Márcio Doti
Parece muito natural que cidadãos
estejam esmorecidos com tanta coisa ruim e tantos absurdos fazendo parte da
paisagem da nação. Tenho deparado com muitos, principalmente, nas redes
sociais. Gente que olha para um lado, para outro, e outro mais e não encontra
nada diferente que seja animador.
Não nego razão a quem se sente assim.
Mas procuro sempre discordar. Se abrirmos mão da luta, dos questionamentos, da
pressão e do combate a tanta coisa e tantas pessoas erradas, então, estaremos
simplesmente deixando o caminho livre para que avancem ainda mais.
Estamos completamente enganados se
pensamos que não há como ir mais longe com os absurdos praticados contra a
Petrobras, contra o BNDES, os fundos de pensão, a dinheirama subtraída
indevidamente do FGTS, os depósitos judiciais, enfim, a verdadeira nuvem de
gafanhotos que avança e devora tudo o que encontra pela frente.
Por mais que tenha sido uma aberração
política o que fizeram e continuam fazendo, há sempre um jeito de piorar se não
formos capazes de nos indignar, gritar, vaiar, bater panelas, questionar os
tantos que pensam estar completamente livres para fazer o que bem entendem – de
errado, é claro.
UM PAÍS SAQUEADO
Não há outra forma de ver. Sem o menor
escrúpulo, o dinheiro público foi caçado até ser achado onde fosse que
existisse e até onde nem era público para dar vazão aos projetos pessoais,
muitos deles inconfessáveis, e para alimentar as grandes empreitadas que sob
pretexto de estar servindo aos mais pobres, foram, na verdade, alimentar cofres
de grandes empresas e dali fartar bolsos e mais bolsos como se constata nas
operações da Polícia Federal, Ministério Público Federal e nas investidas do
juiz Sérgio Moro.
Mas só o juiz Sérgio Moro? Espera-se
que não, mas, até agora, de consistente é o que se tem para ver e comemorar. Os
milhões de desenganados, os milhões de decepcionados esperam mais, muito mais,
todavia, por enquanto é o que temos.
O que precisa ser evitado é que
prevaleça a algazarra dessa meia dúzia de fanáticos ou interesseiros que
esbanjam caradurismo ao desprezar o cenário de flagelo que os governos petistas
produziram no país.
Não é admissível que sejam mais
visíveis com seus argumentos pobres do que os milhões, hoje decepcionados,
porque um dia acreditaram e os tantos outros que foram voto vencido e já
enxergavam a tragédia que seria vivida e sofrida por todo o povo.
Agora, esperam a produção de um
ambiente falso, alimentado pelos bilhões de reais que o país nem tem, mas que
serão consumidos na ilusão de se construir um cenário enganoso de aquecimento
econômico para alimentar as urnas de outubro. Diante de tudo isso, não há lugar
para desânimo, a menos que se queira mais um ano de desastres.