Aristóteles Drummond
O relator das contas do governo
federal de 2014, Augusto Nardes, é um homem público digno, que mostra que
existem nichos de qualidade entre nossos políticos. Fez uma carreira com
crescente reconhecimento popular e respeito de seus pares.
Com pouco mais de 50 anos, Nader já
havia sido vereador, deputado estadual e cumprido três mandatos federais. Ao
disputar com três outros colegas a indicação para o Tribunal de Contas da
União, venceu a disputa com folga, embora a bancada de seu partido fosse a
quinta da Câmara dos Deputados. Prevaleceu na escolha do plenário a trajetória
e o preparo de Augusto Nardes para as responsabilidades de um ministro do TCU.
Formado em administração, com curso na
Suíça de especialização, estudioso, marcou presença nas comissões da Câmara em
que atuou com interesse, como a de Agricultura e a de Relações Exteriores e
Defesa Nacional.
No exercício do mandato, passou a
acompanhar os estudos referentes à reforma tributária, sempre na linha da
simplificação e da busca de meios de se aumentar a base de contribuintes e não
os impostos, que oneram a produção. Coerente, nunca mudou de partido na busca
de vantagens. Ganhou foi o respeito que lhe valeu a escolha para o TCU.
A grave questão das contas envolve um
componente político muito forte. Responsável e de bom senso, apressou-se em dar
prazo para que o governo esclareça o uso – e parece que o abuso – de
subterfúgios para mascarar a realidade das contas relativas ao orçamento da
União. O fato já vinha sendo comentado entre economistas e abordado com
frequência no noticiário econômico. Não podia ignorar os desvios.
O Brasil amadureceu muito, todo
movimento tem repercussão, não se trata de valores insignificantes, muito pelo
contrário. Por isso, a condução firme, mas paciente do ministro Nardes tem sido
importante. Inclusive pela discrição com que se comporta, mostrando que vida
pública se faz com elegância e categoria.
Não será surpresa se vier a buscar uma
solução para não propor a recusa das contas, que seria fato inédito na vida
republicana. Sem prejuízo das responsabilidades de relator, da credibilidade do
Tribunal, pode propor uma correção de rumos no acerto do que foi feito de
maneira temerária. Além de responsabilizar os responsáveis pela execução das
medidas condenadas.
Temos um homem de bem, sério, que
honra as melhores tradições da política dos gaúchos e, portanto, devemos
esperar que o prazo se esgote sem maiores tensões.
E quem explorar politicamente a
questão não estará prejudicando o governo, mas o país como um todo, já
fragilizado nos mercados e vulnerável, depois do caso Petrobras, e provocando
um novo desgaste caso prevaleça a tradicional impunidade. A questão é técnica e
jurídica!
COMENTÁRIO DE JULIO JOSÉ DE MELO (Sete Lagoas-MG):
Como podemos ver, mais uma vez, os órgãos fiscalizadores
(!!!) estão todos contaminados e mapeados com simpatizantes do PT. Encobrem
tudo, fazem vistas grossas, julgam de maneira ideal ao governo e vamos quebrando
o país. E ver até onde teremos condições de suportar o efeito catastrófico, se
as contas estão com pedaladas, mascaradas. Reprovem e cumpram a lei. Não tem de
mandar explicar nada, pois entrarão os marqueteiros e pela grana que recebem,
ardilosamente pedaladas novas virão. São saídas perigosas e esquecem do mal que
fazem à nação. Mais uma vergonha que certamente parte da imprensa parabenizará
o Tribunal de Contas da União.
PASMEM COM OUTRA NOTÍCIA:
Vinte e três anos após o fim do seu mandato
na Prefeitura de Belo Horizonte - MG, somente agora chegam à Câmara da capital
as contas de gestão do ex-prefeito tucano EDUARDO AZEREDO (1990/1992) para serem
aprovadas ou não. A maioria dos atuais vereadores não tinha mandato à época,
mesmo assim terão que dar o veredicto. O relatório de contas foi enviado, nesta
semana, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), órgão responsável pelo parecer
técnico de contas de prefeitos, secretários e governador.
Pelo atraso no envio das contas, os
vereadores deverão só seguir o parecer do TCE, que opinou pela aprovação, mas
não explica as razões do “esquecimento”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário