terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

TEMOS ENERGIA E NÃO TEMOS LINHA DE TRANSMISSÃO




Jornal Hoje em Dia


Quando o mineiro Juscelino Kubitschek assumiu a Presidência do Brasil, em 1956, após um período anterior tumultuado, ele decidiu tirar o país da estagnação. Cunhou a emblemática frase “Cinquenta anos (de progresso) em cinco (de mandato)”, tendo como base o Plano de Metas, cujos pilares principais eram “energia e transporte”.
Para cumprir com o prometido, JK construiu grandes usinas hidrelétricas, como Furnas e Três Marias, ambas em território mineiro. Iniciou ou concluiu inúmeras rodovias que uniram todas as regiões do Brasil. Entre estas estão a Rodovia Fernão Dias, ligando BH a São Paulo, e a Régis Bittencourt, que une o Sudeste ao Sul do Brasil. Nos anos JK a economia cresceu a uma média anual de 7%, bem diferente do que vemos hoje, com o país registrando Produto Interno Bruto negativo.
O que é uma pena, porque, como mostra reportagem nesta edição, o Brasil deve ampliar sobremaneira o seu potencial energético neste ano. A previsão é de uma geração 6% superior. Os projetos somam um acréscimo de 8.706 megawatts, energia suficiente para atender a uma população de 4,5 milhões de consumidores.
A grande “estrela” desse novo parque instalado de produção de energia é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que utiliza a água do rio Xingu na região norte do Estado do Pará. Sua capacidade de produção será de mais de 11 mil megawatts, o que a transforma na terceira maior hidrelétrica do mundo, só perdendo para a chinesa Três Gargantas e a brasileira-paraguaia Itaipu.
Mas, na oferta deste ano, Belo Monte contribuirá com 1.988 megawatts. Também na região amazônica outras que entrarão em operação são as usinas de Santo Antônio e de Jirau, ambas utilizando as águas no rio Madeira, no Estado de Rondônia.
Com todo esse potencial, o Brasil passará a ter um parque hidrelétrico gerador de 158 gigawatts, contra os 149 GW de agora. Mas pode haver um problema que dificultará a expansão, que é a carência de linhas de transmissão. As usinas amazônicas estão longe dos grandes centros, que mais demandam energia. O governo parece ter se preocupado com uma parte da questão, não viabilizando a outra. Os leilões de produção de linhas não têm atraído interessados, por causa das condições. Ou o governo as revê, ou o progresso gerado pela energia ficará pelo caminho.


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