Entenda o que é cessão onerosa: acordo com União liberou exploração do
pré-sal pela Petrobrás
Denise Luna
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Agência Petrobrás/ Divulgação - 22/3/2010 Plataforma SS-11 Atlantic Zephyr
extrai o primeiro óleo das áreas de Tiro e Sidon, na Bacia de Santos
RIO - A cessão onerosa é um acordo feito
entre o governo federal e a Petrobrás,
em 2010, que previa a produção de até 5 bilhões de barris de óleo equivalente
(boe) em sete campos do pré-sal da Bacia de Santos.
A estatal, porém, descobriu durante a exploração da área que havia mais do que o triplo do volume
estabelecido no contrato. Esse é o chamado "excedente da
cessão onerosa", que será vendido em leilão pelo governo no dia 6 de
novembro.
Estabelecida pelo Projeto de Lei 5.941/2009, que
deu origem à Lei Ordinária 12.276/2010, a cessão onerosa foi necessária porque
todo o petróleo no subsolo brasileiro pertence à União. Sem esse acordo, os
campos cedidos teriam de ser vendidos em leilão, o que não era cogitado na
época.
Em troca das áreas, a Petrobrás teria de
desembolsar R$ 74,8 bilhões, recursos que foram utilizados pelo governo para
comprar ações da estatal na capitalização em Bolsa de Valores, voltando, assim,
para o caixa da companhia.
No total, a Petrobrás arrecadou R$ 120 bilhões na
capitalização. Os recursos foram utilizados para explorar as áreas cedidas,
onde encontrou o triplo do volume de petróleo estipulado no contrato.
Leilão do excedente
O governo vai vender no leilão as quatro áreas
resultantes da exploração da Petrobrás na cessão onerosa: Atapu, Búzios, Itapu
e Sépia.
Esses campos podem conter de 6 bilhões a 15 bilhões
de barris de óleo equivalente e serão vendidos sobre o regime de partilha da
produção.
Esse modelo estabelece que os interessados nas
áreas terão de oferecer um porcentual do lucro-óleo (lucro depois de abatidos
os gastos para retirar o petróleo do solo) ao governo.
Também terão de pagar um bônus de assinatura para
cada campo, no total de R$ 106 bilhões. O campo de Búzios é o maior e mais
valioso, com bônus de R$ 68,2 bilhões, seguido por Sépia (R$ 22,8 bilhões),
Atapu (R$ 13,7 bilhões) e Itapu (R$ 1,7 bilhão).
Pela Lei da Partilha de Produção, a Petrobrás tem
direito de ficar com até 30% de participação no consórcio que vencer o leilão,
mesmo que perca o lance. No leilão do excedente da cessão onerosa a estatal já
definiu interesse em ser operadora com 30% nas áreas de Búzios e Itapu.
Ao todo, 14 empresas foram habilitadas pelo
governo para participar do leilão: como operadoras, BP Energy (Reino Unido),
Chevron (EUA), CNODC (China), CNOOC (China), Equinor (Noruega), ExxonMobil
(EUA), Petrogal (Portugal), Petrobrás (Brasil), Petronas (Malásia), Shell (EUA)
e Total (França), e como não operadoras, ou seja, que terão que fazer parceria
para produzir estão a colombiana Ecopetrol, QPI (Catar) e Wintershall
(Alemanha).
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