quinta-feira, 17 de setembro de 2015

FALTA DE TECNOLOGIA



Déficit tecnológico trava exploração de terras raras
Bruno Porto - Hoje em Dia




Detentor da segunda maior reserva de terras raras do mundo, o Brasil sequer figura no ranking dos maiores produtores neste nicho da indústria extrativa, considerada a mineração do futuro. De geradores de energia eólica aos displays de tablets, passando pela tecnologia dos carros elétricos, os elementos conhecidos como terras raras estão presentes em praticamente todas inovações industriais. O que impede o salto brasileiro de grande portador de reservas a ator influente no mercado é o déficit tecnoló-gico e de capacitação profissional, além do “fator China”, já que o país praticamente monopoliza a oferta desse insumo, manipulando os preços.

As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos e diferentemente do que o nome pelo qual ficaram conhecidas sugere, não são tão raras. O que ocorre é que não são encontrados grandes depósitos de terras raras e eles estão sempre espalhados e em poucas quantidades, o que dificulta a produção.

“De raro em terras raras no Brasil só a tecnologia, a educação para formar profissionais capacitados e uma política industrial para o setor”, disse o presidente da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), Tadeu Carneiro. Ele participou nesta quarta-feira (16) do 16º Congresso Brasileiro da Mineração, que ocorre no Expominas, em Belo Horizonte.

Está em Minas Gerais, no município de Araxá, o que se encontra de mais avançado em terras raras no Brasil. A CBMM possui uma planta piloto onde realiza a separação de terras raras produzindo alguns tipos de óxido – um estágio intermediário no processo para chegar a um metal de terras raras ou um ímã. Neste segmento, o que há de maior valor agregado são ímãs. Eles permitem, no caso do gerador eólico, por exemplo, aumento de produtividade – com um gerador menor e mais leve se produz mais eletricidade.

Em diversas parcerias, uma delas com laboratórios japoneses, a CBMM tenta desenvolver produtos finais a partir das terras raras. “Nosso negócio é nióbio, não temos plano de negócio para terras raras, isso depende dos produtos que vamos conseguir desenvolver. E para que isso se torne um negócio, o Brasil também precisa decidir se quer entrar nesse mercado, desenvolvendo políticas industriais, sobretudo para qualificação. . Do lado da produção novamente a China ocupa o topo, com 85% da oferta, seguida pelos Estados Unidos, com 7%.

70 milhões de reais foram investidos pela CBMM em tecnologia para desenvolver processos de separação e transformação das terras raras

ABSURDO! - EXPORTAR MATÉRIA PRIMA A PREÇO DE BANANA O METAL MAIS CARO DO MUNDO



  

José Antônio Bicalho


A exploração das chamadas ‘terras raras’ voltou a ser um tema relevante na edição deste ano da Exposibram, a feira e congresso de mineração que acontece no Expominas. Isso por conta das mudanças na China, país que mantém um quase monopólio de produção mundial de terras raras, e que neste ano eliminou as barreiras e cotas de exportação que impunha aos produtos concentrados e processados industrialmente.

O assunto é técnico e um pouco árido, mas de grande relevância geopolítica. E interessa muito ao Brasil, que é o segundo país em volume de reservas de terras raras, com 17% de tudo o que já foi comprovadamente descoberto no mundo. Nesta quarta-feira (16), o assunto foi debatido em mesa redonda da qual participaram Tadeu Carneiro, presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa com o projeto mais avançado de exploração de terras raras no país, e os especialistas Orestes Alarcon, da Universidade Federal de Santa Catarina, e João Batista Ferreira Neto, gerente de projetos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Resumidamente, a questão é a seguinte: nos últimos anos, as indústrias de alta tecnologia desenvolveram uma série de aplicações para os elementos químicos que compõem as terras raras. Mas a China, responsável por 97% da produção mundial dos óxidos concentrados e metais, impôs enormes barreiras e cotas às exportações destes produtos. Seu objetivo era obrigar as sofisticadas indústrias que processam ou aplicam tais elementos a transferir suas unidades industriais para aquele país. Acabou desequilibrando artificialmente os preços e gerando grande insegurança nas indústrias de ponta.

Sob pressão internacional, e de olho na explosão dos preços internacionais dos concentrados que ela mesma provocou, a China recuou e, neste ano, derrubou as barreiras. Para o Brasil, as mudanças são positivas se pensarmos na estruturação de cadeias industriais com base nas terras raras. A CBMM, que explora nióbio em Araxá, investiu R$ 70 milhões nos últimos anos no desenvolvimento de tecnologia de concentração de óxidos extraídos de terras raras e montou uma planta industrial piloto que já produz materiais com até 99,9% de pureza.

Segundo Carneiro, presidente da empresa, o mesmo material extraído da mina de Araxá, que possui 4% de teor de nióbio, também oferece 4% de terras raras. Por hora, esse último está sendo descartado seletivamente, de forma a ser aproveitado no futuro, quando se viabilizar a produção industrial de grande escala.

E o que falta para tal? Segundo João Batista, do IPT, uma cadeia industrial estruturada até a aplicação final das terras raras e desenvolvimento de tecnologias para transformar os óxidos em produtos finais. As principais promessas de crescimento na aplicação das terras raras estariam nos motores industriais elétricos de baixo consumo, motores elétricos de eletrodomésticos (máquinas de lavar e geladeiras), veículos elétricos ou híbridos, geradores eólicos de eletricidade, lâmpadas com tecnologia led e toda a sorte de equipamentos eletrônicos (celulares, ipads, computadores e outros).

“Temos as reservas e a tecnologia da produção dos óxidos. Agora é preciso vontade e interesse político no desenvolvimento de uma cadeia de alta tecnologia no Brasil”, disse Carneiro.

O GOLPE DA DILMA



  

Marcio Doti 


A presidente Dilma está falando de olho no espelho quando encaixa em seus pronunciamentos uma espécie de recado aos que querem fazer da crise um golpe. Ninguém trabalhou mais contra si do que a presidente, que não viu os ratos passando debaixo da mesa quando presidiu o Conselho Deliberativo da Petrobras. De igual forma, quando mentiu tanto nos palanques eleitorais sem perceber que tudo aquilo voltaria, como voltou, contra si mesma. E de igual modo, ensaiou um golpe quando serviu à imensa plateia de um parlamento que estava já um tanto hostil, um orçamento recheado, inclusive de prejuízo. Ou seja, uma confissão de malfeito: vou gastar mais do que temos. E, por último, apresentou aos mesmos críticos esse “Plano Corte” que se não é uma sabotagem, uma provocação, é uma teimosia suicida. A “Pátria Educadora” quer tirar 30% de dinheiro, hoje destinado ao ensino especializado, do Sistema S, a título de enxugar as contas públicas.

Num país em que a política é praticada com tanto respeito aos cidadãos, a presidente conseguiu atrair governadores para assumirem sua proposta de voltar com o imposto do cheque, tendo prometido a eles uma parte do bolo e o mesmo para prefeitos. O desespero por dinheiro é tão grande que lá foram eles, de porta em porta, pedindo o empenho dos parlamentares, ainda que contra a vontade do povo, mas em favor de seus cofres e de seus resultados eleitoreiros. Mas como? Resultados eleitoreiros? Sim, o povo esquece! Perdoa. Vota nas obras.

Nossa presidente e os seus poucos seguidores pertencem a uma categoria política que se acostumou a fazer malabarismos com as palavras para inverter situações. Isso deu certo durante um bom período, no tempo dos palanques, da oposição, da fartura do dinheiro produzido pelo Plano Real. Mas, agora, o dinheiro acabou, a inflação está aí, os preços lá em cima, os empregos sumindo e, ainda por cima, uma crise jamais vista na política. Pelas dificuldades cada vez maiores fica fácil perceber que se tem alguém praticando um golpe, atentando contra sua indiscutível posição de eleita, esse alguém é a própria Dilma, de tanto que tem dado vez, voz e argumentos aos seus opositores. Diante de um povo que já disse com todas as letras que rejeita mais impostos, custos e sofrimento, é uma temeridade que ao invés de rever excessos o governo insista na defesa desse plano desengonçado.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

SACO DE MALDADES




Editorial Jornal Hoje em Dia

Após uma reação otimista em relação ao pacote de medidas do governo federal para tentar superar sua crise financeira, os analistas do mercado voltaram a ficar céticos nesta terça-feira (15), em função das dificuldades que o Executivo certamente enfrentará para aprová-las no Congresso Nacional. O real teve a maior perda frente ao dólar em comparação com as 32 principais moedas do mundo. No dia anterior, o real havia se valorizado.

Em meio à persistente crise política e a aproximação das eleições municipais do ano que vem, provavelmente tudo que os parlamentares vão querer é aprovar medidas impopulares, sobretudo aquelas que implicam mais impostos para os contribuintes. Somente com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF, o Planalto espera arrecadar a fantástica quantia de R$ 32 bilhões.

Esse valor representa a metade do volume total de recursos que o pacote abarca, de R$ 64 bilhões, entre cortes nos gastos e maior arrecadação. Ou seja, o fardo maior será custeado pelos trabalhadores e empresários. Em uma economia em crise, com redução das atividades no comércio e na indústria, isso deverá agravar o quadro recessivo.

Por isso parece fazer sentido que a única associação mais expressiva da iniciativa privada que manifestou otimismo com as medidas tenha sido a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). As instituições financeiras serão as responsáveis por movimentar os bilhões de recursos arrecadados com a CPMF.

Ainda ontem, em plena discussão sobre as medidas econômicas, um grupo de deputados de seis partidos ligados ao governo, capitaneados pelo PT, lançaram um manifesto em defesa da presidente da República e de repúdio ao seu impeachment, arquitetado pela oposição. Para eles, o principal entrave ao reequilíbrio das contas públicas é o clima político deteriorado. Ou seja, jogaram nas costas do Parlamento a culpa por tudo.

Mas, fazendo uma contabilidade básica, se forem contados os parlamentares que compõem essa bancada, chega-se ao número de 228 votos. Para que a emenda constitucional restaurando a CPMF seja aprovada na Casa, o governo precisará de, no mínimo, 308 votos.

Por aí vê-se que não a empreitada não será nada fácil para o Palácio do Planalto.

PRECISAMOS DE UM ESTADISTA



  

Márcio Doti


A corda arrebenta no lado mais fraco. A gente já sabe. Mas, neste momento, qual é o lado mais fraco? Normalmente é o povo, mas depois da apresentação deste plano já não estou tão certo. Parece ser o governo. Voltamos, mesmo, ao tempo dos planos econômicos. Digamos que este agora é o “Plano Cortes”, que já nasce fracassado. Ele vem depois do “Plano Déficit”, aquele rejeitado em que o orçamento já vinha com prejuízo. Mesmo que a presidente Dilma Rousseff consiga passar o imposto do cheque no Congresso, algo muito difícil, porque a situação só tem 200 dos 513 votos da Câmara, mesmo assim, não quer dizer que são garantidos esses dois centos de votos favoráveis à volta da CPMF.

E precisamos considerar que cada ponto do “Plano Corte” mexe com um setor da política e dos movimentos mais barulhentos. Todos queixosos porque vai faltar dinheiro. Sabemos bem que todo mundo é favorável ao endireitamento da economia desde que isso não tire mais dinheiro dos seus bolsos. E o resultado desse plano é esse, aliás, o seu propósito é esse: tirar dinheiro dos bolsos.

O governo já vem experimentando queda na arrecadação, produto da crise há muito instalada e de seu progressivo descontrole. Os mais entendidos consideram que o plano vai cortar ainda mais a arrecadação porque ao descobrir essas formas de aumentar a receita da União, os ideólogos do “Plano Corte” se esqueceram de que esse nome cai perfeitamente nessa tentativa de conserto da economia. Ao cortar em alguns setores e aumentar a ordenha em outros, o resultado é mais desaquecimento e menos arrecadação. E não me cobrem mais explicações porque isso foi tirado de “experts”.

Então, quer dizer que estamos nos encaminhando para o impeachment? Pior que isto, estamos nos encaminhando cada vez mais para uma grande confusão. Não tenho a menor simpatia por impeachment, a menos que o governo chegue a quadro tal que a presença de um “desgoverno” constituído acabe por representar ameaças à nossa vida institucional. Disso tenho medo. Depois de passar por décadas de um governo revolucionário, ser julgado, acusado de infringir a Lei de Segurança Nacional e por fim inocentado. Nunca fui guerrilheiro, ativista, nunca fui nada disso que acabou formando alguns péssimos brasileiros. Apenas era responsável por uma programação jornalística e o que dissessem ali era debitado a mim.

O Brasil tem que seguir seu curso, precisa reencontrar aquele ponto em que paramos lá atrás, quando o Plano Real instalou ambiente de prosperidade. Chegamos a ter o real empatado com o dólar, mas isso depois virou um argumento eleitoreiro. Naquela época, logo após a eleição, a correção foi feita e ficou na boca aquele gostinho de traição. Muito menos do que esse deixado com as mentiras no palanque da então candidata e presidente Dilma. É preciso que não fique qualquer dúvida sobre as mentiras e que os responsáveis sejam completamente identificados. Os culpados pelos escândalos, desfalques e pela gastança que deram nesse imenso descontrole econômico, indo de Lula a Dilma. Quem vem em seguida, só Deus sabe. Mas a gente precisa, a todo custo, construir um estadista. Já chega de desastrados fogueteiros.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...