Bolsonaro diz não precisar
de verba da Alemanha para preservar Amazônia
Da Redação, com Estadão
©
Adriano Machado/Reuters Bolsonaro: por aumento de desmate,
governo alemão suspendeu parte dos recursos que iriam para Amazônia
O
presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (11)
que a Alemanha “vai deixar de comprar à prestação a Amazônia”, sobre os
investimentos do país europeu no Fundo Amazônia. “Pode fazer bom uso dessa
grana, no Brasil não precisa disso”, afirmou.
O
Estadão/Broadcast informou no
início de julho que o governo da Alemanha havia decidido reter uma nova doação
de 35 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 151 milhões para
o fundo. O país já repassou R$ 193 milhões para o programa.
Questionado se a
situação não seria ruim para a imagem do Brasil o presidente rebateu: “Grandes
países estão interessados na imagem do Brasil ou (em) se apoderar do Brasil?”,
questionou.
Reportagem
publicada no Estado neste domingo mostra que, após a decisão do governo federal
de paralisar as ações do Fundo Amazônia, sob a justificativa de que teria
encontrado supostas irregularidades na condução do programa pelo BNDES, os
maiores Estados da Região Norte passaram a buscar parcerias diretas com
doadores internacionais para financiar ações de combate ao desmatamento.
Histórico
Na última
terça-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro falou com ironia dos encontros que
teve na última reunião do G20, no Japão, com líderes europeus: “Imagina o
prazer que eu tive de conversar com Macron e Angela Merkel”.
O discurso
ambiental do governo preocupa o agronegócio brasileiro, que vê risco de impacto
negativo em exportações e acordos comerciais como aquele entre Brasil e União
Europeia, firmado no final de junho.
Na semana passada,
foi a vez da revista britânica The Economist colocar em sua capa o aumento do
desmatamento na Amazônia brasileira.
Desmatamento em alta
O Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou nesta semana que o desmatamento
na Amazônia brasileira em julho foi 278% maior do que no mesmo mês de 2018.
Apesar dos dados
serem preliminares, a tendência é de alta e costuma ser confirmada
posteriormente por outros sistemas.
No dia 19,
Bolsonaro afirmou, sem apresentar evidências, que os dados de alta do
desmatamento eram mentirosos e sugeriu que Ricardo Galvão, presidente do Inpe,
poderia estar “a serviço de alguma ONG”.
Galvão reagiu em
defesa do Inpe e foi exonerado. Seu substituto é Darcton Policarpo Damião, que
é da Aeronáutica e tem doutorado em desenvolvimento sustentável pela
Universidade de Brasília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário