quinta-feira, 19 de novembro de 2015

PRECISAMOS DE UM SALVADOR DA PÁTRIA



  

Márcio Doti




Era de se esperar que o Brasil chegasse a este ponto tão triste da história. Vive de uma só vez incomparáveis crises econômica, política e moral. Erros ao longo da história foram sendo agravados até que virou isso que aí está. Não adianta buscar em alguém a solução porque ela está em nós mesmos. Depende da capacidade que tivermos de pressionar e exigir que os poderes da República se purifiquem pelo menos o suficiente para fazer andar a máquina com o predomínio do interesse público.

O que estamos assistindo, por enquanto, é um festival de absurdos, alguns deles contidos por decisões da Justiça como a tentativa de manter secretos os donativos de campanhas eleitorais. Agora tudo faz crer que socorrerá o bom senso contra a monstruosidade proposta pelo senador Roberto Requião e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, qual seja a lei do direito de resposta. O instrumento é indispensável, mas precisa contemplar os dois lados e preservar a liberdade de imprensa.

Há muitos outros aspectos exigindo reparos, correções de rumo a partir do próprio orçamento da União, transformado numa absurda autorização para que a presidente Dilma agora pedale oficialmente, caloteando o FGTS, os bancos oficiais, gastando o suficiente para produzir um déficit orçamentário de R$ 122 bilhões. Algo impensável, mas aprovado em comissão do Congresso como se fosse a mais natural e normal das leis e das decisões tomadas em nome da República e do povo brasileiro.

Data de 1967 a lei que deveria resguardar as atividades da mineração, sem permitir que se confundam o extrativismo com a depredação ambiental e os danos até à vida. Tentativas de atualização estão paradas desde 2013 numa comissão especial do Congresso, emperrada porque é impossível conjugar o interesse das empresas mineradoras com o que convém ao cidadão brasileiro.

Esses são apenas alguns aspectos, nem necessariamente os mais graves e importantes. Ficaríamos a encher páginas de jornal e horas de rádios corajosos. Há muito mais e sabemos disso. O Brasil está empacado. Necessitando de que?

MAIS QUE NOMES

É inútil lançar sobre nomes a esperança de superar as crises que nos atormentam. Há muito que presidentes se sucedem fazendo um discurso nos palanques e depois praticando governos muito diferentes. As promessas de campanha morrem no dia da vitória. Os programas de governo já são escritos a lápis para serem desfigurados entre a vitória e a posse.

E a maior dificuldade da vida brasileira é a crise moral que gera os desequilíbrios e deturpa propósitos. O que precisamos é de uma grande reforma que crie mecanismos de proteção para as nossas instituições de tal forma que não haja lugar para falsos heróis, demagogos e vigaristas.

Devemos apoiar projetos de iniciativa popular e pressionar nossos congressistas para que votem leis que criem defesas efetivas para as instituições que nos protegem, de modo que não se submetam à política e muito menos à politicagem. É uma estrada longa e penosa, haverá sempre os mal intencionados, os que não querem esse ambiente porque se acostumaram com o dinheiro fácil das negociatas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...