Márcio Doti
A colaboração de novo informante no
ambiente da “Lava Jato” trouxe de volta à evidência aquela desastrada,
misteriosa e endinheirada negociação da Petrobras com a Astra Oil na aquisição
da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Entrou em cena o engenheiro
Agosthilde Mônaco de Carvalho. Ele participou da negociação da refinaria e
disse ter recebido US$1,5 milhão de propina. Por mais que a gente ouça a
história de novo, em alguns de seus aspectos, continua sendo assustador o
volume de dinheiro envolvido e a quantidade de propina paga, segundo os
colaboradores. Fossem milhões de reais e já seria uma dinheirama. Acontece que
os milhões são de dólares, gigantescos no prejuízo da empresa brasileira, a
Petrobras, e de igual modo vultosos em se tratando das comissões e propinas que
o negócio rendeu.
Pois bem. Antes é preciso dizer que todos os acusados contestam as acusações. Ocorre que o engenheiro Mônaco era assistente do então diretor da área internacional, Nestor Cerveró, preso desde janeiro e réu em dois processos da “Lava Jato”. O assistente disse que seu chefe foi afastado da diretoria da Petrobras porque foi pressionado a pagar R$ 400 mil mensais à bancada do PMDB de Minas. Como não pagou, acabou saído do cargo. Convém dizer que consultado a respeito, o PMDB mineiro disse que nada tinha a declarar porque os fatos citados teriam ocorrido quando o partido em Minas tinha outra direção.
Com tantos dólares em sua compra é estranho que a refinaria de Pasadena tenha sido apelidada na Petrobras, e já era tratada até no Congresso, como “a ruivinha”. Isto porque, segundo técnicos, a refinaria era toda enferrujada. Agora, imaginem. Mesmo enferrujada ela rendeu ao Brasil e à Petrobras, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), um prejuízo de US$ 792 milhões. A compra de Pasadena pela Petrobras ocorreu em 2006, quando o Conselho de Administração da empresa brasileira, presidido por Dilma Rousseff, aprovou o negócio por unanimidade. A Petrobras pagou US$ 360 milhões ao comprar a metade da refinaria. Mas uma disputa judicial com a Astra Oil, sua sócia, obrigou a empresa brasileira a pagar mais US$ 886 milhões, seis anos depois. Os delatores admitem recebimento da propina milionária, tudo na base de milhões de dólares.
JÁ VIMOS O PIOR?
Fernando Baiano, operador da propina, levou, segundo matéria da “Folha de São Paulo”, US$ 4 milhões. Nestor Cerveró, US$ 2,5 milhões. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, ficou com US$ 1,5 milhão. Ex-funcionários também levaram muito dinheiro: Luiz Carlos Moreira da Silva, US$2 milhões; Rafael Mauro Comino, US$ 1,8 milhão; Cézar de Souza Tavares US$ 800 mil; Carlos Roberto Martis Barbosa, US$ 300 mil e Aurélio Oliveira Telles, US$ 600 mil. O dinheiro, segundo apurado e conforme publicado pelo jornal “Folha de São Paulo”, entrou através de contas na Suíça, Uruguai e Panamá.
O dinheiro relacionado com a compra e a complementação de pagamento da refinaria de Pasadena continua sendo algo assustador pelo volume. Tudo fica ainda mais surpreendente quando o avanço e a ampliação das investigações conduzem a outras frentes de corrupção e desvio de dinheiro dentro do próprio ambiente da Petrobras, com relação a aluguel de navios, de equipamentos caríssimos e de contratações milionárias de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviço. A compra e a recompra da refinaria de Pasadena não são fatos isolados como estão revelando as investigações da Polícia Federal junto com o Ministério Público e a Justiça. Há várias fontes de escândalos que caracterizam essa triste fase da vida brasileira. A gente nem sabe se o pior já veio ou está por vir.
Pois bem. Antes é preciso dizer que todos os acusados contestam as acusações. Ocorre que o engenheiro Mônaco era assistente do então diretor da área internacional, Nestor Cerveró, preso desde janeiro e réu em dois processos da “Lava Jato”. O assistente disse que seu chefe foi afastado da diretoria da Petrobras porque foi pressionado a pagar R$ 400 mil mensais à bancada do PMDB de Minas. Como não pagou, acabou saído do cargo. Convém dizer que consultado a respeito, o PMDB mineiro disse que nada tinha a declarar porque os fatos citados teriam ocorrido quando o partido em Minas tinha outra direção.
Com tantos dólares em sua compra é estranho que a refinaria de Pasadena tenha sido apelidada na Petrobras, e já era tratada até no Congresso, como “a ruivinha”. Isto porque, segundo técnicos, a refinaria era toda enferrujada. Agora, imaginem. Mesmo enferrujada ela rendeu ao Brasil e à Petrobras, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), um prejuízo de US$ 792 milhões. A compra de Pasadena pela Petrobras ocorreu em 2006, quando o Conselho de Administração da empresa brasileira, presidido por Dilma Rousseff, aprovou o negócio por unanimidade. A Petrobras pagou US$ 360 milhões ao comprar a metade da refinaria. Mas uma disputa judicial com a Astra Oil, sua sócia, obrigou a empresa brasileira a pagar mais US$ 886 milhões, seis anos depois. Os delatores admitem recebimento da propina milionária, tudo na base de milhões de dólares.
JÁ VIMOS O PIOR?
Fernando Baiano, operador da propina, levou, segundo matéria da “Folha de São Paulo”, US$ 4 milhões. Nestor Cerveró, US$ 2,5 milhões. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, ficou com US$ 1,5 milhão. Ex-funcionários também levaram muito dinheiro: Luiz Carlos Moreira da Silva, US$2 milhões; Rafael Mauro Comino, US$ 1,8 milhão; Cézar de Souza Tavares US$ 800 mil; Carlos Roberto Martis Barbosa, US$ 300 mil e Aurélio Oliveira Telles, US$ 600 mil. O dinheiro, segundo apurado e conforme publicado pelo jornal “Folha de São Paulo”, entrou através de contas na Suíça, Uruguai e Panamá.
O dinheiro relacionado com a compra e a complementação de pagamento da refinaria de Pasadena continua sendo algo assustador pelo volume. Tudo fica ainda mais surpreendente quando o avanço e a ampliação das investigações conduzem a outras frentes de corrupção e desvio de dinheiro dentro do próprio ambiente da Petrobras, com relação a aluguel de navios, de equipamentos caríssimos e de contratações milionárias de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviço. A compra e a recompra da refinaria de Pasadena não são fatos isolados como estão revelando as investigações da Polícia Federal junto com o Ministério Público e a Justiça. Há várias fontes de escândalos que caracterizam essa triste fase da vida brasileira. A gente nem sabe se o pior já veio ou está por vir.

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