em 2013, surgiu uma
terceira onda, graças à proliferação de drogas ilícitas análogas ao
fentanil.
Especialistas como a professora Shover alertam que as opções de tratamento para a quarta onda não acompanham a demanda.
“Nosso sistema de tratamento contra dependência geralmente se concentra em uma droga de cada vez”, conta ela.
“Mas a realidade é que muitos usuários usam mais de um tipo de droga.”
Para manter viva a memória de seu filho, Blake decidiu falar
abertamente sobre a perda e tenta ajudar outras famílias a passar pela
mesma dor.
“Todo mundo tem uma história e, para um pai que perdeu um filho, isso dura para sempre”, diz ela.
Seu filho fez tratamentos contra dependência algumas vezes.
A experiência ensinou à Blake que as opções terapêuticas variam de
Estado para Estado e, em muitos casos, o que está disponível não é
suficiente.
“O ideal seria que as pessoas recebessem tratamento rapidamente, sempre que quisessem e a longo prazo”, destaca ela.
Blake também sugere a criação de locais para a prevenção de overdose,
onde as pessoas pudessem usar drogas com segurança e sob supervisão.
Esses lugares estão amplamente disponíveis no Canadá — que tem a sua
própria crise de fentanil — mas existem apenas duas instalações do tipo
nos EUA inteiro.
Acima de tudo, Blake apelou à compaixão e à compreensão para aqueles que lutam contra o uso de substâncias.
“A maioria das pessoas com quem converso dizem que seus filhos não queriam morrer.”
Os militares dos Estados Unidos pediram ajuda à população para
localizar um de seus caças F-35B, que custa US$ 100 milhões (cerca de R$
485 milhões), depois que o piloto foi ejetado da aeronave.
O avião desapareceu na tarde de domingo (17/9), quando o piloto sobrevoava o Estado da Carolina do Sul.
O piloto, que não foi identificado, conseguiu se ejetar e foi
resgatado em segurança. Ele permanece internado e o atual estado de
saúde dele é considerado estável.
Autoridades disseram que a aeronave se envolveu em um “acidente”, mas não deram detalhes sobre o que foi.
O avião foi deixado no modo automático quando o piloto foi ejetado,
disse um porta-voz da Base Conjunta de Charleston à NBC News,
acrescentando que a aeronave pode estar no ar há algum tempo.
As autoridades disseram que concentram suas buscas ao redor do Lago Moultrie e do Lago Marion, ao norte da cidade de Charleston.
A área de busca foi definida com base na última localização conhecida do caça.
Nancy Mace, uma congressista republicana pela Carolina do Sul, perguntou no X, antigo Twitter: “Como diabos você perde um F-35?”
“Como não existe um dispositivo de rastreamento e o que estamos pedindo à população que encontre um caça e o recupere?
A aeronave é um jato furtivo – o que significa que sua fuselagem,
sensores e sistemas são projetados para operar sem serem detectados pelo
radar inimigo.
A Base Conjunta de Charleston postou seu pedido de ajuda no X. “As
equipes de resposta a emergências ainda estão tentando localizar o
F-35.”
“Pedimos ao público que coopere com as autoridades militares e civis à medida que o esforço continua.”
O post encorajou qualquer pessoa com informações que pudessem ajudar
as suas equipes de recuperação a contactar o seu centro de operações.
O rastreador de voo Flightradar24 postou uma imagem no X mostrando várias aeronaves vasculhando a área.
O Corpo de Fuzileiros Navais disse em comunicado à BBC que o
conhecimento sobre o incidente ainda é “limitado” no momento, mas tenta
reunir mais informações.
Acrescentou que o acidente está “sob investigação”.
O jato custa cerca de US$ 100 milhões, disse seu fabricante Lockheed Martin à BBC.
Um segundo F-35 voando ao mesmo tempo retornou em segurança à base,
disse a porta-voz militar Maj Melanie Salin F-35as à Associated Press.
Em 2018, os militares dos EUA suspenderam temporariamente toda a sua frota de jatos F-35 após um acidente na Carolina do Sul.