quinta-feira, 7 de outubro de 2021

É IMPORTANTE COMBATER A CORRUPÇÃO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Câmara dos Deputados manteve maioria das mudanças na Lei de Improbidade aprovadas pelo Senado.| Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Uma das pautas mais importantes para que o Brasil defina que tipo de nação pretende ser anda, infelizmente, um tanto esquecida, ainda que por razões compreensíveis – e parte dos que ainda se lembram dela, lamentavelmente, anda disposta a miná-la. Falamos, é claro, do combate à corrupção, que em outras épocas levou milhões de brasileiros às ruas, foi tema decisivo em eleições recentes, mas que perdeu ímpeto no imaginário popular, substituído por outras prioridades enquanto era enfraquecido nos corredores de Brasília.

É verdade que temos uma pandemia cruel ainda a vencer, e uma economia repleta de problemas, como o desemprego ainda em níveis altíssimos, uma inflação fora de controle e um câmbio bastante desvalorizado – consequências da pandemia propriamente dita, mas também do descontrole no gasto público. Pode soar estranho, ou até irreal, falar de corrupção e se preocupar com ela quando se está batalhando por um trabalho, contando o dinheiro para as compras do mês ou lutando pela própria vida, ou de parentes e amigos. É compreensível que, no momento atual, o combate à corrupção possa não ser a prioridade de muitos brasileiros; no entanto, isso não pode servir de desculpa para os homens públicos e formadores de opinião, para quem o assunto precisa, sim, permanecer no alto da lista de temas cruciais para o desenvolvimento da nação.

Os corruptores, os corruptos e aqueles que, de uma forma ou de outra, cooperam com a impunidade levam o país à degradação material e moral

O brasileiro tem dado demonstrações de que o tema não está completamente adormecido na opinião pública – basta lembrar, por exemplo, das ondas de indignação popular verificadas, mesmo durante a pandemia, a cada decisão do Supremo Tribunal Federal que beneficiava corruptos condenados e enfraquecia a Operação Lava Jato, culminando com a absurda anulação dos processos contra o ex-presidente Lula e a igualmente absurda declaração de suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Mas, se os grandes golpes no combate à corrupção seguem revoltando os brasileiros, outros atos mais sutis de demolição vão ocorrendo longe do olhar da população.

É o caso da lei que altera a legislação brasileira sobre a improbidade administrativa, já amplamente analisada pela Gazeta neste espaço. A Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira a votação das mudanças feitas pelo Senado ao texto que já tinha sido aprovado pelos deputados, e já se sabe que os pontos mais criticados pelos especialistas em combate à corrupção estarão mantidos, como a exigência de comprovação do dolo para se configurar a improbidade – eliminando, por exemplo, a responsabilização no casos não intencionais, mas nos quais a negligência, a imprudência ou a imperícia são evidentes –, ou a diminuição do número de atos que se enquadrariam nesta descrição. A Câmara já desfez, por exemplo, uma alteração do Senado segundo a qual o nepotismo resultaria em improbidade sem a necessidade de atestar dolo.


Depois de encerrada a análise das emendas, o texto segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro. Esta seria uma oportunidade de trazer de volta o combate à corrupção ao centro das atenções, com o uso criterioso do poder de veto, para manter os pontos positivos – no caso, os trechos que definem melhor os atos passíveis de ação por improbidade, já que a lei atual é bastante aberta e imprecisa, levando ao “apagão das canetas” – e derrubar tudo o que tiver sido incluído no texto para facilitar a vida dos maus gestores. As bancadas na Câmara e no Senado comprometidas com a lisura na política, assim, teriam um respaldo maior para se mobilizarem no sentido de, posteriormente, conseguirem a manutenção dos vetos e impedir os retrocessos.

Como afirmamos no início deste texto, o combate à corrupção pode não despertar agora o senso de urgência que têm o combate à pandemia e a recuperação da economia, mas ele aponta para o tipo de país que o Brasil deseja ser. Os corruptores, os corruptos e aqueles que, de uma forma ou de outra, cooperam com a impunidade levam o país à degradação material – pois trata-se, sempre, de roubar dinheiro que pertence ao cidadão brasileiro – e moral, quando enviam à sociedade a mensagem de que o crime compensa, e é graças à impunidade que alguns dos maiores ladrões da República não hesitarão em pedir o voto do brasileiro no ano que vem. Frear e reverter essa degradação depende de os brasileiros não perderem de vista a importância de insistir, fiscalizar e cobrar seus representantes, e de não esquecer o mal que os protagonistas dos escândalos passados causaram ao país.


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PERSEGUIÇÃO DA CPI CONTRA O TRATAMENTO PRECOCE

 

Autonomia médica
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília

CPI da Covid criou um canal de denúncias sobre tratamento precoce.| Foto: Pedro França/Agência Senado

A CPI da Covid do Senado aprovou na semana passada a criação de um canal de e-mail para o recebimento de denúncias relacionadas à pandemia de Covid-19 no Brasil. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse via Twitter que o principal objetivo do canal é “receber denúncias de cidadãos a respeito da recomendação e execução de ‘tratamento precoce’”.

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A proposta foi sugerida pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que alegou a necessidade de dar um caráter oficial às denúncias que os senadores têm recebido de forma individual em seus perfis nas redes sociais e por mensagens de celular.

Mas, até o momento, a prescrição de medicamentos para o tratamento precoce da Covid-19 não é considerada irregular por algumas das principais autoridades sanitárias do Brasil, que respaldam a autonomia médica na decisão de uso de alguns medicamentos para tratar os pacientes nos primeiros dias de sintomas da doença.

O Conselho Federal de Medicina (CFM), por exemplo, já deixou claro que, embora não recomende o tratamento precoce, também não atesta sua ineficácia. O seu comitê técnico vem fazendo um acompanhamento atualizado das pesquisas sobre o tema. O presidente do CFM, Mauro Ribeiro – que se tornou mais um dos investigados pela CPI nesta quarta (6) – considera equivocada a ideia disseminada por políticos e meios de comunicação de que este tipo de tratamento seria “comprovadamente ineficaz”.

Já o Ministério da Saúde, que até o fim de 2020 recomendava abertamente o tratamento precoce, deixou de fazê-lo depois que o atual ministro, Marcelo Queiroga, assumiu a pasta em março deste ano. Por outro lado, o ministério nunca afirmou que o tratamento precoce contra a Covid-19 é comprovadamente ineficaz – apenas que drogas específicas associadas a esse tipo de tratamento, como a hidroxicloroquina, a azitromicina e a ivermectina, não têm evidência científica que justifique seu uso.


Se não é crime, tratamento pode ser alvo de denúncia?
Se a prescrição do tratamento precoce não é um crime e se a autonomia médica neste ponto está respaldada por autoridades da saúde, é possível criar um canal de denúncias relacionadas ao tratamento precoce dentro de uma CPI?

Dário Júnior, doutor em Direito Processual pela PUC de Minas Gerais, explica que os senadores tentam enquadrar a receita do tratamento precoce como um tipo de improbidade administrativa. É a mesma linha de atuação do Ministério Público, que abriu inquéritos pelo país acusando de improbidade administrativa autoridades que avalizaram o tratamento precoce e os medicamentos chamados pejorativamente de “kit Covid”.

Em julho, por exemplo, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por “adoção ilegal do tratamento precoce como política pública contra a pandemia”. Em agosto, o Ministério Público do Estado da Bahia abriu uma ação contra a prefeitura de Porto Seguro exigindo que o município pare de distribuir medicamentos usados no tratamento precoce, como cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida e ivermectina.

A CPI da Covid estaria seguindo a mesma estratégia, com base no fato de que os tratamentos receitados ainda não têm eficácia totalmente comprovada. “Mesmo não sendo crime, eles podem querer enquadrar isso como improbidade administrativa e excluir o médico dos quadros do SUS ou de hospitais públicos, mesmo com esse respaldo do CFM”, afirma Dário Júnior.

Os médicos que receitam o tratamento precoce, contudo, não estão totalmente desprotegidos. “Se a pessoa fizer uma denúncia e depois o médico conseguir se defender e provar que não infringiu nenhuma norma ou código ético, o denunciante pode ter que responder por perdas e danos”, explica o jurista.

Caça às bruxas contra o tratamento precoce é anticientífica, afirma biólogo
Para Eli Vieira, biólogo geneticista com pós-graduação pela UFRGS e pela Universidade de Cambridge, a caça às bruxas contra o tratamento precoce que ocorre no debate público brasileiro é anticientífica. “São autoridades, políticos e influencers querendo interferir num debate que tem que acontecer dentro da ciência”, diz.

Para ele, algumas drogas utilizadas no tratamento precoce, como a ivermectina, podem ter alguma eficácia para minimizar os sintomas da Covid-19. “Quando eu digo eficácia, não quero dizer que é a panaceia, não. Tem um grupo que atrapalhou todo mundo, que foi o grupo que insistiu que a ivermectina ia dar conta de tudo”, afirma.

Colocar o foco em opiniões como essa para refutar o outro lado, segundo ele, prejudica o debate científico. “As partes desonestas dos debates sempre fazem isto: elas escolhem os piores exemplares do outro lado. É uma atitude de discussão que não é racional, não é produtiva.”

Outro problema, para Vieira, é a noção de que precisaria haver um consenso geral entre cientistas para que o tratamento precoce fosse considerado uma alternativa. “Consensos não são os reis da decisão do que é científico ou não. Quem manda são as evidências. E, por definição, evidências novas não são consensuais, porque a comunidade que pesquisas o assunto não está sabendo totalmente delas. São evidências novas”, diz. “É danoso esse papo de que ‘não há consenso’. E, com isso, não estou querendo dizer que consenso não importa”, acrescenta.

Para o cientista, a ideia de que nada pode funcionar como tratamento precoce para a Covid-19 é uma postura dogmática, e não científica. “Seria o primeiro caso na história de um vírus para o qual não existe nada no nosso arsenal de drogas que possa fazer efeito. Então, essa posição de que todo tratamento precoce está descomprovado, está refutado, é totalmente absurda.”

A visão de que seria necessária comprovação definitiva sobre a eficácia de uma droga, aliás, também carrega um equívoco, destaca ele. “Em ciências empíricas, a gente trabalha com evidências, com acúmulo de evidências. Prova é coisa da matemática e da lógica. Esse papo de comprovação dá uma impressão de certeza, o que não existe. O que a gente faz sempre é comparar: ‘tem mais evidência para isso do que evidência para aquilo’”, explica Vieira.


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LIRA E PACHECO SÃO DOIS PRIMEIROS MINISTROS DO GOVERNO

 


  1. Política
     

Nem o Centrão resolve

William Waack, O Estado de S.Paulo

O parlamentarismo com dois primeiros-ministros é o mais novo evento político “jabuticaba”, aquilo que só existe no Brasil. Os presidentes das duas casas legislativas é que estão lidando diretamente com dois assuntos de enorme e imediato impacto sobre o bolso de todos e de ampla repercussão política: preços dos combustíveis e tamanho dos impostos.

A taxa de sucesso até aqui é baixa. As duas operações lidam com assuntos terrivelmente técnicos e complexos, afetados pelos naturais conflitos de interesses entre os mais variados segmentos, e dependem ainda do entendimento precário entre os entes da Federação, problemão por último evidenciado na pandemia. Mas o fato político expressivo é que a agenda política está nas mãos dos dois primeiros-ministros.

Arthur Lira e Jair Bolsonaro
Arthur Lira e Rodrigo Pacheco são atrapalhados não só por desentendimentos causados por diferentes objetivos políticos pessoais. Foto: Dida Sampaio/Estadão – 14/9/2021

Sim, o ministro da Economia – sofrendo evidente desgaste político por conta de sua offshore – compareceu a reuniões com os dois primeiros-ministros que incluíam ainda representantes de municípios, Estados e Receita Federal. Pelo menos formalmente o Executivo estava lá, mas os presidentes da Câmara e do Senado deixaram bem claro ao público que são eles os condutores de todos os processos. São eles que se dirigem à população dizendo como e quando pretendem resolver os problemas.

O Executivo tem noção clara do que precisa – arrumar um jeito de sustentar programas assistenciais que, fora o indiscutível mérito de mitigar a miséria de milhões de pessoas, são também ferramentas políticas no esforço de Jair Bolsonaro em se reeleger. Mas ainda não disse exatamente como realizar esses programas, numa exibição espetacular da dificuldade em estabelecer prioridades: é para resolver primeiro o Bolsa Família ou o preço da gasolina?

Tudo está subordinado a esse eufemismo chamado de “espaço fiscal”, que, por sua vez, é função direta de rearranjo de impostos (para não falar em reforma ampla), propostas de emendas constitucionais que tratem de pagamentos de dívidas (os tais precatórios) e intrincadas negociações sobre o próximo orçamento. Os dois primeiros-ministros perceberam que, no fundo, trata-se da velha questão do ovo ou a da galinha.

Para escapar desse falso dilema, os dois primeiros-ministros teriam de puxar um fio da meada, ou seja, proceder ao que o Executivo mostrou-se incapaz de fazer: estabelecer claramente prioridades e arranjar-se com as várias forças políticas e os vários interesses setoriais. É a queixa recorrente de relatores de todo tipo de matéria demandando coordenação e articulação dentro e fora do Legislativo: não entendem muito bem o que pretende o Palácio do Planalto.

Neste ponto, o da agenda política, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco são atrapalhados não só por desentendimentos causados por diferentes objetivos políticos pessoais. Ocorre que os dois primeiros-ministros são, ao mesmo tempo, operadores e vítimas daquilo que o sociólogo Bolívar Lamounier chama de sistema político do “pluricorporativismo” (mascarado de pluripartidarismo), por meio do qual se propaga e se reforça a capacidade “extrativa” das mais diversas corporações.

Podemos chamar isso também de “sistema do Centrão”, que está claramente se consolidando na fusão gigante de DEM e PSL, e na busca dentro dessas forças políticas da alternativa eleitoral ao embate Bolsonaro-Lula. A despeito do que possam dizer as pesquisas de opinião sobre o momento, dando conta do pseudo favoritismo eleitoral de Lula, na visão desses operadores políticos a força e o sentido do eleitorado apontam para o que se chamaria de tendência de “centro-direita” – daí a dificuldade em costurar acordo com o PT.

Bolsonaro teve um pouco atrás a possibilidade de “caminhar para o centro” e ser abraçado eleitoralmente pelo Centrão. Essa oportunidade parece ter sido jogada fora por ele mesmo, que hoje não sabe se receberá um tapinha nas costas pelo fato de ter aberto uma chance inédita de consolidação do poder a esses caciques, agora enxergando a possibilidade de tomar conta eles mesmos do Executivo, e pela via eleitoral. 

Ou se receberá desses caciques um chute nos glúteos, dependendo das circunstâncias.

JORNALISTA E APRESENTADOR DO  JORNAL DA CNN

LEILÃO DE BLOCOS DE PETRÓLEO E GÁS PELA ANP

 

17ª rodada

Por
Célio Yano
06/10/2021 19:36

Leilão inclui blocos próximos à Reserva Biológica do Atol das Rocas,| Foto: Divulgação/ICMBio
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A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza nesta quinta-feira (7), a partir das 9 horas, a 17ª rodada de licitações de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural, sob fortes críticas de ambientalistas. Ao todo, serão ofertados 92 blocos no leilão, com área total de 53,9 mil quilômetros quadrados, localizados em quatro bacias sedimentares marítimas brasileiras: Campos, Pelotas, Potiguar e Santos.

As concessões são consideradas de risco exploratório, ou seja, o risco de investir e encontrar, ou não, petróleo ou gás natural é da empresa concessionária, que, por outro lado, tem a propriedade de todo o material que venha a ser descoberto e produzido na área. Nesse modelo, a empresa paga ao governo bônus de assinatura, um montante por ocupação ou retenção de área (no caso de blocos terrestres), royalties e, em alguns casos, participação especial.

As companhias interessadas oferecem um valor em bônus de assinatura e propõem um programa exploratório mínimo em que se comprometem a executar determinadas atividades, como pesquisas sísmicas, perfuração de poços exploratórios, entre outros. Vence aquela que apresentar a proposta mais vantajosa de acordo com os critérios previstos no edital.

Ao todo, nove empresas apresentaram interesse em participar do leilão: Petrobras, Chevron, Shell, Total, Ecopetrol, Murphy, Karoon, Wintershall e 3R Petroleum. Embora inscritas individualmente, elas podem fazer oferta também em consórcio. As vencedoras passarão por processo de qualificação, podendo ser classificadas como operadora A, B ou não-operadora, com base nas experiências comprovadas nas atividades a que se destinam os blocos.

Conforme essa distinção, operadoras A podem atuar em águas ultraprofundas, profundas e rasas, além de em terra. Operadoras B só podem atuar em águas rasas e terra, enquanto as não-operadoras podem compor consórcio, mas não podem ser as responsáveis pelas operações.

Leilão inclui blocos próximos a Fernando de Noronha e Atol das Rocas
A rodada ocorre sob pressão de ambientalistas, que criticam particularmente a inclusão de blocos das bacias Potiguar e de Pelotas. A primeira está próxima ao Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e da Reserva Biológica do Atol das Rocas, áreas reconhecidas como Patrimônio Natural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). No caso da bacia de Pelotas, além do risco ambiental, especialistas apontam riscos à atividade turística e pesqueira, especialmente no litoral de Santa Catarina.

Um parecer do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aponta a ocorrência de 89 espécies ameaçadas de extinção nas áreas dos blocos que serão leiloados. Destes, 32% são considerados criticamente em perigo, 20% em perigo e 48% vulneráveis. O estudo do ICMBio, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, foi feito a pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Considerando a propagação por longas distâncias de ondas sísmicas, a grande mobilidade de algumas espécies marinhas, a ação das correntes marítimas sobre a propagação do óleo e o histórico de invasão de espécies exóticas associadas às atividades de exploração de petróleo e gás, torna-se temerária a inclusão dos blocos exploratórios da Bacia Potiguar devido a sua proximidade à Reserva Biológica do Atol das Rocas e ao Parque Nacional Fernando de Noronha”, afirma a analista ambiental Mayra Pereira de Melo Amboni no documento. “Tanto as atividades exploratórias quanto um evento acidental podem trazer danos irreparáveis a diversidade biológica desses ecossistemas.”

O parecer diz que não há como avaliar o impacto real ou potencial da atividade sobre cada espécie ameaçada por estarem inacessíveis informações mais precisas, como modelos de dispersão da pluma do petróleo, rotas das embarcações associadas às atividades de determinados blocos de exploração e a técnica empregada.

Em setembro, a bancada do Psol na Câmara dos Deputados chegou a apresentar um projeto de decreto legislativo visando sustar os efeitos do pré-edital da rodada de concessões da ANP, que acabou devolvido pelo presidente Arthur Lira (PP-AL) por extrapolar competência da Casa. Na plataforma change.org, uma campanha intitulada “Juntos por Fernando de Noronha”, contra o leilão dos blocos, acumulava cerca de 135 mil assinaturas até esta quarta-feira (6).

No último dia 24, a Agência de Notícias dos Direitos dos Animais (Anda), o Instituto Internacional Arayara e a Associação Nacional de Advogados Animaistas (Anaa) entraram com uma ação civil pública contra a ANP e a União na Justiça Federal do Distrito Federal em que pedem a suspensão do leilão dos blocos.

A preocupação dos ambientalistas repercute também entre investidores. Na sexta-feira (1º), a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) acionou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com uma representação em relação à participação da Petrobras na 17ª rodada de licitações da ANP. A entidade pede abertura de processo fiscalizatório para apurar o interesse da estatal nos blocos ofertados.

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“Particularmente nas áreas de Pelotas e da Bacia Potiguar ofertadas na rodada, a atividade exploratória de hidrocarbonetos pode ocasionar impactos ambientais nocivos irreversíveis a ecossistemas sensíveis. Por isso, a eventual compra e consequente exploração geram insegurança para acionistas da Petrobras, já que podem ocasionar sérios prejuízos financeiros à empresa em caso de efetivo dano ambiental”, explica a associação, que encaminhou ofício à presidência ao conselho de administração da empresa para que a estatal não participe do leilão.

Procurada pela reportagem, a ANP diz que houve prévia manifestação conjunta dos ministérios de Minas e Energia (MME) e do Meio Ambiente (MMA) e que os normativos em vigor a respeito das diretrizes ambientais foram cumpridos integralmente. “Os ajustes demandados pelos órgãos vinculados ao Ministério do Meio Ambiente foram acatados e todas as informações ambientais relevantes e disponíveis foram tornadas públicas aos interessados e à sociedade em geral”, informa a nota.

“Ressaltamos, contudo, que a aprovação dos blocos na manifestação conjunta MMA/MME para oferta em determinada bacia não significa aprovação tácita para o licenciamento ambiental. As informações ambientais existentes acerca de determinada área, decerto, serão utilizadas por ocasião do respectivo licenciamento ambiental e não suprem a necessidade de estudos ulteriores, cuja exigência é própria do licenciamento ambiental específico de determinado bloco ou área geográfica”, prossegue.

De acordo com o órgão regulador, na fase de licenciamento ambiental serão avaliados os potenciais impactos e riscos ambientais da atividade, o que permitirá concluir pela viabilidade ou não da exploração de petróleo e gás natural na região.

A realização do licenciamento ambiental apenas após a licitação é uma das críticas feitas por ambientalistas. Ao aprovar a realização da 17ª rodada de licitações da ANP, entendendo que a agência atendeu a todos os requisitos para a realização da concorrência, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que o Ministério de Minas e Energia avalie medidas para aprimorar os procedimentos relativos ao licenciamento ambiental de áreas para exploração e produção de petróleo e gás em futuros leilões.


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A REPUTAÇÃO É A NOVA MOEDA DAS EMPRESAS

 

*Silas Colombo – CCO e fundador da MOTIM

Compartilho um artigo sobre o fato da reputação ser hoje a nova moeda e que somente as marcas que realizam um posicionamento verdadeiro ao longo do tempo poderão criar negócios sustentáveis e escaláveis. Por isso, mais do que entregar um produto ou serviço, hoje o propósito e o engajamento dos clientes são fatores que vão determinar o tamanho da jornada de crescimento das empresas.

O capitalismo mudou. Esse fato é facilmente perceptível ao analisar a sua principal e mais charmosa representante: a publicidade. É cada vez mais comum as marcas incluírem em suas comunicações mensagens que tragam o propósito da marca e que empoderem seus consumidores. Muitas vezes, o esforço para fazer com que esse propósito pareça autêntico é tão grande, que fica até difícil de entender qual produto está sendo promovido para a venda.

Assim, vivemos a era do propósito. Toda marca tem uma mensagem para passar aos seus consumidores. Todas querem comunicar que, ao comprarem seus produtos, os clientes estarão fazendo parte de algo maior. Algo que está mudando, ou ajudando, a mudar o mundo. Entretanto, nesse mar de empresas fazendo a mesma coisa, fica fácil fazer de uma mensagem de propósito forte se transformar em algo banal.

Falar que é uma empresa que se preocupa com ESG, por exemplo, se tornou algo tão batido quanto uma planilha no Excel no mundo corporativo. Entretanto, quantas são as empresas que realmente tem em suas pautas do dia temas relacionados ao meio ambiente, questões sociais ou de governança? E por mais que a sua empresa realmente se preocupe e invista nesses setores, como sair da banalidade imposta pela concorrência?

Neste cenário, um ativo muitas vezes esquecido pela alta gestão ganha cada vez mais relevância: a reputação. Porém, a percepção simplista de que reputação é algo intangível ou que só dará frutos a longo prazo acaba sendo um empecilho para as empresas. Segundo a pesquisa In Brand We Trust, 81% dos consumidores compram apenas de marcas em que confiam. Quando olhamos para o mercado brasileiro, esse número chega a 91%. Ou seja, apenas fazer um comercial emocionante sobre algum tema sem realmente investir na ação e, consequentemente, conquistar uma reputação positiva, de nada vale às marcas.

Além disso, uma reputação sólida e autêntica ajuda as empresas não só a terem maior longevidade em um mercado selvagem como o que vivemos. Prova disso é o fato de 77% poderem desaparecer do mundo se sequer serem notadas pelos consumidores, dado revelado pelo estudo Havas Meaningful Brands.

Assim, para se adaptar às mudanças do mercado, as empresas precisam usar sua credibilidade como principal ativo, entendendo que apenas marcas relevantes deixam seu legado no mundo. A reputação é a nova moeda e apenas um posicionamento verdadeiro ao longo do tempo poderá criar negócios sustentáveis e escaláveis, que entreguem mais do que um produto ou serviço, mas que vendam propósito e engaje seus clientes em sua jornada de crescimento.

Vale a pena ler qualquer semelhança será mera coincidência !!!

Autor desconhecido

Um ladrão entrou no banco gritando para todos:

” Ninguém se mexe, porque o dinheiro não é seu, mas suas vidas pertencem a vocês.”

Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.

Isso se chama CONCEITOS PARA MUDAR MENTALIDADES

Mude a maneira convencional de pensar sobre o mundo.

Com isso, uma mulher ao longe gritou: ” MEU AMOR, NÃO SEJA RUIM PARA NÓS, PARA NÃO ASSUSTAR O BEBÊ “, mas o ladrão gritou com ela:

“Por favor, comporte-se, isso é um roubo, não um romance!”

Isso se chama PROFISSIONALISMO

Concentre-se no que você é especializado em fazer.

Enquanto os ladrões escapavam, o ladrão mais jovem (com estudos profissionais de contabilidade) disse ao ladrão mais velho (que tinha acabado de terminar o ensino fundamental):

“Ei cara, vamos contar quanto temos.”

O velho ladrão, obviamente zangado, respondeu:

“Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar, vamos esperar a notícia para nos contar quanto o banco perdeu.”

Isso se chama EXPERIÊNCIA

Em muitos casos, a experiência é mais importante do que apenas o papel de uma instituição acadêmica.

Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que a polícia deveria ser chamada imediatamente.

O gerente respondeu:

“Pare, pare, vamos primeiro INCLUIR os 5 milhões que perdemos do desfalque do mês passado e relatar como se os ladrões os tivessem levado também”

O supervisor disse:

“Certo”

Isso se chama GESTÃO ESTRATÉGICA

Aproveite uma situação desfavorável.

No dia seguinte, no noticiário da televisão, foi noticiado que 100 milhões foram roubados do banco, os ladrões só contaram 20 milhões.

Os ladrões, muito zangados, refletiram:

“Arriscamos nossas vidas por míseros 20 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 80 milhões em um piscar de olhos.”

Aparentemente, é melhor estudar e conhecer o sistema do que ser um ladrão comum.

Isto é CONHECIMENTO e é tão valioso quanto ouro.

O gerente do banco, feliz e sorridente, ficou satisfeito, pois seus prejuízos foram cobertos pela seguradora no seguro contra roubo.

Isso se chama APROVEITANDO OPORTUNIDADES ..

ISSO É O QUE MUITOS POLÍTICOS FAZEM ESPECIALMENTE NESTA *PANDEMIA, ELES A USAM PARA ROUBAR E RESPONSABILIZAR O VÍRUS.

A startup digital ValeOn daqui do Vale do Aço, tem todas essas qualidades, não me refiro aos ladrões e sim no nosso modo de agir:

Estamos lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

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Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial ValeOn 24 horas por dia e 7 dias da semana.

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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

GOVERNO SUSPENDE COMPRA DA VACINA CORONAVAC

 Simone Blanes – VEJA

Ao retornar ao trabalho no Ministério da Saúde, nesta terça-feira, 5, o ministro Marcelo Queiroga disse que um novo contrato do governo federal com o Instituto Butantan para a compra de vacinas da CoronaVac depende de registro definitivo do imunizante contra a Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Tínhamos uma emergência sanitária, essas vacinas foram feitas em tempo recorde e a Anvisa deu registro emergencial, não só a à CoronaVac mas à Janssen também. Se quer entrar no calendário nacional, vai ter que solicitar o registro definitivo”, disse Queiroga após retornar de Nova York, nos Estados Unidos, onde cumpria quarentena por ter contraído o novo coronavírus. “Uma vez a Anvisa concedendo o registro definitivo, o Ministério da Saúde considera essa ou qualquer outra vacina para fazer parte do Plano Nacional de Imunizações (PNI)”, acrescentou.


O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista sobre vacinação© Wilson Dias/Agência Brasil O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista sobre vacinação

Hoje, quatro vacinas estão no Programa Nacional de Imunizações (PNI): a Pfizer/BioNTech e a Oxford/AstraZeneca, que já têm registro definitivo concedido pela Anvisa; e a Janssen e a CoronaVac, com autorização para uso emergencial. Em janeiro deste ano, o governo federal assinou contrato com o Instituto Butantan para a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac, entregues no final de setembro. “Se o preço cai é melhor porque consigo usar esses recursos, por exemplo, para atender pessoas que têm síndrome pós-covid. Também preciso manter leitos de UTI habilitados para 2022. Temos dificuldades orçamentárias, não é surpresa para ninguém, e temos que vencer juntos”, disse afirmou Queiroga.

O ministro também informou que o corpo técnico do órgão federal está em fase de planejamento da campanha de vacinação contra a Covid-19 em 2022, mas sem posições definidas. De acordo com Queiroga, até o final de 2021, o Brasil deve receber ainda 100 milhões de doses da Pfizer e 30 milhões da Janssen, além de doses do consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Temos queda no número de óbitos de maneira sustentada, apesar de aumento de casos, que se deve à maior abertura que tem da economia, mas isso não tem correspondido em aumento expressivo de internações”, afirmou.

O governo federal já distribuiu mais de 301 milhões de doses de vacina contra a Covid-19. Dessas, 242,7 milhões foram aplicadas, sendo 147,9 milhões em primeira dose e 94,7 milhões em segunda dose ou dose única. Mais de 1,3 milhão serviram como doses de reforço para idosos, profissionais de saúde.e pessoas imunossuprimidas. Abaixo, os números da vacinação no pais:

 

SENADO APROVA MARCO LEGAL DAS FERROVIAS

 

 Poder360 

O Senado aprovou, nessa 3ª feira (5.out.2021), o substitutivo ao projeto que cria o marco legal das ferrovias brasileiras (PLS 261/2018), com alterações realizadas em Plenário. O texto trata de novos instrumentos de outorga para ferrovias em regime privado, com participação mínima do Estado, tanto em nível federal, quanto estadual e municipal.

Do senador licenciado José Serra (PSDB-SP) e relatada pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), a matéria segue agora para a análise da Câmara dos Deputados. Jean Paul já havia lido o relatório na última 4ª feira (29.set.2021), quando a matéria deveria ter sido analisada. O projeto, no entanto, teve a  sua votação adiada.

O QUE DIZ O TEXTO

O texto traz novidades, como o estabelecimento de princípios da política setorial e diretrizes para a expansão do setor ferroviário. Na justificativa do projeto, Serra disse que buscou incorporar “à legislação mecanismos que permitirão maior integração e parcerias entre o poder público municipal e as administrações ferroviárias, a fim de mitigar e suprimir tanto os conflitos causados pelos cruzamentos em nível, quanto a carência de fontes de financiamento”.

Jean Paul apontou que, com a ampliação das formas de regular a exploração de ferrovias, “estamos propiciando ao Estado brasileiro ferramentas de múltiplo uso, para qualquer que seja o ministro ou governo utilizar da melhor forma possível”.

Uma mudança que vem do projeto original, segundo destacou o relator, é a possibilidade de o poder público instituir contribuição de melhoria decorrente da implantação da ferrovia. Essa receita será arrecadada junto aos moradores de imóveis limítrofes ao projeto e comporá as fontes de financiamento do empreendimento, para reduzir os custos de implantação e, consequentemente, os preços que serão cobrados dos usuários.

Mantido no substitutivo de Jean Paul, o uso da modalidade da autorização para a construção de novas ferrovias é a principal novidade do projeto. Nesse modelo, o Poder Público possibilita que o particular assuma o risco da operação ferroviária investindo em projetos de seu interesse. A proposta é diversa da concessão, em que o investimento é bancado pelo Estado, buscando o atendimento dos seus interesses estratégicos.

O relator destacou que, com a autorização da exploração de ferrovias, o projeto reconhece que há um grande espaço para que essa modalidade de outorga possa propiciar aos investidores uma maior latitude para conceber, viabilizar, construir e operar infraestrutura ferroviária em regime privado, ao mesmo tempo em que se obrigam a assumir todos os investimentos e todos os riscos do negócio, e se sujeitam à regulação setorial aplicável, garantida a segurança operacional.

Estamos votando uma lei geral das ferrovias, incluindo a autorização no mundo das ferrovias. É importante destacar também que a autorregulação não vai se sobrepor às leis”, afirmou o senador.

DESTAQUES

Segundo Jean Paul, o texto final foi escrito “por várias mãos”, incluindo representantes do governo e da iniciativa privada. Além das emendas já acatadas, o relator aceitou fazer mais algumas alterações no texto final, diante das negociações em Plenário.

O líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), defendeu algumas mudanças no texto, por meio de destaques. Ele pediu a retirada de um artigo que permitia mais 24 meses para o reequilíbrio econômico de concessionárias que enfrentaram dificuldades na pandemia do coronavírus. O argumento do governo era que as concessionárias ferroviárias tiveram produção recorde, mesmo durante a pandemia. Por acordo, o texto final reduziu o prazo para 12 meses.

Outro ponto questionado pelo governo era o artigo que previa o direito de preferência nas autorizações, nos primeiros 5 anos da lei, para os atuais concessionários de ferrovias. De acordo com Bezerra, a medida prejudica o Nordeste, principalmente o Estado de Pernambuco. Ele disse temer atrasos nos investimentos em ferrovias na região. Jean Paul Prates manteve o prazo de 5 anos, mas alterou o texto para excetuar as autorizações em andamento, como forma de evitar qualquer atraso de investimentos nas ferrovias do Nordeste.

O senador Zequinha Marinho (PSC-PA) exaltou o fato de o relator ter trabalhado “muito e por muito tempo”. Ele sugeriu uma alteração na parte que trata da minuta das condições de financiamento, para deixar o texto mais “claro e simples”. Jean Paul acatou a sugestão e disse que iria fazer a alteração no texto a ser enviado para a Câmara.

O relator também acatou mudanças para prever o direito de passagem restrito às concessões e não às autorizações. Jean Paul, no entanto, alertou que a questão poderá ser judicializada, com empresas conseguindo o acesso às ferrovias por meio da Justiça. O PDT também apresentou um destaque para retirar a permissão de uma concessão ser transformada em autorização. O relator, porém, rejeitou esse destaque.

APOIADORES

Segundo o senador Carlos Viana (PSD-MG), o projeto é um dos mais importantes votados no Senado neste ano. José Aníbal (PSDB-SP) destacou que a matéria nasceu da vontade de Serra em criar esperança e oportunidades para o país. Para ele, o principal mérito do projeto é permitir a ampliação da malha ferroviária, trazendo investimentos e renda para os brasileiros. Soraya Thronicke (PSL-MS) afirmou que a proposta é muito importante para o seu Estado e para o agronegócio de todo o país.

Estamos unidos naquilo que realmente é importante para o país. O que nos une é maior do que o que pode nos desunir”, declarou a senadora.

Na visão do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), o projeto vai permitir a regulação do mercado, com o acompanhamento das agências, e favorecer a competitividade. Para o senador Dário Berger (MDB-SC), presidente da CI (Comissão de Infraestrutura), trata-se de um passo importante para o desenvolvimento do país e para a geração de empregos.

O estímulo para outros modais precisa ser visto com bons olhos. Esse projeto pode atrair investimentos privados, diminuir a burocracia e ampliar a competitividade para o país”, afirmou Berger.

OPOSIÇÃO

O texto também recebeu muitas críticas. A senadora Kátia Abreu (PP-TO) criticou o prazo dado para “reequilíbrio econômico para quem teve lucro” e o direito de preferência para novas autorizações por 5 anos para os atuais concessionários ferroviários. Outro ponto que mereceu ressalva da senadora foi a possibilidade de autorregulação para o setor. Ela defendeu o regime de autorizações, mas disse que o substitutivo não “tem mais nada a ver com o original de José Serra”.

Assim como o relator estudou, eu também estudei. Sou mulher, mas estudei!”, desabafou a senadora, que apesar das críticas concordou com a aprovação da matéria.

Com informações da Agência Senado.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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