sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A DESATIVAÇÃO DAS BARRAGENS OFERECEM RISCOS


Solução para evitar tragédias, desativação de barragens é lenta e pode oferecer riscos

Raul Mariano














Vilarejo Socorro foi um dos que precisaram ser evacuados em Barão de Cocais


A desativação das dez barragens da Vale a montante em Minas deve ser concluída em até três anos, conforme estimativas da mineradora. O procedimento, no entanto, pode oferecer riscos, alterar a rotina de comunidades e demorar mais do que o planejado, apontam especialistas do setor. Na última quarta-feira, 125 moradores de Nova Lima e Ouro Preto precisaram sair de casa em uma etapa do descomissionamento dos reservatórios Vargem Grande, Grupo e Forquilha I, II e III.
Das 84 estruturas que utilizam essa forma de alteamento no país, 41 estão em Minas. Trinta delas têm o chamado “alto dano potencial”, podendo provocar tragédias em caso de rompimento. O método dessas barragens é o mesmo das que ruíram em Mariana, em 2015, e Brumadinho, no mês passado.
Em resolução publicada na última semana, a Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou que todos os reservatórios com essas características deverão ser eliminados até 2021. A opção que é a mais barata para as mineradoras, mas, também, a mais suscetível a falhas.
De acordo com o órgão, está evidente que “o método a montante se encontra obsoleto” e que as barragens – sobretudo as mais antigas – precisam ser desativadas “com brevidade e receber monitoramento mais próximo e intenso até que tais ações sejam concluídas”.
A tarefa, entretanto, ainda pode trazer muitos transtornos às populações vizinhas. Professor do departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Hernani Mota de Lima explica que descomissionar não é uma “missão” simples.
“Além de não ser rápido, depende dos equipamentos que vão ser usados, porque até isso pode provocar um rompimento”, explica. “Eu diria que é uma onça que vai ser cutucada com a vara curta”, compara o professor.
Prazos
Ele destaca ainda que a meta de desativação dos reservatórios a montante de todo país nos próximos três anos dificilmente será alcançada. “É uma operação de risco e quem estipula esse prazo certamente não conhece a fundo o problema”, critica.
Para Evandro Morais da Gama, professor de engenharia de minas da UFMG, o ineditismo da ação torna o cenário ainda mais perigoso. Para ele, a operação ainda é uma incógnita. “Ninguém nunca descomissionou uma barragem no mundo”, garante. “O próprio termo já é de difícil entendimento. Que técnicas as empresas vão usar para fazer esse processo?”, questiona.
Procurada, a Vale não informou detalhes sobre como acontecerão os descomissionamentos até o fechamento da edição. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e a ANM também não se posicionaram.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) ainda não recebeu nenhuma solicitação de empresas interessadas em descaracterizar as barragens a montante e reaproveitar os rejeitos. O órgão também determinou a eliminação desses reservatórios em até dois anos.
Para a desativação das estruturas, não é necessário licenciamento ambiental, já que o descomissionamento é considerado como atividade de recuperação ambiental. Porém, é “necessária a autorização nos casos em que a empresa propuser o beneficiamento do rejeito depositado, para aproveitamento econômico”, informou, em nota.
A pasta foi questionada sobre quantas barragens foram descomissionadas em Minas nos últimos dez anos, mas disse que a resposta demandaria um tempo maior de apuração.


Clima tenso
Nas cidades mineradoras em que a população foi retirada de casa, o clima é a cada dia mais tenso. Em Barão de Cocais, na região Central do Estado, pelo menos 400 moradores das comunidades de Socorro, Piteiras e Tabuleiro estão longe do lar desde 8 de fevereiro.
Os povoados estão próximos à barragem da Vale na mina de Gongo Soco, que atingiu o nível 2 de emergência naquela madrugada. Não há informações sobre quando começará o processo de descomissionamento do reservatório e os moradores ainda não têm previsão de retorno à vida normal.
“O clima está esquentando porque a Vale não é clara nas informações. Há cerca de 300 pessoas morando em hotéis e não dá pra continuar assim”, explica o prefeito da cidade, Décio Geraldo dos Santos. “Vamos tentar definir um prazo legal para que essa situação se resolva”, destaca.
Cuidados
No que depender da previsão dos especialistas, a volta para a casa vai demorar. Vice-presidente do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), José Marques Filho explica que o método de alteamento a montante é o mais usado no país e que, portanto, há bastante trabalho pela frente.
Ele também acredita que o prazo de três anos deve ser insuficiente para o descomissionamento das barragens da Vale em Minas e mais ainda em todo território nacional.
“Isso implica em um projeto bem feito e uma execução extremamente cuidadosa, que fica mais delicada à medida que o processo se inicia”, afirma o especialista. “Vamos torcer para que as empresas consigam concluir o procedimento nesse prazo. Fácil não vai ser”, conclui.
Realidade
Nesta quinta-feira (21), o Hoje em Dia mostrou que o risco do rompimento de novas barragens após o desastre de Brumadinho, na Grande BH, já atingiu nove comunidades mineiras. Em menos de duas semanas, 971 pessoas foram obrigadas a sair de casa.
Até a BR-356, que liga Belo Horizonte a Itabirito, teve um trecho interditado pela Polícia Militar. A medida foi preventiva, de acordo com a corporação, vez que o plano de emergência da Barragem Vargem Grande, da Vale, mostra que os rejeitos atingiriam a rodovia em caso de rompimento.
Além disso, uma decisão judicial também foi expedida determinando que a Vale adote medidas emergenciais para garantir a segurança também da população de Itabirito, na região Central, devido às condições das barragens de Forquilha I, II e III.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) ainda não recebeu nenhuma solicitação de empresas interessadas em descaracterizar as barragens a montante e reaproveitar os rejeitos. O órgão também determinou a eliminação desses reservatórios em até dois anos. Para a desativação das estruturas, não é necessário licenciamento ambiental, já que o descomissionamento é considerado como atividade de recuperação ambiental. Porém, é “necessária a autorização nos casos em que a empresa propuser o beneficiamento do rejeito depositado, para aproveitamento econômico”, informou, em nota. A pasta foi questionada sobre quantas barragens foram descomissionadas em Minas nos últimos dez anos, mas disse que a resposta demandaria um tempo maior de apuração.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

PADRE BRASILEIRO FOI EXPULSO DO CLERO NO PARAGUAI POR ABUSO SEXUAL


Por abuso sexual, padre brasileiro é expulso do clero no Paraguai

Há queixas de estupro e masturbação contra o ex-padre









Jean Rogers Rodrigo de Sousa, de 45 anos, é suspeito de abuso sexual contra religiosas



ESTADÃO CONTEÚDO



Às vésperas do encontro da Igreja Católica que discutirá abuso sexual, um padre brasileiro, que havia sido transferido para o Paraguai, foi expulso nesta quarta-feira (20) do clero, sob suspeita de abusos no Brasil. Segundo a Diocese de Ciudad del Este, Jean Rogers Rodrigo de Sousa "foi dispensado de suas obrigações clericais" pelo papa Francisco, conforme comunicado assinado ontem pelo monsenhor Guillermo Steckling.
Quando Sousa era seminarista, em 1998, foi responsável por fundar dois institutos, que posteriormente constituíram a Fraternidade Arca de Maria, com sacerdotes e leigos dos dois sexos. Em 2006, houve acusações de mulheres já adultas, ex-freiras, ligadas à organização em várias cidades - que estariam sendo importunadas pelo então padre por Skype. Há queixas de estupro e masturbação. Hoje, o ex-sacerdote não tem mais ligação com a Arca de Maria.
Após passar por várias circunscrições, acabou na Diocese de Ciudad del Este. Há um ano, ele já havia sido suspenso de cerimônias e proibido de usar seu hábito até o fim da investigação. Meses depois, o jornal Folha de S.Paulo conseguiu contato com o religioso, que negou as acusações e disse ser alvo de "calúnia por 11 mulheres". À época, as vítimas alegaram não ter buscado a Justiça por medo de expor as famílias A reportagem não localizou Sousa na noite de quarta-feira.
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São Paulo
Ainda nesta quarta, continuava a coleta de informações sobre a mais recente intervenção do Vaticano em uma diocese brasileira, com denúncias de suposto abuso de coroinhas por um padre e suposto desvio de dinheiro de fiéis por um bispo no interior paulista. Os crimes teriam sido registrados em Americana, Araras e Limeira, no interior paulista.
Um dos envolvidos é o padre Pedro Leandro Ricardo, de 50 anos, suspeito de fraude e acusado por quatro jovens de ataques sexuais na época em que serviam ao altar. Em vídeo, ele disse ser vítima de "boataria".
O outro investigado é d. Vilson Oliveira, bispo de Limeira, suspeito de fraude e de ser omisso em relação às denúncias de abuso. O religioso não vai se pronunciar. A apuração cabe ao enviado do papa Francisco, o bispo de Lorena (SP), d. João Inácio Muller.

LIDERANÇA EM COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL É COM AS MULHERES


Mulheres ocupam 69% dos cargos de liderança em comunicação empresarial

Agência Brasil 








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Embora as mulheres já estejam bem representadas nas empresas, o estudo mostra que é mais lento o processo para elas chegarem aos cargos de direção



A pesquisa inédita Perfil da Liderança em Comunicação no Brasil, divulgada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), mostra que apesar de ocupar 69% dos cargos de liderança na comunicação corporativa no Brasil, as mulheres representam 45% do total de cargos de direção ou vice-presidência nas empresas onde trabalham.
A pesquisa foi feita com 578 profissionais de 20 estados, dos quais 78% são empregados em empresas privadas de grande porte (62%), sendo 41% em multinacionais e 37% em companhias nacionais de todos os setores da economia, com destaque para o de serviços (27%), que inclui agências de comunicação. São Paulo abriga a maioria dessas lideranças (57%). Do total de participantes, 398 são mulheres. Setenta e quatro por cento dos profissionais estão contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e 11% sob regime societário.
Embora as mulheres já estejam bem representadas nas empresas, o estudo mostra que é mais lento o processo para elas chegarem aos cargos de direção, informou o coordenador da pesquisa da Aberje, Carlos Ramello.
Salários
Em termos salariais, 59% dos consultados informaram ganhar mensalmente entre R$ 7 mil e R$ 20 mil. Por nível de cargo, verifica-se que 71% dos gerentes ganham por mês entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, enquanto para 71% dos diretores, o salário é superior a R$ 15 mil. O levantamento não separa os ganhos mensais dos líderes em comunicação por gênero. “A experiência mostra que não existe diferenciação entre homens e mulheres nessa situação. Estão dentro das mesmas faixas (salariais)”, disse Ramello. As mulheres já não constituem um grupo de diversidade nos cargos de lideranças nas empresas, “até mesmo porque são maioria”.
Do total de entrevistados, 81% se declararam brancos, 14%, pardos, 5%, negros, e 2%, amarelos; 93% são heterossexuais, enquanto 5% disseram ser homossexuais e 2%, bissexuais. Apenas 1% disse apresentar algum tipo de deficiência. “Isso mostra que não existe diversidade entre os cargos de liderança”, acrescentou o coordenador da pesquisa.
Geração X
Carlos Ramello observou que os profissionais que integram a chamada “geração do milênio”, ou ‘milleniais’, com idade até 35 anos, são minoria entre os líderes em comunicação. Essa geração abrange as pessoas nascidas a partir de 2001, que se desenvolveram em uma época de grandes avanços tecnológicos, prosperidade econômica e facilidade material. De acordo com o estudo, a maioria dos líderes pertence à geração X, referente às pessoas nascidas logo após a Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1964, quando ocorreu um aumento significativo da taxa de natalidade. A proporção identificada pelo estudo foi de 72% de lideranças da geração X e 28% dos ‘milleniais’.
Isso revela que as organizações, nas contratações ou promoção de seus líderes, acabam considerando muito a experiência. “As organizações são um pouco mais conservadoras nessa atribuição de liderança”. A experiência na área de atuação é priorizada pelas empresas. Quarenta e quatro por cento dos participantes exercem cargos de liderança na área de comunicação há mais de oito anos.
Escolaridade
Todos os participantes da pesquisa têm curso superior, sendo 40% graduados em jornalismo, 19% em comunicação e 16% em relações públicas. Dos 578 profissionais, 73% fizeram ou estão fazendo especialização ou MBA. Oitenta e nove por cento se comunicam em inglês e 57% em espanhol.
Do total de entrevistados, 90% usam a internet como principal fonte de informação, seguida do jornal (27%) e da televisão (27%). Em média, os entrevistados dedicam uma hora e meia por dia às redes sociais, sendo que os ‘milleniais’ dedicam duas horas ou mais diariamente. O Facebook e o Linkedin são as redes sociais mais utilizadas pelos profissionais que exercem cargos de liderança, da ordem de 93% cada, seguidos pelo Instagram, com 88%.
Os participantes leem, em média, 5,5 livros por ano, superando a média nacional de quatro por ano, com destaque para livros técnicos e profissionais (38%). A maioria dos participantes (57%) não fazia qualquer atividade voluntária no momento da pesquisa e um quarto não era engajado em nenhuma causa.
Análise do contexto e avaliação de tendências foram apontadas por 55% dos consultados como as principais competências para um líder em comunicação. A maior competência que eles demonstram é o profundo conhecimento do setor onde atuam.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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