sexta-feira, 30 de maio de 2014

PROJETO SOLAR-T



Em nova frequência (Pesquisa Brasileira)
PROJETO SOLAR-T
Telescópio desenvolvido em São Paulo vai detectar explosões solares na faixa de tera-hertz a partir de um balão estratosférico
EVANILDO DA SILVEIRA | Edição 219 - Maio de 2014 (Revista FAPESP)

Depois de 10 anos de trabalho, está pronto o primeiro equipamento brasileiro para medir e estudar um dos aspectos menos conhecidos e mais misteriosos da atividade do Sol: as radiações emitidas na origem das explosões que ocorrem na estrela na faixa do infravermelho distante, conhecida também como tera-hertz (THz). Trata-se do Solar-T, um telescópio que não forma imagens como seus congêneres ópticos. Ele identifica e mede as radiações emitidas pelos objetos observados. Funciona como um fotômetro ao medir a intensidade dos fótons, que são as partículas associadas às ondas eletromagnéticas, como a luz. A previsão é que o aparelho faça seu primeiro voo sobre a Antártida, a bordo de um balão estratosférico a 40 quilômetros (km) de altitude em conjunto com um experimento da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, no verão de 2015, em uma missão com duração de duas semanas.

O aparelho foi desenvolvido, com financiamento de R$ 590 mil da FAPESP, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, em colaboração com o Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A medição das radiações emitidas pelo Sol ocorre na faixa dos tera-hertz do espectro eletromagnético que, entre outras, abrange as ondas de rádio, infravermelho e luz visível. “Não há equipamento igual no mundo até o momento para operar nas frequências de THz, com o objetivo de estudar as explosões solares”, garante o pesquisador da equipe Rogério Marcon, do Laboratório de Difração de Raios X do Instituto de Física da Unicamp e criador do Observatório Solar Bernard Lyot, uma instituição privada de Campinas que participou do projeto Solar-T. “A faixa dos THz é utilizada na medicina e segurança, mas na astrofísica solar é inédita.”

Para Marcon, o trabalho do grupo do Mackenzie e da Unicamp coloca o Brasil na linha de frente das pesquisas em detectores na faixa de THz e sobre a natureza das explosões solares. “Tudo é novidade”, diz. A mesma equipe desenvolve o projeto Hats (high altitude terahertz solar telescope), um telescópio de solo, com objetivos semelhantes aos do Solar-T, mas com diferenças tecnológicas e de operação. Esse novo equipamento deverá ficar pronto até o fim de 2014, para ser instalado provavelmente no Parque Astronômico do Atacama, a 5.100 metros de altitude, nos Andes chilenos. “Até agora conseguimos financiamento de R$ 300 mil do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e do Mackenzie”, conta Pierre Kaufmann, do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam), coordenador dos dois projetos.

A história que culminou nesses dois equipamentos começou em 1984, quando Kaufmann detectou os primeiros sinais de que explosões solares poderiam emitir radiação na faixa de tera-hertz, também chamados de raios T. De acordo com ele, até os anos 1970 acreditava-se que as explosões emitiam radiação com frequências até micro-ondas no máximo e aí decaíam. Depois disso, alguns pesquisadores, como o inglês David Croom e o norte-americano Fred Shimabukuro, mostraram que nas explosões solares havia um tipo de radiação de intensidade crescente, que, imagina-se hoje, poderia chegar aos tera-hertz. Mas devido às limitações e à baixa sensibilidade de seus telescópios, eles não conseguiram determinar que frequência máxima essa radiação atingia.



Em 1984, uma descoberta do próprio Kaufmann e equipe aumentou o conhecimento nessa área de pesquisa. “Com um telescópio com maior sensibilidade, do Rádio Observatório de Itapetinga, em Atibaia [no interior paulista], detectamos uma explosão solar com uma radiação com intensidade crescente, até 100 giga-hertz [GHz]”, conta. “Na época, produzimos um artigo científico, publicado em 1985 na revista Nature, no qual propusemos a existência de radiações solares com frequências superiores a 100 GHz. A descoberta teve um tremendo impacto. A partir desse trabalho, corroborado pelo de outros autores, nós começamos a tentar detectar radiações em faixas mais altas.”

Kaufmann conta que, para isso, a FAPESP aprovou, em 1997, um projeto para pesquisas sobre radiações solares nas frequências de 200 e 400 GHz, ou 0,2 e 0,4 THz, respectivamente. O financiamento permitiu a construção do Telescópio Solar para Ondas Submilimétricas (SST) que foi instalado no Complexo Astronômico El Leoncito (Casleo), localizado nos Andes argentinos a 2.600 metros de altitude. “Em novembro de 2003 detectamos essa radiação em duas frequências: 212 GHz e crescente até 405 GHz”, conta o pesquisador do Mackenzie. Até então, a maior frequência que se media no mundo era 100 GHz. “Com esse telescópio, nós detectamos a existência de duas componentes de radiação nas explosões solares, uma em micro-ondas, bem conhecida, e outra na faixa THz simultânea e nunca vista. Mas devido às limitações das observações feitas a partir do solo, não conseguimos determinar até que frequências essa radiação poderia chegar. Mesmo em elevadas altitudes, a atmosfera é opaca para quase toda a faixa THz do espectro.”

Agora, com o Solar-T e o telescópio de solo, o pesquisador pretende ir mais longe. O primeiro é subdividido em dois aparelhos, um para detectar radiação de três THz e o outro de sete THz. Cada um deles é feito de duas partes: o primeiro é o sistema coletor, ou os telescópios propriamente ditos, para captar a radiação solar, e o sistema sensor. Cada telescópio tem configuração óptica tipo Cassegrain com dois espelhos, o principal, côncavo com 7,6 centímetros de diâmetro, e outro convexo, menor, além de filtros especiais para bloquear radiações indesejáveis, como as ondas eletromagnéticas na faixa do infravermelho próximo e no visível, que poderiam superaquecer e até incendiar o equipamento, além de mascarar o fenômeno procurado nas frequências THz. Outros filtros e malhas metálicas delimitam a frequência que se quer detectar, no caso três e sete THz. Embora não formem imagens, os espelhos são necessários para captar e concentrar as radiações eletromagnéticas.

A segunda parte do Solar-T é o sistema sensor, composto por uma Célula de Golay, equipamento fabricado pela empresa Tydex, de São Petersburgo, na Rússia. Trata-se de um detector optoacústico que registra as variações da intensidade da radiação. O Solar-T tem ainda um sistema de aquisição, armazenamento, transmissão e recepção de dados, produzido pelas empresas brasileiras Propertech Tecnologia, de Jacareí, e Neuron, de São José dos Campos, no interior de São Paulo. A primeira também é responsável pela integração de todos os componentes e a montagem final do equipamento.

Os dois telescópios têm duas inovações. A primeira está no espelho maior, que é rugoso. “O objetivo dessa rugosidade é difundir a radiação infravermelha”, explica Kaufmann. “Ela consegue difundir 80% dessa luz. Os outros 20% são suprimidos pelos filtros, com isso eliminamos o infravermelho e a luz visível.” A outra inovação, que foi objeto de um pedido de patente, é um dispositivo que capta qualquer explosão do disco solar. Para isso, é preciso que a imagem do disco completo esteja focada na superfície do sensor. Os dados obtidos do Solar-T são armazenados e enviados para satélites da rede Iridium, que os transmitem para uma estação terrestre e dali, pela internet, para os pesquisadores.

O telescópio de solo, o Hats, tem basicamente o mesmo objetivo, mas seu tamanho e configuração são diferentes. Ele tem um espelho côncavo, com 46 centímetros de diâmetro, e foco curto, de acordo com o mesmo conceito óptico usado no Solar-T em que a radiação solar é refletida para o sensor. O objetivo é detectar radiação em “janelas” de 850 giga-hertz e 1,4 tera-hertz. “Ele é inteiramente robótico, com sistema próprio de rastreio e de manobras usadas para calibrar e determinar a opacidade atmosférica. Possui também uma redoma retrátil automática comandada por estação meteorológica para protegê-lo em regimes de intempéries locais”, explica. “Além disso, terá estação geradora de energia própria, por painéis solares, e facilidades para transmissão remota de dados.

Essas tecnologias usadas nos dois equipamentos vão possibilitar avanços científicos importantes no conhecimento dos mecanismos, principalmente na produção de energia, que estão por trás das explosões solares. Segundo Kaufmann, quase não existiram avanços conceituais nessa área nos últimos 60 anos. “Sabemos tanto hoje quanto quando elas foram descobertas”, diz. “Há vários modelos que tentam explicar o fenômeno, mas nenhum foi confirmado.” Entender o papel da radiação na faixa dos tera-hertz não é mera curiosidade científica. Esses fenômenos, que se repetem com maior intensidade a cada 11 anos mais ou menos, têm implicações diretas no dia a dia da atual civilização. Em 1989, por exemplo, quando ocorreu uma das mais fortes explosões solares de que se tem registro, houve queda da transmissão de eletricidade em alguns países, como no leste do Canadá e costa leste dos Estados Unidos, e na Suécia. Atualmente se sabe que tais eventos podem afetar satélites, sistemas de navegação como GPS e telecomunicações incluindo os celulares. Como consequência, danos em satélites podem ocorrer levando ao mau funcionamento dos sistemas de comunicação e navegação de aviões e navios. Entender o fenômeno é a melhor maneira de prevenir tudo isso.

O Solar-T vai voar num balão estratosférico até 40 km de altitude, para se livrar do manto opaco das radiações em tera-hertz da atmosfera. A equipe de Kaufmann recebeu duas propostas para voar quase sem custos. Na Universidade da Califórnia o Solar-T deve voar com o experimento de raios gama Grips (gamma-ray imager-polarimeter for solar flares), que tem um sistema automático de apontamento e rastreio do Sol. Primeiro seria feito um voo de teste, de um dia no Texas, em setembro deste ano por um grupo de lançamento de balões da Nasa (com 80% de probabilidade de confirmação). O outro convite é para uma missão de 7 a 10 dias sobre a Rússia, em colaboração com o Instituto de Física Lebedev de Moscou. Nesse caso será necessário desenvolver um novo sistema de direcionamento para o Sol, o que exigiria mais recursos.
Projeto
Solar flare THz measurements from space: phase I (2012-2013) (nº 2010/51861-8);Modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular; Pesquisador responsável Pierre Kaufmann (Universidade Presbiteriana Mackenzie); Investimento R$ 429.972,33 e US$ 64.000,00 (FAPESP).
Artigo científico
Kaufmann, P. et al.; Correia, E.; Costa, J.E.R.; Vaz, A.M.Z.; Dennis, B.R. Solar burst with millimetre-wave emission at high frequency only
Nature. v. 313, p. 380. 1985.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

GPS



Morre aos 93 anos Roger Lee Easton Sr., o inventor do GPS


Físico americano, Roger Lee Easton Sr. trabalho entre 1943 e1980 no Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA
Inventor do GPS e pioneiro da navegação moderna, Roger Lee Easton Sênior morreu aos 93 anos de idade no último dia 8 de maio em sua residência em New Hampshire, Estados Unidos. Segundo o site Business Wire, o americano nasceu em 30 de abril de 1921 e se formou como físico no Middlebury College. Em 1943, Easton começou a trabalhar no Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, ele trabalhou com sensores de radar e sistemas de pouso durante a Segunda Guerra Mundial.
A partir de 1955, ele ajudou a escrever o “Projeto Vanguard” um programa de satélite embrionário do GPS. Na década de 1960, o cientista colocaria relógios de alta precisão em vários satélites que também poderiam ser usados para determinar a localização exata de uma pessoa no chão. Esse sistema era chamado de “Timation for Time-Navigation”, mas posteriormente renomeado pelo departamento de Defesa dos EUA como “Global Position System” (Sistema de Posicionamento Global) ou GPS.
Easton tem 11 patentes de “sistema de navegação” registradas em seu nome. Ele se aposentou em 1980 e ganhou diversos prêmios. Ele entrou na política ainda nos anos 1980 e serviu dois mandatos como senador estadual em New Hampshire. Ele deixou esposa, dois filhos, uma irmã e cinco netos.

GPS, Global Positioning System  em inglês, ou “Sistema de Posicionamento Global”, é um sistema eletrônico de navegação civil e militar que emitem coordenadas em tempo real e é alimentado por informações de um sistema de 24 satélites chamado NAVSTAR e controlado pelo DoD, Department of Defence (Departamento de Defesa) dos EUA.

O GPS, de início, era um projeto militar dos EUA chamado de “NAVSTAR” e que foi criado na década de 1960, mas que só foi considerado completo em 1995, depois de 35 anos de trabalho que custaram 10 bilhões de dólares aos cofres americanos.

A revolução causada pelo GPS na geografia é comparável (senão maior) a revolução da descoberta do continente americano que ampliou o mundo conhecido até então. Com o GPS é possível estabelecer a posição praticamente exata, com margem de erro mínima de 1 metro, de qualquer ponto do planeta a qualquer momento. Alguns receptores super-acurados conseguem chegar, depois de alguns dias, a uma precisão de até 10 mm utilizando-se de técnicas de processamento específicas!

O GPS, basicamente, funciona com uma constelação de 24 satélites (NAVSTAR) que orbitam a terra duas vezes por dia, emitindo sinais de rádio a uma dada freqüência para receptores localizados na terra, que podem ser até portáteis (como um “palm”).

Cada satélite, identificado por um código pseudo-randômico (“aparentemente aleatório”) de 1 a 32, emite um sinal que contém o código CA (geral), o código P (de precisão) e uma informação de status (dia, hora, mês) que são recebidos pelo receptor, embora os receptores de uso civil recebam apenas o código CA emitido em uma freqüência enquanto que os receptores militares recebem cada código emitido em duas freqüências garantindo maior precisão.

O que, aliás, junto com a interferência proposital inserida pelo DoD na transmissão para aparelhos civis (Selective Availability – Disponibilidade Seletiva) e o atraso causado pelos elétrons livres presentes na ionosfera (comum a qualquer transmissão de rádio) na transmissão do sinal, fazem com que a precisão dos dados seja ainda menor para uso civil.

Já para uso militar o sinal de todos os satélites é emitido ao mesmo tempo com uma precisão impressionante garantida devido a um relógio atômico (o metrônomo é um átomo) presente em cada satélite e que é o sistema de medição de tempo mais preciso já criado até hoje. E os seus receptores não sofrem a interferência da ionosfera nem da “Disponibilidade Seletiva”.

Todas estas interferências na transmissão civil são por causa da possibilidade deste sistema ser utilizado inadequadamente por terroristas, ou algo parecido. Então, o DoD criou uma hierarquia de acesso aos dados onde os “usuários autorizados”, o DoD, recebem dados com precisão melhor, enquanto que os “usuários não-autorizados”, civis, recebem dados com precisão de 15 a 100 metros.



FÓRMULA PARA A INGLATERRA VENCER A COPA





Famoso físico diz ter a 'fórmula secreta' para a Inglaterra vencer a Copa

Do UOL, em São Paulo

Stephen Hawking, um dos mais respeitado físicos da atualidade, disse ter uma 'fórmula secreta' para que a Inglaterra tenha mais chances de vencer a Copa do Mundo, apesar de não ser apontada como uma das principais favoritas. Aos 72 anos, ele sofre com uma grave doença, mas fez análises elaboradas sobre aspectos políticos, psicológicos e até mesmo sobre as cores dos uniformes dos times para chegar a uma conclusão. De quebra, ele chamou o uruguaio Luis Suárez de "bailarina".
"Estatisticamente, o uniforme vermelho da Inglaterra é mais vitorioso e também deveríamos jogar no 4-3-3 em vez do 4-4-2. Psicólogos alemães descobriram que o vermelho faz os adversários se sentirem mais acuados, pois a cor mostra uma maior agressividade e dominância", explicou Hawking.
Por outro lado, o físico admitiu que jogar no Brasil, tão longe de casa, poderá ser um problema: "Como todos os animais, a seleção inglesa é uma criatura que tem hábitos. Estar perto de casa reduziria as diferenças culturais. Nós jogamos melhor em climas temperados e de baixa altitude".
Após mais algumas análises, ele acabou cutucando o atacante uruguaio Luis Suárez, do Liverpool: "Os dados mostram também que devemos torcer para que árbitros europeus apitem os nossos jogos. Árbitros europeus são mais simpáticos ao estilo de jogo da Inglaterra e menos simpáticos com 'bailarinas' como o [Luis] Suárez".
Por fim, ele explicou até mesmo como se deve bater um pênalti, sempre que possível usando atacantes: "A chave do sucesso em um pênalti é dar uns três passos e colocar alguma aceleração na bola, mas velocidade não é nada sem colocação".
Hawking tem uma doença degenerativa que paralisou os músculos do seu corpo, mas não afetou de nenhuma forma o seu desempenho intelectual. Para se comunicar, ele usa sensores na bochecha e nos óculos, e assim consegue formar as palavras no computador.


PROMESSAS DA PRESIDENTE DILMA



PROMESSAS DA PRESIDENTE DILMA FEITAS EM 2010

Prometer ninguém é obrigado, se prometeu tem que cumprir.

AS PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS DO GOVERNO DILMA
Fonte: Jornal O GLOBO
As reformas política e tributária foram abandonadas, o crescimento econômico médio deve ser o mais baixo desde a gestão de Fernando Collor de Mello, e não há sinais de que serão cumpridas as metas de expansão de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básicas de Saúde (UBS), creches e quadras esportivas cobertas. Em compensação, a erradicação da miséria e a ampliação do emprego seguem em ritmo avançado, e o governo vem cumprindo metas de criação de moradias no programa Minha Casa Minha Vida.
A 12 meses do fim do mandato da presidente Dilma Rousseff, O GLOBO analisou como está cada uma das 46 promessas mensuráveis apresentadas durante sua campanha, em 2010, no documento “Os 13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff para debate na sociedade brasileira”. Após levantar junto a ministérios a situação de cada uma, elas foram divididas entre as que caminham em ritmo bom e têm perspectivas de serem cumpridas, e as que estão em ritmo lento, com possibilidade remota de serem alcançadas. Das 46 promessas, quase metade, 22, estão em ritmo lento e outras 24 em ritmo bom. Considerando as dez principais propostas, a proporção é semelhante: cinco em ritmo bom e cinco em ritmo lento.
Dentre os avanços, o mais significativo é a perspectiva de erradicação da miséria, que está a caminho de ser cumprida. A partir da criação do programa Brasil Sem Miséria, que promoveu alterações no Bolsa Família, o governo conseguiu dar a todos os beneficiários uma renda mínima de R$ 70 por mês, retirando assim 22 milhões de brasileiros da linha da pobreza extrema. O desafio agora é encontrar e incluir no programa as famílias miseráveis que ainda não recebem o benefício, hoje estimadas em 550 mil.
Na comparação com o primeiro balanço de suas 46 promessas feito pelo GLOBO na virada de 2012 para 2013, a presidente conseguiu dar novo rumo na política externa e tenta iniciar uma mudança na logística. Diante das dificuldades do governo em fazer as grandes obras de infraestrutura deslancharem por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a presidente recorreu à iniciativa privada concedendo cinco rodovias e seis aeroportos, mas ainda está muito distante da promessa de eliminar os gargalos que limitam o crescimento econômico. Na pauta internacional, Dilma ganhou reconhecimento na crítica à espionagem cibernética do governo americano e obteve uma vitória na defesa da democratização dos órgãos multilaterais com a eleição do embaixador Roberto Azevêdo como diretor-geral da Organização Mundial do Comércio.
Há, no entanto, promessas-chave de sua campanha eleitoral em 2010 que estão longe de serem cumpridas e atingem em cheio duas áreas críticas: Educação e Saúde. É o caso, por exemplo, das creches e quadras esportivas cobertas. O documento de campanha de Dilma dizia explicitamente: “o governo federal assumirá a responsabilidade da criação de 6 mil creches e pré-escolas e de 10 mil quadras esportivas cobertas”. No entanto, segundo o Ministério da Educação, passados três anos de governo foram entregues 1.267 creches — um quinto do prometido. Já o projeto das quadras cobertas foi abandonado. Até agora o governo só concluiu a cobertura de 44 quadras, menos de 0,5% do prometido.
Na Saúde, o problema é parecido. A presidente havia garantido que construiria 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e oito mil Unidades Básicas de Saúde (UBS). O governo diz ter entregue nesses três anos 173 UPAs, sendo que em 2013 o ritmo foi lento, com apenas 29 unidades entrando em funcionamento. Para cumprir sua meta, a presidente terá de fazer em 2014 11 vezes mais unidades que no ano passado. Nas UBS a situação é ainda mais grave. O governo dizia em 2012 haver no país 42.675 unidades deste tipo, mas um censo realizado pelo ministério em 2013 mostrou que o número era de 39.800 unidades, e o governo se nega a dizer quantas novas unidades de fato foram inauguradas sob a gestão Dilma.
Há também as áreas onde o governo alardeia investimentos, mas pouca coisa sai do papel. É o caso do programa de combate ao crack e das obras de mobilidade urbana. Apesar da criação do programa “Crack, é possível vencer”, o número de unidades de acolhimento e leitos em enfermarias especializadas ainda é reduzido. Quando o plano foi criado, a meta era construir 574 unidades de acolhimento, com 15 vagas cada, onde os usuários poderiam passar até seis meses se tratando. Até o momento, apenas 60 unidades saíram do papel. No caso dos leitos em enfermarias especializadas, onde eles são acolhidos nas crises e ficam até sete dias, a meta era abrir 3.508 vagas, mas só há 697 em funcionamento.
Cenário semelhante ocorre na área de mobilidade urbana. A seis meses da Copa do Mundo, segundo o Portal da Transparência do governo federal, foram executados apenas R$ 2,5 bilhões dos R$ 7,9 bilhões previstos para 45 obras de mobilidade ligadas ao evento. Há no PAC outros 206 empreendimentos de mobilidade — sem ligação com o torneio — cujos investimentos totais eram estimados em R$ 93 bilhões, mas até agora foram gastos R$ 2,6 bilhões. Apesar desses valores, Dilma alardeou após os protestos de junho que daria outros R$ 50 bilhões para a área.
Foi também após os protestos de rua que a presidente lembrou a promessa de fazer uma reforma política, envolvendo a sociedade civil. Nos seus primeiros dois anos e meio de governo, Dilma ignorou o tema. Quando O GLOBO fez o balanço de promessas no fim de 2012, integrantes do primeiro escalão negavam que a presidente se envolveria com a reforma, ainda que se tratasse do primeiro ponto das diretrizes de campanha. Consideravam um tema sensível e que geraria cizânia na base aliada. Só em junho, em meio às manifestações, a presidente “redescobriu” a pauta e enviou propostas ao Congresso. O mesmo ocorreu com a reforma tributária, que ficou só no campo das boas intenções, com a carga tributária crescendo e sem que o modelo de cobrança do ICMS fosse de fato solucionado. Seu governo ainda viu recrudescer outro problema que a campanha prometeu solucionar: o analfabetismo. Após 15 anos de quedas constantes, o IBGE captou em 2012 uma estagnação na queda da taxa de analfabetismo, que hoje atinge 8,7% da população. O sonho de erradicá-lo ficou para depois.

Candidata à reeleição e na liderança nas pesquisas de intenção de voto, a presidente Dilma Rousseff terá muito que se explicar com o eleitorado quando, de fato, a campanha desse ano começar. Boa parte das promessas feitas em 2010 não foi cumprida e, apesar de ainda faltar seis meses para o fim de seu mandato, dificilmente a presidente conseguirá tirar do papel tudo que se comprometeu a fazer.
Na área da saúde, por exemplo, as atenções do governo federal se voltaram para o Programa Mais Médicos, instituído somente no segundo semestre de 2013. Apesar da maciça aprovação popular, o programa, no entanto, veio para mascarar as falhas cometidas no setor em três anos. Em 2010, Dilma prometeu inaugurar 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) 24 horas, mas apenas 173 foram terminadas. Outra promessa foi a construção de 8600 unidades básicas de saúde, mas a tarefa está tão longe de ser concluída que o governo se recusa a informar quantas instalações realmente foram feitas.

Boa parte das promessas feitas por Dilma na campanha de 2010 não foram cumpridas nos primeiros anos do governo.

A maior falha do governo na área da saúde, contudo, diz respeito ao Programa Saúde da Família, de efetividade comprovada. Nos dois primeiros anos do governo, as equipes cresceram apenas 6%. Com a chegada do Mais Médicos, a tendência é que esse número caia ainda mais nos próximos anos.
A luta contra o crack também foi negligenciada pelo governo. Das 574 unidades de atendimento prometidas, apenas 60 foram entregues. Dilma disse ainda que abriria 3.508 vagas em enfermarias para dependentes da droga, mas somente 697 estão em funcionamento, menos de 20%.
Educação e segurança
Não é apenas na área da saúde que Dilma frustrou seus eleitores. Na educação, por exemplo, a erradicação do analfabetismo, que seria uma das marcas de seu governo, fracassou. Em 2012, após 15 anos de quedas consecutivas, o número de analfabetos estagnou. Ao invés de zero, hoje a taxa atinge 8,7% da população. Outra polêmica envolvendo as promessas da presidente foram as creches. Dilma disse que construiria seis mil unidades, depois citou dez mil, mas somente 1.267 foram entregues, a maioria feita em parceria com prefeituras e governos estaduais.
Na segurança, outra peça-chave de sua campanha, mais problemas. Dilma prometeu construir 2.883 postos de polícia comunitária no país, mas técnicos do próprio Ministério da Justiça avaliaram o cálculo como superdimensionado. Dos R$ 538 milhões previstos para 2011 e 2012, nenhum centavo foi gasto. As Unidades de Polícia Pacificadora, nos mesmos moldes das construídas no Rio de Janeiro, também ficaram apenas no discurso presidencial.
Infraestrutura deficiente
No entanto, talvez a principal falha do governo tenha sido nos projetos ligados a infraestrutura. Às portas da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, Dilma prometeu uma série de obras e reformas que estão longe de serem concluídas. Nem mesmo todos os estádios onde ocorrerão os jogos ficaram prontos. O trem-bala, que ligaria o Rio de Janeiro a São Paulo, se tornou uma verdadeira lenda. Assim como a expansão do metrô no Rio de Janeiro e Belo Horizonte e a modernização de portos na Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Paraíba e Maranhão.
Diante da ineficiência de seu governo, Dilma teve que apelar para a iniciativa privada, por meio de concessões públicas, para sanar diversos problemas de infraestrutura. Foi o que aconteceu com a BR-040 e as ampliações e reformas dos aeroportos de Confins e do Galeão. Outras obras seguem em ritmo lento, como a duplicação da BR-116, que só deverá ficar pronta em 2017 e a construção da Ferrovia Norte-Sul, que já custou R$ 5,1 bilhões aos cofres públicos.
Cadê o Trem Bala!
Economia, a grande vilã
Os desacertos do governo Dilma, em sua maioria, se devem à incompetência do governo para lidar com a economia do país. Após a pujança obtida no segundo mandado do ex-presidente Lula, os últimos anos foram trágicos para as contas públicas. O crescimento ficou aquém das expectativas, com índices inferiores ao de outros países em desenvolvimento. O pesadelo da inflação, que já tinha sido esquecido pelos brasileiros, voltou a atormentar, com altas acima de todas as metas previstas pelo governo. Em 2013, até os juros voltaram a subir, retornando ao patamar de dois dígitos.
Se não conseguiu cumprir suas metas nos primeiros três anos de governo, nada indica que, no último, Dilma alcançará os objetivos traçados na campanha de 2010. Principalmente por se tratar de ano eleitoral, quando a presidente terá que se dividir entre administradora e candidata. Resta saber quais promessas serão renovadas para um próximo mandato e quais serão solenemente ignoradas.
COMENTÁRIO:
Se no seu primeiro mandato as promessas não foram cumpridas, quem irá acreditar nas promessas feitas para o segundo mandato?

quarta-feira, 28 de maio de 2014

ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL

ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL

Os governos Federal e Estadual propagam que a solução para melhorar a qualidade do ensino público é a adoção das escolas integrais. Aumentar o tempo de aula é apenas um requisito para a educação de qualidade. Você pode fazer duas horas de aula e ter uma educação excelente e em oito horas e ter uma educação porcaria.

“A razão da má escola não é a falta de tempo. A escola que está aí não é ruim porque tem pouco tempo, ela é ruim porque tem um método ultrapassado e não existe a preocupação de educar. Só existe a preocupação de passar de ano. A nossa escola não é ruim hoje, ela sempre foi ruim, afirma o professor titular da Faculdade de Educação da USP Vitor Paro”.

A Escola Integral pode beneficiar muito os pobres, desde que haja um planejamento das atividades a serem realizadas e que as mesmas sejam fiscalizadas para serem cumpridas.  

 Na educação integral, o aluno precisa ter garantidas também as educações afetiva, moral, esportiva. Não é só a educação cognitiva, mas de várias dimensões, a média de horas de estudo nas escolas brasileiras públicas é hoje de quatro horas - muito pouco para dar conta de todas essas dimensões.

A diferenciação precisa ser feita para que não se confundida a educação integral com a educação "em tempo integral", puramente a ampliação do tempo em que a criança ou o adolescente permanece na escola. O que já é ruim seria apenas ruim por mais tempo. "Dobrar o tempo dessa escola é criminoso, é sacrificar duas vezes a criança".

A criança rica já tem a sua educação integral, pois, além do tempo escolar é ocupada com outras atividades como: ballet, aulas de línguas, aulas de reforço, esportes especializados, informática e uma série de outras atividades que ocupam o tempo ocioso delas e dos adolescentes.

“Por mais que pareça um assunto contemporâneo, a concepção de escola integral ou educação integral remonta à Antiguidade clássica, mais precisamente ao conceito de educação da Grécia Antiga, que buscava uma formação do homem como um todo: estético, moral, ético, metafísico, físico. De acordo com a pesquisadora Lígia Martha Coimbra da Costa Coelho, em seu artigo "História(s) da Educação Integral", publicado no periódico Em Aberto nº 80, "esse modo (dos gregos) de ver e perceber a formação do homem corresponde à natureza do que denominamos de educação integral: uma perspectiva que não hierarquiza experiências, saberes, conhecimentos". Ainda em seu artigo, a pesquisadora aponta que a educação integral só voltou a ser discutida de maneira mais organizada a partir do século 18, à luz dos ideais da Revolução Francesa, e recebeu contribuições teóricas e práticas ao longo dos dois séculos seguintes, com pensadores como o anarquista Mikhail Bakunin, ou, no Brasil, Anísio Teixeira, passando pela ideia de formação defendida pelos integralistas na década de 1930: "espiritualidade, o nacionalismo cívico e a disciplina".

Muitos pais trabalham e não podem deixar os filhos com a avó ou a empregada e então os deixam na escola. De manhã é aula e à tarde vira um playground ou creche.  Não é disso que estamos falando, aluno de tempo integral é diferente de formação integral, onde o currículo deve ser pensado relacionando as atividades, em que o professor de esportes, por exemplo, vai trabalhar com o de matemática, por isso o projeto político-pedagógico precisa dar conta de estabelecer muito bem essas relações de atividades, assim como as relações entre os turnos. As atividades não podem estar desconectadas do currículo.

 Se a atividade de manhã é apenas centrada nos conteúdos e à tarde é mais lúdica, sem integração entre elas, então essa educação está fragmentada. O conceito de educação integral está perdido.

 A universidade também precisa estar preparada para dar respostas às demandas dessa proposta educacional na formação docente. Vitor Paro, da USP, resume a questão: "A educação integral se faz na sociedade, a criança não depende apenas do educador. Precisamos superar esse modelo de escola que já dura 300 anos"

 Sabendo-se, em função dos números apurados pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que o custo/aluno/ano eleva-se em até 60% para a adoção da jornada estendida, vale mais a pena investir no aumento desse tipo de oferta ou na consolidação dos turnos existentes em bases mais aceitáveis, provendo infraestrutura física e humana para seu funcionamento. Se as duas coisas puderem ser feitas ao mesmo tempo, excelente. Caso não é preciso que se discutam prioridades.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

CLIMA PARA AS MANIFESTAÇÕES DA COPA DO MUNDO NO BRASIL

CLIMA PARA AS MANIFESTAÇÕES DA COPA DO MUNDO NO BRASIL

O clima está estranho. Não temos aquela animação de outros anos ocorridos na época da copa do mundo. Nas grandes capitais o pessoal está temendo possíveis ações de black blocs ou pensando em se proteger de algo pior.

Hoje, há uma diferença muito grande para outras copas em relação às manifestações populares com o futebol. Antigamente era quase um carnaval prolongado, as casas estavam sempre pintadas, enfeitadas com bandeiras o povo manifestava espontaneamente nas ruas através de gritos de “já ganhou” etc.

Esta desanimação popular chama a atenção devido a vários fatores como: a exclusão social, dificuldades do dia-a-dia, problemas políticos, corrupção na máquina pública, falta de segurança, descontentamento em grande parte dos setores produtivos e profissionais, manifestação dos sem teto e dos sem casa, manifestação pela reforma agrária, manifestação dos professores por melhores salários e progressão na carreira além de  inúmeros outros problemas que não são resolvidos pelos nossos governantes.
Esta copa não é do povo que não tem acesso aos estádios devido o preço absurdo dos ingressos não se sentindo mais parte deste processo de Copa, não há o encanto de um futebol que antes mexia com todos.  

Os gastos absurdos com os estádios, as questões da Fifa, do governo e protestos influenciam muito na falta de motivação do povo.


É preocupante a situação antes, durante e após a copa avaliada não apenas pelas manifestações das ruas, mas também pela conversa na rua, nos restaurantes, nos estádios esportivos, nas salas de aula, nas barbearias, nos deslocamentos em táxi e em coletivos. O Brasil está descontente, o clima espiritual do Brasil não é o que desejamos para nós e nossos filhos, entretanto, há uma esperança muito grande para todos nós na eleição presidencial futura para que seja identificado o melhor candidato no elevado cargo e é importante o eleitor não se deixar influenciar por promessas só expressas em campanha política. 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...