quarta-feira, 16 de setembro de 2015

PRECISAMOS DE UM ESTADISTA



  

Márcio Doti


A corda arrebenta no lado mais fraco. A gente já sabe. Mas, neste momento, qual é o lado mais fraco? Normalmente é o povo, mas depois da apresentação deste plano já não estou tão certo. Parece ser o governo. Voltamos, mesmo, ao tempo dos planos econômicos. Digamos que este agora é o “Plano Cortes”, que já nasce fracassado. Ele vem depois do “Plano Déficit”, aquele rejeitado em que o orçamento já vinha com prejuízo. Mesmo que a presidente Dilma Rousseff consiga passar o imposto do cheque no Congresso, algo muito difícil, porque a situação só tem 200 dos 513 votos da Câmara, mesmo assim, não quer dizer que são garantidos esses dois centos de votos favoráveis à volta da CPMF.

E precisamos considerar que cada ponto do “Plano Corte” mexe com um setor da política e dos movimentos mais barulhentos. Todos queixosos porque vai faltar dinheiro. Sabemos bem que todo mundo é favorável ao endireitamento da economia desde que isso não tire mais dinheiro dos seus bolsos. E o resultado desse plano é esse, aliás, o seu propósito é esse: tirar dinheiro dos bolsos.

O governo já vem experimentando queda na arrecadação, produto da crise há muito instalada e de seu progressivo descontrole. Os mais entendidos consideram que o plano vai cortar ainda mais a arrecadação porque ao descobrir essas formas de aumentar a receita da União, os ideólogos do “Plano Corte” se esqueceram de que esse nome cai perfeitamente nessa tentativa de conserto da economia. Ao cortar em alguns setores e aumentar a ordenha em outros, o resultado é mais desaquecimento e menos arrecadação. E não me cobrem mais explicações porque isso foi tirado de “experts”.

Então, quer dizer que estamos nos encaminhando para o impeachment? Pior que isto, estamos nos encaminhando cada vez mais para uma grande confusão. Não tenho a menor simpatia por impeachment, a menos que o governo chegue a quadro tal que a presença de um “desgoverno” constituído acabe por representar ameaças à nossa vida institucional. Disso tenho medo. Depois de passar por décadas de um governo revolucionário, ser julgado, acusado de infringir a Lei de Segurança Nacional e por fim inocentado. Nunca fui guerrilheiro, ativista, nunca fui nada disso que acabou formando alguns péssimos brasileiros. Apenas era responsável por uma programação jornalística e o que dissessem ali era debitado a mim.

O Brasil tem que seguir seu curso, precisa reencontrar aquele ponto em que paramos lá atrás, quando o Plano Real instalou ambiente de prosperidade. Chegamos a ter o real empatado com o dólar, mas isso depois virou um argumento eleitoreiro. Naquela época, logo após a eleição, a correção foi feita e ficou na boca aquele gostinho de traição. Muito menos do que esse deixado com as mentiras no palanque da então candidata e presidente Dilma. É preciso que não fique qualquer dúvida sobre as mentiras e que os responsáveis sejam completamente identificados. Os culpados pelos escândalos, desfalques e pela gastança que deram nesse imenso descontrole econômico, indo de Lula a Dilma. Quem vem em seguida, só Deus sabe. Mas a gente precisa, a todo custo, construir um estadista. Já chega de desastrados fogueteiros.

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