segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

CARTÃO DE CRÉDITO - LUCRO PARA OS BANCOS



Com juro recorde, dívida dos brasileiros no rotativo do cartão de crédito dispara

Estadão Conteúdo 



A dívida dos brasileiros no rotativo do cartão de crédito engordou em 2015. O saldo dessa modalidade - isto é, a soma de todo os valores devidos - cresceu 21,2% no ano passado e atingiu R$ 34,5 bilhões, segundo o Banco Central (BC). O ritmo de crescimento é praticamente o dobro do verificado em 2014, quando avançou 11,4%. De acordo com o BC, o aumento pode ser explicado pela intensificação do uso do rotativo e a incorporação de juros - que atingiram o patamar recorde de 431,4% ao ano.

O gatilho do rotativo ocorre quando o consumidor não paga o valor integral da fatura. Se quitar alguma quantia entre o pagamento mínimo exigido e o total, o consumidor não é considerado inadimplente, mas fica sujeito a uma taxa altíssima de juros.

O valor que restou é computado como um crédito novo - ou concessão, pela nomenclatura do BC. Neste detalhe, outro dado desperta atenção: a concessão do rotativo está crescendo a um ritmo bem menor, de 1,6%.

Os dados não permitem quantificar o número de pessoas inadimplentes no cartão. Mas o descolamento entre o aumento da dívida (saldo) e a concessão indica que o juro recorde está criando um contingente de superendividados no Brasil.

"Se o consumidor carregar a dívida do rotativo por muito tempo, e não trocá-la por outra mais barata, acaba ficando com um débito impossível de se pagar", afirma Marianne Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Não por acaso, a inadimplência do rotativo é a maior entre todas as linhas de crédito disponíveis no País: 40,3%.

"A falta de conhecimento de outras opções acaba fazendo com que a pessoa opte pelo refinanciamento do rotativo", diz Eduardo Tambellini, sócio da consultoria GoOn, especializada na gestão de risco de crédito.

Para escapar dessa espiral de juros, o consumidor pode procurar, no próprio banco, linhas de crédito mais baratas. O consignado, que desconta o valor das parcelas diretamente na folha de pagamento, cobra 28,8% ao ano pelo dinheiro emprestado, por exemplo.

Um levantamento da CNC mostra que, em janeiro, o cartão de crédito foi apontado como a principal dívida por 78,6% das famílias, o maior porcentual desde o início da pesquisa, em 2010. "Essa percepção dos consumidores se deve à preocupação com os juros", afirma Marianne.

Meio de pagamento

A economista da CNC lembra que a popularização do cartão de crédito tornou o instrumento um meio de pagamento e de bancarização, principalmente entre a camada mais pobre da população. "Observamos nos últimos anos uma redução da participação de outros meios, como os carnês e o cheque pré-datado."

Entre aqueles que recebem até 10 salários mínimos, o cartão é apontado como principal dívida por 80%, enquanto na camada superior, com renda de mais de 10 salários mínimos, o porcentual cai para 72,2%.

Marianne lembra, contudo, que os consumidores que escolhem essa alternativa para contas do dia a dia são potenciais tomadores de crédito no rotativo em momentos como o atual, de aumento de inflação, queda de rendimento e disparada do desemprego.

"Os saldos do cartão de crédito à vista, em que não há incidência de juros, e os do parcelado ainda são maiores do que o rotativo", afirma Marianne.

Os especialistas lembram que os consumidores devem evitar a aparente facilidade do rotativo. "As faturas destacam a possibilidade do pagamento mínimo, em geral 15% a 20% do total, sem explicações para o consumidor sobre as implicações dessa escolha", afirma Hessia Costilla, economista da associação da consumidores Proteste.

Campanha

O forte aumento dos juros motivou a Proteste a encampar uma iniciativa para reduzir as taxas cobradas pelos bancos. Em dezembro, a entidade enviou um ofício ao BC sugerindo um teto para o juro do rotativo. Pela proposta, os bancos poderiam cobrar, no máximo, o dobro da taxa do Certificado de Depósitos Interfinanceiros (CDI).

"Um mercado de livre concorrência funciona melhor do que um em que as taxas são reguladas. Mas, em situações emergenciais como esta, limitar o juro do rotativo pode ser uma solução", diz Hessia. Ela cita exemplos internacionais, como o de Portugal, que adotou medida semelhante e obteve sucesso na redução dos juros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

MARACUTAIAS NA POLÍTICA




Jornal Hoje em Dia





O procurador eleitoral Patrick Salgado, do Ministério Público Federal, não tem ilusões quanto ao processo eleitoral do país. Apesar de considerar um passo decisivo a extinção das doações de empresas para as campanhas, decidida pelo Supremo Tribunal Federal, sabe que a astúcia dos políticos poderá fazer perdurar o notório caixa 2, aquele dinheiro que vem por “debaixo dos panos”.
O que ele acredita que poderá acontecer será a utilização dos chamados “laranjas”, pessoas físicas que seriam “doadoras” de dinheiro de outros donos, pessoas jurídicas interessadas em obter favores de determinado candidato, se eleito para o cargo pleiteado.
Sem dúvida que o poder econômico tem influenciado o rumo das campanhas. Candidatos mais endinheirados sempre têm sucesso em suas empreitadas, pela possibilidade de contratar mais cabos eleitorais, produzir mais peças de campanha e até mesmo, em uma atitude criminosa, comprar votos.
Na legislação anterior, as pessoas jurídicas podiam doar até 2% de seu faturamento bruto, o que, dependendo da empresa, poderia gerar uma pequena fortuna. Com a nova mudança, as pessoas físicas podem doar o limite máximo de 10% de suas rendas declaradas. Nota-se uma clara mudança na arrecadação por parte dos políticos.
Conforme explica o procurador Patrick Salgado, a partir das eleições deste ano, haverá um limite de gastos. As atividades de campanha foram delimitadas para evitar os abusos, o que impedirá, de certa forma, a superexposição de determinado candidato. Salgado acredita que essa foi a principal mudança na regra eleitoral, porque facilitará a fiscalização.
Outra prática moralizadora é a identificação dos chamados fichas sujas, aqueles candidatos com pendências na Justiça, que podem ser impugnados. Também pretende observar com lupa as declarações de bens dos pleiteadores ao cargo público, embora o Tribunal Superior Eleitoral tenha rejeitado a tese de que quem declara um patrimônio inferior ao que possui teria cometido crime de falsidade ideológica.
O processo eleitoral do país só mudará quando também mudar o perfil ético de eleitores e candidatos. Mas, enquanto isso não vem, não se poderá prescindir do trabalho dos guardiões das eleições.

CRISE NA ECONÔMIA



  





É de amplo conhecimento a fragilidade da nossa economia e do cenário político atual, fato que implica diretamente no bolso dos consumidores e, consequentemente, nas rotinas empresarias. Diante dessa situação, recomenda-se a realização de uma análise holística dos processos da empresa, seguida da elaboração de um plano de ações, visando a redução sustentável de custos, ação imperativa para minimizar os impactos da crise e tornar a empresa mais competitiva. Incluir ações simples no planejamento estratégico empresarial podem auxiliar os gestores na redução do custo e potencialização das atividades da organização.
Uma preocupação primordial e que não deve sair nunca da pauta de prioridades e a retenção da clientela. O empresário deve cuidar bem do seu principal ativo. Isso pode ser realizado por meio de mecanismos como pesquisas de satisfação, investimento em equipe de vendas e serviços de atendimento e marketing, de forma a proporcionar uma experiência surpreendente aos clientes. Estratégias para fidelizar e atrair novos públicos deixam a empresa sempre à frente da concorrência. Afinal, mesmo em tempos de instabilidade econômica as pessoas sabem reconhecer e valorizar um atendimento único.
A valorização da equipe funcional também é fundamental. A existência de um organograma bem projetado é de extrema importância, no qual as funções e cargos sigam uma estratégia funcional, dinâmica e econômica. Funcionários bem integrados e capacitados se sentem valorizados, aumentando assim o capital intelectual da empresa, contribuindo diretamente para seu crescimento e estabilidade.
Manter um bom cadastro de fornecedores também pode ser um diferencial para uma boa gestão estratégica de compras. Potencializando a concorrência entre os fornecedores, as chances de conseguir orçamentos diferenciados e com preços mais acessíveis é maior, diminuindo assim os custos da empresa. Além disso, é preciso ter um controle do estoque bem rigoroso, mantendo volume mínimo de acordo com as vendas. É de extrema importância também calcular a viabilidade de descontos em compras numerosas para produtos de alta rotatividade.
Outra dica para este momento é a revisão de dívidas. O grau de inadimplência está em patamar elevado, fato que leva os credores a serem mais maleáveis na negociação. Existem diversas medidas extrajudiciais e judiciais que auxiliam na redução dos encargos e até mesmo nos valores principais dos débitos.
E como o assunto é cortar custos, pensar nos gastos variáveis, como os planos de telefonia, pode fazer toda diferença. Atualmente existem diversos aplicativos que nos permitem a comunicação gratuita, tais como Whatsapp, Imo, Skype, dentre outros. Essas tecnologias devem ser usadas a favor do empresário. É possível ainda negociar os pacotes com as operadoras, buscando boas promoções.
Existem atualmente diversas medidas de redução do custo fiscal, previdenciário, débitos bancários, débitos trabalhistas, dentre inúmeros outros. Desse modo, uma boa consultoria é vista neste momento como investimento. Um profissional especializado pode auxiliar o gestor a traçar estratégias seguras de contenção e redução do passivo, mantendo o crescimento sustentável da empresa. A ordem é economizar, sempre.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

VAGAS NO GOVERNO FEDERAL




JOSÉ ROBERTO LIMA*




Eis algumas frases que todo concurseiro gostaria de ouvir depois de ver seu nome na lista de aprovados: “você é o próximo a ser chamado”, “já chamamos vários e você é o próximo”, “foram criadas novas vagas e você é o próximo”.
Mas, com a crescente onda migratória, o próximo pode ser um estrangeiro. Isso foi tema de artigo nesta coluna há duas semanas. E, infelizmente, recebi mensagens xenofóbicas.
Ora, os únicos cargos públicos reservados aos brasileiros natos são os previstos na Constituição Federal: presidente e vice-presidente da República, presidentes da Câmara e do Senado, ministros do STF, membros da carreira diplomática, oficiais das Forças Armadas e o ministro da Defesa.
É claro que, para os demais cargos, o estrangeiro deve conquistar a nacionalidade brasileira por naturalização. Os critérios, que são rigorosos, estão nos artigos 111 a 124 do estatuto do estrangeiro.
Atendidos tais critérios, o próximo num concurso pode ser um boliviano, um haitiano ou sírio que fugiu da pobreza, de terremotos ou de guerras. Nestes casos, antes de reproduzir discursos de xenofobia, dê um outro sentido à expressão “o próximo”.
O Evangelho está repleto de exemplos em que o Grande Mestre fala em amor ao próximo, pois a xenofobia já se alastrara naquele tempo. É por isso que Ele respondeu à provocação de um doutor da lei que Lhe perguntou: “Quem é o meu próximo?”
No capítulo 10 de Lucas está a resposta. Em resumo, Jesus disse que um homem que descia de Jerusalém para Jericó, sendo despojado dos seus bens e espancado por salteadores.
Passou um sacerdote e nada fez para salvar a vida de quem agonizava. Passou um levita que também se omitiu.
Então, passou um samaritano, ou seja, um estrangeiro, que se moveu de compaixão. Tratou as feridas e levou a vítima até uma estalagem. Ao final da parábola perguntou ao interlocutor qual dos três foi o próximo daquele homem.
Mas eis que surgem objeções do tipo “os Estados Unidos enxotam os estrangeiros que tentam lá entrar”. Bem, um dia nós seremos um país de Primeiro Mundo. E para quê? Para agirmos igual a certos governantes dos Estados Unidos ou da Europa?
Na primeira versão de Spartacus, o protagonista fica indignado com seus oficiais que obrigavam dois cidadãos romanos a lutarem até a morte. Mandou soltá-los e perguntou: “Para que derrotaremos os romanos? Para sermos iguais a eles?”
Estamos acostumados a relacionar “o próximo” como aquele que fala a nossa língua sem sotaque. De fato, esta é uma das mais importantes características da “nacionalidade”. Mas não podemos deixar que a nacionalidade seja suplantada pela “humanidade”.
Então, muito em breve será comum nos depararmos com um funcionário público falando com sotaque. Quando isso ocorrer, lembre-se de que ele é brasileiro (naturalizado, mas brasileiro).
Mais do que isso: ele é o próximo.
*Advogado, mestre em Educação, professor de Direito e autor de “Como Passei em 15 Concursos”. Escreve aos domingos
 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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