segunda-feira, 29 de junho de 2015

DESAFIO DE DILMA



Desafio de Dilma é sobreviver, diz editorial do Washington Post
Estadão Conteúdo 


A presidente Dilma Rousseff enfrenta o desafio de "sobreviver" no Planalto, segundo editorial do jornal americano The Washington Post sobre sua visita aos Estados Unidos publicado neste domingo, 28, com o título "Um retrocesso no Brasil". Segundo a publicação, muitos dos problemas que a presidente enfrenta são resultado de políticas equivocadas de seu governo.

"Não será fácil: ela viu muito de seu poder efetivamente esvaziado por líderes congressistas, que diluíram algumas de suas medidas de austeridade", diz o texto. O Post ressalta que o próprio PT se opõe às "correções econômicas" em curso.

O editorial afirma que a corrupção em meio à uma recessão na economia provocaram uma crise na opinião pública. "A bolha parece ter explodido". Para reverter esse cenário, o jornal defende a necessidade de medidas liberalizantes que resgatem a confiança dos investidores privados.

De acordo com o Post, a correção de rumo deve levar à revisão das "políticas estatizantes" adotas por Dilma em seu primeiro mandato. "Sem isso, o futuro do Brasil permanecerá em suspenso", conclui.

sábado, 27 de junho de 2015

LEI E ATITUDES



  

José Eutáquio de Oliveira




Tinha eu 12 anos de idade quando comecei a trabalhar de contínuo, fichado na Usiminas, no tempo da carteira de trabalho “de menor”. Deste então, trabalhar é o que me sustenta. Sou de família muito pobre e pertenço a uma geração que sempre encarou o batente para ajudar nas despesas de casa e para dar conta de sua própria vida. Nem por isso deixei de curtir a infância e juventude correndo atrás da bola nos campos da várzea e nas quadras de futsal, basquete e vôlei, soltando papagaios em disputas de laçadas – fazendo serenatas para as garotas do Santo Antônio e arredores.

É o que explica meu desempenho escolar pouco brilhante, mas posso dizer, sem modéstia, que do ginásio em diante, o senhor Chichico, meu pai, nunca teve que enfiar a mão no bolso para sustentar meus estudos, farras e vícios. Até porque, grana ele não tinha. Não posso me queixar da vida. Não sou o único da minha geração que enfrentou a barra que descrevi. Tanto no meu bairro quanto na Vila Estrela, onde tive vários companheiros de briga, bola, barra e samba.

As coisas mudaram na maneira como atualmente a sociedade trata a infância e a juventude. O trabalho infantil agora é crime (com o que concordo, com ressalvas) e o do adolescente é quase uma contravenção – com o que não concordo. Criamos o Estatuto da Criança e do Adolescente (um avanço) e situações legais que obrigam as famílias a colocarem seus filhos nas escolas, o que acho positivo – de “primeiro mundo”. Na contramão dos avanços inventamos um tipo de educação (nas casas e nas escolas) que retira de guris e jovens quase toda a responsabilidade sobre que fazem com suas vidas e com as dos demais. Resultado: estamos infantilizando a galera e a galerinha.

Para piorar, não dotamos o país de escolas decentes em tempo integral e tampouco criamos uma sociedade capaz de oferecer para todos, igualdade de oportunidades de trabalho, saúde, acesso à habitação, saneamento básico, transporte público e, sobretudo, segurança pública de boa qualidade. A direita porque é egoísta, corrupta e reacionária. E a esquerda, porque é egoísta, reacionária, desonesta... e populista. Entre uns e outros, mais do mesmo.

Como tudo que é ruim pode piorar, a criminalidade no Brasil tornou-se endêmica. A guerra civil tomou conta das cidades. Ironia: parte dos “terroristas” são menores de idade que não têm escola de qualidade para frequentar, trabalho digno para encarar. A saída proposta para o imbróglio? A diminuição da maioridade penal para 16 anos. Um prato cheio para populistas de todos os matizes ideológicos e religiosos perpetuarem suas eternas disputas pelo poder, sem se comprometerem com propostas sérias para passar o país a limpo. “Progressistas” são contra a proposta; “conservadores”, a favor.

Pelo que vivi, penso que um jovem de 16 anos já é dono do seu nariz e pode muito bem ser responsabilizado pelos seus atos. Mas o problema não passa pela lei e sim por atitudes. A culpa das nossas mazelas é dos que estão no poder – no executivo, do legislativo e no judiciário. Eles quebraram o Estado, não cumprem suas obrigações, não nos prestam contas de nada. Roubam. Mas a culpa (e responsabilidade) é nossa também. Que não os pressionamos, que não agimos como cidadãos, que votamos em corruptos e incompetentes. Não teria passado da hora de nos tornarmos uma sociedade madura e responsável?

CHICO XAVIER



  

Manoel Hygino




Aconteceu numa quinta-feira, pela manhã, no cemitério São João Batista, em Uberaba. O túmulo do médium Chico Xavier, que recebe mais de duas mil visitas em média, por semana, procedentes de todo o país, foi atacado com pedaços de granito. O propósito era quebrar o vidro de proteção, fabricado com material blindado, mas apenas o estilhaçou.

Foram arremessadas três pedras e o(s) vândalo(s) usou (usaram) os pés para ter mais apoio e força, falhando em seu desígnio. A polícia se esforça por identificar o ou os autores do crime, assim como a causa, embora tudo permaneça inteiramente obscuro.

Em face do mundo vil e violento em que nos achamos, parece um registro de menor importância. Nos Estados Unidos, a mais poderosa nação do planeta, ainda se repetem assassinatos de negros por brancos e, no norte da África, o grupo Boko Haram insiste numa incompreensível campanha de aprisionamento de jovens de cor para objetivos inconfessáveis.

No outro lado do mundo mediterrâneo, o Estado Islâmico quer impor pela força seu califado, ideia que se supunha sepultado, definitivamente nas areias da história. As ruas do mundo são palco de crimes e constrangimentos de toda espécie. Monumentos históricos de Palmira, Oriente Médio, estão sob risco de destruição pelo EI, mesmo considerados patrimônio da humanidade.

Mas danificar o túmulo de um pobre homem de Minas, que viveu 92 anos e sempre serviu aos que o procuravam para aconselhamento e amenizar suas angústias, parece estranhável. Que se pretendia com a profanação? Teria caráter religioso? Ou seria um ato de vandalismo? Ou, ainda, uma tentativa frustrada de furto de algum objeto preservado?

O professor Joaquim Cabral Netto, advogado, ex-corregedor geral do Ministério Público, ex-presidente da Associação Mineira do Ministério Público e da Confederação Nacional do Ministério Público, editou – no ano passado – um livro sobre Chico Xavier, lembrando facetas da vida do médium de Pedro Leopoldo.

Artur da Távola, jornalista, político, escreveu sobre o médium: “A figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier ganha um significado profundo, duradouro, acima e além de paixões religiosas, doutrinas científicas ou interpretações metafísicas. Aquele homem de fala mansa, peruca, acentuado estrabismo, pessoa de humildade e tolerância, não configura o tipo físico idealizado do líder religioso, do chefe de seita, do místico impressionante”.

Conclui: “Além da aura de paz e pacificação que parte dele, há outro elemento poderoso a explicar o fascínio e a durabilidade da impressionante figura de comunicação de fé: a grande seriedade pessoal do médium, a dedicação integral de sua vida aos que sofrem e o desinteresse material absoluto”.

Chico nasceu em pobreza, sofreu com duas deficiências físicas. Quando lhe foi perguntado se houve algo de que se arrependesse, respondeu: “Ah, sim, arrependo-me de não ter amado mais, porque é só o amor o que a gente deixa sobre este mundo. Mas não se pode esquecer que é preciso amar sem esperar ser amado, e sem aguardar recompensa alguma”.

Sobre Deus, explicou-se: “Quem teria colocado a vida e o perfume das flores, o azul do céu, o verde dos mares e a luz das estrelas?”. Uma observação que legou: “Conheço gente tão pobre, tão pobre, que só possui dinheiro”.

TCU





Aristóteles Drummond



O relator das contas do governo federal de 2014, Augusto Nardes, é um homem público digno, que mostra que existem nichos de qualidade entre nossos políticos. Fez uma carreira com crescente reconhecimento popular e respeito de seus pares.

Com pouco mais de 50 anos, Nader já havia sido vereador, deputado estadual e cumprido três mandatos federais. Ao disputar com três outros colegas a indicação para o Tribunal de Contas da União, venceu a disputa com folga, embora a bancada de seu partido fosse a quinta da Câmara dos Deputados. Prevaleceu na escolha do plenário a trajetória e o preparo de Augusto Nardes para as responsabilidades de um ministro do TCU.

Formado em administração, com curso na Suíça de especialização, estudioso, marcou presença nas comissões da Câmara em que atuou com interesse, como a de Agricultura e a de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

No exercício do mandato, passou a acompanhar os estudos referentes à reforma tributária, sempre na linha da simplificação e da busca de meios de se aumentar a base de contribuintes e não os impostos, que oneram a produção. Coerente, nunca mudou de partido na busca de vantagens. Ganhou foi o respeito que lhe valeu a escolha para o TCU.

A grave questão das contas envolve um componente político muito forte. Responsável e de bom senso, apressou-se em dar prazo para que o governo esclareça o uso – e parece que o abuso – de subterfúgios para mascarar a realidade das contas relativas ao orçamento da União. O fato já vinha sendo comentado entre economistas e abordado com frequência no noticiário econômico. Não podia ignorar os desvios.

O Brasil amadureceu muito, todo movimento tem repercussão, não se trata de valores insignificantes, muito pelo contrário. Por isso, a condução firme, mas paciente do ministro Nardes tem sido importante. Inclusive pela discrição com que se comporta, mostrando que vida pública se faz com elegância e categoria.

Não será surpresa se vier a buscar uma solução para não propor a recusa das contas, que seria fato inédito na vida republicana. Sem prejuízo das responsabilidades de relator, da credibilidade do Tribunal, pode propor uma correção de rumos no acerto do que foi feito de maneira temerária. Além de responsabilizar os responsáveis pela execução das medidas condenadas.

Temos um homem de bem, sério, que honra as melhores tradições da política dos gaúchos e, portanto, devemos esperar que o prazo se esgote sem maiores tensões.

E quem explorar politicamente a questão não estará prejudicando o governo, mas o país como um todo, já fragilizado nos mercados e vulnerável, depois do caso Petrobras, e provocando um novo desgaste caso prevaleça a tradicional impunidade. A questão é técnica e jurídica!

COMENTÁRIO DE JULIO JOSÉ DE MELO (Sete Lagoas-MG):

Como podemos ver, mais uma vez, os órgãos fiscalizadores (!!!) estão todos contaminados e mapeados com simpatizantes do PT. Encobrem tudo, fazem vistas grossas, julgam de maneira ideal ao governo e vamos quebrando o país. E ver até onde teremos condições de suportar o efeito catastrófico, se as contas estão com pedaladas, mascaradas. Reprovem e cumpram a lei. Não tem de mandar explicar nada, pois entrarão os marqueteiros e pela grana que recebem, ardilosamente pedaladas novas virão. São saídas perigosas e esquecem do mal que fazem à nação. Mais uma vergonha que certamente parte da imprensa parabenizará o Tribunal de Contas da União. 

PASMEM COM OUTRA NOTÍCIA:
Vinte e três anos após o fim do seu mandato na Prefeitura de Belo Horizonte - MG, somente agora chegam à Câmara da capital as contas de gestão do ex-prefeito tucano EDUARDO AZEREDO (1990/1992) para serem aprovadas ou não. A maioria dos atuais vereadores não tinha mandato à época, mesmo assim terão que dar o veredicto. O relatório de contas foi enviado, nesta semana, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), órgão responsável pelo parecer técnico de contas de prefeitos, secretários e governador.
Pelo atraso no envio das contas, os vereadores deverão só seguir o parecer do TCE, que opinou pela aprovação, mas não explica as razões do “esquecimento”.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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