Mulheres
ocupam 69% dos cargos de liderança em comunicação empresarial
Agência Brasil
Embora as mulheres já estejam bem representadas nas empresas, o estudo
mostra que é mais lento o processo para elas chegarem aos cargos de direção
A pesquisa inédita
Perfil da Liderança em Comunicação no Brasil, divulgada pela Associação
Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), mostra que apesar de ocupar 69%
dos cargos de liderança na comunicação corporativa no Brasil, as mulheres
representam 45% do total de cargos de direção ou vice-presidência nas empresas
onde trabalham.
A pesquisa foi feita
com 578 profissionais de 20 estados, dos quais 78% são empregados em empresas
privadas de grande porte (62%), sendo 41% em multinacionais e 37% em companhias
nacionais de todos os setores da economia, com destaque para o de serviços
(27%), que inclui agências de comunicação. São Paulo abriga a maioria dessas
lideranças (57%). Do total de participantes, 398 são mulheres. Setenta e quatro
por cento dos profissionais estão contratados pelo regime da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) e 11% sob regime societário.
Embora as mulheres
já estejam bem representadas nas empresas, o estudo mostra que é mais lento o
processo para elas chegarem aos cargos de direção, informou o coordenador da
pesquisa da Aberje, Carlos Ramello.
Salários
Em termos salariais,
59% dos consultados informaram ganhar mensalmente entre R$ 7 mil e R$ 20 mil.
Por nível de cargo, verifica-se que 71% dos gerentes ganham por mês entre R$ 10
mil e R$ 30 mil, enquanto para 71% dos diretores, o salário é superior a R$ 15
mil. O levantamento não separa os ganhos mensais dos líderes em comunicação por
gênero. “A experiência mostra que não existe diferenciação entre homens e
mulheres nessa situação. Estão dentro das mesmas faixas (salariais)”, disse
Ramello. As mulheres já não constituem um grupo de diversidade nos cargos de
lideranças nas empresas, “até mesmo porque são maioria”.
Do total de
entrevistados, 81% se declararam brancos, 14%, pardos, 5%, negros, e 2%,
amarelos; 93% são heterossexuais, enquanto 5% disseram ser homossexuais e 2%,
bissexuais. Apenas 1% disse apresentar algum tipo de deficiência. “Isso mostra
que não existe diversidade entre os cargos de liderança”, acrescentou o
coordenador da pesquisa.
Geração X
Carlos Ramello
observou que os profissionais que integram a chamada “geração do milênio”, ou
‘milleniais’, com idade até 35 anos, são minoria entre os líderes em
comunicação. Essa geração abrange as pessoas nascidas a partir de 2001, que se
desenvolveram em uma época de grandes avanços tecnológicos, prosperidade
econômica e facilidade material. De acordo com o estudo, a maioria dos líderes
pertence à geração X, referente às pessoas nascidas logo após a Segunda Guerra
Mundial, entre 1946 e 1964, quando ocorreu um aumento significativo da taxa de
natalidade. A proporção identificada pelo estudo foi de 72% de lideranças da
geração X e 28% dos ‘milleniais’.
Isso revela que as
organizações, nas contratações ou promoção de seus líderes, acabam considerando
muito a experiência. “As organizações são um pouco mais conservadoras nessa
atribuição de liderança”. A experiência na área de atuação é priorizada pelas
empresas. Quarenta e quatro por cento dos participantes exercem cargos de
liderança na área de comunicação há mais de oito anos.
Escolaridade
Todos os
participantes da pesquisa têm curso superior, sendo 40% graduados em
jornalismo, 19% em comunicação e 16% em relações públicas. Dos 578
profissionais, 73% fizeram ou estão fazendo especialização ou MBA. Oitenta e nove
por cento se comunicam em inglês e 57% em espanhol.
Do total de
entrevistados, 90% usam a internet como principal fonte de informação, seguida
do jornal (27%) e da televisão (27%). Em média, os entrevistados dedicam uma
hora e meia por dia às redes sociais, sendo que os ‘milleniais’ dedicam duas
horas ou mais diariamente. O Facebook e o Linkedin são as redes sociais mais
utilizadas pelos profissionais que exercem cargos de liderança, da ordem de 93%
cada, seguidos pelo Instagram, com 88%.
Os participantes
leem, em média, 5,5 livros por ano, superando a média nacional de quatro por
ano, com destaque para livros técnicos e profissionais (38%). A maioria dos
participantes (57%) não fazia qualquer atividade voluntária no momento da
pesquisa e um quarto não era engajado em nenhuma causa.
Análise do contexto
e avaliação de tendências foram apontadas por 55% dos consultados como as
principais competências para um líder em comunicação. A maior competência que
eles demonstram é o profundo conhecimento do setor onde atuam.
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