quarta-feira, 28 de novembro de 2018

COLUNA ESPLANADA DO DIA 28/11/2018


E o social?

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 











Políticos ligados a movimentos sociais e entidades afins se mostram receosos com os rumos que a equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), está pavimentado para o Governo. Ele investe na montagem de uma super-equipe econômica e na Justiça, mas não anunciou nada até agora na área social. Há quem aposte que, se ficar o gargalo e o futuro Governo tratar com desdém as classes mais baixas – governando para ricos e a classe média – haverá brecha para fortalecer a oposição (é da democracia!) e abrir um caminho para um opositor popular, vindo do PT, PDT ou PSB.
Oi, tô aqui!
Até ontem o senador Magno Malta, aliado de primeira hora, não fora avisado se será ministro da área social, e sequer se haverá pasta para isso. Temáticas não faltam.
Polêmica
Há na equipe de Bolsonaro quem defenda privatizar o Serpro, que presta serviço de banco de dados para a Receita Federal. A futura empresa privada que eventualmente comprar o Serpro terá acesso aos dados dos brasileiros contribuintes e das empresas?
Recado
O ministro do Esporte, Leandro Cruz, mandou recado indireto ao futuro Governo de Bolsonaro, durante inauguração de Centros de Iniciação ao Esporte no domingo, em Curitiba, ao lado do prefeito Rafael Greca. Sem citar o presidente eleito, defendeu ideias que vão contra as teses de liberalismo econômico radical e Estado mínimo.

Investimento social
“Muito se fala hoje em Estado mínimo. Eu sou dos que remam contra essa maré. Sou dos que defendem o Estado máximo, na cultura, na educação e no esporte. Sou dos que acreditam que as políticas públicas sociais são a mais importante ferramenta de construção de um futuro melhor para a nossa juventude e o País”, emendou o ministro.
Olha o decoro!
A briga está feia num grupo de Whatsapp de advogados de Brasília, envolvendo a disputa para a presidência da seccional da OAB-DF. O presidente Juliano Costa Couto foi criticado por apoiadores da oposição, ligados a Delinho. As indiretas entre advogados de conhecidas bancas são bem diferentes das eloqüências em tribunais.
Perdendo campo
Chapas apoiadas pelo PT perderam nas seccionais da OAB no Piauí e no Paraná. Em Brasília, a do advogado Délio faz campanha até pagando pizza. Promete rodada hoje à noite em Taguatinga, com a presença ilustre do criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Tem até anúncio enviado para celulares.
Futebol voa 
A paranaense Sideral Linhas Aéreas adquiriu um Boeing com configuração executiva, de apenas 52 poltronas, para voos charter. O primeiro cliente foi o time do Internacional, que voou de Porto Alegre a Fortaleza para disputar o Brasileirão. O Atlético Paranaense também já contratou e voará para a Colômbia.
Três quedas
Triste cenário para a ‘Ferrari’ do ar. Caiu no Brasil em menos de seis meses o terceiro modelo de helicóptero Agusta, de fabricação italiana. O representante já está no Brasil há mais de mês para acompanhar no Cenipa as investigações de outros dois acidentes quando foi informado das seis mortes da queda de Campos de Jordão (SP) no sábado.
Mistério
Mistério na queda do jatinho Citation de Adolfo Geo, no qual morreram ele, a esposa e os pilotos ontem em Minas. O avião era novo e o piloto muito experiente e metódico. Variadas são as teses sobre uma possível arremetida com choque na pista da fazenda.
Sorte da Caixa
A Caixa apostou e está ganhando alto com o Dia de Sorte. Em seis meses de comercialização, arrecadou R$ 376,1 milhões e pagou R$ 124,7 milhões em prêmios.
Centenários
Nelson Gonçalves, denominado de o rei do rádio,  Linda Batista, considerada uma das  rainhas, e o cantor Blecaute  (apelidado de o General da Banda) serão os grandes   homenageados pela Banda de Ipanema, no Rio, no Carnaval de 2019.
ESPLANADEIRA
. A conhecida coach Valéria Ruiz promove em Goiânia dias 11, 12 e 19 de dezembro o curso “Empreendedorismo Feminino”, com 24 horas de duração, e chancela da Fecomércio e Senac. (62) 3219-5165.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

CONFLITO ENTRE RÚSSIA E A UCRÂNIA PODE VIRAR UMA GUERRA


Rússia captura três navios militares ucranianos e Kiev mobiliza tropas

Estadão Conteúdo









O Conselho de Segurança e Defesa ucraniano, reunido em caráter de urgência, propôs na madrugada desta segunda-feira (26), ao presidente Petro Poroshenko a reintrodução da lei marcial durante 60 dias. A decisão precisa ser validade pelo Parlamento, que realizará sessão extraordinária na tarde de segunda, mas o voto a favor da medida não é garantido.

"Para obrigar os navios militares ucranianos a pararem, foram usadas armas", declararam os serviços de segurança russos (FSB), afirmando que "os três navios da Marinha ucraniana foram revistados". "Três membros do pessoal ucraniano feridos receberam atendimento médico. Suas vidas não correm perigo", acrescentou o FSB.

"Tendo violado a fronteira russa esta manhã, os navios ucranianos - o Berdyansk, o Nikopol e o Yani Kapu - tentaram novamente, em 25 de novembro, às 19 horas (horário de Moscou), realizar ações ilegais nas águas internacionais russas", indicaram as forças de segurança russas.

Os navios ucranianos não teriam respondido aos pedidos legais dos navios de autoridades russas, que lhes ordenaram que parassem e teriam "realizado uma manobra perigosa". Uma testemunha ouvida pela agência Reuters disse que as embarcações apreendidas pela Rússia continuam no porto de Kerch, na Crimeia.

Antes, a Marinha de Guerra ucraniana havia acusado a Rússia de capturar três navios militares no estreito de Kerch, após ter atirado em sua direção. O presidente ucraniano também denunciou "um ato agressivo da Rússia, buscando uma escalada premeditada" nesta região e convocou seu gabinete militar.

"Os navios blindados de artilharia Berdiansk e Nikopol foram atingidos por disparos do inimigo e não podem mais navegar. O rebocador Yani Kapu teve que parar", afirmou na noite de domingo a Marinha ucraniana.

Segundo os militares ucranianos, os guardas fronteiriços russos se chocaram contra um de seus rebocadores no mar Negro, em frente à Crimeia, anexada em 2014 a Moscou, no âmbito de ações abertamente agressivas contra navios ucranianos para impedir-lhes o acesso ao mar de Azov.

Reações

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU foi convocada para esta segunda-feira, anunciou a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley. De acordo com fontes diplomáticas, o encontro foi solicitado tanto pela Rússia como pela Ucrânia.

Em Bruxelas, a União Europeia e a Otan solicitaram uma inversão na escalada nas tensões na região e pediram a Moscou para "restaurar a liberdade de passagem" mo estreito de Kerch. A Otan também anunciou uma reunião de emergência nesta segunda para discutir o caso.

"Nós esperamos que a Rússia restaure a liberdade de passagem pelo estreito de Kerch e chamamos todas as partes a agir com máxima moderação", declarou a UE em um comunicado. A Otan também apelou "à moderação" através de um porta-voz.

Os acontecimentos no mar de Azov mostram o que pode acontecer em razão do "desprezo às regras de base da cooperação internacional", considerou a UE em seu comunicado, destacando que "a construção da ponte de Kerch (pela Rússia) foi efetuada sem o consentimento da Ucrânia e constitui uma nova violação da soberania e da integridade territorial" deste país.

A UE "não reconhece e não reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia", concluiu o comunicado.

A Otan declarou, por sua vez, "apoiar totalmente a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial, inclusive seus direitos de navegação em águas territoriais". "Pedimos à Rússia para garantir um acesso sem obstáculos nos portos ucranianos no mar de Azov, conforme a lei internacional", concluiu uma porta-voz da Otan.

Acesso ao estreito

A Rússia reabriu nesta segunda-feira o estreito de Kerch, que liga os mares Negro e de Azov. "O estreito foi aberto esta manhã", disse Alexei Volkov, diretor-geral da empresa Portos Marítimos Crimeanos, para a imprensa russa.

Volkov, que lidera a empresa que administra o trânsito marítimo na região da Crimeia, anunciou no domingo que a passagem por meio do estreito de Kerch estava fechada para as embarcações civis por motivos de segurança.

A medida foi criticada pela UE, que pediu para se restaurar a liberdade de circulação marítima na região. (Com agências internacionais)

TROCA DE FAVORES NÃO REPUBLICANOS ENTRE O PRESIDENTE TEMER E O STF


Temer sanciona reajuste para ministros do STF, e Fux revoga auxílio-moradia

Agência Brasil









O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux revogou nesta segunda-feira (26) liminar proferida por ele, em 2014, que garantiu o pagamento do auxílio-moradia para juízes de todo o país. Com a decisão, integrantes do Ministério Público, Defensoria Pública e tribunais de contras também devem ser afetados e perder o benefício.
A decisão somente deve valer após o aumento para os ministros do STF, sancionado hoje pelo presidente Michel Temer, começar a ser pago.
A decisão fez parte de um acordo informal feito por Fux, relator dos casos que tratam sobre o auxílio, o presidente do STF, Dias Toffoli, e o presidente Michel Temer, para garantir a sanção do aumento e cortar o pagamento do auxílio com objetivo de diminuir o impacto financeiro nos cofres públicos.
Em 2014, o pagamento do benefício foi garantido por Fux, ao deferir duas liminares determinando que os tribunais fossem notificados para iniciarem o pagamento do benefício, atualmente de R$ 4,3 mil, por entender que o auxílio-moradia está previsto na Lei Orgânica da Magistratura (Loman - Lei Complementar 35/1979).


SITUAÇÃO DOS IMIGRANTES NA FRONTEIRA DO MÉXICO COM OS EUA


A democracia não chega

Manoel Hygino 









O mundo, dito civilizado, acompanha pelas imagens de televisão, pelos repórteres de rádio ou pelas páginas de jornais, a marcha interrupta de uma caravana que saiu há um mês de Honduras com destino aos Estados Unidos. Há cerca de uma semana, acelerou seus passos pelo estado de Sinaloa, já no México e a caminho de Navajoa, fronteira com os Estados Unidos. Simultaneamente, pequenos grupos alcançaram Tijuana, na Baixa Califórnia, os primeiros dos quais com transexuais e homossexuais.
A esperança de todos é que Tio Sam lhes conceda status de refugiados, por força da extrema violência e da pobreza que sofrem em seus países. Para consegui-lo, confiam em permissão oficial da Casa Branca, mas Trump não é lá dessas bondades, principalmente diante do maior incêndio da história americana, que destrói, há semanas, amplas regiões na Califórnia.
A resposta, contudo, de Washington é outra. Tropas militares da Operação Linha Segura, na fronteira da Califórnia em chamas com o México, permanecerão na região até 15 de dezembro, e seu objetivo é muito claro: impedir a entrada dos imigrantes procedentes da Guatemala, Nicarágua e Honduras.
A caravana, aliás, não é única, nem se importa que os cães ladrem. Os 7 mil retirantes não se intimidam com as forças militares estacionadas na fronteira entre San Diego, na Califórnia, e Tijuana, no México, não se admitindo uma solução não pacífica para o impasse, a despeito da repercussão internacional negativa.
A região vive em situação candente há muito tempo e não faltam notícias más sobre a América de língua espanhola. As sucessivas tentativas de democracia falharam, porque os homens que detêm o poder em suas pátrias insistem em conduzir o governo à sua vontade e pela força. Em meados deste ano, mais de 4 mil cidadãos pediram à polícia na Nicarágua que parasse o banho de sangue, produzido pela repressão. Não somente lá. Parece que a América Latina vive em um paiol de munição. No caso da Nicarágua, o clero católico entrou em cena insistindo na assinatura de um plano de democratização e a retomada do diálogo com a oposição. Não é a primeira vez, e não se pode esquecer que um dos canonizados, em 2018, por Francisco, o papa, era um alto dignatário de Honduras – Dom Romero. Ele foi assassinado a tiros durante cerimônia religiosa.
De uma determinada linha do continente para cima, progresso e riqueza. Abaixo, a pobreza e a dor. Há necessidade de compreensão, como enfatiza Mário Vargas Llosa, que sabe dos fatos, suas origens e efeitos. Para ele, em primeiro lugar há de ter-se consciência de que as demarcações territoriais que dividem nossos países são artificiais, dispositivos políticos impostos de maneira arbitrária na época colonial e que os líderes da emancipação e seus sucessores, em vez de apararem, legitimaram e, às vezes, agravaram. “Essa balcanização forçada da América Latina, diferentemente do que aconteceu na América do Norte, onde as 13 colônias se uniram e isso acelerou o deslanche dos Estados Unidos – foi um dos fatores mais evidentes do nosso subdesenvolvimento, pois acelerou os nacionalismos, as guerras e os conflitos”.
As consequências aí estão. Até quando, não se sabe.