Editorial
Em se tratando da tragédia de Mariana,
as notícias ruins se sucedem. Descobriu-se que uma lagoa de Nova Lima, vizinha
a BH, foi contaminada por rejeitos de minério em abril. Mas a questão iria para
o esquecimento se não fosse a iniciativa dos moradores próximos. Desta vez, a
autoria foi da Vale, uma das controladoras da mineradora Samarco, responsável
pelo desastre da maré de lama.
O acontecimento de Mariana deixou a população mais alerta, principalmente os residentes na Zona Metalúrgica, onde fica a Grande BH e onde se localizam as principais jazidas de minérios das Minas Gerais. O caso da lagoa das Codornas, em Nova Lima, é mais um exemplo revelador da falta absoluta de fiscalização.
O crime foi confirmado por um representante da Vale, ressaltando que houve uma falha no sistema, fazendo com que o minério transbordasse. Podemos chamar esse e outros episódios realmente de crime. Basta ver que o diretor-presidente da Samarco pediu e recebeu, do Tribunal de Justiça do Espírito Santos, um habeas corpus preventivo para evitar ser preso.
E o Ministério Público de Minas já está levantando outra consequência do tsunami de lama, os danos causados ao patrimônio cultural. O território mineiro é rico em arte e arquitetura barroca. E um representante da Promotoria de Defesa do Patrimônio Cultura chegou a uma conclusão estarrecedora: a tragédia de Mariana pode ser considerada o maior desastre a atingir os bens históricos e culturais de Minas.
A natureza, mesmo que ao longo de décadas, pode ser recuperada; as riquezas históricas, não. No distrito de Bento Rodrigues, emblemática localidade que foi destruída pela lama, uma igreja do século 18 (anos de 1700) foi demolida, restando apenas os alicerces. Mais de 30 peças sumiram na lama. Altares barrocos desapareceram.
O minério é a riqueza de Minas. As mineradoras geram empregos e tributos. Não se pode, evidentemente, pensar em fechá-las. É só lembrar que a maioria dos aparelhos que possuímos tem origem nos minérios. O que é preciso – e foi preciso ocorrer uma tragédia para que isso ficasse ressaltado – é uma maior consciência das empresas de que é aqui que elas constroem suas riquezas e seu poderio.
Nada mais justo, então, que cuidem e preservem o espaço em que habitam.
O acontecimento de Mariana deixou a população mais alerta, principalmente os residentes na Zona Metalúrgica, onde fica a Grande BH e onde se localizam as principais jazidas de minérios das Minas Gerais. O caso da lagoa das Codornas, em Nova Lima, é mais um exemplo revelador da falta absoluta de fiscalização.
O crime foi confirmado por um representante da Vale, ressaltando que houve uma falha no sistema, fazendo com que o minério transbordasse. Podemos chamar esse e outros episódios realmente de crime. Basta ver que o diretor-presidente da Samarco pediu e recebeu, do Tribunal de Justiça do Espírito Santos, um habeas corpus preventivo para evitar ser preso.
E o Ministério Público de Minas já está levantando outra consequência do tsunami de lama, os danos causados ao patrimônio cultural. O território mineiro é rico em arte e arquitetura barroca. E um representante da Promotoria de Defesa do Patrimônio Cultura chegou a uma conclusão estarrecedora: a tragédia de Mariana pode ser considerada o maior desastre a atingir os bens históricos e culturais de Minas.
A natureza, mesmo que ao longo de décadas, pode ser recuperada; as riquezas históricas, não. No distrito de Bento Rodrigues, emblemática localidade que foi destruída pela lama, uma igreja do século 18 (anos de 1700) foi demolida, restando apenas os alicerces. Mais de 30 peças sumiram na lama. Altares barrocos desapareceram.
O minério é a riqueza de Minas. As mineradoras geram empregos e tributos. Não se pode, evidentemente, pensar em fechá-las. É só lembrar que a maioria dos aparelhos que possuímos tem origem nos minérios. O que é preciso – e foi preciso ocorrer uma tragédia para que isso ficasse ressaltado – é uma maior consciência das empresas de que é aqui que elas constroem suas riquezas e seu poderio.
Nada mais justo, então, que cuidem e preservem o espaço em que habitam.




