sexta-feira, 26 de junho de 2015

EMPRESÁRIO BEM SUCEDIDO



Filho de Lula comanda o futebol americano no Brasil: "nunca fracassei"

Vagner Magalhães e Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo


Luis Cláudio Lula da Silva foi mais um dos milhares de brasileiros que sonhavam ser jogador de futebol.  Não conseguiu, mas a veia esportiva continuava a pulsar. Formou-se em educação física para fazer parte do meio que tanto sonhou. Agora, o filho caçula do ex-presidente Lula virou o homem forte do futebol americano no Brasil ao organizar uma Liga com 16 times, que terá início no próximo final de semana. A reação do pai não foi das mais positivas no começo. "Você está louco", questionou.
Mas nada que o intimidasse. Luis Cláudio tem experiência no futebol em grandes clubes. Foi auxiliar-técnico nas categorias de base do São Paulo e depois trabalhou com Luxemburgo em 2008 no Palmeiras, ano em que o clube foi campeão paulista. Seguiu para o Santos com o treinador e posteriormente integrou a comissão de Mano Menezes, no Corinthians.
Nesse período, viu Lucas crescer no São Paulo, acompanhou a ascensão de Neymar e Ganso no Santos, a melhor fase de Valdivia no Palmeiras e o Corinthians com Ronaldo e Roberto Carlos. Uma experiência e tanto, mas que ficou para trás, sem muitas saudades. "A gestão do futebol é muito ruim. Desde dos times até as confederações", opina.

Anteriormente, até os 18 anos, era mais um dos que sonhavam ser jogador de futebol, mas admite que faltava qualidade técnica. Em seu Twitter, diz ter habilidade em jogar bocha e ser bom em tranca e dominó. Além disso, se define como um autêntico mão de vaca. "Eu vou ser bem sincero, eu não gasto dinheiro comigo. Eu não gosto de gastar dinheiro, não gosto mesmo", insiste.

A investida, agora, é outra. Junto com um sócio, já falecido, montou a Touchdown, empresa de captação de patrocínios para o o futebol americano. O campeonato começa no próximo domingo, dia em que Vasco da Gama Patriotas e  Botafogo Reptiles se enfrentam, no estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador. O filho do ex-presidente sabe que investidas têm riscos. Mas não se intimida e ressalta que a maneira positiva de encarar os desafios sempre o tiraram da rota do fracasso. 

"Na minha vida eu nunca fracassei. Tudo o que eu quis, sempre conquistei. A pessoa que fica pensando no fracasso não vai pra frente. Então eu vejo sucesso, eu vejo no esporte um potencial muito grande. É desgastante trabalhar? É. Mas qual trabalho não é?", pergunta.

Luis Cláudio explica que ser filho de Lula abre portas, mas também fecha. "Tem gente que fecha a porta porque não é bem visto patrocinar o filho de um político. Cara, você não está patrocinando o filho do político, você está patrocinando um campeonato, uma coisa que funciona, que existe, que está crescendo. Mas são dificuldades que qualquer pessoa teria. Se estão fechando a porta por isso, fechariam para outras pessoas, por outros motivos. Não tem chororô".

E o futebol americano, até onde chega? "Ele tem mais uns cinco anos para ficar bem. Os EUA estão focados no Brasil. Eles sabem que tem potencial. É uma questão de tempo. Uns cinco anos", diz.

Boatos

O empresário sabe que por ser filho de quem é, está sujeito a algumas intempéries. Luis Claudio foi vítima de um boato que circula na Internet desde 2010. A história gira em torno de uma confusão no Cirque de Soleil. Segundo a narrativa, ele, acompanhado por duas mulheres, teria se sentado em um lugar que não seria o seu e se envolveu em uma discussão com funcionários do local. Em uma das versões, sugere-se até que teria havido agressão.

"Eu fui acusado de ter agredido senhoras. Realmente é uma coisa que mexe no seu psicológico. Você faz tudo direito, tenta ser a melhor pessoa possível e aí pessoas de má índole vão lá soltam isso na Internet. Mas com o tempo você leva numa boa, vai fazer o quê? É brigar e sofrer contra o inimigo invisível. Então o que faz? Toca sua vida e mostra para as pessoas que você não é desse jeito", afirma. "O meu irmão hoje lida melhor também", conta. Nesse caso, Fábio Luis, o filho mais mais velho de Lula, aparece na Internet como dono da marca Friboi.

PROBLEMAS ELÉTRICOS



  

José Antônio Bicalho


Nas crises, as empresas de utilities (concessionárias de serviços de utilidade pública) sempre foram vistas como um porto seguro para investidores. Por contarem com demanda firme, contratos de longo prazo, preços administrados e garantia legal de rentabilidade mínima, são empresas que normalmente não geram surpresas.

As maiores empresas de utilities estão nos setores de energia e de saneamento. Teoricamente, seus papéis na bolsa já estariam precificados. Dessa forma, não são ações para apostadores, que querem ganhar muito e em pouco tempo. A valorização chegaria lentamente, via ganhos de produtividade (por investimentos de engenharia) ou de escala (pela conquista de novas concessões).

Por outro lado, são papéis que ofereceriam pouco risco em função da baixa oscilação da demanda e, por isso, indicados para investidores conservadores, que miram o longo prazo.

A Cemig, porém, vem negando toda essa teoria. A oscilação dos papéis da empresa mineira de energia nos últimos meses é enorme. Ontem, os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da empresa fecharam o pregão em baixa de 4,15%, a R$ 11,54. E isso em cima de uma queda ainda maior registrada no dia anterior (quarta), de 8,09%.

Quando comparamos o pico de preço das ações da Cemig dos últimos 12 meses (R$ 19,92, em 24/7/2014) com a mínima do mesmo período (R$ 11,21, em 10/2/2015), temos uma perda de valor de 56,3%.

Julgamento

O motivo é o risco de a empresa perder a concessão de suas três maiores usinas: São Simão, Miranda e Jaguara. A queda forte dos dois últimos dias se deu em função da negativa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última quarta-feira, ao pedido da companhia de renovação automática da hidrelétrica de Jaguara. A concessão de São Simão já está vencida desde janeiro e a de Miranda vence no próximo mês.

A Cemig defende na Justiça que a legislação vigente à época do fechamento dos contratos garantiria renovação automática das concessões para as três usinas por mais 20 anos. O problema é que o governo, com o objetivo de reduzir o preço da energia no país, editou em 2012 a Medida Provisória 579, que ofereceu aos concessionários a renovação dos contratos próximos do vencimento por mais 30 anos, mas com redução de receitas. A companhia não aceitou os termos propostos e a briga se arrasta na Justiça desde então.

No mês passado, durante apresentação do resultado da Cemig no primeiro trimestre, o novo presidente da estatal, Mauro Borges, disse que o diálogo entre o governo estadual e a União mudou desde a posse de Fernando Pimentel, que é do mesmo partido e ex-ministro da presidente Dilma. As duas partes estariam buscando uma saída negociada para a renovação das concessões, com base na redução das tarifas, mas não aos moldes do que foi oferecido em 2012.

Borges disse também que o STJ estaria sensível a este processo de negociação e, por isso, teria tirado o julgamento da ordem de prioridades. Mas, não foi isso que vimos nesta quarta-feira (24) no STJ. Se as negociações não avançarem mais rapidamente, a Cemig corre o risco de perder tanto os anéis quanto os dedos.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

PESSOAS NÃO-HUMANAS



  

Mariana L. T. Barbosa

Em 2014, a Justiça Argentina concedeu a um orangotango, o status de pessoa não-humana. 



No Direito Brasileiro, todos os animais são considerados bens semoventes. Classificados pelo Legislador como objetos, não têm personalidade jurídica, não são sujeitos de direitos, mas, podem ser apropriados pelas pessoas. Desta forma, ”pets” adquiridos durante um casamento ou uma união estável constituem patrimônio e, de acordo com a legislação vigente, estão submetidos ao regime de bens aplicável ao relacionamento. Assim, em uma eventual ruptura da sociedade conjugal, seu destino será definido pela mesma sentença e do mesmo modo como se resolverá o acervo patrimonial.

Ocorre que, no mundo contemporâneo, os animais de estimação não significam simples coisas. Fatores típicos da modernidade contribuíram para um aumento do número de “pets” nos núcleos familiares que são tratados como membros da família, ganhando status de “filho” ou “filha”.

Pesquisas recentes apontam que, no mundo, existe – em média - um animal de estimação para cada três pessoas, no Brasil, em cerca de 60% das casas, as pessoas dividem o mesmo teto com cães, gatos, ou outro “pet”. Nesta realidade, especialistas já pensam em um novo tipo de família, denominada: “multiespécie”, formada por pessoas e animais, vinculadas por laços afetivos. Em virtude deste fato social, chegam ao Poder Judiciário brasileiro, ações contendo pedidos para regulamentar a guarda dos animais de estimação em razão do fim do casamento ou da união estável. Considerando essa mudança paradigmática, os Julgadores vêem repensando a natureza jurídica dos animais domésticos em suas decisões, deixando de compreendê-los como simples bens a serem partilhados, admitindo a possibilidade de se estipular a “guarda” e um regime de convivência entre os donos frente a um processo de dissolução conjugal. A decisão mais recente proferida neste sentido foi publicada no último mês de março, no Estado do Rio de Janeiro.

A Julgadora estabeleceu a posse alternada e provisória de um cão após a separação de um casal, determinando que o animal passará a metade do mês com cada dono, advertindo que eventual descumprimento desta estipulação acarretará a busca e apreensão do animal. Assim como o Brasil, outros países vêm repensando a natureza jurídica dos animais. Em 2014, a Justiça Argentina concedeu a uma orangotango, o status de pessoa não-humana. . No início deste ano, a França passou a conceber os animais como seres sencientes e não mais como propriedade pessoal, alterando a legislação civil.

Até que exista uma legislação especifica sobre essa questão, uma forma das partes se resguardarem, evitando discussões sobre o destino dos pets ao terminarem os relacionamentos seria estabelecer previamente, por meio de um pacto antenupcial ou de uma escritura pública de união estável, como ficaria a situação dos pets.

Fato é que, findo um casamento ou uma união estável a tutela dos animais poderá ser solicitada pelas partes, não mais sobre a perspectiva eminentemente patrimonial, na medida em que o Judiciário começa a admitir o estabelecimento da guarda e da convivência de pets, dentre outras medidas necessárias a resguardar o afeto existente nas denominadas famílias multiespécie.

ECONOMIA



  

Jornal Hoje em Dia 



 


Os seguidos pronunciamentos da presidente da República e de seus ministros, de que “as coisas estão melhorando” e a economia voltará ao rumo do crescimento, foram desmentidos nessa quarta categoricamente. O Relatório da Inflação divulgado pelo Banco Central prevê que a atividade econômica recuará 1,1% em 2015, contra a perspectiva anterior, que era de “apenas” 0,5%. Será o pior resultado dos últimos 25 anos.

Ou seja, estamos indo de volta ao passado. Outra virtude preciosa, o controle da inflação, obtido há 20 anos com o Plano Real, também desanda. A previsão do BC, que antes era de 7,9% – já superando o chamado teto da meta, de 6,5% –, agora está em incríveis 9%, um recorde.

A autoridade monetária vem aumentando a taxa básica de juros, a Selic, para tentar conter a alta dos preços, mas sem sucesso. A Selic já passou por seis elevações seguidas. Hoje, o país é recordista em juros, com a taxa na marca dos 13,75%.

Também nessa quarta, um dos termômetros da economia, a indústria de máquinas e equipamentos em Minas informou que teve uma redução de 18,6% no número de pedidos em maio, comparado com o mesmo mês de 2014. E um dos mais perversos reflexos dessa estagnação, o desemprego, pode resultar no fechamento de até 9 mil vagas nos 12 meses de 2015. O nível de utilização das máquinas nessa indústria está em 65%, o que mostra o tamanho da inércia no setor.

Segundo os representantes dessa indústria, no Brasil, as dispensas de empregados podem bater na marca de 150 mil. É uma consequência trágica. O industriais reclamam que a política cambial os tem prejudicado, pelo descasamento dos custos dos insumos com os preços das vendas. Outro problema é a não efetivação das concessões públicas para obras de infraestrutura.

O diretor de Política Econômica do Banco Central disse nessa quarta que fará “o que for necessário” para conter a inflação. Trocando em miúdos, isso quer dizer que a política de aumentar a taxa de juros vai continuar. É uma má notícia para a economia, pois a elevação reduz o consumo através do crédito mais caro. Com menos vendas, menos encomendas à indústria. Poderá até baixar a inflação, mas, em um ano de recessão, será um golpe fatal nos setores produtivos.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...