José Antônio Bicalho
A exploração das chamadas ‘terras
raras’ voltou a ser um tema relevante na edição deste ano da Exposibram, a
feira e congresso de mineração que acontece no Expominas. Isso por conta das
mudanças na China, país que mantém um quase monopólio de produção mundial de
terras raras, e que neste ano eliminou as barreiras e cotas de exportação que
impunha aos produtos concentrados e processados industrialmente.
O assunto é técnico e um pouco árido, mas de grande relevância geopolítica. E interessa muito ao Brasil, que é o segundo país em volume de reservas de terras raras, com 17% de tudo o que já foi comprovadamente descoberto no mundo. Nesta quarta-feira (16), o assunto foi debatido em mesa redonda da qual participaram Tadeu Carneiro, presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa com o projeto mais avançado de exploração de terras raras no país, e os especialistas Orestes Alarcon, da Universidade Federal de Santa Catarina, e João Batista Ferreira Neto, gerente de projetos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Resumidamente, a questão é a seguinte: nos últimos anos, as indústrias de alta tecnologia desenvolveram uma série de aplicações para os elementos químicos que compõem as terras raras. Mas a China, responsável por 97% da produção mundial dos óxidos concentrados e metais, impôs enormes barreiras e cotas às exportações destes produtos. Seu objetivo era obrigar as sofisticadas indústrias que processam ou aplicam tais elementos a transferir suas unidades industriais para aquele país. Acabou desequilibrando artificialmente os preços e gerando grande insegurança nas indústrias de ponta.
Sob pressão internacional, e de olho na explosão dos preços internacionais dos concentrados que ela mesma provocou, a China recuou e, neste ano, derrubou as barreiras. Para o Brasil, as mudanças são positivas se pensarmos na estruturação de cadeias industriais com base nas terras raras. A CBMM, que explora nióbio em Araxá, investiu R$ 70 milhões nos últimos anos no desenvolvimento de tecnologia de concentração de óxidos extraídos de terras raras e montou uma planta industrial piloto que já produz materiais com até 99,9% de pureza.
Segundo Carneiro, presidente da empresa, o mesmo material extraído da mina de Araxá, que possui 4% de teor de nióbio, também oferece 4% de terras raras. Por hora, esse último está sendo descartado seletivamente, de forma a ser aproveitado no futuro, quando se viabilizar a produção industrial de grande escala.
E o que falta para tal? Segundo João Batista, do IPT, uma cadeia industrial estruturada até a aplicação final das terras raras e desenvolvimento de tecnologias para transformar os óxidos em produtos finais. As principais promessas de crescimento na aplicação das terras raras estariam nos motores industriais elétricos de baixo consumo, motores elétricos de eletrodomésticos (máquinas de lavar e geladeiras), veículos elétricos ou híbridos, geradores eólicos de eletricidade, lâmpadas com tecnologia led e toda a sorte de equipamentos eletrônicos (celulares, ipads, computadores e outros).
“Temos as reservas e a tecnologia da produção dos óxidos. Agora é preciso vontade e interesse político no desenvolvimento de uma cadeia de alta tecnologia no Brasil”, disse Carneiro.
O assunto é técnico e um pouco árido, mas de grande relevância geopolítica. E interessa muito ao Brasil, que é o segundo país em volume de reservas de terras raras, com 17% de tudo o que já foi comprovadamente descoberto no mundo. Nesta quarta-feira (16), o assunto foi debatido em mesa redonda da qual participaram Tadeu Carneiro, presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa com o projeto mais avançado de exploração de terras raras no país, e os especialistas Orestes Alarcon, da Universidade Federal de Santa Catarina, e João Batista Ferreira Neto, gerente de projetos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Resumidamente, a questão é a seguinte: nos últimos anos, as indústrias de alta tecnologia desenvolveram uma série de aplicações para os elementos químicos que compõem as terras raras. Mas a China, responsável por 97% da produção mundial dos óxidos concentrados e metais, impôs enormes barreiras e cotas às exportações destes produtos. Seu objetivo era obrigar as sofisticadas indústrias que processam ou aplicam tais elementos a transferir suas unidades industriais para aquele país. Acabou desequilibrando artificialmente os preços e gerando grande insegurança nas indústrias de ponta.
Sob pressão internacional, e de olho na explosão dos preços internacionais dos concentrados que ela mesma provocou, a China recuou e, neste ano, derrubou as barreiras. Para o Brasil, as mudanças são positivas se pensarmos na estruturação de cadeias industriais com base nas terras raras. A CBMM, que explora nióbio em Araxá, investiu R$ 70 milhões nos últimos anos no desenvolvimento de tecnologia de concentração de óxidos extraídos de terras raras e montou uma planta industrial piloto que já produz materiais com até 99,9% de pureza.
Segundo Carneiro, presidente da empresa, o mesmo material extraído da mina de Araxá, que possui 4% de teor de nióbio, também oferece 4% de terras raras. Por hora, esse último está sendo descartado seletivamente, de forma a ser aproveitado no futuro, quando se viabilizar a produção industrial de grande escala.
E o que falta para tal? Segundo João Batista, do IPT, uma cadeia industrial estruturada até a aplicação final das terras raras e desenvolvimento de tecnologias para transformar os óxidos em produtos finais. As principais promessas de crescimento na aplicação das terras raras estariam nos motores industriais elétricos de baixo consumo, motores elétricos de eletrodomésticos (máquinas de lavar e geladeiras), veículos elétricos ou híbridos, geradores eólicos de eletricidade, lâmpadas com tecnologia led e toda a sorte de equipamentos eletrônicos (celulares, ipads, computadores e outros).
“Temos as reservas e a tecnologia da produção dos óxidos. Agora é preciso vontade e interesse político no desenvolvimento de uma cadeia de alta tecnologia no Brasil”, disse Carneiro.

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