Alcolumbre propõe nova Constituinte, mas Maia é contra: 'Vai gerar
insegurança'
Daniel Weterman e Renato Onofre
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Geraldo Magela/Agência Senado Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
BRASÍLIA - Na esteira das discussões no Congresso
sobre fazer uma proposta de emenda constitucional para rever o entendimento
sobre a prisão em segunda instância, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), levantou a possibilidade de realizar uma nova Assembleia Constituinte
para tratar do tema nesta terça-feira, 12. A declaração gerou reação do
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), que argumentou que a Constituição do Brasil "ainda é
jovem". Segundo ele, a fala de Alcolumbre é uma sinalização
"ruim" e pode gerar "insegurança" jurídica no País.
"Há muitos anos, volta e meia o debate da nova
constituinte vem à tona no Congresso Nacional. Então, se há novamente esse
impasse, se há novamente essas observações e esses conflitos, novamente eu
quero trazer o debate da nova Constituinte para esse momento importante do
País", declarou Alcolumbre.
Ao longo do dia, a assessoria de imprensa de
Alcolumbre afirmou que o senador havia sido irônico ao propor uma nova
Constituinte. Ele desmentiu a informação em seguida: "De fato, eu
conversei com vários consultores, apesar de algumas manifestações contrárias,
há uma divergência enorme e essa matéria pode lá na frente ser judicializada de
novo e aí criar mais um impasse em relação a uma medida feita pelo Legislativo
e acabar depois sendo questionada no Judiciário."
Na tarde desta terça-feira, Maia afirmou que uma
mudança nas leis do país neste momento pode ser visto como um instrumento para
restrições de liberdade.
"Uma nova Constituição é uma sinalização ruim,
vai gerar uma insegurança grande se esse assunto prosperar nos próximos dias.
Mas respeito a posição do presidente (do Senado) Davi (Alcolumbre)", disse
Maia.
Maia é radicalmente contra a proposta de uma nova
constituinte. O presidente da Câmara afirmou que a Constituição é
"sagrada" e deve ser preservada.
"Acho que não é o melhor caminho (uma nova Constituinte).
Uma mudança constitucional pode ser instrumento de restrições de liberdade.
Acho que temos uma Constituição que tem coisas boas, que tem coisas que podem
ser modificadas e outras que precisam ser preservadas. E acho que a votação da
Previdência é uma prova disso. A gente pode avançar em vários assuntos,
inclusive nesse, e outros tem que preservar", afirmou Maia.
Na Câmara, desde segunda-feira os deputados
discutem na CCJ a prisão após condenação em segunda instância. No Senado,
parlamentares pressionam Alcolumbre a pautar uma PEC autorizando a antecipação
do cumprimento da pena. Nas duas casas, parlamentares prometem obstruir a pauta
regular até que o tema seja colocado em discussão.
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