segunda-feira, 12 de agosto de 2019

EUA ACUSAM A CHINA DE REGIME TRUCULENTO CONTRA HONG KONG


China e EUA trocam farpas antes de novos protestos em Hong Kong

Da Redação




© Thomas Peter/Reuters Manifestantes participam de ato pró-democracia no aeroporto de Hong Kong - 09/08/2019

A China e os Estados Unidos trocaram novos insultos nesta sexta-feira, 9, antes de mais um final de semana de protestos em Hong Kong. 

Na quinta-feira 8, Washington acusou Pequim de conduzir um “regime truculento” depois que um jornal ligado ao governo chinês publicou o nome e uma foto de uma diplomata americana durante um encontro com ativistas em Hong Kong.
A porta-voz do Departamento de Estado americano Morgan Ortagus reagiu à acusação chinesa e declarou que a divulgação de informações pessoais de um diplomata dos Estados Unidos é “uma atitude digna de um regime truculento.”
Ortagus ressaltou que encontros com diferentes pessoas, entre elas líderes da oposição, faz parte do trabalho de diplomatas americanos. Ela ainda acusou a China de vazar fotos da diplomata Julie Eadeh, além dos nomes de seus filhos, dizendo que “esta não é a forma que uma nação responsável deveria agir.”
Por sua vez, a China reagiu imediatamente aos comentários e afirmou nesta sexta que os ataques americanos fazem parte de uma “lógica gângster”. O Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do Ministério das Relações Exteriores da China ainda acusou os americanos de interferirem nos assuntos da cidade.
O governo chinês está envolvido em uma guerra comercial, tecnológica e monetária com os Estados Unidos. A tesão sofreu uma escalada desde que Washington anunciou tarifas adicionais de 10% sobre 300 bilhões de dólares de produtos chineses na semana passada, e Pequim retaliou com a desvalorização do yuan, que derrubou mercados pelo mundo.
Wall Street teve seu pior dia do ano nesta segunda-feira 5, com queda de 2,90% do Dow Jones, 3,47% do Nasdaq e 2,98% do S&P 500. No mesmo dia, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou com queda de 2,51%.
Novo final de semana de protestos
Manifestantes ocuparam o saguão de desembarque do aeroporto de Hong Kong nesta sexta-feira, distribuindo panfletos antigoverno e erguendo cartazes em uma dúzia de idiomas na tentativa de conscientizar os visitantes na véspera de protestos planejados em toda a cidade no final de semana.
Cerca de 1.000 manifestantes, a maioria jovens de camiseta preta, distribuíram panfletos com o título “Caros viajantes” acima de ilustrações retratando os protestos realizados desde junho, que mergulharam o polo financeiro em sua maior crise desde que o Reino Unido o devolveu ao controle da China em 1997.
“Desculpem-nos pela Hong Kong ‘inesperada'”, diziam os panfletos em inglês. “Vocês chegaram a uma cidade arruinada e dividida, não àquela que um dia imaginaram. Mas é por esta Hong Kong que lutamos”.
Os protestos cada vez mais violentos representam um dos desafios mais sérios ao líder chinês, Xi Jinping.
O que começou como uma reação raivosa a um projeto de lei, hoje suspenso, que permitiria que suspeitos de crimes fossem extraditados para serem julgados em tribunais chineses, passou a incluir exigências de maior democracia, da renúncia da líder de Hong Kong, Carrie Lam, e até de uma proibição a turistas da China continental.
A multidão no aeroporto ocupou duas seções do saguão de desembarque. Os manifestantes cantavam “Você Ouve o Povo Cantar?”, do musical “Os Miseráveis”, e bradavam “Democracia já” e “Moradores de Hong Kong, joguem gasolina!”.
A manifestação no aeroporto coincidiu com o momento em que os poderosos empreendedores imobiliários da cidade se pronunciaram pela primeira vez, pedindo calma depois de uma dúzia de grandes empresas alertar nos últimos dias que os tumultos afetaram os lucros.
“A comunidade de Hong Kong está sofrendo com os atos de violência perpetrados por um grupo pequenos de indivíduos ultimamente”, disse um comunicado assinado por 17 empreendedores, entre eles Henderson Land Development, New World Development e Sun Hung Kai Properties.
“Tais atos se desviaram da intenção original das manifestações pacíficas e estão causando transtorno à comunidade empresarial e ao público como um todo”.
Carrie marcou uma coletiva de imprensa para as 17h15 locais de sábado (6h15 em Brasília) com o secretário das Finanças, Paul Chan, e o secretário de Comércio e Desenvolvimento Econômico, Edward Yau, já que os efeitos negativos dos protestos estão se ampliando.
(Com Reuters e Agência Brasil)

ALEMAHA VAI DEIXAR DE COMPRAR À PRESTAÇÃO A AMAZÔNIA


Bolsonaro diz não precisar de verba da Alemanha para preservar Amazônia

Da Redação, com Estadão 




© Adriano Machado/Reuters Bolsonaro: por aumento de desmate, governo alemão suspendeu parte dos recursos que iriam para Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (11) que a Alemanha “vai deixar de comprar à prestação a Amazônia”, sobre os investimentos do país europeu no Fundo Amazônia. “Pode fazer bom uso dessa grana, no Brasil não precisa disso”, afirmou.
O Estadão/Broadcast informou no início de julho que o governo da Alemanha havia decidido reter uma nova doação de 35 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 151 milhões para o fundo. O país já repassou R$ 193 milhões para o programa.
Questionado se a situação não seria ruim para a imagem do Brasil o presidente rebateu: “Grandes países estão interessados na imagem do Brasil ou (em) se apoderar do Brasil?”, questionou.
Reportagem publicada no Estado neste domingo mostra que, após a decisão do governo federal de paralisar as ações do Fundo Amazônia, sob a justificativa de que teria encontrado supostas irregularidades na condução do programa pelo BNDES, os maiores Estados da Região Norte passaram a buscar parcerias diretas com doadores internacionais para financiar ações de combate ao desmatamento.
Histórico
Na última terça-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro falou com ironia dos encontros que teve na última reunião do G20, no Japão, com líderes europeus: “Imagina o prazer que eu tive de conversar com Macron e Angela Merkel”.
O discurso ambiental do governo preocupa o agronegócio brasileiro, que vê risco de impacto negativo em exportações e acordos comerciais como aquele entre Brasil e União Europeia, firmado no final de junho.
Na semana passada, foi a vez da revista britânica The Economist colocar em sua capa o aumento do desmatamento na Amazônia brasileira.
Desmatamento em alta
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou nesta semana que o desmatamento na Amazônia brasileira em julho foi 278% maior do que no mesmo mês de 2018.
Apesar dos dados serem preliminares, a tendência é de alta e costuma ser confirmada posteriormente por outros sistemas.
No dia 19, Bolsonaro afirmou, sem apresentar evidências, que os dados de alta do desmatamento eram mentirosos e sugeriu que Ricardo Galvão, presidente do Inpe, poderia estar “a serviço de alguma ONG”.
Galvão reagiu em defesa do Inpe e foi exonerado. Seu substituto é Darcton Policarpo Damião, que é da Aeronáutica e tem doutorado em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília.

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA COMEÇA A SER DISCUTIDA NO SENADO


Reforma da Previdência começa a ser discutida no Senado nesta semana

Correio Braziliense 



© Marcos Oliveira/Agencia Senado O relatório da comissão será conhecido no dia 28 de agosto no plenário do Senado

A reforma da Previdência chega nesta semana a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e promete esquentar o clima da Casa. Para a presidente da comissão, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), ainda que há a possibilidade de os senadores votarem o texto aprovado pela Câmara dos Deputados sem alterações. Possíveis mudanças ou acréscimos seriam incluídos em uma reforma paralela, para não atrasar a promulgação da reforma principal.
"O sentimento da Casa não é de alterar o texto aprovado pelos deputados federais, mas de fazer as alterações necessárias por meio de um texto paralelo, podendo incluir estados, Distrito Federal e municípios", previu Tebet.
Apesar de reconhecer que o texto votado na Câmara precisa ser melhorado, sobretudo no que diz respeito à novas regras de previdência de estados e municípios, o relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), defende que as alterações propostas pelos senadores estejam em PEC paralela que tem o apoio do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A reforma da Previdência tem prazo de 30 dias para ser discutida na CCJ do Senado. Nesses primeiros dias, deverão ter debates em audiências públicas com a participação de representantes de trabalhadores e de empresários. A expectativa é de que Tasso apresente o relatório na comissão no dia 28 de agosto.
Se passar na CCJ, a reforma segue para o plenário do Senado. O primeiro turno de votação deve ser feito no dia 19 de setembro e o segundo turno até o dia 10 de outubro. Em todas as votações, são necessários os votos de ao menos 49 dos 81 senadores.
Principais regras
A reforma da Previdência, aprovada na Câmara na forma do substitutivo do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), aumenta o tempo para se aposentar, limita o benefício à média de todos os salários, eleva as alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS e estabelece regras de transição para os atuais assalariados.
Na nova regra geral para servidores e trabalhadores da iniciativa privada que se tornarem segurados após a reforma, fica garantida na Constituição somente a idade mínima. O tempo de contribuição exigido e outras condições serão fixados definitivamente em lei. Até lá, vale uma regra transitória.