quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

CAUSA DO NOSSO SUBDESENVOLVIMENTO



Brasil ocupa os últimos lugares do ranking de conhecimentos básicos

AFP



PARIS - Mais de 25% dos estudantes têm notas ruins em matemática, interpretação de texto e/ou ciências, afirma um relatório da OCDE divulgado nesta quarta-feira (10) e que incentiva os países a investirem na educação para um retorno favorável a longo prazo.

Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que realizou a pequisa para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a luta contra os maus resultados escolares, que dizem respeito a 28% dos alunos de 15 anos, é onerosa, mas uma medida rentável a longo prazo.

Os dados reunidos este ano serviram de base para o novo relatório chamado "Estudantes com baixo desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los?

O estudo diz respeito a 13 milhões de alunos com resultados ruins em uma lista de 64 países.  O Brasil ficou em 58º lugar, apesar de apresentar uma melhoria na taxa de escolarização e acesso acesso à educação.

"Os maus resultados escolares têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram, inclusive, em um estado estado de recessão permanente", alerta o informe.

Os benefícios da luta contra este fenômeno "superam de longe os custos da melhoria", afirma a organização. Se de hoje até 2030 cada aluno de 15 anos conseguir "adquirir uma bagagem mínima de competências fundamentais" em literatura e matemática nos países de alta renda da OCDE, os benefícios a longo prazo para a economia destes países poderão alcançar "aproximadamente 1,5 vezes seus PIB atuais", afirma a OCDE.

Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.

Como entre eles não há muita coisa em comum, a organização chega à conclusão de que "todos os países podem melhorar os resultados de seus alunos" se decidirem que é uma "prioridade de sua política educacional" e fornecerem os recursos suplementares.

"É preciso envolver os pais e as coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias".

A OCDE também defende "programas específicos para os alunos imigrados, que falam uma língua minoritária ou que vivam na zona rural, a luta contra os estereótipos de gênero e a redução das desigualdades de acesso à educação".

Fatores de risco

Vários fatores podem contribuir para que os alunos tenham resultados ruins: a probabilidade de estar nessa situação é 2,5 vezes maior para os jovens procedentes da migração e que não falam em casa a mesma íngua que na escola. O risco é também maior quando se vive no campo ou em uma família monoparental.

Quando se acumulam vários fatores de risco, a possibilidade de ter maus resultados em matemáticas acabam em 76% para uma menina procedente da imigração, que fala em casa outro idioma que na escola, que vive numa família monoparental e na zona rural.

Não apenas os fatores de risco são maiores para os alunos de setores sociais desfavorecidos, como também "têm uma incidência mais forte em seus resultados".

Na média, mais de um terço da diferença dos resultados em matemáticas entre alunos é atribuível à diferença entre os estabelecimentos de ensino.
Por fim, os alunos com más classificações faltam mais as aulas do que os demais, têm menos perseverança e menos confiança de si mesmo, o que não é surpreendente.

Em compensação, o que surpreende é que geralmente esses alunos "dedicam um tempo equivalente a certas atividades" vinculadas com as matemáticas, como a informática e jogos como xadrez.


QUAL PAÍS DO MUNDO TEM JUROS IGUAIS AOS PRATICADOS PELOS BANCOS NO BRASIL?



Juros elevados do cartão podem se tornar armadilha para consumidor

Raul Mariano - Hoje em Dia 








A expansão dos lucros dos bancos em meio ao quadro de recessão econômica não tem sido suficiente para baratear o custo do crédito fornecido ao consumidor. Em dezembro de 2015, os juros rotativos do cartão chegaram à casa dos 431,4% ao ano, um recorde, de acordo com o Banco Central.
No ano passado, as compras com cartões movimentaram R$ 1,05 trilhão, um crescimento de 9% em relação a 2014. Desse total, R$ 648 bilhões foram somente operações de crédito, enquanto as compras feitas no débito registraram R$ 402 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Para especialistas, não há razões definidas para uma prática de juros tão elevados diante de resultados tão positivos para os bancos. Nem mesmo o risco de calote dos tomadores de crédito seria justificativa, uma vez que, até dezembro, o índice de inadim-plência para a mesma modalidade de crédito não havia ultrapassado o nível de 40,3% ao ano.
A economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, explica que as taxas podem estar ligadas à forma como os bancos disponibilizam os cartões para o mercado.
Ela destaca que, na maioria das vezes, não há filtros rigorosos de crédito, o que leva as instituições financeiras a embutirem os riscos de não pagamento na taxa de juros.
“Quase todo mundo já recebeu em casa cartões de crédito que não foram solicitados, algo que hoje é tratado pela lei como uma abusividade. É uma forma um tanto oportunista de fornecer crédito sem avaliar a capacidade de pagamento do consumidor. Infelizmente, muitos recebem esses cartões e acham que estão recebendo um benefício”, explica. Os riscos de descontrole financeiro podem se tornar maiores quando o consumidor utiliza mais de um cartão. O principal alerta é ser rigoroso com o pagamento das faturas e jamais efetuar o pagamento mínimo.
“Essa parcela mínima não amortece nem os juros que são cobrados na maioria dos casos. Então é como se você nem estivesse pagando parte da fatura. Se analisarmos o cartão de crédito objetivamente, ele é um meio de pagamento que é para facilitar a vida das pessoas. No entanto, a taxa de juros é a mais elevada do mercado para pessoa física”, destaca Ione.
Alternativas
A dica de economistas para quem perdeu totalmente o controle nos gastos com o cartão de crédito é buscar por juros menores. Há diversas linhas de crédito mais acessíveis no mercado, conforme explica a coordenadora do setor de pesquisas da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Thaize Martins Moreira.
“Os juros do cartão de crédito são compostos. É como se a dívida fosse elevada três ou quatro vezes a cada ano. Por isso, mil reais hoje chegam a mais de 10 mil em cerca de quatro anos. Dependendo do caso, vale a pena até mesmo buscar empréstimos para quitar as dívidas do cartão, já que elas crescem numa velocidade muito alta”, explica.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

NO BRASIL VOCÊ COMPRA UM CARRO E PAGA DOIS




José Antônio Bicalho



Os jornais de hoje trazem a trágica notícia de que a venda de automóveis em janeiro foi a pior desde 2003. A situação, porém, é ainda mais dramática para as montadoras. Quando avaliada a performance isolada de cada marca, verificamos que se andou mais que 13 anos para trás. Vamos aos números. Utilizarei os dados de licenciamento, que mostram mais a realidade de mercado do que os de produção, que são influenciados pelas necessidades de ajuste dos estoques.
De acordo com o relatório mensal da Anfavea (entidade que congrega as montadoras), em janeiro foram licenciados 130,1 mil automóveis e comerciais leves (vans, picapes e furgões). O volume representa queda de 37,5% na comparação com janeiro do ano passado. E olha que naquele mês as vendas já tinham caído 19,6% na comparação com janeiro de 2014. O fato é que as vendas de janeiro último caíram a quase metade dos 255,4 mil vendidos no mesmo mês de 2014.

De acordo com a Anfavea, nunca houve um primeiro mês de ano tão fraco em vendas desde 2003, quando foram licenciados no país 94,6 mil automóveis. Está certo, mas apenas para os números globais de vendas. A questão é que, naquele ano, se o bolo era menor, existiam também menos concorrentes para dividi-lo. Eram apenas nove marcas com atividade industrial ou comercial estruturada no país (excluo duas com vendas inexpressivas). Neste ano já são quinze.
Então, vamos aos números das marcas, comparando-os aos daquele longínquo janeiro de 2003, para mostrar que a situação é ainda mais grave do que se pinta. Primeiro a Fiat, por ser mineira e por liderar o ranking de vendas há 14 anos (apesar de em janeiro ter perdido esse posto para a GM). No mês passado, a Fiat vendeu 18,0 mil veículos (excluo as vendas da Chrysler porque em 2003 a montadora não fazia parte do grupo italiano). Isso é bem menos que 24,2 mil vendidos naquele janeiro de 2003.
Todas as demais grandes montadoras apresentam a mesma tendência: GM (25,4 mil em janeiro de 2003 contra 24,9 mil em janeiro de 2016), Volkswagem (21 mil contra 16,4 mil) e Ford (10,8 mil contra 9,8 mil). A questão é que há 13 anos ainda não haviam chegado ao Brasil a Mitsubishi, a Hyundai, a Nissan, a Subaru e outras.
Não consegui junto à Anfavea toda a série histórica para dizer, por exemplo, há quanto tempo a Fiat não tinha um mês tão fraco em vendas. Mas é tempo a perder de vista.

TEMOS ENERGIA E NÃO TEMOS LINHA DE TRANSMISSÃO




Jornal Hoje em Dia


Quando o mineiro Juscelino Kubitschek assumiu a Presidência do Brasil, em 1956, após um período anterior tumultuado, ele decidiu tirar o país da estagnação. Cunhou a emblemática frase “Cinquenta anos (de progresso) em cinco (de mandato)”, tendo como base o Plano de Metas, cujos pilares principais eram “energia e transporte”.
Para cumprir com o prometido, JK construiu grandes usinas hidrelétricas, como Furnas e Três Marias, ambas em território mineiro. Iniciou ou concluiu inúmeras rodovias que uniram todas as regiões do Brasil. Entre estas estão a Rodovia Fernão Dias, ligando BH a São Paulo, e a Régis Bittencourt, que une o Sudeste ao Sul do Brasil. Nos anos JK a economia cresceu a uma média anual de 7%, bem diferente do que vemos hoje, com o país registrando Produto Interno Bruto negativo.
O que é uma pena, porque, como mostra reportagem nesta edição, o Brasil deve ampliar sobremaneira o seu potencial energético neste ano. A previsão é de uma geração 6% superior. Os projetos somam um acréscimo de 8.706 megawatts, energia suficiente para atender a uma população de 4,5 milhões de consumidores.
A grande “estrela” desse novo parque instalado de produção de energia é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que utiliza a água do rio Xingu na região norte do Estado do Pará. Sua capacidade de produção será de mais de 11 mil megawatts, o que a transforma na terceira maior hidrelétrica do mundo, só perdendo para a chinesa Três Gargantas e a brasileira-paraguaia Itaipu.
Mas, na oferta deste ano, Belo Monte contribuirá com 1.988 megawatts. Também na região amazônica outras que entrarão em operação são as usinas de Santo Antônio e de Jirau, ambas utilizando as águas no rio Madeira, no Estado de Rondônia.
Com todo esse potencial, o Brasil passará a ter um parque hidrelétrico gerador de 158 gigawatts, contra os 149 GW de agora. Mas pode haver um problema que dificultará a expansão, que é a carência de linhas de transmissão. As usinas amazônicas estão longe dos grandes centros, que mais demandam energia. O governo parece ter se preocupado com uma parte da questão, não viabilizando a outra. Os leilões de produção de linhas não têm atraído interessados, por causa das condições. Ou o governo as revê, ou o progresso gerado pela energia ficará pelo caminho.


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...