quarta-feira, 13 de maio de 2015

TERREMOTOS



Como a ciência mede um terremoto?

Philippe Lopez/AFP



Morador caminha entre edifícios danificados por terremoto em Katmandu, Nepal

O noticiário sobre os terremotos do Nepal novamente traz à tona termos técnicos para explicar a intensidade de tremores.

Existem escalas criadas por geólogos para descrever o que se conhece como a "magnitude" deste tipo de evento.

A mais usada delas é a MW, que se baseia na energia liberada por um terremoto. Trata-se de uma escala aberta (não de zero a dez), que começa em 2,5. Esta é a magnitude da maioria dos tremores que ocorrem a cada ano - insignificante para ser percebida por pessoas, mas que é captada por instrumentos que medem as vibrações causadas pelos terremotos (sismógrafos).
Momento do tremor
Para fazer este cálculo, cientistas levam em consideração variáveis como o movimento de uma falha geológica e a força requerida para movê-la.

A escala é logarítmica. Isso significa que para cada número inteiro "aumentado", a diferença de força de um terremoto cresce consideravelmente: um tremor 6, por exemplo, libera 32 vezes mais energia que um 5. Um tremor de magnitude 7, em que começa a destruição mais severa por terremotos, é mil vezes mais "forte" que um 5.
Um terremoto de magnitude 8, por exemplo, libera força equivalente a seis milhões de toneladas de dinamite.
O tremor que causou o catastrófica tsunami de 2004 na Ásia foi o terceiro mais forte medido desde 1900 - mediu 9,3.
Segundo o Serviço Geológico Americano, há pelo menos 20 grandes terremotos no mundo a cada ano.
Mas a devastação causada por terremotos não depende somente de sua magnitude, mas sim do planejamento das autoridades e mesmo das condições socioeconômicas das regiões afetadas.
Em fevereiro de 2010, por exemplo, o Chile foi atingido por um terremoto de 8,8. Menos de mil pessoas morreram, pois o país tem um sistema de reposta para emergências desenvolvido por causa de uma longa história de tremores, o que inclui o maior já registrado (9,5, em 1960).
No entanto, também em 2010, mais de 200 mil pessoas morreram no Haiti quando um tremor de magnitude 7 atingiu a capital, Porto Príncipe.
Já o Nepal, em apenas três semanas, foi atingido por dois tremores. O primeiro, de 7,8 de magnitude, matou mais de 8.000 pessoas no final de abril.
Nesta terça-feira, o país foi atingido por um tremor de magnitude 7,3 que deixou dezenas de mortos e centenas de feridos.

terça-feira, 12 de maio de 2015

COISAS DO BRASIL




Malco Camargos

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso preventivamente em janeiro passado, disse na última semana que é difícil viver com o parco rendimento de aposentado de R$ 15 mil. Relatou que seu salário na diretoria da estatal era de R$110 mil por mês, fora as gratificações e, mesmo assim, ele é suspeito de desviar R$ 40 milhões.
Mais ao norte do país, especificamente no município de Parauapebas, no Estado do Pará, o vereador Odilon Rocha de Sanção, do Partido Solidariedade, declarou na tribuna da Câmara: “O valor que o vereador ganha aqui, se ele não for corrupto, ele mal se sustenta durante o mês”.
O salário bruto do vereador é de R$ 10.013,00 e, além desta monta, ele recebe R$ 2.800,00 para custear despesas com combustível, R$ 1.000,00 para despesas com telefone e tem à sua disposição uma camionete alugada pela Câmara Municipal.
A relação entre faixa salarial e corrupção, apesar de propagada em todos os cantos, não encontra evidências quando analisada a fundo. Nesses dois exemplos, os ganhos dos agentes públicos, eleitos ou indicados, em nada justificam atos ilícitos na relação com o dinheiro público. No caso do vereador, seu salário mensal supera o correspondente a 17 salários mínimos; no caso do ex-dirigente da estatal, o valor auferido mensalmente chegava a 140 salários.
Em geral, no Brasil, trabalhar na área pública, principalmente em cargos de chefia ou eletivos, significa o acesso a recursos de poder e também a salários superiores ao da média da população brasileira, mas, mesmo assim, são inúmeros os exemplos de desvio de dinheiro, seja para fins partidários ou pessoais. Portanto, não é o valor do rendimento que determina honestidade ou desonestidade.
A declaração de Cerveró sobre sua “parca” aposentadoria, e de Sanção, sobre a dificuldade de viver sem a prática da corrupção, enfatizam um comportamento relativamente comum na cultura política nacional. No Brasil, como as pesquisas demonstram, as pessoas sabem o que é certo e errado e, em geral, partilham um conjunto de valores morais a respeito da política, mas, mesmo assim, alguns cidadãos não deixam de praticar certas desonestidades, principalmente quando justificam determinadas necessidades, sejam elas quais forem.
Para mudar esse aspecto é fundamental reconhecer que a corrupção acontece tanto entre aqueles que estão no poder, quanto entre os que almejam estar lá um dia. Atribuir ao outro a responsabilidade pela situação atual é trabalhar para que esse cenário se perpetue. Além da autocrítica, é fundamental também o aprimoramento dos mecanismos de controle que permitam o acesso à informação, a culpabilização perante a Justiça e a aplicação de penas e sanções.
Nos últimos anos houve, sim, avanços no que se refere à capacidade de punição de malfeitos na área pública, mas ainda falta muito na autocrítica e na valorização de bons modos no funcionamento da política brasileira.
 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

VIDA MAIS PRAZEROSA



Você complica demais a sua vida?
Descubra se está direcionando suas energias de forma a aproveitar cada momento do dia


 Que atire a primeira pedra quem nunca fez drama por causa de um problema que nem era tão grande assim. Ou não levou horas para resolver algo que teria solucionado rapidinho, se tivesse pedido ajuda. Muitas vezes, a resolução é simples, mas não conseguimos enxergá-la por teimosia, orgulho ou até mesmo cansaço do dia a dia. Conclusão: a vida vira um cavalo de batalhas — os relacionamentos desandam e o bom humor desaparece.
O mundo atual nos exige demais. Se não elegermos prioridades, sofreremos por não dar conta de tudo”, comenta a psicóloga Marina Vasconcellos*. Segundo a psicóloga Miriam Barros**, o grande erro é gastar energia excessiva e desnecessária em tarefas que podem (e devem) ser fáceis. Para ajudá-la a mudar de atitude, conversamos com especialistas e reunimos dicas para você tornar a vida mais simples e prazerosa em todos os sentidos.

COLOQUE ORDEM
Sabe a história de que a sua bagunça é organizada? Isso atrapalha a rotina. Afinal, viver em um ambiente desorganizado a faz perder tempo procurando as coisas. Assim, as ideias travam por falta de foco. “Doe o que não usa mais, reorganize o quarto, a casa e o ambiente de trabalho. A arrumação vai se refletir no seu interior, promovendo uma reorganização mental, uma sensação de mudança positiva”, diz a psicanalista Priscila Gasparini (SP).

XÔ, RAIVA!
O término de um relacionamento ou a perda de um emprego, por exemplo, pode fazer você acumular mágoas que devoram energia. Muitas vezes não é fácil se livrar da raiva, mas com determinação é possível chegar lá. “Devemos aprender com os nossos erros e frustrações. O melhor é analisar o que foi compreendido nessas situações, o lado bom e o ruim de cada uma delas, para não errar novamente. A partir daí, tente examinar o quadro levando em conta a razão e não a emoção — e use o resultado disso para novos objetivos”, orienta Priscila. 

ESTABELEÇA LIMITES
 Deixe para papear com a amiga na hora do almoço ou verifique o seu e-mail pessoal só ao chegar em casa. Pode parecer bobagem, mas criar pequenas regras faz diferença para terminar o dia com a sensação de dever cumprido ou, melhor ainda, de que ainda há tempo para se divertir. “Assim você consegue equilibrar o tempo do lazer e o das obrigações”, esclarece Marina Vasconcellos.

ADOTE UMA AGENDA
Você certamente já deixou de fazer algo importante porque se esqueceu. Para não acontecer de novo, anote tudo em uma agenda — vale tanto a de papel quanto a do celular, que até nos alerta dos compromissos quando programada. Bilhetes deixados em lugares estratégicos também são úteis para nos lembrar de providências a serem tomadas, compras ou compromissos. 

ELIMINE A NEGATIVIDADE
Não vai dar certo”, “isso não é para mim”... Se você tem esses pensamentos, as crenças negativas sabotarão a sua vida! Segundo Miriam Barros, questionar em quais situações elas se mostraram verdadeiras é a melhor forma de se livrar delas. Você verá que nem tudo foi tão ruim e difícil quanto parecia. “Simplifique a análise dos fatos.  E tenha em mente: para  as coisas acontecerem, é preciso assumir riscos”, orienta.

REIVINDIQUE  O SEU TEMPO
Em vez de reclamar que não tem disponibilidade para fazer as coisas de que gosta, dê um basta na situação. “O nosso tempo é precioso, temos que organizá-lo com um bom planejamento. Devemos nos dedicar à família, ao trabalho, ao lazer e ao descanso; se formos disciplinados, isso é possível. Mas é preciso criar regras e cumpri-las. Assim, a qualidade de vida melhora muito”, comenta a psicanalista Priscila Gasparini. “Gaste meia hora para planejar o seu dia. Esses minutos podem lhe render muitas outras horas livres para fazer coisas que lhe darão muito mais prazer”, recomenda Miriam Barros.

Fontes: * Terapeuta familiar e de casal ** Especialista em terapia familiar, psicodrama e coaching

MORATÓRIA




Rafael Sanzio

Com os juros estratosféricos cobrados do consumidor final subindo ainda mais, quem já anda com a corda no pescoço está diante do risco de as dívidas se tornarem uma bola de neve incontrolável. Afinal, com taxas de 220% ao ano no cheque especial e de 345% no rotativo do cartão, conjugadas com a facilidade de obter crédito em vários bancos, não é difícil o consumidor cair na armadilha de pegar um empréstimo para rolar outro.

A oferta abundante de crédito, aliada aos juros altos, é o caminho para o superendividamento. Quem está nessa situação compromete mais de 30% da renda com prestações. Mas há quem atinja patamares de 100%, em uma ciranda interminável.

Com a dívida em um ponto crítico, a saída é mudar o estilo de vida. Pagar juros indefinidamente escraviza o devedor e o deixa cada vez mais pobre. Se houver bens a vender – menos a casa da família, claro – para quitar as dívidas, essa pode ser a saída. Cortar despesas supérfluas ajuda. Mas, se mesmo após vender algum bem e cortar despesas o débito continuar impagável, vale tentar renegociar com o credor. Com uma ressalva: só feche acordo se as novas condições couberem no seu orçamento.

É na renegociação que reside o problema. Um ex-executivo do setor financeiro revelou a esta coluna que, mesmo na repactuação das dívidas, os bancos gostam de regras leoninas. Muitas vezes, o gerente tem na manga opções de taxas de juros menores para a dívida renegociada, mas a orientação é continuar esfolando o cliente.

Não é por acaso que a inadimplência – com atraso superior a 90 dias – de créditos renegociados de pessoas físicas ficou em 16% em março, conforme o Banco Central, ante 3,7% no crédito às famílias. Portanto, se a renegociação não estiver boa, jogue duro e demonstre que não pode arcar com condições irreais.

Se nada resolver, é o caso de analisar a possibilidade de uma moratória. Suspender o pagamento por absoluta falta de condições e se preparar para a briga após virar a mesa sobre os credores. Os telefonemas dos cobradores não vão parar, haverá ameaças de processos e até mesmo ações judiciais, com direito a intimações por oficiais de Justiça. Mas se o devedor só tiver a casa da família, os credores não terão o que penhorar.

Com o tempo – e será longo –, os credores vão amaciando diante da perspectiva de não receber e acabam abatendo juros. O devedor não vai pagar menos do que pegou emprestado, e nem deveria, lógico, mas ao menos conseguirá liquidar o débito em condições mais justas.

No entanto, o caminho para pagar todas as dívidas será sofrido e cheio de privações, pois o inadimplente só terá sua renda para fazer compras. Esse calvário, porém, não será em vão. Servirá para aprender a gerenciar o orçamento e não cair na tentação do crédito fácil de novo, quando o nome estiver limpo.

A propósito, a jornalista Mara Luquet publicou em 2006 o livro “Tristezas não pagam dívidas – como domar seus credores e colocar as contas em dia” (Editora Saraiva), que conta uma história pessoal de endividamento e o caminho encontrado para solucionar o problema. Ainda pode ser encontrado nas livrarias e é de grande valia para os superendividados.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...